sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Adoro ouvir-te, ver-te e cheirar-te... [28]


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Adoro ouvir-te, ver-te e cheirar-te... [27]

Jean-Marie Leclair - Chaconne

-- O que eu fazia por uma fatia desse bolo! -- deliciou Madalena, levando uma mão à cabeça, acariciando o seu cabelo, acalmando-se.
-- O que tu não farias...! -- vincou a sua chefe.
Levei o garfo à boca e lambi o resto do chocolate resistente. Poisei-o ao lado do prato e aproximei este de Madalena, que mal se podia conter.
-- Ohh, obrigada, mas não posso!
-- Não se preocupe. Há mais de onde este veio. Se não for você a comer, certamente que outra o irá devorar por si. Resta saber se está disposta a dar a sua fatia, deliciosa e suculenta, a algum desconhecido que não irá apreciar o seu sabor, a sua textura, a sua cor e o carinho com que foi feito. -- com as pontas dos dedos retirei o prato do alcance das suas mãos trémulas e deixei-o sobre os olhos da loira alta que parecia muito segura de si. Olhei para ela e nada disse, mantendo os meus dedos segurando firmemente o prato, criando nas mentes daquelas mulheres uma mensagem facilmente assimilada. Tinham apenas algumas segundos para decidir, para tomar uma opinião e agir. O que elas não sabiam, é que eu não as controlava em absolutamente nada. Não estavam obrigadas a reagir em segundos ou em se decidirem com o que quer que fosse. A verdade: Eu era demasiado bom. Era capaz de as controlar com uma coisa tão básica como uma fatia de bolo de chocolate. A fraqueza psicológica do ser humano é o alvo que mais me agrada de atacar.
Madalena ficou-se a olhar para nós, e a loira, de peito farto, pegou no meu garfo. Decidida, cortou um pequeno cubo e levou-o à boca, poisando no mesmo instante o garfo no prato. O chocolate penetrou-lhe o nariz, desenrolando uma descarga de prazer no seu cérebro, que desceu as costas e tocou em todas as suas partes mais sensíveis em milésimas de segundos. A língua, húmida, absorveu os primeiros pedaços do bolo, que se desfizeram e se desfaziam em cada dobrar de língua, cada gentil trincadela, descendo sem esforço pelo tubo digestivo. Um tubo destreinado mas que ainda sabia a esperma.

Na mente do "sonho de mulher" que se sentava ao meu lado, cobiçada por parte dos homens e mulheres naquele café tão movimentado, por olhares discretos e imperceptíveis, surgiu uma cena escaldante.

Fiz-o sentar na ponta da cama, nu, e aproximei-me sedutoramente, provocando-o com o meu caminhar em saltos altos e com a lingerie que ele próprio me tinha oferecido. Sentia-me desejada! Sentia-me poderosa! Estava em controlo, controlando-o como nunca mulher o fizera. Ajoelhei-me à sua frente e vi-o crescer cada vez mais pujante. Com uma simples erecção deixou-me louca, sedenta de sexo! Queria senti-lo penetrar-me e foder-me novamente como naquele dia que vezes sem conta me conquista a mente, o tempo, a razão...
Sobre ele, despejei uma quantidade absurda de chocolate liquido e deliciei-me com aquela imagem que à tantos anos fantasiava. Os cheiros misturaram-se e agarrei-o quase descontrolada por o engolir e chupar. Desejei que se viesse naquele momento, esperando ver jactos e jactos do seu esperma subir no ar e cair-me sobre a mão, entrar-me na boca e escorrer por mim abaixo.


Adoro ouvir-te, ver-te e cheirar-te... [29]

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Lembras-te, Clepsidra?

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Adoro o silêncio...



Adoro o silêncio das crianças mortas. Dos corpos espalhados pelo recinto, onde as bolas rolam com o vento e os baloiços não me chiam aos ouvidos. As mãozinhas ensanguentadas e os corpos defuntos no asfalto, soltam um cheiro suave que me acaricia o nariz, como perfume, e se entranha em mim através dos poros da pele, que amacia em cada respiração.
O chão pinta-se de vermelho, de pequenas poças que dão cor à prisão depressiva. Pinto a minha cara com ele, o meu corpo, e saboreio-o. Esqueço-me sempre que não tem sabor diferente do de uma mulher, mas o fruto proibido sabe sempre melhor. Sinto nos lábios, na língua, no corpo, o tabu, o amor, a ignorância...

O recreio não chora, canta.
A vida não se foi, aproximou-se mais da morte.

sábado, 25 de outubro de 2014

Adoro ouvir-te, ver-te e cheirar-te... [27]

[. by nairafee]

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Adoro ouvir-te, ver-te e cheirar-te... [26]

-- Não, obrigado, já tomei. Mas apetece-me algo doce. -- disse-lhe de olhos focados nos dela. Os meus olhos brilharam, oferecendo-lhe um sorriso silencioso, provocando na sua mente uma recordação específica. A minha lingua nos seus seios, lambuzando-os em círculos e chuchando-os com uma certa réstia das memórias de amamentação que me deram um conforto físico.
Levantei-me da cadeira e desloquei-me à vitrine com os doces. Atrás de mim começava um burburinho entre as duas mulheres, cochichando sobre mim, conspirando sobre mim.
-- Ele é um... UAU! -- balbuciou a Madalena abananada. -- Já tiveram juntos? -- perguntou, levantando rapidamente as sobrancelhas.
-- Não vou falar sobre isso!
Madalena olhou para a sua amiga de olhos arregalados e respondeu:
-- Ele é bom?
-- Madalena! -- começou, olhando por cima do ombro, controlando a minha distância. -- Não te vou falar sobre isso! São assuntos meus!
-- Bem... Olha, não te preocupes que não te o roubo!
Madalena levantou-se chateada e saiu do café. Olhei para ti e percebi que se tinham chateado. Corri atrás dela. A tua amiga passou a janela do café e ficaste a olhar-nos. Agarrei-a pelo braço, como se fossemos um casal zangado um com o outro, e um certo ciúme cresceu-te no peito.
-- Não sei o que vos deixou chateadas, mas se for por minha causa, peço imensa desculpa. Venha sentar-se.
Olhou-me ainda um pouco magoada e fitou-te do lado de fora. Voltou a olhar para mim e ajeitou o cabelo. Entrou de novo no café e sentou-se à tua frente. Sentei-me de novo no teu lado e foste incapaz de olhar para ela nos primeiros minutos.
Foi preciso vir os vossos cafés e uma fatia de bolo de chocolate, molhado, para quebrar a tensão. Madalena poisou a chávena do café, e deslumbrou-se com a primeira fatia de bolo que cortava com o garfo. A leveza com que o metal dilacerava o chocolate suculento, fizeram-na vibrar de tal forma, que um arrepio lhe desceu pela espinha.

Naquele momento, deu-me vontade de a agarrar (Madalena), pelos cabelos, e forçar-lhe a cara no bolo. Com o garfo rasgar-lhe a pele das costas e deliciar-me com a morte agoniante gritar-lhe do corpo. Apeteceu-me ver os seus olhos chorarem de medo e aceitar a censura da sua boca através de um garrote no seu pescoço.
Lambeu os lábios e bebeu novamente. Recebi finalmente o meu chá e o ar à volta daquela mesa mudou novamente. Estavam ambas mais calmas e receptivas a dialogar. Comecei:
-- Como está a sua filha?


"As mulheres mais bonitas, são as mais inteligentes"

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Não pensaram em ti...



O sorriso na tua cara, desapareceu. Escorre pelos pulsos delicadamente cortados, o tom da pele. Sentes o peito frio, o coração desacelerar a marcha e os pulmões desligarem o ar que te corre nas veias. O tempo passa, devagar, e deixas de ter força nos braços para pegar no telemóvel ao teu lado. A coragem para te apoiares nos dois pés, torna-se de novo impossível, e vês-te esvaziar em sangue...
A dor não existe. O mundo à tua volta não existe. És apenas uma dor aguda no teu cérebro. És um filho que não pediu para nascer e para viver... És o teu próprio podre.

Falta gente caseira...


Em Portugal, e com toda a certeza, no mundo inteiro, começa a faltar uma coisa incrivelmente importante para a sobrevivência da nossa espécie. Mães e Pais caseiros.
Sabem aquela "típica" mãe, que cozinha e que gosta de cozinhar? Que passa a ferro, estende a roupa, aspira, esfrega o chão com a cera? Que se preocupa com os filhos, que os leva ao hospital à minima constipação ou dor de garganta? Que chateia os filhos e os filhos dos outros para saírem de casa sempre agasalhados? Sim, essa mesmo. Muito provavelmente pensas-te na tua mãe. Se a tua mãe é assim, uma mulher de armas pela casa, com ordem, pela roupa, pelos medicamentos, pelos cozinhados, pelo amor incondicional, então a tua mãe e mães como a tua, começam a fazer falta neste país.

Mas não me esqueço dos pais. Sabes aquele pai, que quando os filhos ainda são bebés ou mal sabem andar, os atira ao ar ou lhes dá o dedo indicador para se segurarem e caminharem ao lado dele? Aquele tipo de homem que a tua mãe chamava para mudar uma lâmpada, uma torneira, arranjar um azulejo na cozinha ou o autoclismo da casa de banho? Aquele que te levava ao hospital quando eras mais novo/nova ou te tentava sempre fazer rir ou distrair-te das coisas "más"? Sim, esse mesmo. Provavelmente pensaste no teu pai. O teu pai e pais como ele, começam a fazer muita falta neste país.

Porque digo isto? Uma das principais razões, é pela facilidade com que as raparigas de hoje, inclusive raparigas com a minha idade e mais velhas (24 anos), se agarram louca e perdidamente pelos estudos, pela universidade, pela carreira, pelo futuro delas como mulher independente. Não, não estou contra os estudos ou a universidade, mas neste longo caminho em que tanto elas e eles começam a conquistar a sua independência e, principalmente, começam a criar e a desenvolver uma personalidade, assim que começam a entrar na universidade e a morar longe dos pais ou sozinhas, esquecem-se de que têm de se alimentar. E para comer, basta ir ao café da esquina que vende uns bifes bons com arroz e batata frita, ou basta telefonar à PizzaHut, ou, a mamã até passa lá em casa de X em X dias e lhe deixa comida já pré-feita, ou um tupperware de sopa, de carne, ou uns enlatados que ficam prontos ao fim de 2min no microondas ou no forno.
Elas, cuja única coisa que sabem fazer, é aspirar por aqui e por ali, fazer a cama e pouco mais, descuidam-se tanto ou mais, que os homens, que deixam de saber arranjar uma torneira, um cano roto, uma lâmpada, uma tábua descolada, um interruptor ou uma tomada.
O que nós precisamos em Portugal, URGENTEMENTE, é de PAIS!!! Não precisamos de mais médicos, de mais advogados, de mais assistentes sociais, de educadoras de infância, de psicólogas, de informáticos, de veterinários, etc etc. Nós precisamos, acima de tudo, de Pais! Mas eu falo de pais com maturidade, com consciência, com respeito mutuo, com boas opiniões, que façam parte do processo de aprendizagem dos seus filhos. Já que eles não pediram para nascer, então os pais são obrigados a dar uma boa educação, a estarem presentes e não ausentes.
Falo de pais que estão juntos, não apenas e só por amor mútuo, mas também por saberem que os dois funcionam bem em conjunto! Hoje em dia isso já não existe e já não se vê. Hoje tudo é fácil, tudo é aborrecido, tudo é um conto de fadas ou de fodas... As pitas e os pitos querem é namorar, casar pelo facebook e construir uma relação com base em ideias pré-concebidas pela sociedade, que vêm nos filmes, novelas, publicidade, músicas, revistas cor-de-rosa, e certos programas de televisão. Parece que o que importa hoje em dia, é ter uma boa voz. Se não sabes cantar, não vales um caralho e mais valia estares morto!
Tenho na minha vida, muito poucos exemplos de casais que estão juntos, não só por amor mútuo, por respeito, mas também porque perceberem desde o ínicio, que funcionam os dois bem juntos. Os meus pais são um desses exemplos. A minha Mãe assume certas tarefas em casa, como o cozinhar, lavar e estender roupa, o meu Pai, concerta as coisas, trata dos pagamentos por multibanco, dos contractos da televisão por cabo, das lâmpadas, do telhado do quintal que pinga, e ela, das flores, dos passaritos, dos animais cá de casa, da limpeza da casa de banho, do quarto, do aspirar, e ele, dos pregos, da fita-cola, das idas ao mecânico.
Sim, cá em casa as coisas funcionam assim. Papeis de Pai e Mãe. Bons exemplos, que sim podiam ser melhores. Mas ninguém é perfeito, mas eles estão bem um para o outro. Funcionam em equipa. Não é em namoro, não é em relacionamento, é em equipa, porque ao fim do mês têm de pôr comer na mesa, pagar a casa, o carro, arranjar isto e aquilo, lavar a loiça e fazer o comer, pagar os medicamentos, a gasolina, a água, a luz, a roupa, etc etc etc.

Hoje? Oa fim de um ano de namoro, os jovens dizem adeus aos paisinhos para irem morar com a namorada/namorado. Gente que fez 18 anos à 1 ano e que julga saber o que é verdadeiramente uma relação, uma partilha interpessoal de uma pessoa com outra. Sim, uma partilha. Se não existir partilha, não existe evolução pessoal ou interpessoal.
Meses depois, casam-se pelo facebook e julgam saber o que é a vida de "casal". Pitos e Pitas que nem pouco nem mais ou menos têm maturidade ou uma personalidade definida ou forte o suficiente para manter ou apoiar as suas próprias decisões e opiniões.

Ontem (14-10-2014), percebi que não estava preparado para viver sozinho. Ainda dependo da minha para me alimentar e para ter a roupa lavada. Como deixei à muito de ficar a chorar sobre isso, apesar de ter pensado muito durante a noite, decidi pedir à minha mãe para me ensinar a fazer Sopa! Sopa de Couve e Sopa de Cenoura. Não, eu não sabia fazer, e por não saber fazer, pedi-lhe que me ensinasse. Eu sou esse tipo de homem que gosta de cozinhar e que não fica com fubia ou desamparado quando entra numa cozinha ou lhe pedem para descascar batatas. Coisa que muito boa gente, rapazes e raparigas da minha idade não sabem fazer. O meu irmão por exemplo, despreocupa-se por completo de aprender a cozinhar ou de cozinhar. Sou eu quem fica encarregue de fazer o comer ou de o terminar, quando a minha mãe sai de casa. Sim, também sou esse tipo de "filha" que ajuda a mãe na cozinha, que vai às compras por ela e que aprende a ver.
O que falta neste país, para além dos pais e mães caseiras, é de filhos e filhas! De jovens e adultos que saibam cozinhar. Se não souberem, quando tiverem filhos vão cozinhar o quê? O típico prato de Hamburguer, bife de peru, batatas fritas, arroz e ovo estrelado? E que tal um peixe cozido com batatas e brócolos cozidos? Ou um daqueles bem grandes, no forno, com batatas a murro?
Bem, é demasiado estranho ver um rapaz a falar de fazer comer, e muito possivelmente é pouco "sexy" para as raparigas pitas cuja única coisa que lhes interessa é o namorado perfeito e sem falhas, que as faz rir e estão sempre lá para as ajudar, etc etc. Quando um gajo não quer ficar sozinho e até tem umas quecas de vez em quando, faz qualquer coisa. Até aturar a filha dos outros!
Ouvir um homem falar de cozinha, só se ele "souber beber vinho" ou se falar em vinhos, caso contrário é uma grande falha, não é? Bem, eu não bebo...
Se estes jovens se despreocupam tanto com a parte mais importante das suas vidas, alimentarem-se e vestirem-se, como vão saber viver sozinhos ou o que vão cozinhar quando tiverem filhos? Vão preocupar-se quando tiverem o fedelho nos braços a chorar e a berrar!?
Ou talvez sejam daquele tipo de pessoas interesseiras que "casam" com um homem ou uma mulher que saiba fazer precisamente aquilo que vocês não sabem, não é? É uma boa escolha. Não se esqueçam é da parte em que devem gostar também um do outro, que se aturam bem, que são mais os beijos que as chapadas, os passeios mais que as zangas, e o dinheiro mais que as dívidas.
O meu tipo de mulher? Terá de ser tão maluca como eu. Não falo em malucas de fanatismo ou completamente apanhadas dos cornos. Falo em raparigas diferentes. Não vou escolher alguém só pela razão de saber cozinhar, mas por partilhar a vontade de ter filhos, de ter curiosidade, de ter vontade de aprender, pelo respeito que me tem, pela personalidade e maturidade. Afinal de contas, vou passar 80 anos ao lado de uma mulher que será minha cúmplice em tudo o que fizer. Uma mulher a quem irei contar segredos, com quem irei conspirar e deixar a minha vida nas mãos dela e ela nas minhas. Uma mulher que será a minha melhor amiga, uma segunda mãe, uma aventureira e com amor para me dar, sem pensar em: "Ontem deste-me, então agora é a minha vez de retribuir...".

Sim, namorar serve para encontrar a Tal, de ir experimentando, mas o que acontece hoje em dia, nos tempos de hoje, do agora, é o erro de os jovens se "juntarem", e acharem que o "namorar" é para sempre. Que o namorar é uma espécie de pré-casamento. Pior de tudo, o que advém deste facilitismo, destas falsas paixões, é o facto de que ao fim de alguns anos de "casamento", se acham no direito de separar só porque as coisas não correram bem de algumas das partes. O problema, é que eles nunca se incomodaram em se importar com essas coisas. Sim, eu sei que namorar, quando somos novos, é também uma forma de nos descobrirmos, de brincarmos uns cons outros, e de desenvolvermos o nosso motor de comunicação social e interpessoal, mas a facilidade com que duas pessoas se podem separar, é no mínimo ridículo. E ainda fazem disso um autêntico divórcio! Ainda bem que não têm filhos. Alguns...

Não sou um expert nas relações, e nos namoros. Todos os que tive, todas elas acaram comigo e escolherem outros, mais "Machos", mais "inteligentes", mais "capazes" de satisfazer todos os seus caprichos sexuais, monetários e profissionais.
Não há nada para dizer...
A facilidade com que me julgaram, a mim e aos meus erros, ou aos meus defeitos, ao meus podres, fê-las agir da forma mais fácil: Fugiram do problema. Eu também já fugi de alguns compromissos, e apesar de as decisões que tomei perante eles não tivesse sido fácil, aprendi com eles. Mas a facilidade com que se deixa alguém só porque vê pornografia, porque gosta de olhar para a roupa das outras raparigas na rua, que não tem o mesmo objectivo de vida profissional, não tem um curso universitário ou não é rico, não deveria ser sinónimo de "divórcio". Esta facilidade é herdada das histórias dos filmes que viram, das novelas, da publicidade, dos videos de música. Os mesmos mecanismos que os Mídia utilizam para aliciar os jovens a comprar a nova moda de telemóveis, mp3, roupas, e desvalorizarem o português para falarem Inglês+Português como uma lingua desenvolvida ao logo de centenas de anos. Como se fosse algo com o qual pudessem escrever uma tese. Por incrível que pareça, usam-na para responder nos testes... Que geração tão culta e educada, não é?

A parte mais grave nas suas mentes infantis e imaturas, é de que elas foram incapazes de me ver como as via a elas. Vê-las no futuro, vê-las como elas realmente eram, imperfeitas com os seus defeitos e feitios. Eu, fui capaz de ver os seus podres, sem elas mesmas se aperceberem de que os tinham e, além deles, de as ver como mulheres incríveis que cada uma delas era à sua maneira. Aquilo que me tinham para oferecer e para me dar ao longo dos anos. Este podre, esta falha nas mulheres de hoje, e também nos homens, irá fazer surgir uma geração ainda mais despegada da realidade, das emoções reais e verdadeiras. Ficarão viciados ou completamente apanhados, pelas emoções que irão sentir na pele, no cérebro, sem compreenderem aquilo que lhes está a acontecer na cabeça. Se não souberem explicar o que sentem, e se não quiserem explicar ou perceber como funcionam, irão continuar a ser como aquelas pitas e pitos, cujo o significado de Amor é:

Uma paixão, louca, por outra pessoa, que não sabemos explicar. É algo que se sente e não se explica por palavras e tão pouco por gestos. É um sentimento que vem de nós, do nosso coração. O amor não se explica, sente-se!

Eu gosto de pensar no amor como um conjunto de reacções químicas que acontecem no nosso cérebro. Que nos estimulam os órgãos sexuais, nos dilatam as veias e fazem o coração bombear mais depressa. É uma excitação por outra pessoa, do sexo oposto (ou não), que -- sem nos apercebermos -- nos diz que aquela rapariga ou rapaz, são o ser perfeito para acasalar, ter filhos saudáveis e partilhar genes.
Para mim, isto é amor. De forma crua, de forma "fria" e realista. Não é inexplicável, é explicável! É definido, pode ser estudado, contabilizado, transformado em estatística. Amor é, quer aceitem quer não: Atracção sexual por alguém do sexo oposto com quem podemos ter filhos. Paneleiros e Lésbicas não entram nesta equação. Pois não podem ter filhos ou reproduzirem-se em conjunto.
Se tu és daquelas que acha que amor é uma coisa que não consegues, não sabes nem tencionas explicar, desculpa dizer-te que fazes parte dos 99% da população que se deixa influenciar por tudo aquilo que vê, ouve e sente. E não, não vejo o amor, apenas e só desta maneira. Também me deixo levar pelos sentimentos à flor da pele, pelas massagens, pelas caricias, pelos beijos, pelos arrepios e carinhos. Pelo "amor" impalpável e inexplicável de que tu também sofres, só que eu, sou realista e gosto de saber como funciona o meu corpo e o corpo da outra pessoa. Porque quando mais eu me conhecer a mim, melhor serei a dar prazer, a ouvir, a dar concelhos, a dar a minha opinião, a defender as minhas ideias. Quanto mais independente estiver do meu piloto automático, que assimila tudo sem filtrar nem pro em causa aquilo que ouço e vejo, então vou ter problemas em melhorar quem sou, em construir uma boa relação, em conhecer os pontos fracos e fortes do outro, os defeitos e feitios, os podres.

Percebi, à muitos anos, de que se quero ser pai, um bom pai, tenho de me preocupar em sê-lo! Tenho de me tornar um! Se quero ser um bom namorado, um namorado perfeito, tenho de aprender e de me aplicar em sê-lo! Por isso, ao invés de esperar 10/20 anos até ter um filho nos braços, ou uma namorada ao meu lado, li, ouvi, procurei saber, interessei-me em aprender e em passar por pequenas experiências. Em me aplicar em cada relação, e em lidar com os erros, não só com o choro, mas também sobre uma perspectiva analítica. Não esperei, fui à procura. Assim aconteceu com a Sopa de Couve que pedi à minha mãe para me ensinar a fazer. Porque me preocupo com o meu futuro, com o futuro da minha esposa e com o futuro dos meus filhos. Preocupo-me, mas há "muita boa gente" que se acha no direito de achar que eu me preocupo demasiado. Que estou a perder certas coisas na vida. Que me devia divertir mais, ao invés de pensar em ter filhos ou namorada com esta idade. De pensar com a cabeça que os meus pais me ajudaram a desenvolver.
Se os pais não se preocupam com os filhos, a não ser quando é para falar de notas, do quão bons são no futebol, no psicológo, dos dentes bons que herdaram do pai ou da mãe, os filhos vão-se preocupar com o seu agregado familiar? Claro que não! Têm a mamã e o papá para lhe fazerem o comer e arranjar a torneira lá de casa. E já agora, para os mais "ricos", uma empregada a dias que lhes faz tudo, e que fazem de segundas mães.

Ainda assim, uma das coisas que não suporto, é saber que uma senhora, empregada doméstica, é obrigada a limpar a casa que outros sujam. Eu gosto muito de limpar a minha casa. De limpar o meu quarto, de ajudar a minha mãe. De ser eu a fazer o comer, "quando me apetece", ou quando sou encarregue de o fazer. Eu sou caseiro. Não a 100%, mas preocupo-me em o vir a ser. Porque é por eu me importar, me preocupar e me esforçar em ser, a nível pessoal, que me torno a cada conquista, um homem "perfeito". Porque um "homem perfeito", ou um rapaz educado, não é só aquele que abre a porta às mulheres, que é cordial, que puxa a cadeira para a donzela de sentar, que oferece rosas, que cede a tudo o que ela diz ou pensa. Um bom homem, e já não falo em "homem perfeito", tem de ser bom. Tem de ser "completo". É uma pessoa que se vai desenvolvendo, que vai crescendo e aprendendo com o tempo, com os erros, com os fracassos. É um homem, ou uma mulher, que não fica parada ou que atira os problemas para trás das costas, que não é invejosa para si. 

Costuma-se dizer, que as mulheres deveriam avaliar um homem pela maneira como trata a sua mãe. Mas também se pode acrescentar outra avaliação. Pelo tipo de cozinhados que faz.
AVALIAÇÃO (Youtube)

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Em defesa dos homens ou do que resta deles...
O que sou...?

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Um dia...


Um dia, quando tiver filhos, quero ser assim...

domingo, 5 de outubro de 2014

Adoro ouvir-te, ver-te e cheirar-te... [26]


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Adoro ouvir-te, ver-te e cheirar-te... [25]

Paavo Järvi dirige Gabriel Fauré Orchestre de Paris

No meu peito senti o coração galopar, e desci a rua com alguma velocidade. Enquanto ela e uma amiga se sentavam numa das meses perto da porta, permaneci vigilante à entrada, à espera do momento certo para avançar. Caso surgisse algum. Uma vontade descontrolada começou a crescer apertada nas minhas calças. A face dela virou-se por uns segundos, admirando um casal ao seu lado que se beijava e abraçava como se não se vissem à anos. Ela, sentia inveja. Eu? Senti raiva! Esta falsa felicidade, rodeada de carinho excessivo, não demonstravam amor; Apenas um desejo sexual, partilhado pelos dois, existia nas suas mentes imaturas de relacionamentos. Ele despejado para uma sepultura escavada e ela fodida vezes sem conta.
Formava-se uma horrível visão macabra diante dos olhos: O rapaz, pregado à mesa pelas mãos com os garfos, e a sua perdileta, de cabeça deitada na mesa, sobre a toalha branca, e o cu despido empinado para mim.
Foi então que ela ergueu a mão no ar para chamar o empregado e entrei. Dirigi-me a ela, de costas para mim, e segurei-lhe na mão, gentilmente, como um cavalheiro que beija a mão a uma senhora.
-- Olá. -- desejei-lhe com um sorriso. Ela, de braço retraído, olhou-me desconfiada, tentando recordar-se de onde me conhecia, e rapidamente me devorou com os seus olhos, recordando a cena erótica no centro comercial.
-- Olá! -- respondeu com um sorriso vibrante. Arregalou o olhos, e levantou-se. A postura tornara-se mais confiante e confortável. Parecia segura de si, mas com uma certa vergonha nas maçãs do rosto. Sentei-me ao seu lado, e a sua amiga continuava incapaz de tirar os olhos de cima de mim. A loira sentada ao meu lado, atirou o cabelo para trás do ombro, desferindo um olhar de domínio sobre a sua amiga em frente. Passou a mão pelo meu casaco, fingindo admira-lo-o e colocou-se de lado para a amiga, que havia assumido uma posição de submissão.
-- Não me apresentas? -- perguntou-lhe a amiga.
-- Esqueço-me sempre do nome... -- desculpou-se, com um sorriso envergonhado e nervoso. Não queria claramente dizer à sua amiga quem era aquele pedaço de homem sentado ao lado dela.
-- Adam, muito prazer! -- apresentei-me, esticando-lhe a mão. Os olhos da sua amiga brilharam. -- Tem um colar bonito. -- continuei, tentando namoriscar outro pedaço de mulher.
-- Oh, obrigada! -- olhou-o por uns momentos e devolveu-me o olhar. -- Então, onde se conheceram?
Olhou-me nervosa, colocou-me a mão no ombro e mexeu no cabelo, construindo uma história suficientemente plausível para contar à sua amiga.
-- Hãmm... é o tal de que te falei. -- respondeu-lhe, utilizando as suas expressões faciais de modo a fazer relembrar à amiga, o presente que recebera esta manhã.
-- Bem...! -- empolgou-se a amiga, recordada. -- Não me tinhas dito que era assim tão bonito! -- piscou-me o olho. Ri, fingindo-me de envergonhado, enquanto o meu ego escalava outro pedaço da montanha.
-- Obrigado.
-- Também queres um café? -- perguntou-me o objecto de foda ao meu lado, tentando distrair-me da sua amiga atiradiça.

Madalena olhou o copo de vinho na mesa à sua frente. A cor vermelha enchia-o de uma forma provocadora. Olhou nos olhos do homem charmoso, sentado ao lado da sua amiga, com um sorriso sexualmente atraente, e imaginou-se no mesmo restaurante, repleto de pessoas à sua volta a olhá-la, de joelhos à frente daquele homem de fato a ejacular para dentro do pequeno recipiente de vidro, vazio. Agarrou no copo, excitada e molhada, e bebeu o esperma quente e espesso, saboreando-o na lingua e sentindo-o descer lentamente pela garganta treinada.
Num vaipe, pela cabeça do cavalheiro passou a imagem de uma mão firme e forte tapar a boca de Madalena, com a cara vermelha sufocada, e de cabelos agarrados enquanto a violava por trás, na mesa fria da cozinha de casa dela. Madalena tinha um bom gosto por cortinados...

"Ás vezes é preciso fazer coisas más, para evitar fazer coisas piores..."
Tem cuidado com o tipo de prazer que procuras, um dia pode ficar descontrolado!


quinta-feira, 2 de outubro de 2014

O desconforto do teu sorriso...


Ali estava, de cara série e olhar fulminante, sem nunca desviar o olhar dos meus olhos, dos meus gestos e do meu corpo. Como se tudo o que eu fizesse lhe metesse raiva, nojo e desconforto.
-- Está tudo bem? -- perguntei-lhe preocupado. Tirei o casaco e pousei-o no cabido junto à porta. Deparei-me então com umas malas a rebentar pelas costuras e percebi que algo não estava mesmo bem.
-- O que se passa Joana? -- perguntei, aproximando-me da fera pronta para me devorar.
-- Quando é que me ias contar? -- gritou-me atirando com um pedaço de papel meio rasgado e escrito a azul. -- Achavas que eu era burrinha não!? Que não ia descobrir nada!?
-- Do que é que estás a falar?
-- Do bilhetinho! Do bilhetinho da menina Inês!
Apanhei o pedaço de papel e li as letras amaçadas. Senti um estalo forte na cara, que me atirou à parede.
-- És nojento! Odeio-te! Como foste capaz!? Como foste capaz de nos fazer isto!? Pensaste em nós enquanto a estavas a comer? Pensaste ao menos na Beatriz!? Na tua filha!?
Esmurrou o peito com força, onde na noite anterior pousara a cabeça até adormecer. Criando um monólogo de palavras à volta de um assunto que a perturbava no trabalho.
A raiva dela penetrava-me o tronco como um dedo que apontava na mente as grandes desilusões que ela ainda desconhecia e que me deixavam a cabeça em água. Senti um nó no estômago e uma indisposição tão forte que parecia desmaiar. Se desmaia-se, será que ela me acudiria?
Respirei fundo, agarrei-lhe pelos braços que se agitavam no ar para a tentar acalmar, mas ela tinha mais agilidade que eu e soltou-se, respondendo com um forte estalo. Olhei-a de frente.
-- Atreve-te a bater-me! Atreve-te só! Bates-me e nunca mais a vez! -- ameaçou-me, apontando em direcção ao quarto dela. -- És horrível! Como é que eu pude casar com um homem como tu!? Tu nem és um homem! És um porco! És nojento!
Agarrei-lhe o dedo que me apontava à cara e aproximei-me.
-- Achas-te uma santa não achas? Só eu é que sou mau... E tu!?
-- Eu?
-- Sim, TU!
-- Eu pelo menos nunca me atirei a nenhum homem!
-- Não...
-- Nem nunca fui para a cama com outro se não tu! E não! Mas não preciso de te provar nada! Devias ao menos ter-me respeito, a mim e à minha filha!
-- Tua? -- ri-me -- Vê lá se páras para pensar! Se pedires o divórcio ficas sem nada, a não ser o dinheiro de sobrevivência para a Beatriz! E isso não te paga as saidas com as tuas amigas, a escola e um apartamento.
-- Não te preocupes comigo, eu cá me arranjo!
-- Ainda gostava de saber onde foste buscar a ideia de que te andei a trair com uma Inês.
-- Não fui buscar ideia nenhuma! Bastou-me encontrar esse bilhete de merda na porcaria do teu casaco quando o pus para lavar que liguei logo os pontos todos! As noites no trabalho. Os dias em que chegavas tarde a casa. A falta de interesse pelo sexo, pelo meu jantar, ou as já poucas brincadeiras com a Beatriz...
-- Os filmes que tu fazes na tua cabeça... -- gozei um pouco. Empurrou-me com força e apontou-me de novo o dedo à cara.
-- Mas estás a gozar comigo!? És um merdas! E eu que acreditava que eras diferente dos outros! Que podia ser finalmente feliz... mas parece que fui bem enganada. Tantos anos ao teu lado, desperdiçados. A única coisa bonita que saiu desta "relação" foi a Beatriz. Cresce! A sério! Bem precisas.
-- Foste feliz porque eu aceitei muito das tuas merdas! É um jogo de interesses, habituate! Eras gira, achas que ia perder a oportunidade de foder um cu desses!? -- levei outra estalada.
-- Cala-te!
-- Só pensa o contrário quem é paneleiro... Uma mulher como tu deve estar nas mãos de um homem que a sabe aproveitar, por isso, estiveste nas minhas! Como se costuma dizer: "O dinheiro deles, está bem é nas minhas mãos!".
-- Não acredito nisto... És mesmo estúpido! Vai-te embora! Já te fiz as malas e tudo! Vai-te! Anda!
-- Não faças mais figuras tristes Joana. Vê se te sentas e se ponderas bem no que estás a fazer.
-- Não preciso de pensar em nada! Já pensei em tudo o que tinha a pensar! Agora põem-te daqui para fora! Não te quero voltar a ver mais à frente! E aí de ti que te aproximes dela!
-- Estás-me a ameaçar!? Cuidado, isso é crime!
-- Põem-te na rua, ou eu chamo a polícia!!! 
Aproximei-me. Agarrei-a contra o meu corpo e tapei-lhe a boca.
-- Atreve-te! -- segredei ao ouvido.

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Estes erros ortográficos matam-me...
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