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Adoro ouvir-te, ver-te e cheirar-te... [42]
Adoro ouvir-te, ver-te e cheirar-te... [42]
Matar alguém é difícil, principalmente para quem nunca matou, como a Joana. Mas como se costuma dizer: "Só custa a primeira vez." Depois do hábito, cresce a facilidade de controlar os sentimentos que nos gritam "Não!", mas tudo se estranha e entranha. Nem todos são assassinos, mas eles descobrem-se com facilidade quando se olha para eles nos olhos. Quando se sentam na esplanada sozinhos, a olhar para as pessoas.
Matar alguém é fácil, o sentimento de culpa que vem a seguir é a pior parte. Eu? Tive sorte. Não me foi difícil ver matar, nem ver morrer. Não é difícil imaginar nem as ouvir gritar. A vida deu-me a dádiva de saborear as palavras chorosas, os corpos pálidos e as mãos ensanguentadas. É fácil para mim recordar as caras delas, mas o hábito mata o prazer, que exige cada vez mais de mim. Olhando então para esta loira, que desabafa a dificuldade da amiga, excita-me de uma maneira tão penetrante e provocante, só usando a sua voz e a maneira como usa a cara, o corpo e as mãos para comunicar, que a vejo cada vez mais como uma escrava e rainha da minha consciência, das minhas ideias e desejos. Esta mulher vai ser a minha morte!
-- ... tiveram-me a dizer da seguradora que vão demorar alguns meses a apurar o que aconteceu. Activar seguros, falar com os bancos, com a segurança social e mais não sei o quê, que não percebi bem, e sugeriram-lhe para ela ficar em casa de algum familiar mas...
Olhei para ela com um ar de desconfiado, sentindo-lhe na voz que não estava muito contente por ter a "amiga" na sua casa, sabendo que poderia haver conflitos de mulheres por eu namorar a patroa, e a filha da Madalena ser uma má influencia para a sua filha mais nova.
-- Mas...? -- perguntei, incentivando-lhe as palavras a sair da boca.
-- Mas eu estou contigo. Gosto da nossa privacidade, e a filha dela não é um grande exemplo para a minha filha em termos de comportamento. Estou a falar da filha mas a mãe também não é nenhum exemplo! -- vincou a opinião dela.
-- Talvez seja bom para ambas. -- tentou contrapor, mas parou para me continuar a ouvir a opinião. -- Talvez a Madalena e a filha dela precisem de alguém que as guie. Afinal de conta passaram por algo traumático e esta é a melhor altura para poderem aprender com este erro ou consciencializarem de que estavam a ir por um mau caminho. -- olhei para ela, duvidosa das suas decisões e finalizei. -- Não tens nenhuma obrigação para com elas. Não és mãe, és só uma amiga do trabalho, que por acaso também é patroa, mas um líder tem de dar também um pouco de si. Vez as coisas por esta perspectiva: Se tu algum dia precisares de um favor, ela não hesitará em fazê-lo porque... tu deste-lhe um tecto e ajuda quando ela mais precisava. Basicamente deve-te a vida. Por assim dizer. Estarás a usá-la, mas também é para o teu bem. Estás a sacrificar a tua privacidade, as tuas coisas, o teu tempo e paciência, para a poderes ajudar. Afinal de contas, vocês são amigas certo? Gostas dela apesar de ser uma chata, de não pensar bem nas coisas que faz mas...
-- Sim, é minha amiga. -- confirmou, com uma expressão menos preocupada no rosto. -- Tens razão. Estou a ser invejosa. Desculpa, tens toda a razão.
-- ... tiveram-me a dizer da seguradora que vão demorar alguns meses a apurar o que aconteceu. Activar seguros, falar com os bancos, com a segurança social e mais não sei o quê, que não percebi bem, e sugeriram-lhe para ela ficar em casa de algum familiar mas...
Olhei para ela com um ar de desconfiado, sentindo-lhe na voz que não estava muito contente por ter a "amiga" na sua casa, sabendo que poderia haver conflitos de mulheres por eu namorar a patroa, e a filha da Madalena ser uma má influencia para a sua filha mais nova.
-- Mas...? -- perguntei, incentivando-lhe as palavras a sair da boca.
-- Mas eu estou contigo. Gosto da nossa privacidade, e a filha dela não é um grande exemplo para a minha filha em termos de comportamento. Estou a falar da filha mas a mãe também não é nenhum exemplo! -- vincou a opinião dela.
-- Talvez seja bom para ambas. -- tentou contrapor, mas parou para me continuar a ouvir a opinião. -- Talvez a Madalena e a filha dela precisem de alguém que as guie. Afinal de conta passaram por algo traumático e esta é a melhor altura para poderem aprender com este erro ou consciencializarem de que estavam a ir por um mau caminho. -- olhei para ela, duvidosa das suas decisões e finalizei. -- Não tens nenhuma obrigação para com elas. Não és mãe, és só uma amiga do trabalho, que por acaso também é patroa, mas um líder tem de dar também um pouco de si. Vez as coisas por esta perspectiva: Se tu algum dia precisares de um favor, ela não hesitará em fazê-lo porque... tu deste-lhe um tecto e ajuda quando ela mais precisava. Basicamente deve-te a vida. Por assim dizer. Estarás a usá-la, mas também é para o teu bem. Estás a sacrificar a tua privacidade, as tuas coisas, o teu tempo e paciência, para a poderes ajudar. Afinal de contas, vocês são amigas certo? Gostas dela apesar de ser uma chata, de não pensar bem nas coisas que faz mas...
-- Sim, é minha amiga. -- confirmou, com uma expressão menos preocupada no rosto. -- Tens razão. Estou a ser invejosa. Desculpa, tens toda a razão.
-- Estou só a tentar ajudar. Esta situação também não é fácil para ti. E não te esqueças de lhes dizer as regras da casa. Precisam de ajuda, sim, de serem guiadas, mas também de ganhar uma rotina, ganhar... Regras pessoais. Percebes o que quero dizer?
-- falar com ela era tão fácil como falar com uma criança a leste do mundo que os adultos vêm mas que as crianças têm dificuldade em compreender, em antever. Digamos que eu via todos os detalhes da pintura, e ela apenas as figuras.
-- Sim. Obrigado por tudo isto. Fui apanhada de surpresa e com este último trabalho, cheio de exigências... -- bufou, num suspiro. -- que mês! -- desabafou em stress.
-- Vá! -- aconcheguei-a. Aproximei-me mais do seu corpo, confortável num casaco preto e vestido vermelho. -- Estás a fazer um excelente trabalho. E conhecendo como te conheço, vais gerir bem estas confusões e contratempos. -- abracei-a. Ela respondeu com um olhar feminino, submisso. Beijou-me e completou o abraço.
Agora... Como estará a minha "boca de boneca"?
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