sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Adoro ouvir-te, ver-te e cheirar-te... [28]


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Adoro ouvir-te, ver-te e cheirar-te... [27]

Jean-Marie Leclair - Chaconne

-- O que eu fazia por uma fatia desse bolo! -- deliciou Madalena, levando uma mão à cabeça, acariciando o seu cabelo, acalmando-se.
-- O que tu não farias...! -- vincou a sua chefe.
Levei o garfo à boca e lambi o resto do chocolate resistente. Poisei-o ao lado do prato e aproximei este de Madalena, que mal se podia conter.
-- Ohh, obrigada, mas não posso!
-- Não se preocupe. Há mais de onde este veio. Se não for você a comer, certamente que outra o irá devorar por si. Resta saber se está disposta a dar a sua fatia, deliciosa e suculenta, a algum desconhecido que não irá apreciar o seu sabor, a sua textura, a sua cor e o carinho com que foi feito. -- com as pontas dos dedos retirei o prato do alcance das suas mãos trémulas e deixei-o sobre os olhos da loira alta que parecia muito segura de si. Olhei para ela e nada disse, mantendo os meus dedos segurando firmemente o prato, criando nas mentes daquelas mulheres uma mensagem facilmente assimilada. Tinham apenas algumas segundos para decidir, para tomar uma opinião e agir. O que elas não sabiam, é que eu não as controlava em absolutamente nada. Não estavam obrigadas a reagir em segundos ou em se decidirem com o que quer que fosse. A verdade: Eu era demasiado bom. Era capaz de as controlar com uma coisa tão básica como uma fatia de bolo de chocolate. A fraqueza psicológica do ser humano é o alvo que mais me agrada de atacar.
Madalena ficou-se a olhar para nós, e a loira, de peito farto, pegou no meu garfo. Decidida, cortou um pequeno cubo e levou-o à boca, poisando no mesmo instante o garfo no prato. O chocolate penetrou-lhe o nariz, desenrolando uma descarga de prazer no seu cérebro, que desceu as costas e tocou em todas as suas partes mais sensíveis em milésimas de segundos. A língua, húmida, absorveu os primeiros pedaços do bolo, que se desfizeram e se desfaziam em cada dobrar de língua, cada gentil trincadela, descendo sem esforço pelo tubo digestivo. Um tubo destreinado mas que ainda sabia a esperma.

Na mente do "sonho de mulher" que se sentava ao meu lado, cobiçada por parte dos homens e mulheres naquele café tão movimentado, por olhares discretos e imperceptíveis, surgiu uma cena escaldante.

Fiz-o sentar na ponta da cama, nu, e aproximei-me sedutoramente, provocando-o com o meu caminhar em saltos altos e com a lingerie que ele próprio me tinha oferecido. Sentia-me desejada! Sentia-me poderosa! Estava em controlo, controlando-o como nunca mulher o fizera. Ajoelhei-me à sua frente e vi-o crescer cada vez mais pujante. Com uma simples erecção deixou-me louca, sedenta de sexo! Queria senti-lo penetrar-me e foder-me novamente como naquele dia que vezes sem conta me conquista a mente, o tempo, a razão...
Sobre ele, despejei uma quantidade absurda de chocolate liquido e deliciei-me com aquela imagem que à tantos anos fantasiava. Os cheiros misturaram-se e agarrei-o quase descontrolada por o engolir e chupar. Desejei que se viesse naquele momento, esperando ver jactos e jactos do seu esperma subir no ar e cair-me sobre a mão, entrar-me na boca e escorrer por mim abaixo.


Adoro ouvir-te, ver-te e cheirar-te... [29]

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Lembras-te, Clepsidra?

2 comentários:

  1. Este capítulo pareceu-me um pouco mais "pessoal" do que o normal. Corrige-me se eu estiver errada...

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    1. Sim, é pessoal para os personagens. Uma evolução da sua personalidade. A cada parágrafo tornam-se mais humanos, mais reais, mais sedentos!

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