[Assassin by ~MidoriPunk]
Correu para a porta, e sentiu os guardas aproximarem-se. Teria de decidir rapidamente, se ficaria para lutar, ou fugir enquanto tinha tempo. Afinal... ele não sabe como usar tal bola, a energia poderia ser regenerada, mas funcionaria sempre que ele quisesse? Puxou do arco e de uma flecha, dirigindo-se para a porta.
Alterou a sua visão, e tudo se transformou num preto pesado. Apenas via os objectos que produziam calor, como desenhos. Olhou uma lamparina, e a única coisa que podia ver, era um brilho branco, expelindo chamas de calor. A caixa da lamparina bloqueava por vezes tal imagem. Os gritos dos guardas fizeram-se ouvir lá ao fundo, a mais de 100 metros. Os seus corpos não podiam ser vistos com a sua visão, mas na sua cabeça, as imagens de tal homens, parecia-lhe como pipocas. Via agora através do guarda da frente. O virar de cada viela, o olhar para o seus soldados... sentia até, os seus dentes ranger, e a mão apertar com força o punho da espada. Começavam-se a aproximar, e podia ver agora, todos eles, despidos de pele, carne, ossos... apenas as veias e o coração pareciam desenhar-se. A terra começava a tremer.
O vulto fechou os olhos, e concentrou-se. contava cada soldado, e verificava a posição de cada arma. Estudava a posição dos escudos, dos capacetes. Estudava as roupas pesadas, e a força de cada um, com um simples olhar. A sua experiência começava-lhe a fazer jeito; afinal, não estaria a desperdiçar tanta energia e tempo com cada um. Mas não podia ter acerteza, pois seriam apenas meras especulações. Mas tinha a certeza de uma coisa, de que seria capaz de matar metade daqueles homens, antes de tentar sair dali.
-- Mãe? o que se passa lá fora? -- perguntou um rapaz, que olhava pela janela a algumas casas à frente.
O vulto tremeu e fechou os olhos. Imagens de uma pilhagem percorriam-lhe as entranhas do corpo, fazendo o vulto tremer mais, e apertar com mais força, as suas armas bélicas. Nesse pensamento, turvo mas marcante, ouvia um bebé chorar, mulheres a gritar, e homens e espadas a combater sangrenta-mente.
Os soldados aproximavam-se. Esticou o arco com a flecha, comprida e negra. Não tinha penas, e a ponta, que parecia uma pirâmide com apenas as suas arestas, era detalhada com pequenas curvas em forma de anzóis muito pequenos. A ponta era afiada e bastante comprida, que bifurcava como uma agulha. Juntou a flecha ao olho, e estudando o balançar do homem à direita, na fila da frente, fez um ajuste ligeiro ao seu dedo e rodou a sua seta nalguns graus ínfimos, e apontou-a à mão que segurava a espada. Os dedos sentiram a força do arco, e a sua cara o vento da corda. Em milésimos de segundo, a flecha atinge o ponto de foco. Trespassa a carne e um dos alguns ossos, cravando de imediato na madeira da espada, ficando soldada ao punho de ferro da mesma. O soldado caí ao chão, enquanto os amigos continuam na correriam olhando para ele.
Recarrega o arco comprido, e desta vez, quase como instinto, aponta à cabeça do chefe, o primeiro no pelotão. Num brilho azul invisível, visto apenas pelo vulto, a flecha voa num rodopio, curtando o som dos gritos, perfurando o crânio do chefe, do soldado por trás deste, e encaixando-se no peito de um outro. Todos os 3 caiem, os soldados param.
-- "Ela matou 4 dos nossos guardas!" -- ouviu o vulto, no seu pensamento. --"Somos uns 15 e pela primeira vez... não sei se estamos à altura." -- continuou o vulto a ouvir. O comandante estava pensativo, tentando ver algo mais do que uma simples sombra naquele local tão escuro. Ouviu um silvo, e um grito do soldado ao seu lado junto às orelhas. Uma flecha tinha-lhe perfurado a rótula, e se espetado no chão. O soldado atingido caiu ao chão em dores, e amigos mais próximos puxaram-no para dentro do grupo. Outros tantos ocuparam as suas posições, munidos de escudos, fizeram uma fila, protegendo se a si, e ao comandante.
O comandante era tão alto como os seus guardas, o cabelo preto, num ondulado encaracolado, descia pelas costas, e pelos seus ombros cobertos pela cota de malha do pequeno capacete.
-- Tragam-na! -- gritou o comandante, arrumando de seguida a sua espada.
O vulto puxou de outra flecha, e apontou-a ao soldado que corria quase sem folgo. Mas deteve-se.
-- ""Tragam-na"? Do que é que ele está a falar? Isto não me cheira nada bem." -- pensou o vulto, mantendo a sua corda esticada. O seu pensamento foi invadido novamente. Um sujeito envolta de trapos e escondido por um capuz, era forçado a sair de um quarto com pouca palha no chão. Um chão de pedras, que estava sujo e empestado.
-- Larguem-me! -- ouviu o vulto, ampliando a sua visão, focando-se naquele ponto muito frio, representado por um branco, em vez do vermelho que representava o calor. Alterou a sua visão uma vez mais, e via, ainda com ampliação, todo o mundo na sua cor e luz natural.
Fizeram a rapariga aproximar-se do comandante, e o vulto atirou a flecha, que acumulava força sintética à mediada que permanecia na corda, para o braço de um dos guardas que segurava aquela figura feminina e desprotegida, pelo ombro direito. Nesse mesmo momento, uma flecha vinda de cima, atinge a sua "vespa negra", e cola-a à parede de uma casa, entre a junta de duas pedras. Rapidamente o vulto olha para cima, e depara-se com 5 soldados armados com arcos com metade do seu tamanho (90cm) e com flechas muito mais pequenas que as suas. Eram a elite, e estavam camuflados, desde os pés à cabeça, com armaduras finas mas resistentes, pintadas de preto. O conjunto era leve, e não levavam capacete. Pois os seus cabelos e barbas compridas, de cores fortes e escuras, escondiam-os por entre a bruma da noite.
Na sua orelha, ouviu o vento mudar de direcção, e sentiu a pressão do ar, subir a cada segundo que passava.
-- Temos algo que pertence! -- falou o comandante. Levou a mão ao capuz, e atirou-o para trás, permitindo ao vulto saciar a sua curiosidade. Era uma rapariga, jovem, com os seus 16/17 anos, de cabelos loiros escuros compridos. A sua cara, de anjo, estragada pelo medo da morte, continuava ainda assim, a espalhar a sua juventude. O vulto sentiu os guardas assumirem novas posturas mais rígidas e confiantes, à medida que as hormonas de tal rapariga tão madura e perfeita para casalar, lhes entreva pelas narinas putridas de macacos e pelos encravados. Porcos! Nojentos! Aquela rapariga havia sido violada dezenas de vezes. Era isso o que via, enquanto a face, de Teresa, a rapariga, lacrimejava e se contorcia em medos, que nem os monstros dos sonhos conseguiam fazer. A sua cara mostrava a medo. Transpirava a pesadelos e gestos que lhe marcavam o corpo em nódoas negras.
Voltou a olhar para os arqueiros de elite, e respirou fundo. E durante o seu inspirar, sentiu o ar tornar-se mais pesado. O arco estava em baixo, e não tinha qualquer flecha na mão. Estava desprotegia. Decidiu então, arrumar o arco nas suas costas, sobre a mira de arqueiros e o olhar atento do comandante, que não hesitaram em dar um passo em frente, e largar tudo o que tinham em cima daquele espectro.
Por cima de um dos arqueiros, pôde ver o nevoeiro aproximar-se. Mas o vento não estava do seu lado, e demoraria a cobrir aquela área iluminada pelas lamparina.
-- DEVOLVE O QUE ROUBAS-TE! -- gritou o comandante apertando com força o colarinho da rapariga que contorceu ainda mais a sua cara. Encolhendo e virando-a para o lado oposto da cara do comandante.
Este, puxou de uma faca, e com a ponta, encostou-a à garganta da jovem.
O vulto reconhecia a cara de Teresa, mas estava diferente, estava mais velho. As memórias surgiam, e muito penosamente, num esforço que lhe apertava o coração, lembrava-se dela nas suas risadas e caminhadas pela floresta que percorria de quando eram novos. Lembra-se de lhe tocar e cheirar o cabelo, enquanto se escondiam na erva alta daquela planície tão a norte do país. Reconhecia-a de a ver ajudar a sua mãe a fazer pão. Era uma criada, e as vestes nessa mesma visão, demonstravam-no.
Desembainhou a espada, cessando o movimento de imediato, permitindo que alguns centímetros da sua lâmina reflectisse a luz fosca do local. E enquanto isso, uma flecha perfurou o chão ao lado do seu pé, e todos se aproximaram, num hesitar nervoso.
-- Pensa bem nos teus movimentos! Pois poderam ser os últimos que tu e ela verão!
-- Larga-a! -- gritou o vulto.
-- Deves achar que aqui tens autoridade! Estás em desvantagem, e sugiro que te rendas. Rato!
O vulto apertou com força o punho da espada.
-- Sabes bem que nunca terás a esfera! Larga-a! Ou enfio-te a espada nas goelas! -- ameaçou, apontando com firmeza.
-- Devolve o que é meu! Se não quem enfia a espada nas goelas, são eu a ela.
-- Verás a morte passar em frente dos teus olhos... -- sussurrou o vulto.
-- Devolve o que é meu! Ou aqui a nossa pequena... puta! -- os soldados esboçaram sorrisos, enquanto a rapariga sentia o seu cabelo ser puxado para trás. -- Será violada contigo! -- os soldados soltaram gargalhadas, o que assustou Teresa, e fez o vulto vincar os seus dedos na pega da espada.
-- Está bem. -- respondeu. Deixou o punho da espada, obrigando esta a deslizar pela bainha com o seu próprio peso, e retirou do bolso do seu colete, a esfera. Um branco cor de leite, que parecia um berlinde gigante. Pesava pelo menos um quilo, e era muito suave.
-- Atira! -- gritou o comandante. Dito isto, o vulto fez escorregar o seu polegar, da direita para a esquerda, acendendo a luz da esfera, e atirou-a para o chão, fazendo-a rola pelo mesmo. Toda a área se cobriu de branco. Num branco que cegava temporariamente todos os presentes naquela rua. Desembainhou a espada e correu tão rápido como a luz que se aproximava do grupo de soldados. A sua visão mudou, e junto do comandante, cortou-lhe a mão que segurava a faca. Balançou a espada de cima para baixo, num ângulo que 200º, e cortou a cabeça ao soldado do lado esquerdo. Perfurou, cortando a vestimenta da rapariga, a barriga do que lhe segurava os cabelos por trás. Teresa estava finalmente livre, mas não em segurança...
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Não vale a pena tentar roubar esta história, pois se o fizerem, as minhas ideias para um livro, serão muito melhores! Serão únicas, serão diferentes, serão ousadas.
Referências:
Capacete
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