quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Tens ao teu lado...


[LAKESIDE LOVE - Engagement session by Michael Radford Photography]

O namoro corre bem, dentro dos possíveis, com a probabilidade de um dia voltar a ser e a ter a mesma intensidade que existia e era partilhado ao inicio. Tens ao teu lado a pessoa com quem queres crescer, aprender e avançar. Porque haverias de te irritar com ele(a)? Porque haverias de te chatear ou ficar farta(o) das atitudes dele(a)? Tu escolheste e acolheste-o(a) na tua vida, incluindo na privada, na tua cama, nos teus braços, nos teus lábios, nos teus tempos livres e nas tuas conversas. O que tem ele(a) de tão chato ou imaturo? Queres mudar alguém que se mudou sozinho? Alguém que não cresceu no vosso jogo mas que criou as próprias regras? Alguém que se separou da tua mão e fez-se à vida independente da tua, passando tu mesma(o) a seres apenas uma foda na cama, uma personagem de fundo? Com o teu consentimento, ao longo do tempo acostumaste-te à sua presença na tua vida "atarefada". Ele(a) parado(a) no tempo, enquanto tu lutas um pouco todos os dias para ele mudar no que se tornou, na pessoa feia que se transforma e se perde da Vida.
Porque refilas? Porque desabafas? Porque te chateias com ele(a) e te incomodas? Ninguém tem obrigações, nem direitos em ser ou fazer o que outro quer; mas ele(a) tem para contigo, para além da relação que quer manter e em que quer viver e fazer crescer, a obrigação de acrescentar valor e amor,, de te acompanhar na demanda, tal como tu a tens para com ele(a). Pois uma relação não se faz sozinha, faz-se aos pares. Uma relação não se mantém com prendas, abraços e beijinhos; Se for para isso, dás-los à tua mãe!
Não te habitues a ele(a). Não te habitues aos hábitos dele(a). Não te habitues, se ele tiver deixado de ser o bom e incrível que já foi. Não discutas. Espera, já só comunicam com gritos e berros? Com discussões por "tudo e por nada"? Não, não é comunicar, é inventar desculpas para ainda estarem juntos, é interporem opiniões diversas, de extremidades opostas do globo, sem qualquer consentimento entre ambos. Isso não é dialogar, não é ouvir, não é tentar compreender ou aceitar a forma de ser ou de pensar do outro; isso é ódio acumulado e da força do hábito de viverem juntos. Muitos estão juntos porque não querem quebrar o hábito de anos de namoro ou casamento. Mas lembra-te: Quem namora desnamora. E é tão fácil dizer adeus. Tão fácil sair da rotina horrível em que te deixaste enterrar por ele(a).
Dizia-me um senhor de idade avançada (um velhote) de que 2 anos de namoro são 2 meses, e 2 meses de namoro são 2 dias. Espreme as memórias, o dia a dia, e a conta-gotas irás perceber que a pessoa que tens ao teu lado já não deita o mesmo sabor e o mesmo perfume que tanto gostavas. Uma pessoa que cresce verdadeiramente aperfeiçoa-se, deixa de ser "intrigante" e "misteriosa" para passar a ser um algodão que dá vontade de abraçar, onde podemos desabafar sobre o dia do hoje e do amanhã, sobre as inseguranças, sobre as doenças, ideias, opiniões... partilhar uma constipação ou valorizarmos e simpatizarmos com uma dor de dentes ou uma dor de estômago.
Uma relação é algo que deve ser encarado de frente, com seriedade, com regras estipuladas, com cedências de ambos, com partilha de actividades e responsabilidades. Uma relação é mais complexo e exigente do que os namoros de meninos e meninas. Uma relação é mais do que um "mãos-dadas", um jantar romântico, umas flores ou um filme. Uma relação é um estudo, é partilha.

Olha para ele(a). Se neste momento tivessem um filho, achas que ele seria um bom pai, uma boa mãe? Faz ainda o seguinte teste: durante 1 semana, imagina-te grávida, ou imagina-a grávida, e tenta perceber que tipo de pessoa seria nessa situação. Ainda são novos? Dá-lhe um tempo, ainda estão a crescer.
Deitas-te na cama que fizeste. Deitaste-te por tua escolha, e não pela de mais ninguém. Estás com ele(a) porque queres, não és obrigada(o) a aturar ou a permanecer ao seu lado só porque te sentes mal, porque terás pena ou a tua familia -- ou a dele --  te pede ou te exigiu. Cada um tem a sua vida e se ele(a) não quer fazer uma contigo, em conjunto, não percas mais tempo a tentar enganar o teu coração, as tua emoções, a matar a tua personalidade e a travar a tua maturidade e intelectualidade. Todos sofremos. Todos morremos. Faz parte da vida. Se ele for inteligente, irá crescer; Se ele não tiver paciência para aprender, ficará na escuridão do conhecimento. Uma pessoa que se esforça, tenta fazer melhor, uma pessoa que não se incomoda, dá desculpas. Uma pessoa quando quer realmente uma coisa, vai atrás!
Nunca te esqueças: Tens ao teu lado aquilo que exiges de ti mesma(o)! Se não exiges de ti, se não te sentes mulher ou homem, se precisas que os outros te incentivem, que te façam sentir feliz, então significa que ainda tens que aprender que a tua satisfação não vem dos outros, mas de ti. Crescemos na nossa cabeça, não na cabeça, e da opinião, dos outros.
Apaixona-te por alguém que te deseje na mesma intensidade com que a desejas a ela. Não és complicada(o) e ele também não. Precisas de ser tocada nos sítios certos e estimulada da maneira mais interessante. Somos humanos, evoluímos de estímulos, aprendemos com eles, e vivemos deles. Se ele(a) não tem nos olhos o mesmo brilho de quando te via ao fundo da rua, do corredor ou ao portão da escola, do trabalho, todas as manhãs ao acordar, a vossa "vida" perdeu-o e precisas de o re-encontrar com uma conversa essencial, sem permissão de ser adiada ou interrompida. Um jantar num restaurante calmo costuma resultar e é também à mesa que se discutem os negócios mais importantes.
Permanecer ao lado dele(a) por conveniência não é o mais correcto. Até porque pode ser ele quem está a sofrer em silêncio para com as tuas atitudes e decisões. Contudo, se estás a ler isto, significa que és tu quem estás a sofrer e nesse caso eu recomendo-te a ler "Mulheres Inteligentes, Relações Saudáveis" de Augusto Cury (livro na FNAC), e o "O Pai de que ela precisa" de Dr. Kevin Leman (livro na FNAC).

Para dar valor a um sorriso genuíno e distingui-lo dos falsos, é preciso conhecer de cor a dor, a amargura, a tristeza, a solidão, o choro, a depressão, a saudade e o frio. Não tenhas medo da separação. O luto serve para aprenderes a cair e a levantar, para entranhares em ti a traição de ti própria e o frio que ele(a) te tem proporcionado.
Fico sobretudo feliz, por perceber que nunca estive errado, mas agarrado à escolha errada, tu.
Em: Vou-te contar uma ou duas coisas...

Não esperes, não fujas, não tenhas medo nem vergonha.
Senta-te, olha-me, fala-me, partilha.
Porque quando um dia quiseres estar ao meu lado... já eu faço alguém feliz todos os dias.
Em: Não esperes...


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quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

A diversidade cultural pode tanto dar como tirar...


O "Ocidente" levou ao mundo a revolução industrial, depois do "Renascimento", do "Iluminismo", do "Humanismo", e do "Liberalismo".
Napoleão Bonaparte acrescentou um "plano nacional de saúde" e a escolaridade "obrigatória" para todas as crianças.

Aperfeiçoámos e desenvolvemos novas técnicas nas mais diversas áreas: Arte, Filosofia, Ciência, Geometria e a Aritmética, recriando aos poucos uma nova biblioteca da Alexandria, com a ajuda da família Medicis.
Espalhámos a nossa ideia pelo mundo com a ajuda de uma cruz às costas, e tudo o que fizemos com este conhecimento, foi a conquista do espaço, meia dúzia de vacinas, nano tecnologias e a ideia de que as pessoas precisam de consumir para se sentirem parte da sociedade. Uma sociedade cujo o único objectivo é ter dinheiro e não conhecimento.

A Etnologia mostra-nos e explica-nos, que as sociedades diferenciam-se entre si. Pense nas diferenças culturais que e existem na Europa, de Norte a Sul, de Este a Oeste. É mais do que óbvio de que partilhamos um mentalidade ou regras cívicas, por entre todos os países da União Europeia, mas somos no entanto muito diferentes. Os valores em Portugal não são os mesmos que em Inglaterra ou Alemanha, porque somos um país pobre e com uma incapacidade tecnológica militar e verbas científicas com o qual nos possamos comparar intelectualmente ou tecnologicamente. Relativamente à America, como se costumava muito dizer na década de 1990 a 2000, estamos atrasados 20 anos. Contudo, comparativamente à informatização de Inglaterra ou França, os serviços públicos estão apenas 1 década ou talvez nem isso. A nossa sociedade, Portuguesa, é madura, não está atrasada verdadeiramente no sentido literal. Todas as sociedades, mesmo a dos índios, está actual. A história em volta da europa, esteve mais vezes e mais tempo parada no tempo, a nível filosófico e tecnológico, que quase se equipara aos tempos babilónicos. A nossa evolução não é gradual, é aos saltos, aos pulos. Não é tão fácil como subir umas escadas.
Desta forma, podemos perceber que a sociedade é moldada. Costuma-se até dizer que estamos "Americanizados". Sofremos de uma lavagem cerebral e ninguém se dá conta; Ainda assim, falam mal de Joseph Gobles e Adolf Hitler, as mentes por de trás da grande máquina manipuladora que foi adquirida, trabalhada e aperfeiçoada pelos americanos. Sendo mesmo assim, Edward Bernays, o pai da propaganda moderna, que fez a sociedade comprar um produto porque isso a faria sentir-se bem.
Ver mais em: Ethos (2011)

O nosso planeta é governado pelo Ocidente, que manipula todas as outras sociedades/culturas através de um "ambiente" de escravidão, como o caso da China. Somos controlados pelo "Fast-Fashion" e pelo design sublime da Apple; O luxo, o grumet, o sexual.
O único objectivo das civilizações "modernas", "industrializadas" e "desenvolvidas", é dar a ideia às pessoas que as compõem, que comprar é algo importante e indispensável para sermos felizes.

"A erva é sempre mais verde do outro lado da cerca!"

E por esta mesma razão, estas ideias, vendidas através de todos os mecanismos de comunicação social, fazem-nos crer que:
Aceitar a junção de culturas é algo positivo.
Que aceitar a homogeneidade de uma sociedade, é algo bom.
Que aceitar a destruição de barreiras culturais, é positivo para todos, incluindo os países em questão.
Que aceitar a forma de vida dos outros países, é algo "saudável".
Mas há sempre alguém que sai a perder com tudo isto! O país que aceita uma troca, por assim dizer, da sua cultura "pobre" por uma cultura mais "rica", irá perder a sua estrutura, a sua origem, as suas cartas na manga. É isso que faz cada sociedade única. É a partilha de conhecimento, de ideias novas e formas diferentes de ver ou resolver o mesmo problema. Se não existirem diferenças, não existem coisas novas. Porque como todos sabem, a competitividade, gera novas ideias/inovações. Obriga ambas as partes, sejam empresas ou pessoas, a melhorarem-se mutuamente. Se não existirem diferenças, como as á até na escrita, de autor para autor, de músico para músico, tudo aquilo que nos satisfaz seria extremamente monótono.

"A ignorância cria o caos, não o conhecimento."
Lucy em Lucy (2014)

A diversidade cultural pode tanto dar como tirar. Porque uma coisa é explorar ideias que funcionam, e outra é homogeneizar culturas.
"Raça e História" - Claude Lévi-Strauss [Nova Vega, Passagens]