quarta-feira, 30 de abril de 2014

Adoro ouvir-te, ver-te e cheirar-te... [8]



Sem intenção de te perder, fui entrando nas restantes lojas, sempre atento ao vestido vermelho da Joana, que naquela multidão, chamaria facilmente à atenção. Escolheste a cor e o vestido para uma ocasião especial, julgo, mas também para te ajudar a encontrá-la caso se perca nesta selva ou seja raptada. És inteligente, gosto disso. Parece que vai ser mais difícil iniciar a conversa do que pensava.
Saí da loja do Gato Preto e vi-te terminar as compras na Bertrand. Olhei para o relógio. Eram horas de dar o jantar à pequenota e decidi ir para o piso dos restaurantes. Calmamente, fui olhando para trás, até chegar às escadas rolantes, onde, sem tocar no corrimão sujo de esperma e mijo de homens e mulheres nojentos que nunca lavam as mãos depois de urinar, subi e deixei-me levar. Segundos depois, entravas também nas escadas, onde tu e a tua filha se tornaram alvo de cobiça de muitos homens casados sedentos de sexo e mulheres que imaginavam nova a sua filha agora rebelde, sem qualquer tipo de personalidade ou educação. Estes jovens de hoje em dia... não sabem estar nem falar.
Já no piso dos restaurantes, tentei ganhar algum tempo para perceber onde irias jantar. Olhei para o relógio. Saías agora das escadas, de mão dada com Joana e sem pensares muito, caminhas-te sexy e naturalmente até ao MacDonalds. Sorrio para ti, contente pelo brinquedo que iria receber. Aguardas-te na fila, com uma mão sempre sobre as cotas da bailarina de vermelho. Ao teu lado, surgia eu com um sorriso subliminar para te ir abrindo devagar as asas.
-- Oferecem o DVD se comprar um menu e o happymeal? -- perguntas-te de carteira na mão.
-- Infelizmente não. Era para a sua filha? -- perguntou a rapariga.
-- Sim. -- respondeste com um grande sorriso. -- Mas não faz mal, ela já leva o brinquedo.
-- Não quero intrometer-me. -- disse-lhe -- Eu pago tudo e assim leva o DVD.
-- Muito obrigado, mas não é necessário. -- agradeces-te sem saber bem o que dizer.
-- Faço questão. É o mínimo de um cavalheiro pode fazer perante duas mulheres tão bonitas como a senhora e a sua filha. -- respondi-lhe prontamente com um sorriso e de cartão de crédito na mão. O relógio caro brilhava-lhe nos olhos enquanto o fato tomava as rédeas da sua confiança.
Ficas-te a olhar para mim, um pouco pensativa mas aceitas por fim.
-- Vou aceitar a sua proposta, mas diga-me quanto é que eu pago-lhe antes de nos irmos embora. -- disseste arrumando o cartão de crédito. Sorri e digitei o PIN.
-- Não precisa. Eu levo-lhe os tabuleiros enquanto arranja uma mesa, pode ser?
-- Já é pedir demais. Não posso aceitar isso. Sente-se connosco, insisto! -- contrapropuseste, explicando ao teu consciente de que se eu estava vestido daquela maneira tão característica de homem com posses, é porque significa que era de bem. Pertencíamos ao mesmo grupo e isso fez-te ficar mais descansada. 

Sentavas-te de perna cruzada perante mim,  depois de fazeres questão de me sentar convosco. Levaste uma batata à boca e pedis-te à Joana, sem dizer qualquer palavra, para que limpasse a boca. Olhas-te-me nos olhos, -- um calafrio percorreu-me a espinha, ao ser fintado por esses olhos castanhos tão vivos -- descendo pela gola da camisa até ao meu tabuleiro.  Percebi que procuravas algo para continuar conversa. Levas-te a boca à palhinha, que gentilmente seguras-te com os lábios que me pareciam tão carnudos e sugaste o sumo. Na minha mente desenrolava-se uma cena pornográfica húmida e intensa, de os teus lábios a rodearem o meu... Olhaste-me nos olhos com um sorriso, meio envergonhado, ainda de palhinha na boca. Deves ser mesmo boa na cama!
-- Tenho de lhe fazer esta pergunta. O que faz uma mulher tão bonita a comer MacDonalds? Como consegue manter esse corpo com uma aparência tão jovem e saudável? Já sei... Ginásio!?

2 comentários:

  1. Mais uma vez... inebriante! A forma como conduzes a história faz-nos quase entrar na mente deste homem.

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    1. Este texto ficou um pouco... sem sal. Sinto que podia ter ficado melhor, mas obrigado! :)

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