O acordo ortográfico não deu valor à Língua Portuguesa, a língua do brasileiro e do angolano.
Nós somos a língua mãe, nós mandamos nas tendências, nas regras gramaticais!
Não somos escravos dos escravizados e colonizados.
"Quando a polícia obriga uma mulher a despir-se na praia a França devia compreender o absurdo do que está a fazer. Com as vendas de burkinis (que não tapam a cara) disparam depois da proibição devia compreender a inutilidade. Quando esta mulher é obrigada a despir o que tem vestido ao mesmo tempo que a polícia é aplaudida e ela ouve dos veraneantes franceses gritos de "vai para casa" deviam perceber o caminho perigoso que estão a trilhar e que tem um passado trágico." - Daniel Oliveira
"O incidente que está a causar polémica nas redes sociais aconteceu na mesma cidade em que, no Dia da Bastilha, um atentado ceifou a vida a 84 pessoas. Recorde-se que o burkini foi proibido em França."
"Os que forçam a mulher a destapar-se, estão a garantir que outras possam andar destapadas. Essa é a grande diferença. Para se conseguir a liberdade de muitos, às vezes temos de negar a liberdade de poucos. Não é a situação ideal, mas é a melhor temos." -- José Mota
[Burkini] |
Ora, vamos lá começar o dia com uma polemicazinha:Associar a palavra LIBERDADE ao uso do burkini é quase anedótico. Mas também é chapa ganha, admito. Fica bem, chama likes, toda a gente concorda, é muito mais romântico e heroico, e um lugar comum, daqueles que não me atraem por falta de coerência e pragmatismo.
Não, não gostei nada de ver os polícias na praia a mandarem a senhora despir-se. Mas esta questão é muito mais profunda do que aquilo que querem fazer parecer.
O burkini não é uma farda clerical – párem de fazer comparação com as freiras.O burkini não é um fato desportivo aquático – párem de compará-lo com fatos de surf.O burkini não é um uniforme de trabalho – párem de falar no homem das bolas de Berlim.O burkini não é uma simples roupa de banho que nos tapa da cabeça aos pés, extremamente confortável de usar dentro de água em pleno Agosto.O burkini é uma afirmação religiosa, ideológica e política! É uma imposição feita à mulher, que, ao contrário do que muita gente julga, não tem a opção de ser ou não muçulmana, de seguir ou não os costumes, de cumprir ou não os ensinamentos religiosos. Ela é, ela segue, ela cumpre-os, sem questionar, sem escolher, sem recusar, e ponto final!
O burkini é um símbolo puro da opressão sobre a mulher, e, sobretudo, do fundamentalismo que tantos parecem querer negar - palpita-me que a população de Nice está-se pouco borrifando para a opinião dos amantes da liberdade, depois de ter visto as suas crianças serem abalroadas por um camião conduzido por um lunático amante de burkinis.
“Ah, mas defender o uso do burkini é defender a liberdade”, dizem muitos de vós, imbuídos de um espírito lírico e idealista pró-liberdades individuais. É. E defender o uso do burkini é, também e mais que qualquer outra coisa, legitimar a chibatada, o apedrejamento, a ausência de direitos, a mordaça com a qual tantas mulheres têm que viver sem nunca terem conhecido outra realidade. Porque sabem? Não as vão ver a queimar soutiens nem a assumir que estão fartas de parecer o Mancha Negra dentro de água. Isso nunca vai acontecer porque as consequências para tal rebeldia ser-lhes-iam demasiado penosas, para não dizer mortais. Depois, grande parte delas vai defender o seu direito ao uso do burkini, como defendem o uso do chador, do niqab e da burka, como defendem que médico algum lhes deva tocar, como defendem que autoridade alguma as deve obrigar a mostrar o rosto, como defendem os crimes de honra cometidos na sua família, como denunciam e defendem a lapidação das suas semelhantes, e algumas vão continuar olhar-nos como rameiras infiéis, tal como me olharam em Sevilha, há seis anos atrás, ou como me olharam na semana passada, num centro comercial perto da minha casa. Vão fazê-lo, porque acreditam que a sua forma de vida é a única forma decente e virtuosa de viver, mesmo que tenham escolhido como albergue países com uma cultura completamente oposta à sua. E vão fazê-lo, porque pássaros que sempre viveram em cativeiro desconhecem completamente o que é voar em liberdade, e por isso todos os pássaros que fazem voos rasantes à gaiola são uma cambada de loucos e libertinos impuros – como nós.
Em 2015, Angeline Sloss, uma jovem francesa de 21 anos, foi espancada por um grupo de raparigas muçulmanas quando estava a apanhar sol, em biquíni, com umas amigas, num local público. Antes do ataque, uma das agressoras terá, alegadamente, gritado e ofendido a vítima por estar a fazer algo “imoral”.O mês passado, uma mulher e as duas filhas menores foram esfaqueadas por um muçulmano, numa estância de férias em França, porque este, que também se encontrava de férias na mesma estância com a família, não gostou de as ver de calções. Os media não deram grande importância ao assunto, mas ambos saíram em jornais portugueses, discretamente. Os media preferem fazer alarido com a proibição de um fato que legitima tudo isto que citei em cima, e nós vamos aceitando aquilo que nos querem vender.Eu defendo e prezo muito a liberdade. A minha e a dos outros. Mas não esperem que defenda um símbolo de opressão contra as mulheres e de repúdio pela minha cultura, que pode tornar-se, num futuro muito próximo, a mordaça que aprisionará as nossas filhas.Marta A.
"Há, por certo, algo como um conflito, se não uma guerra, entre o Ocidente Cristão e os Islão." - Pag. 61
"... o problema politico do Islão está em que ele não encontrou a sua forma política." - Pag. 62
"Muitos europeus, ou ocidentais, com boas intenções, dirigem ao Islão o concelho urgente de se reformar, mais precisamente o de realizar as reformas religiosas, sociais e políticas que permitirão aos muçulmanos participar plenamente no mundo comum e na humanidade reunida que se desenham. Esse concelho ocorre-nos tanto mais naturalmente quanto a Europa tem uma experiência particularmente longa e rica desse tipo de mudança profundas, nas quais a associação humana que muda preserva, porém, a sua continuidade subjectiva." - Pag. 62/63
"É possível ver-se aí uma das grandes causas da dificuldade do Islão em praticar efectivamente a democracia: por um lado, a Lei indiscutível exclui ou limita severamente muitas liberdades pessoais, que a democracia reclama: por outro, a enorme latitude da conduta dos príncipes, ou dos chefes, é incompatível com o respeito das leis democráticas." - Pag. 64/65
A Razão das Nações: Reflexões sobre a Democracia na Europa - Pierre ManentA democracia na Europa, tem evoluído ao longo das ultimas centenas de anos. Através de invasões, trocas comerciais, queda de impérios, guerras mundiais e unificação de uma só moeda. (Euro €)