domingo, 31 de março de 2013

RTP1 - D (Dragão)


Um desenho animado que me lembro de ver na RTP1, se não estou em erro, no "Jardim da Celeste", que também passava na RTP2.

Alguém me sabe dizer quem é o produtor, ou os actores que dão voz ao desenho?

terça-feira, 26 de março de 2013

Não são só animais...


No seguimento de um texto "The Intelligence of Animals", pus-me a pensar:
Poderíamos dizer que os animais, não têm tanta personalidade como os humanos. São apenas animais e nada mais. E muitos de vocês iriam dizer que isso é verdade, não passam de carne, de seres interessantes de se observar na selva através da televisão, ou de os ver em poses fotogénicas em livros sobre a vida animal no planeta terra.
Achamos por tanto, com a nossa grande sabedoria e orgulho de superioridade psicológica, que os animais não são como nós, inteligentes. Que não têm personalidade, não têm vós e nada os afecta, que só sabem reconhecer predadores ou os frutos bons para comer.
Olhamos para um elefante e vemos apenas um elefante, um mamífero, um animal de tromba grande, sem saber como vê ou sente o mundo. Porque achamos que pelo facto de não possuírem 5 dedos, caminharem sobre as duas pernas e não entendermos a linguagem deles, que não são lá grande coisa. São sim, aborrecidos, por vezes nojentos e incompreensivelmente complexos, sem padrões sociais que possamos ...
Acredito, que pense ou tenha uma personalidade, uma forma diferente de estar da dos outros elefantes, uma bagagem com experiências próprias e únicas. Vê-mo-lo apenas a fazer coisas de elefante, agir, falar, caminhar e comer. Mas isso significa que o animal não seja mais nada do que aquilo que vemos?
Vê-mo-lo como um herbívoro, mas também podemos vê-lo como cinzento, como um conjunto de átomos, com padrões, com costumes e técnicas próprias.
À que dissecar e partir as coisas em pequenas partes, como fez "Richard Seymour" em How beauty feels, que partio em vários pedaços a imagem de uma rapariga para perceber que parte da sua cara o atrai-a mais.

Animais espelhados como humanos...
O que faz dos humanos, humanos?
Inteligência Animal
A diversidade humana...

Em "O Mistério das Cores", mostrou que as pessoas vêem e sentem as cores de maneira diferentes, e em "O Cérebro Inconsciente: Poder", que vêm os números de cores diferentes ou com um sabor em particular. Pergunto-me então: Será uma nova maneira de o ser humano se reproduzir? Uma nova maneira de se juntar a outra pessoa utilizando dados de interesse em comum? Tal como a maneira idêntica de verem o mundo? Talvez seja algo benéfico para os seus filhos, porque passam esses dados genéticos hereditariamente, criando um individuo mais capaz de compreender, ver e sentir o mundo à sua volta.

No documentário "O Mistério das Cores", o padrão de cores numa das experiências, segue o mesmo conjunto de cores padronizados pela sociedade. Significa que a mente das pessoas está padronizada, para economizar, para ser fácil. Porque é manipulada todos os dias, com a mesma facilidade que decoramos o Abecedário. Simbolizam as regras da sociedade pelo que regemos a nossa vida. E tal facto é a experiência do desenho numa folha A4 com 4 linhas a formar uma borda. Os adultos desenham o objecto dentro das linhas, simbolizando as regras a que estão sujeitos e obrigados a seguir na sociedade, mas uma criança inocente, desenha o mesmo objecto pela folha toda, sem ligar às linhas, que a única coisa que estão lá a fazer é a ocupar espaço ou como uma guia para fazer um desenho mais florido à volta delas. Por tanto, se a mente humana é facilmente controlada e manipulada, de uma forma tão absoluta através da estatística, também o é a mente dos animais que não são muito diferentes. Melhor ainda. Nós é que não somos muito diferentes.
São regras estandardizadas, que facilitam o raciocínio e o controlo da população "inteligente".

O que quero dizer com isto? Que as pessoas que gostam de viver através da e para a sociedade, são as mesmas que gostam de empinar o nariz e afirmarem que elas é que são inteligentes, que não somos animais mas sim pessoas civilizadas e inteligentes, muito diferentes daqueles bandos de animais irracionais e incontroláveis que até se podem ver num zoo e que matam cagam e comem porque não têm mais nada de bom para fazer. São as mesmas pessoas pessoas que vão arranjar as unhas, o cabelo, que se perfumam e vestem as roupas mais "chiques" para se glorificarem da superioridade intelectual que não têm. Porque na realidade, os animais são tão naturalmente curiosos como nós, e aprendem a viver da forma mais negra e fria que algum animal poderia alguma vez aprender a viver. Porque nós achamos que as nossas vidas são muito difíceis, só porque os namoros nunca correm bem, ou porque temos vergonha da primeira entrevista de emprego, de perguntar as horas àquela rapariga ou pedir ajuda àquele rapaz. Quando na realidade, todos os dias existem crias que começam a viver a sua vida no maior turbilhão de desconfiança e cautela que se pode imaginar. Sozinhas sem pais e mães, amigos ou familiares para os ajudar a caçar, a escolher os frutos saudáveis dos venenosos. Uma luta pela própria sobrevivência física do seu ser. MAS MAIS AINDA!! Uma sobrevivência feita e conseguida através da resistência psicológica, persistente e corajosa, por vezes de se erguer e lutar para se manter vivo, para encontrar o seu canto e a sua família. Tal como nós, cuja experiência se faz pelos sucessos e fracassos, quem lidera toda a nossa garra e vontade de continuar a lutar, é a mesma resistência psicológica que nos, ou desistir de continuar a subir a montanha porque é muito difícil, ou de continuar a caminhar monte a cima, porque não queremos desistir mesmo estando cansados, mesmo o caminho sendo difícil. Uma resistência que se desenvolve e se reforça com a vontade de viver, de fazer e de chegar mais longe, por nós, pelo próprio pé, ao topo daquele monte tão impossível de subir.

Porque nós não somos mais, mas sim menos!
Porque nós não somos melhores, não quando se trata de sobreviver.
Porque somos capazes de desenvolver e de melhorar, de aprender com o passado, mas aparentemente incapazes de corrigir os nossos erros, de fazer o correcto e salvar o planeta do fim imutável.
"Temos duas opções na vida: ficar solteiro e ser infeliz, ou casar e querer morrer." - Bob Hope
"Os pinguins acasalam para toda a vida. O que não me surpreende, porque parecem todos iguais. Não se imagina que algum pinguim venha a encontrar outro com mais bom aspecto que a sua parceira." - Ellen Degeneres
Por tanto, antes de que alguém volte a dizer que nós somos pessoas não somos animais irracionais, que temos carros, sentimentos, emoções e memórias. Lembrem-se de que vocês, tal como eu, somos uma extensão da árvore genealógica que habita neste planeta. Não somos superiores. Não somos mais e não merecemos medalhas nem de subir mais alto só porque inventámos vacinas, computadores, telemóveis e a internet. De nada vos adiante de se acharem superiores a qualquer animal, se vocês não conhecem a natureza e não sabem ver e sentir o mundo como uma sinfonia.

Os animais têm consciência, têm sentimentos e uma grande memória. Lá por não serem capazes de contar pelos dedos, não significa que não desenvolvam tácticas de caça, que brinquem ou ensinem.
"Por isso... da próxima vez que olharem para algum animal e pensarem:-- Olha! Parece mesmo uma pessoa.Tenham consciência de que não são eles que parecem pessoas, pois antes de nós existirmos, já eles caminhavam neste planeta à milhares de anos.Não são eles que são parecidos connosco, somos nós que para além de descendermos deles, somos semelhantes a eles." - Animais espelhados como humanos...

Não são só animais... são também um conjunto de adaptações e evoluções com milhares de milhões de anos, que por alguma razão ainda existem hoje em dia. 

domingo, 24 de março de 2013

Os meus genes superiores...


Muitas vezes vejo fotos de rapazes, que me fazem pensar de que se eu tivesse com eles ou entre eles, naquela terra ou naquele espaço, seria o mais bonito deles todos.
Mas essas "muitas vezes", que acontecem cada vez que vejo alguém na televisão, em fotos, entrevistas, na rua ou no shopping, não têm valor, porque ninguém lhes dá, nem mesmo eu, porque ponho-me a pensar que  ao dizer e expor essa opinião, estaria a demonstrar superioridade, egocentrismo. Talvez seja até uma forma de me darem valor, de alguém de fora olhar para o centro, para mim. Ou, talvez, ter lugar num grupo, entre amigos ou pessoas. Uma maneira de me tornar ouvido ou presente?

E porque penso isso? Porque me acho bonito, me sinto bonito e penso que sou bonito. Porque me acho que tenho valor, que sou interessante e os outros iriam gostar de mim. Mas sentir-me bonito e pensar que sou bonito, são coisas totalmente diferentes. Posso-me sentir bonito, com o que vejo quando me olho ao espelho, com o que vejo no meu interior, e pensar que sou bonito através daquilo que vejo no espelho pelos olhos da sociedade, dos outros.
Não me sinto bonito todos os dias, pois obviamente, haverão dias em que me irei sentir mais em baixo, contudo, posso dizer que me sinto e que sou bonito, afinal os meus pais dizem-mo muitas vezes, entre outros familiares que não me vêm à anos... Mas não o digo com superioridade, a armar-me e a fazer-me de bom, de melhor. Sou um rapaz normal que se sente bonito e que se vê bonito. Ainda assim, a "minha" beleza irá depender de um milhar de milhão de factores de pessoa para pessoa, globalizando-as estatisticamente. Uma forma de perceber o que estou a tentar dizer é utilizando o meu cabelo como exemplo.
Existe gente que gosta e gente que não gosta. As pessoas que gostam usam argumentos para provar e explicar porque gostam de me ver com cabelo comprido, ora porque é por ser comprido, pela cor, pelo encaracolado, pelo efeito que me dá à cara, ou como me cai sobre os ombros. Quem não gosta, por incrível que pareça, até hoje nunca explicaram o porquê. É-lhes mais fácil dizer que não, só porque sim, sem saberem o porquê, do que dizerem que não e explicarem a sua opinião.


Sim, porque a beleza tem aspectos diferentes, e opiniões diferentes, de pessoa para pessoa. E achava eu que seria o rapaz mais bonito, ou um dos rapazes mais bonitos naquele pequeno ou grande grupo de pessoas, poderia, ao fim e ao cabo, ser totalmente mentira, erróneo.
Será verdade? Existem raparigas e rapazes que nasceram com a lotaria genética. Com os melhores genes, as melhores curvas, altura, cara, olhos, simetria facial, etc etc. Resumidamente, Modelos!
Não sou de todo um modelo, pois sinto e sei que sou menos bonito que muitos rapazes modelo e mesmo não modelo, simples rapazes; Assim como o meu cabelo não é dos mais lindos pois existem raparigas, e rapazes, com cabelos muito mais bonitos do que o meu. Não os censuro nem os julgo, não lhes tenho preconceitos só porque são mais bonitos ou se vestem bem. E se sabem vestir bem... outro ponto importante de beleza actual.
Não lhes tenho ciumes, tenho perguntas: "Porque é que são mais bonitos?". Pelo menos aos meus olhos. São-no de facto? Talvez a um grande grupo de pessoas mas, e depois? São pessoas normais. Ui? A sério!?
Querendo eu dizer com isto o seguinte. Para elas, com os amigos, serão apenas mais uns, sem grande impacto ou interesse. Sim, são bonitos, nada de mal nisso, mas para quê tanto fascínio ou tanto alarido? São só pessoas que estão geneticamente melhores do que eu ou tu. Talvez até nem se achem assim tão confiantes como eu cada vez que se olham ao espelho ou se interrogam ao seu próprio Eu.
Costuma-se dizer que uma mulher bonita, dispensa inteligência. Porque a única coisa que precisa é de saber procriar, dar bons genes. Serve única e exclusivamente para acasalar e... sinceramente, natural e instintivamente é algo muito corriqueiro no meio animal. Somos animais, não somos robôs.

Num estudo que vi à pouco tempo (meses), dizia que pessoas que se vestem e se preocupam em se vestir bem, são mais propicias a ser egocêntricas, sociopatas, manipuladoras, a ter charme superficial, pouca empatia, destemidas, a não sentirem remorsos e culpa. Conheço algumas pessoas assim.

People with 'Dark' personalities are better at making themselves look attractive

No entanto, não sendo eu uma daquelas pessoas que procura desesperadamente por atenção, amizade e carinho pelas outras pessoas, de todo e muito pelo contrário, conheço muita gente que seria capaz de fazer quase qualquer coisa só para ser conhecida, para ser vista, para ter breves momentos de fama, nem que fossem apenas pasmos e publicidade gratuita da sua pessoa. As raparigas então... adoram ser conhecidas, umas mais do que outras, de serem vestias, olhadas, cobiçadas, quanto mais famosas, mais próximas ficam das estrelas de hollywood.

E tenho a opinião, que irá ser muito criticada, mas essa é a minha opinião, não um desejo fanático, mas um objectivo que pode ser prescindido. Não é algo imprescindível e que não queira de todo me afastar ou esquecer, mas é algo que eu apoio, para mim. Utilizando por tanto, a imagem do texto, que eu sei que também irá haver muita gente a criticar-me, porque Hitler é odiado por muita "boa" gente sem saber metade da história, como é perfeitamente normal numa população de mentalidade cada vez mais americanizada, como fala "João Blümel" em "João Blümel lê a mente de Fátima Lopes". Porque um português que não critique sem saber argumentar, não é bom português. É mais um, de facto, mas não é o verdadeiro português ferrenho, mesquinho e hipócrita.
Da minha perspectiva, sendo esta a minha opinião, ter filhos com alguém racialmente inferior, ou geneticamente impura, não é do meu agrado. Tendo eu uma linhagem com mais de 500 anos, uma árvore genealógica cujo o nome Mota tem poder sobre qualquer outro nome de família existente nessa mesma época, tenho por direito quase monárquico, a ter descendentes do mais puro que houver, com a mulher mais bonita, mais saudável, com a melhor riqueza e hereditariedade.
Achando-me eu bonito, mas não superior, e não, não estou a ser hipócrita, porque sou tão "bom" como outro rapaz "qualquer", porque a minha beleza genética não é uma coisa assim tããão incrível, o meu corpo procura apenas mulheres (obviamente) com um grau de beleza X. Não diria um "grau", diria apenas um perfil facial genético de um determinado aspecto. Segundo estudos científicos, procuramos parceiros que se pareçam connosco de uma certa forma. Olhos, largura a que os olhos se encontram, sobrancelhas, bochechas mais ou menos redondas, queixo, largura da boca, grossura dos lábios, comprimento do nariz, formato do nariz.
Não, não sou preconceito, tenho amigas que já me disseram que primeiro conhecem o que está por dentro, que se apaixonam pelo que a pessoa é por dentro e só depois pelo que ela é por fora. Poderia dizer de forma fria, que isto é atitude de gaja, de rapariga "pessoa" que não reconhece e não aceita o instinto animal que existe em cada ser humano. Uma rapariga que não... e sim, são minhas amigas e considero-as minhas amigas, não significa no entanto que concorde com a opinião delas, em tudo; que não... foi manipulada psicologicamente, ou que não se deixou manipular e "infectar" pelo pensamento "animalesco" que todos trazemos. Primeiro, acho isso infeliz. Uma "pessoa" que não se aceite como animal que é, não tem direitos.
Sim, de facto é algo frio e cruel de se dizer, porque eu sou homem e só quero é sexo, procriar e ter filhos. Iram pensar em milhares de coisas que uma pessoa fria como eu: é, pensa e faz. No entanto, a única coisa que quero é deixar bom genes, seres "perfeitos", Arianos de raça. Todo o homem terá este pensamento. Afinal fomos geneticamente moldados para o fazer e desejar. Está-nos enraizado.
Por incrível que pareça, a mulher sofre do mesmo "mal". Como me disse o meu pai um dia, algo que ele leu, as mulheres quando namoram, procuram um rapaz forte, que as proteja, que lhes dê segurança, MAS quando querem ter filhos, assentar e "casar", procuram um homem com feições mais leves, com um corpo mais normal, mais bonito, que ele próprio seja mais confiante e meigo. Porque quando uma mulher só quer é foder, é com um homem "qualquer" desde que lhes seja minimamente bonito, mas quando querem procriar, ter filhos, fazer uma vida, vão à procura dos homens "raros" que elas tanto diziam não existir.

Os meus genes, não são superiores ao de outras pessoas, dependendo muito a quem me refiro como "pessoas" ou a que pessoas enquanto grupo. São-no, de facto, enquanto história. São importantes enquanto herança. Tenho parentes por afinidade que são descendentes directos de D. Pedro, o mesmo que casou com Inês de Castro. Não, não me estou a tornar superior ou a gabar, mas a partilhar uma opinião, uma ideia. Podendo eu casar com quem eu quiser, sem nenhum "compromisso" para com a minha herança genética, nobre e importante com mais de 500 anos, achar que num grupo de pessoas que desconheço de todo, poderia ser e talvez me tornaria no alvo de cobiça e, provavelmente, "luxuria" ,de uma certa maneira e talvez até num príncipe para uma "monstra", e digo isto com algum gozo, que poderia ser melhor, não me valeria de nada.
Porque eu preocupo-me com o que pessoa tem para "dar" intelectualmente. De nada me serve ter a mulher mais perfeita do mundo, tal como idealizo, se ela não soubesse jogar xadrez, interessar-se por ter filhos, brincar com eles, pintar com eles, rir, fazer rir, aprender e chorar, debater e odiar discutir. De nada me serviria ser o centro das atenções, dos olhares, se não tivesse rodeado de pessoas que me aceitavam como era, sem grandes perguntas, sem grandes esforços ou sapos gordos engolidos.

No fundo, no fundo, aquilo que sinto e penso cada vez que olho para um grupo de indivíduos que eu acho geneticamente inferiores, é apenas uma forma, perfeitamente natural, do meu mecanismo sexual masculino de mostrar à concorrência, de que sou melhor, que sou bonito, que valho a pena. Os meus genes superiores... nessas alturas, fazem o papel que têm a interpretar, gritar psicologicamente ao meu corpo, com emoções, sentimentos, memórias e imagens, de que estou num período fértil, de que estou apto para procriar. Poderá simplesmente, ser um grito de guerra. Pois cada vez que vejo uma rapariga que me atrai, abraçada a um homem que não vale as meias que veste; O meu cérebro, o meu subconsciente, relembra-me da minha beleza, do meu caminhar confiante caso eu fosse um antílope ou um alce, para me dar um descarga de adrenalina caso seja necessário lutar para a ter. Infelizmente hoje em dia já não se pode lutar, apenas se pode usar as palavras. Coisa positiva por um lado. Pois assim os machos mais fortes não comem tudo e elas não abrem as pernas a qualquer um, apesar de isso não ser totalmente verdade. Abrem-nas a qualquer um, se namorarem com ele.

O grupo de pessoas, cujo o meu cérebro me grita que são inferiores, paea mim, de alguma forma, serão o mesmo tipo de pessoas com quem eu não me daria. Sim, aquilo que estou a dizer também é algo irracional de se dizer, mas existe gente pior. Eu escrevo e "partilho" a minha opinião, e acreditem, não sou o único a tê-la. Feliz ou infelizmente, deram com o meu blog, mas existem mais meia centenas iguais ou piores ao meu.
O meu pensamento para com este grupo de pessoas que desconheço, não tem motivo para existir, e de certa forma diriam que estou a tentar encontrar um lugar onde possa ser reconhecido, visto, olhado , admirado, amado, acarinhado e invejado. Se calhar até pode ser isso tudo, mas eu não me autorizo a ser mais um. Expliquei de forma racional, psicológica e biológica o porquê de pensar ou sentir.
Em 100% dos casos, esse grupo de pessoas contem sempre uma ou mais raparigas/mulheres. Pelo que é perfeitamente natural eu me achar mais apto ou melhor ao lado delas, do que outros rapazes. Mas as mulheres/raparigas, gostam é dos mais feios, dos mais parvos, dos mais estúpidos, dos mais absurdamente anorécticos de inteligência relacional e interpessoal, dos brutos e maxistas, bêbados e fumadores. Mas o problema sou eu, não são os outros...


Coisas "impossíveis" de explicar, não são impossíveis, apenas aconteceram tão poucas vezes que ainda não tivemos a oportunidade de as estudar.

quarta-feira, 20 de março de 2013

És um simples conceito...

"I don't suppose you can, 'cause you're not even a real person,
you're just an idea.
You're a concept of what boys want to fuck.
Darren on Wasted On The Young (2010)

És apenas um pensamento que excita e dilata os vasos sanguíneos de uma cabeça sem cérebro. Uma descarga de prazer de um alguém que tenta controlar o que não consegue. És apenas um conjunto de curvas delineadas à perfeição, pela geração dos que nunca foram modelos. És um objecto que se identifica e localiza pela beleza, mas não recorda funcionalidades.
És uma imagem que veio ao mundo para agradar, abrir as pernas e procriar, dar prazer e tirar tristeza. Vieste para ser violada, viva e morta, pela sociedade a que dizes pertencer, para a sociedade no qual te pintas, te aprontas, te vestes sem preconceito, só para mostrares ao mundo, que desconheces, que és diferente, que tens voz, que também tens sentimentos, que choras e sentes saudades. Mas és apenas um conceito de modelo, linda e matematicamente perfeita. Transformada por dietas, por opiniões fabricadas e olhares manipulados pelas revistas que vendem e compram quem quer ser e se faz alvo.

Não és real, nem és uma pessoa, és uma fotografia babada, pintada de esperma. Um corpo cansado e suado, vestido e mascarado. Falsificada de perfumes, de cremes, de maquilhagem e pós. Desejas glamour e riqueza, uma foda por fora, um momento de loucura e de grande prazer. Gravatas que te provocam e te fazem molhar as pernas. És um escorrega, uma montanha russa de prazer provocador intenso. Uma profissão que não reconheces como tal, e és paga apenas pela quantidade de pessoas que te conhece. Famosa, charmosa, lutadora, através de um caminho que odeias, mas que usas só para te sorrirem ao Ego, para te abraçarem e alimentarem-no. Não cresces, mesmo achando que sim.

Tens uma trela que te aperta a garganta, os pulsos e as pernas, e agitas-os todos os dias, da mesma maneira que és fodida uma e outra vez. Atirando gemidos para o ar, surdos. Usas e abusas de expressões para comunicar com o homem que te penetra. Mentes com todos os dentes brancos e direitos só para teres uma amizade que na verdade não existe. Uma verdade tão falsa como os teus dentes brancos perfeitos, endireitados por aparelhos fabricados à medida. És imperfeita geneticamente e transmitirás aos teus filhos, as doenças psicológicas e sociais, que um dia sonhas-te ter só para te ser mais fácil calcar e passar por cima, para um dia chegar ao topo, como pita e filha mimada, estragada.

Não és, mas ainda consegues ensinar muito com tudo de mal que fazes. Não és diferente mas tão pior que...
Existes com um propósito... servir.
-- Porquê?
-- Porque posso...

domingo, 17 de março de 2013

Uma vela...


Uma vela, inerte, sem chama, esquecida no tempo, à mercê do pó que a quebra por dentro, sem luz, sem força, energia, sem a electricidade que a faz ferver e acender. Uma vela cega, desprovida de cor, possuindo apenas um tronco pálido, construído de cera pela mecanização industrial inventada pelo homem para o homem, contra o homem, sem ele mesmo saber que era escravo do fósforo que lhe dá à noite a visão do mundo que não lê e não escreve.
Uma vela que sem chama não ilumina, não alegra, não deixa ver e não serve de companhia, que se quebra por dentro, incapaz de iluminar aquelas páginas velhas com a força do sol, as mentes frágeis mas sonhadoras, dos amantes que não esquecem um rosto e se aquecem com as palavras poéticas transformadas em borboletas que voam até aos corredores largos da mente.

Uma vela, em chama, que se gasta, sem pressas, como amor dos anjos que se sentam diante dela, proclamando amor através de olhares, de gestos e de suspiros longos. Amores que se perdem e se afastam, se não houver um olhar, um abraço e por fim um beijo. Juntos por tão pouco, capaz de criar faíscas suficiente para alimentar uma cidade, o mundo... Luz suficiente para iluminar o coração do seu amado e lhe fazer rasgar um sorriso na cara, que esquece com vontade, as caricias.

Um labirinto que dança, bate as asas e espera que tudo se segure no turbilhão da vida... 

sexta-feira, 15 de março de 2013

Floresce sem medo...

[Green by ~melsvai]

Existe uma casa abandonada, para onde eu posso fugir. De mim. Onde posso estrebuchar e zangar-me. Rebentar e atirar às paredes com grandes ouvidos, as palavras que não autorizo que me saiam da boca.
Atiro as pedras para longe com a força que querer ir com elas. Com a garra de arranhar a vida na cara e deixar o seu peito a arder. Lutar contra ela e sair vitorioso. Ver a vida deixar de ser cabra e passar a ser justa. Sentar-me ao lado dela, lê-la, interpretá-la e tentar ser sua amiga.

Tenho uma casa, onde gente que gosta de me ouvir, me espera, quase todos os dias, com vontade de saber o que não interessa, o que não tem valor e o que não melhora a vida de ninguém. Não ficamos mais ricos, mais inteligentes ou mais corajosos. Comunicamos sem prazos, sem obrigações, sem cronómetros  Abandonamo-nos entre os pilares que sustêm a velha casa e acompanhamo-nos mutuamente entre o soalho velho, enquanto o cheiro da terra e das árvores perfuma os corredores. O sol do inicio da tarde penetra pelas janelas e portas velhas. Uma sala antiga, ampla, de livros velhos e perdidos, no chão ou nas prateleiras  com acesso a um jardim colorido, constrói o melhor cenário para contemplarmos a "vida" e representarmos os nossos erros mas também o sucesso do que somos.

Não sendo aquele espaço a nossa casa, podemos dançar, imaginar, correr, chorar e partilhar. No verão desdobramos o local todo com sessões fotográficas, de desenhos e pintura, ateliês de colagens e de poemas... de mil e uma histórias, contos e livros. O sol ilumina-nos o espírito, recarregando energias perdidas das saudades. Uma amizade que na realidade não existe... não tem emoções nem memórias. Uma amizade que se constrói nos momentos mais íntimos  dos nossos fracassos, das nossas tristezas e solidão. Uma amizade montada paço a paço, sem manuais ou revistas, publicidades ou horóscopos  sem concelhos publicitários ou promoções. Como um puzzle.

Vivemos a tentar ser a favor da corrente, pelo fácil e seguro, com medo de errar ou cair do barco. Teremos cordas e coletes, mas ser livre realmente, é poder chorar por algo tão simples como o pôr ou o nascer do sol... Maravilhoso, mágico, grandioso, gigante, colorido, quente, poderoso... Sentir no peito a força fugaz do bater de asas de uma ave. Ser livre e viajar, embalados numa canção que embale o ouvido e não o coração. Mas que crie uma revolta no nosso cérebro, capaz de nos fazer deslumbrar o mundo visível que tornamos invisível  penosamente. Tornando, sem medos, o balançar da erva e das folhas das árvores na maior paisagem, na mais grandiosa criação da natureza, na colossal epifania sentimental, como se despertássemos de um sonho do qual não queríamos acordar. Uma visão aterradoramente platónica, poética... equiparando o respirar da natureza, nas profundezas longínquas do universo.

Existe um senhor, neste pequenino planeta, que todos os dias vive como se fosse a primeira vez... Cada olhar para o sol, as nuvens, o ouvir dos passarinhos e até a cara da sua mulher. Todos os dias vê o mundo, como se fosse a primeira vez que acordasse.
Existe um senhor, que não tendo memórias de quem é, de quem foi ou do que soube, tem, sem saber, o melhor presente que alguém da sua idade pode ter, num fim da sua vida. Um senhor cansado, que caminha para a morte, com o prazer de saborear o mundo tal como ele é. Epifânico...


O Sol nasce, o Sol morre... e tudo recomeça de novo.
Seremos para sempre crianças ingénuas...

"Sê diferente, mas consciente!"

sábado, 9 de março de 2013

Nunca ter nascido...



Nunca ter nascido pode ser a maior bênção de todas. - Sophocles

Ao nascer não vives, e também não morres.
Mas não é pelo morrer, é pela morte que sofres desde que inspiras a primeira lufada de ar que te faz gritar, aos dias da velhice, se chegares lá, que te irão enjaular os ossos. Num corredor que se estreita a cada caminhada e não fica melhor do que quando eras criança. Porque até ser criança não é viver, não é bonito e não é extraordinário. Violações, atropelamentos, violência doméstica, namoros extremamente físicos, jogos psicológicos que te fazem curvar e aceitar qualquer coisa só para não estares para te chatear ou saberes que não te vão ouvir. Perdes sem saber, a vida que podias ter e ser. Não te tornas e deixas de ser.

Não tens história e não és diferente de toda agente, és igual, és mais um, um simples objecto da sociedade consumista que tanto adoras, ou que tanto odeias, tal como eu. A tua opinião não tem valor e só és alguma coisa aos olhos dos teus pais, e até a eles... te podes tornar na pessoa mais malandra ou mais aberrória que existe onde moras. Porque os filhos dos outros são sempre glorificados e tu vês-los subir, subir e nunca descer ou cair. Porque eles têm alguém que os segura e tu tens uma valente merda.
Não foi por teres nascido que és tanto como os outros, ou que os outros têm mais direitos, que os velhos sabem mais ou são mais. Querem-te impingir conhecimento que não te cabe ainda absorver e aprender, porque não tens idade, porque os tempos são outros e a tua vida ainda não caiu das tuas mãos para poderes aprender a "viver" na passadeira da "escola da vida" que te levará à morte certa.

E quando julgas que és alguém, que estás melhor, que fazes mais e tens mais valor, só te estás a enganar a ti próprio, porque na realidade, continuas a valer uma grande merda, és um/a badamerdas que não tem nada na vida. Tens boas notas ou nem isso, tens muitos amigos ou nem isso, tens um bom emprego, filhos, um bom marido ou esposa, uma carreira e vida invejáveis. No entanto... querem-te fazer passagens bonitas. Fazer-te tentar ouvir as "verdades" que são impossíveis de realizar. Ficas preso no bonito, no agradável, nas imagens e mensagens daquilo que a vida devia ser. És comprado e vendido a ti próprio, pela publicidade, de frases célebres só para que mudes o rumo daquilo que és. Mas não te adiante de anda. A nenhum de vós!
Não vais mudar o mundo e não vale a pena tentar. Se ofereceres uma moeda não ofereces a liberdade e não contribuis. À 200 anos que isso se anda a tentar fazer e não vês nada melhorar.

És mais uma daquelas/es que acreditam em tudo o que ouve e lê!? Acho melhor começarem a usar o cérebro. Se conseguirem, porque tê-lo enfiado no crânio, não significa que sejam melhores, que sejam iguais a mim, que mereçam se quer respirar ou existir.
Nunca terem nascido, grande parte de vocês e o mundo nem sentiria a vossa falta. Porque há pessoas invisíveis que contribuem, e pessoas desconhecidas que servem apenas de estatística.

Não tivesses nascido e não terias memórias, não terias medos, fobias, emoções ou raiva de veres pais matarem bebés. És um animal e negas com toda a força de que isso é verdade. Dizes-te uma pessoa, um humano. Que "somos" mais do que os animais, que pensamos, que temos consciência. Não podias estar mais errada. Inquieta-te que os animais se matem uns aos outros, mas é a "natureza" e aceitas. Lidas bem com isso apesar de seres a pior porcaria que caminha no planeta por achares que somos todos diferentes.
Porque te convém. Porque te é fácil. És contra o preconceito, e cada vez que sais à rua, preocupas-te em levar as meias da mesma cor ou de colocar o cabelo de uma certa maneira. Não é para ti, porque não vês um caralho, é para os outros. Para a sociedade.
E ainda pensas, que ler te transforma numa entidade superior, merecedora de que te respeitem as opiniões ou aquilo que dizes. Pensas que por teres boas notas, seres bonita, vestires-te bem ou a tua "relação" ser de príncipes e princesas, que és melhor, achas-te melhor e sobes enquanto cospes para trás. Mas escondes o escarro, só para não parecer mal.

É feio falar mal dos outros, criticar e apontar o dedo. É fácil, dizes tu. É muito fácil. Para mim é. Mas não há nada pior do que mal dos outros, do que fazê-lo só para não estar calado. Serei criticado, apenas e só, por quem se sentir incomodado. Por quem lhe servir a carapuça. A quem sentir na pele a verdade invisível que não querem ver, que não vêm e desconhecem por completo, porque usam palas nos olhos, como os burros e os cavalos, julgando que vêm o mundo por um todo e não por uma fresta. Que conhecem e sabem bem do que falam, que têm razão. Pior ainda, é quando acreditam em deuses. Achando que são amadas por maricas de barbas. Sim... porque maior do que o amor de um pai ou de uma mãe, é o amor de um deus mesquinho que não vale a ponta de um peido!

Posso, porque conheço, não tudo, mas o suficiente para ter opinião própria, para pensar por mim e por saber. Não é saber de conhecimento, de inteligência ou mais capacidade, é por saber ver.
Mas o que interessa isto? Nada.

quinta-feira, 7 de março de 2013

As cores desapareceram...



Na noite em que deixei de ver as cores na flor que se espreguiçava timidamente perante o mundo, a minha alma enforcou-se na dor de um ódio que me sufocava furiosamente a garganta engasgada pelo sofrimento da perda de uma amiga imaginária. Uma fantasia que sabia ser real. Um sonho repetido, uma e outra vez, fazendo-me dançar em volta da terra rebentada pela vida mais insignificante com o qual a minha pequena caixa se podia juntar, criar amizade e uma história que não podia ser escrita, lida ou embelezada.
Perdi o mundo, a minha mente, desisti dos meus sonhos, rasguei a folha de objectivos e tornei-me em mais um objecto inanimado numa casa, num quarto sem saber o que era eu ter amigos, uma amiga. Conhecia de cor e salteado o meu choro, as músicas e as caras que lhe mostrava por baixo das máscaras que usava na rua, ou diante dos meus pais.

Desceram dos céus os deuses, proclamando com as suas ferozes e penetrantes vozes: "Estás morto!". Sem ajuda, enforquei-me diante de mim. Tremi e engoli em seco, de medo, apavorado das torturas inimaginárias que poderiam ser desenhadas para mim. Uma chicotada nas costas. Um golpe profundo nas mãos, para que toda a vez que der a mão a alguém, me seja doloroso e não caloroso. Uma fenda tão profunda que arraste comigo, até a alma mais alegre e brincalhona. Que rebente em fúria o corpo de uma mente sem forças. Um fraquejar arrepiante, provocador de cócegas nos músculos, que me façam sem querer, suicidar o pouco que resta daquilo que não sou.

Uma fechadura que se enferruja e se perde no tempo, de um nascimento que deveria ter sido aborto. Perfurada pelo desejo quente e viscoso de um homicídio indesejado, ao invés da paixão platónica pelo futuro epifénico infinito de ver crescer um algo que não lhe pertence. Nem a si, nem à vida. Como um recordar dos poucos e raros momentos em que era pequenina e sentia a areia quente e curiosa debaixo dos seus pezinhos, fugindo das ondas imensamente pequeninas. De recordar o sol bater na cara, a mãe colocar o creme meticulosamente e saborear um bom pão com tulicreme.

Tornei-me num objecto, que ocupa desnecessariamente espaço e ar. Que exige alimento, conforto e carinho. Uma pessoa que não tem nada para trazer nem para dar, que espalha por todos em que toca, a infelicidade de o conhecerem. Não sabe falar nem estar.

Desenhei algures no peito uma cruz com o marcador vermelho seco e sem tinta que encontrei perdido no topo da prateleira sobre a minha cama. Rasguei a carne e saboreei a dor. Quase como um Swirl de Caramelo da Olá. Deixei a música penetrar-me os ossos e percorrer o curto corredor dos meus ouvidos. Gritos, berros, força que me impulsiona, que me enche de sopros o peito inflamado. Mas que me alivia dos ombros, o fardo dos erros e a cruz das incompetências.

As cores desapareceram, e eu deixei de espalhar enjoo.

Passar a manhã e uma vida...

[Alex 3 by ~St-JR]

Quero passar a manhã deitada contigo, a ver desenhos animados. A beber sumo e a encher de migalhas a cama do pão quentinho entregue de madrugada, pelo padeiro do fundo da rua. Sentarmos-nos na janela para voar entre as nuvens como a Wendy e o Peter Pan. Observarmos as pessoas com os seus hábitos, a sua pressa e a sua beleza.
Guerrear com almofadas, rebolar-mos pelo chão e saltar por toda a cama, sorridentes, berrantes, energéticos.
Largar umas quantas músicas no player do computador e abanar a cabeça, juntamente com o corpo, no pequeno espaço do nosso quarto que nos aconchega e nos faz chocar delicadamente, com olhares brilhantes e penetrantes, de abraços invisíveis à alma, ou de cócegas cerebrais que tanto adoras provocar-me com os teus pulos de maluco. Pareces-me um criança... tão alegre e contagiante.
Correr pelo corredor de meias esticadas até ao joelho, como tu tanto adoras. Dizes-me vezes sem conta que me ficam sexys, que fico bonita e que sou bonita! Lisonjeada e derretida aos teus encantos verbais, mas também aos esculturais, à tua prosa física, que tanto me delicias com o toque das tuas mãos por todo o meu corpo tenso e carente do teu carinho, do teu calor, do teu aconchego, da tua sensibilidade, da tua confiança.
Sentarmos-nos na cama, de pipocas na mão, absorvidos pelo romance que se desenrola no pequeno ecrã. Fingindo, nos momentos mais cor-de-rosa, de que somos os protagonistas. Mas sempre com cuidado! Não vão as nossas hormonas pedir algo mais do que um simples e demorado beijo, com algumas apalpadelas à mistura. Ai tu!... deixas-me em êxtase sempre que te aproximas com esse teu olhar de provocador. Negas a existência de tal arma nuclear que me faz rebentar de euforia hormonal, obrigando o meu corpo a saltar para cima do teu, agarrar-se a ele como se tivesse visto o pior bicho do mundo. E para piorar o meu descontrolo, as tuas mãos agarram-me as costas com vontade de nos juntarmos num único corpo.
Tu e eu, sozinhos em casa, na mesma cama, desfazemos durante horas o que acreditamos piamente, arrumar em poucos pares de minutos.
Transforma-mo-nos, durante a nossa ida à casa de banho, nos amantes mais carentes que existem no mundo! Bastando perder-mo-nos de vista, para ficar, por breves momentos, na solidão de um quarto vazio, triste e chorão.
Sem fazer planos, fazer-te despentear-te sobre mim. Ansiosa por receber-te todo dentro de mim, dela. Já lhe sinto o cheiro tão característico... dá-me água na boca.
Sentir a esponja macia nos meus lábios e o teu dedo molhado sentir a força dos meus desejos, dos teus estímulos. De provocações que devias ser proibido de fazer. Invejas-me. Eu que sou tão pequenina, tão tímida e desinibida.

Vou afastar as cortinas e deixar que o mundo se ilumine através da tua simples presença na minha vida...

segunda-feira, 4 de março de 2013

Tenho medo, do teu simples ola...



Tenho medo, do dia em que nos cruzarmos na rua e fizeres de conta que não existo.
Deixares-me com um simples ola, na tua apressada caminhada para a escola. E se nada te parar, a tristeza de não olhares para trás uma segunda vez. Escondendo de mim o sorriso que já foi meu, ao partilhá-lo com o mundo sem grande vergonha.
Tenho receio do dia em que os nossos momentos se tornem apenas fotografias bonitas na nossa mente e que com o tempo se apaguem. Inveja do que já não tenho ou não soube ter.
Saber que o teu olhar já não me dá força, que as tuas mãos agarram carinhosamente a amiga desconhecia que temia o dia todo. Vergonha de te cruzar mais tarde na vida, e deslumbrar filhos que sonhámos e que eu desejei serem só meus, nossos.

Fechei os olhos por breves segundos, saboreando a felicidade e o carinho, que nem reparei que estava a perder a oportunidade de te conhecer, de aprender e te mostrar o meu mundo, que nunca tivesses-te muito interesse em compreender. Descobrir mais tarde, que me tinha perdido em ti, enquanto livremente voavas e crescias. Fiquei parada no ramo da árvore, sem saber que podia descer e viajar, descobrir-me... fiquei estagnada e não me deste a mão. Julgava eu que continuavas a entrelaçar os dedos nos meus, a levar-me onde nunca tinha ido, a incentivar-me a coisas que nunca tinha experimentado.
Foi um amor cego, do qual agora recupero com receio de repetir, com medo de continuar a ser sem querer o que fui mas que nunca me tornei ou vi.

Saudades dos dias em que me presenteavas as mãos e o coração frágil e zangado com uma surpresa embrulhada nos papeis mais coloridos que encontravas nas papelarias. Saudades de te sentir ao meu lado durante a noite, tocar-te ao de leve só para me certificar que ainda estavas ali, comigo.
Saber que o teu cheiro perdurava dias na almofada e montar vigilância apertada sobre ela, com medo que a mãe a lava-se, trocando o perfume favorito das minhas narinas, por cheiro a cremes e forras limpas. Memórias que me agitam à noite, num choro quase descontrolado pelas saudades do que eras, e tristeza do sofrimento infligido. Palavras espinhosas e tormentos sem fim, do alguém que julgava amar-me. Uma infelicidade que queria esquecer e não reviver.

Temer que um dia me torne indesejada, ou deixe de ser bonita, para outro ou a outro, tal como fui para ti, sem grandes esforços, com um grande sorriso, abraçada e compreendida nos teus braços, pelas tuas palavras, através dos teus sonhos.

Tenho medo que o teu simples "Olá", seja mais uma verga na cara, que uma saudade simbólica...