domingo, 5 de setembro de 2010

Rodeado pelo teu cabelo...


O teu penteado, faz-me apaixonar por ti, de cada vez que vejo esse escuro transformar-se num vermelho fogo, em cada toque do sol.
Não é comprido o suficiente para te bater nos ombros, nem curto, para te parecer mais estranho e feio.
Enraíza-se tão fundo, como tu em mim. Prendes-me com todos os teus fios, e dizes que sou teu. Tenho o meu coração fechado, entre cabelos teus que formam um ninho que o protegem.

E por incrível que pareça, ambos os nossos cabelos se interligam, criando tranças, quase como um cérebro, que trabalha, partilhando informação.
"-- Adoro-te" - vem-me ao pensamento. Sinto o cheiro do eucalipto debaixo do meu nariz, e estamos ambos no parque, deitados na relva. Sinto os teus braços apertar-me o corpo, e encho-me de prazer, pois sei que por muito ligados que estejamos, já mais o pensamento me fará imaginar e saborear cada pedaço do teu abraço... das tuas mãos percorrerem-me o corpo, os teus lábios tocarem-me. Poder sentir o teu cheiro, o teu toque, a tua pulsação... acalma-me a alma que tende em ser "revoltada".

O teu cabelo, cheira a perfumes que não existem no mundo. São perfumes tão únicos, que apenas eu posso cheirar. E cada um, me deixa perdido. Perdido na incapacidade de te dar tanto como me dás.
E tu, perdes-te nos meus pensamentos, na minha capacidade de te abrir, pétala a pétala.
Somos diferentes, somos doidos e maluquinhos. Uma relação entre duas pessoas estranhas, só pode originar numa relação estranha. E os teus sentimentos são tão platónicos, que eu choro de tanta perfeição. Da dedicação, do carinho, da pessoa que o és, sem pensares.

A cada olhar teu, sinto-me rodeado pelo teu cabelo, pela fragrância que emanas com um simples olhar felino.
Sinto o desejo e a ansiedade não te ter. Sinto o medo de não te puder abraçar... de embrulhar nos teus sentimentos, contigo, e ficar por lá, até que o tempo se acabe.

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