[We just bought it! - Pinterest]
[1] | [2] | [3] | [4] | [5] | [6] | [7] | [8] | [9] | [10] | [11] | [12] | [13] | [14] | [15] | [16] | [17] | [18] | [19] | [20] | [21] | [22] | [23] | [24] | [25] | [26] | [27] | [28] | [29] | [30] | [31] | [32] | [33] | [34] | [35] | [36] | [37] | [38] | [39] | [40] | [41] | [42] | [43] | [44] | [45] | [46] | [47] | [48] | [49]
Um raio rasgou o céu, de uma ponta da casa à outra, iluminando a violência do vento e da chuva para lá das amplas janelas. O chão tremeu. O som entrou pelos ouvidos como uma locomotiva em descarrigalamento.
De entre a fúria da natureza, surgiu o tom azul e logo de seguida um tom vermelho. Piscavam cores lá fora. Abri a porta de madeira, inchada e pesada, as dobradiças deram sinal de horrores e a miúda tentou desprender-me os dedos da sua pequena mão. Era escusado ter medo do que desconhecia se nunca lhe desse uma oportunidade... espreitei com a garota à frente e vi uma figura feminina, fardada, sair do carro de pistola em punho. Escondia-se por trás da porta, sob a chuva gelada, com os relâmpagos a cair atrás de si.
Conseguia sentir a difícil respiração daquela agente, sobre as toneladas de água, os barulhos rasgados e as vibrações sonoras que se acompanhavam de um espetáculo de luzes.
-- Se queres viver volta para trás! -- gritei-lhe com a arma apontada à criança chorosa, com a mãe a arrastar-se ensanguentada em plano de fundo.
A agente aproximou-se, cuidadosamente.
-- Larga a arma e solta a criança! -- gritou-me, com um paço firme.
-- Jéssica... querida! -- descobri-lhe no rosto.
-- O que fazes aqui!? -- parou, surpreendida, com o dedo ainda no gatilho.
-- A acabar um serviço, e tu? -- sorri-lhe, olhando Joana.
-- Fui chamada devido a assalto e tentativa de homicídio.
-- Vieste à casa certa!
-- Hã? Porquê? -- perguntou de arma apontada para o chão, lançando o olhar entre mim e a garato, e a mãe que tentava pedir ajuda numa voz já sem força.
-- Vais-me ajudar a arrumar esta desgraça toda ou...?
-- Que valente merda que tu fizeste!!! -- gritou-me. Num só movimento, empurrou-me para trás, quase como um soco no peito.
Entrou, furiosa, arrumou a arma, e olhou em volta. No momento em que seguiu o rasto de sangue da mãe galinha, parou a marcha. Digeriu o rasto de destruição por toda a sala. Pintado no chão, nos tapetes, nos móveis virados, no sofá ensaguentado, nas mulheres de corpo e alma destruidas. Enraivecida, voltou a atenção para mim, de mãos nas ancas.
-- OLHA-ME SÓ PARA ESTA MERDA!!! VÊ O QUE FIZESTE!!! Não sei se te consigo safar desta... Pedi-te para não voltares a fazer mais nada do género, e nem um ano passou e voltas ao mesmo!? Eu devia-te ter prendido logo na primeira vez! Mas és meu irmão... ODEIO-TE TANTO!!!
-- Vieste à casa certa!
-- Hã? Porquê? -- perguntou de arma apontada para o chão, lançando o olhar entre mim e a garato, e a mãe que tentava pedir ajuda numa voz já sem força.
-- Vais-me ajudar a arrumar esta desgraça toda ou...?
-- Que valente merda que tu fizeste!!! -- gritou-me. Num só movimento, empurrou-me para trás, quase como um soco no peito.
Entrou, furiosa, arrumou a arma, e olhou em volta. No momento em que seguiu o rasto de sangue da mãe galinha, parou a marcha. Digeriu o rasto de destruição por toda a sala. Pintado no chão, nos tapetes, nos móveis virados, no sofá ensaguentado, nas mulheres de corpo e alma destruidas. Enraivecida, voltou a atenção para mim, de mãos nas ancas.
-- OLHA-ME SÓ PARA ESTA MERDA!!! VÊ O QUE FIZESTE!!! Não sei se te consigo safar desta... Pedi-te para não voltares a fazer mais nada do género, e nem um ano passou e voltas ao mesmo!? Eu devia-te ter prendido logo na primeira vez! Mas és meu irmão... ODEIO-TE TANTO!!!
Adoro ouvir-te, ver-te e cheirar-te... [52]