quarta-feira, 28 de julho de 2010

Um dia quero ser...



Um dia, quando morrer, quero renascer como outro animal.
Quero sentir que pertenço a uma terra livre, de que as minhas patas ou pés, sentem a mesma liberdade, que eu sinto, como quando o ar entrar de forma tão simples nos meus pulmões.
Quero que cada pensamento seja tão livre e espontâneo como o meu caminhar.
Quero um dia, quando for esse animal... poder deitar sobre o céu escuro como o negro nos meus olhos, e sentir-me insignificante, preencher a minha mente de sonhos, de pensamentos sobre as estrelas, sobre o sol, a lua...

Quero deixar a minha marca nesta terra, com o meu casco, as minhas patas, ou mãos, ou com os meus descendentes, para que o mundo veja o que fui, sem eu nunca vir a ser importante, sem ser mais que o outro, por aquilo que alcancei.

Agora que sou humano, gostava de ser alguém, de me mostrar ao mundo. De mostrar ao mundo aquilo que posso dar.
Enquanto humano, estou destinado a não ser ninguém, nem a chegar longe, por muito que tente, por muito que me esforce.
Não tem haver com o que eu digo, ou com o que eu faço, mas com o que eu construo.
Einstein era um homem, segundo ouvi dizer, pouco simpático ou sorridente, e no entanto ajudou o mundo a desvendar segredos, a ver-se de outra maneira, e até mesmo na ajuda da criação de novos tipos de utensílios criados e usados hoje em dia.
Sei que não sou muito simpático, nem muito "bem educado" para algumas pessoas.
Prefiro dizer que sou sincero, mas como sempre, nada do que eu diga tem razão ou a atenção exigida.
Sou alguém que não é lá muito bonito de descobrir, confuso e invulgar.
Muito estranho e sem qualquer sentido de opinião sobre o mundo politico, futebol, novelas, guerra, músicas, bandas, arte, pintura.
Não sou nenhum fanático, nem fascinado por determinado assunto, a não ser mesmo pela "leitura-corporal".
E ainda assim, não faço pesquisas, nem ando a par de tudo o que se descobre sobre esse meio.
Acho interessante determinados temas. Procuro o pouco para me manter "actualizado", e acabo por "esquecer". Sei um pouco de tudo, e não percebo de nada.

Enquanto humano, estou destinado a não ser ninguém, nem a chegar longe, por muito que tente e me esforce.
Um dia, quando morrer, quero renascer como outro animal...

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Eu para o pedro: "-- Nenhum é melhor do que nada!"

2 comentários:

  1. Por acaso também sonho com essa liberdade ainda que na condição de ser humano e tenho noção que talvez não passe de mera ilusão mas acho que por vezes a atinjo quando passeio sobre a areia ou sinto a chuva sobre mim. Quando estou assim é quase como se fosse uma parte integrante da natureza apenas mais um e não aquele que como parte dela a destroi e a danifica quando deviamos fazer o contrário. E por isso a minha posição perante o mundo é ser alguém não mais um cuja existência se limita a existir mas também não quero ser reconhecida e muito menos fama quero sentir-me util e que contribuo para um futuro melhor, mais saudavel.

    Quanto á tua pessoa engraçado que a ideia que tinha é que eras sempre sincero e dizes sempre o que tens a dizer sem receio. Alguém que se interessa pelo que de facto é interessante e que tem uma posição no mundo e na sociedade definidade não em termos politicos e futebolisticos mas como pessoa. Tens personalidade no real sentido da palavra.

    'Enquanto humano, estou destinado a não ser ninguém, nem a chegar longe, por muito que tente e me esforce.'

    No fundo é o que estamos resignados a ser ninguém, nenhuma coisa. Mas como afirmaste nenhum coisa é melhor que nada sinonimo de inexistencia.

    ps - desculpa o testamento

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  2. Os animais selvagens são os seres mais livres que existem. Também gostava de renascer e ser um animal :)

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