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Adoro ouvir-te, ver-te e cheirar-te... [48]
Adoro ouvir-te, ver-te e cheirar-te... [48]
-- Não me mates por favor! -- gritou, berrou, esperneou, enquanto a arrastava pelos cabelos para fora da cozinha.
-- Na cama não gemias tanto... -- comentei, sentindo o peso do seu corpo incomodar-me o cotovelo.
Atirei-a para o sofá e tapei-lhe a boca com fita-cola. Prendi os membros com Zips. Vê-la assim amarrada, de cara vermelha e em pânico acendia uma chama em mim que já não controlaria durante muito tempo. Esta noite será memorável!
Tranquei a porta da frente, ajeitei os cortinados, apaguei as luzes e subi as escadas. A mãe da criança arrastava-se pelo chão, até à casa-de-banho onde a sua filha gritava por si. O chão manchava-se de sangue e a maçaneta da porta movia-se violentamente, sincronizada com a vosita de Carolina.
-- O que quer de nós? -- gritas-te, com raiva, seguindo-se um choro descontrolado e derrotista de ti mesma. Ias morrer, ouvias a Morte aproximar-se.
-- Não preciso de nada vosso, por enquanto. Mas levarei a tua filha comigo...
Vi a raiva surgir na tua cara em volta do nariz e o teu franzir de sobrancelhas. Se não tivesses levado um tiro no ombro, acredito que naquele momento terias tentado atirar-me ao chão.
-- Não abras a porta Joana!
-- Mamã! -- gritou a criança indefesa.
-- És patética. -- levantei-a pelo ombro ferido. Gemeu e gritou de dores. -- Ainda não te convenceste de que não há nada de que eu não possa fazer. Continuas a acreditar que tens salvação. O que pensas? Que um raio vai entrar por aquela janela e matar-me!? -- nos milésimos de segundo que passaram, o quarto iluminou-se com um clarão do exterior, seguido de um estrondo que fez o soalho tremer.
-- MAMÃ! -- gritou a miúda assustada, forçando ainda mais violentamente a maçaneta.
-- Quem diria... -- respondi admirado. -- Joana, se não te calas, EU MATO A TUA MÃE! -- gritei. Os gritos histéricos pararam de imediato.
Sinto a ferida no ombro aprofundar-se e uma dor aguda intensificar-se. Não conseguia controlar o meu corpo com tanto sofrimento. Agarrou em mim, arrastou-me até às escadas e atirou-me por elas a baixo. Senti a cabeça bater em cada degrau. Senti-me um saco cheio de ossos partidos. Não me conseguia levantar.
Deitei-te no chão, atei os braços e as pernas. construí a cena de um crime perfeito e bastava agora dar-te um tiro na cabeça.
Madalena seria acusada de triplo homicídio e ocultação de cadáver, pois Joana nunca mais seria encontrada. Em tribunal, as investigações revelariam que tudo tinha sido um acto de ciúmes, comprovados por emails e telefonemas trocados entre um homem e a patroa.
Enquanto me investigassem, Joana estaria escondida na minha cave, por pouco tempo obviamente, até poder mudar de país e a declarar como minha filha.
Fui buscar a tua funcionária e soltei-a. Estava assustada, vidrada no teu corpo nu coberto de sangue.
-- Estás bem? -- perguntou a amiga.
-- A Joana! Vai buscar a Joana!
Madalena olhou-me nos olhos e pisei-lhe a cabeça com a bota.
Madalena olhou-me nos olhos e pisei-lhe a cabeça com a bota.
-- Ninguém vai a lado nenhum. -- proibi.
Adoro ouvir-te, ver-te e cheirar-te... [50]
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