sábado, 3 de julho de 2010

Elas não me aceitam...


Elas não me aceitam, porque não vivo nesta realidade.
Não vivo para ela, nem aprendo dentro dela, com os seus limites.

Não gostam de mim, por ser mais outro garoto.
Não me querem, porque nunca lhes poderei dar o que pedem.
Vivo na minha realidade distorcida, como eXistenZ.
Onde tudo é levado na maior das descontracções. Serei para algumas, demasiado velho, que pede demais, ou demasiado novo, que pede coisas estúpidas.
Serei... imperfeito. Estranho, e que de conversas interessantes não tenho nada.
Que digo baboseiras, nada de jeito ou que valha a pena de ouvir. Nunca serei o suficiente, nunca serei perfeito, ou capaz de as satisfazer. Talvez procure no sítio errado. Talvez nem procure de todo...

Sou um rapaz, que é algo mais do que aparenta.
Dou mais, do que aquilo que gostaria.
E ás vezes, não vos sou nada, nem sequer me esforço por ser "bonito", junto de vocês, porque simplesmente não demonstram interesse em mim.
Serei tímido, mas elas não gostam disso.
Terei muitos receios, mas elas não gostam disso.
Serei sincero, mas odeiam-o.
Serei sociável, e pensaram que as traio.
Sorridente? Simpático? Sensível? Confiante? Aventureiro?
Mas o que é que afinal querem?

Por ser assim, elas não me aceitam.
Sou demasiado confuso, para elas.
Demasiado distante de tudo. Distante das amizades, das pequenhices que não me interessam em quase nada.
Que não fuma, não bebe, não socializa, não tem amigos, não acha os amigos uma coisa "muito importante", que é um garoto, é incrivelmente confuso e parvo. Que só conversas demasiado complexas e inconcebíveis para o interesse do resto da sociedade. É assim que eu me vejo.

Não é por eu não confiar em mim, é porque elas não confiam.
Para quê falar? se receberei sempre um:
"-- Ah, está bem"
ou
"-- Parece interessante".
"-- Pois... não sabia"
Ou simplesmente ficarem caladas, sem nunca me porém à prova, sem nunca debaterem o assunto.
Talvez seja então, porque me interesso por coisas, que realmente não interessam a ninguém. E talvez isso seja uma coisa boa, pois como nunca tinham visto nada por esse prisma, talvez não saibam realmente do que falo.
Talvez afinal seja isso que me difere, interessar-me por coisas que realmente não interessa a ninguém. Pois o meu pai diz que sou até uma pessoa bastante inteligente, e com quem as pessoas podem ter uma conversa sobre quase tudo. Com quem podem ter uma conversa interessante.
Talvez o meu problema esteja aí! Aquilo que eu considero como interessante, pode não o ser para "elas", talvez se eu fale de coisas que para mim seriam banais, elas talvez gostassem mais de mim. Talvez ainda, se eu fosse mais sorridente e sociável, muitas mais me conheceriam...
Mas, acabaria por deixar de ser quem sou, e perderiam o prazer de me conhecer, de compreender, de me folhear... ou talvez chegassem a não desperdiçar o vosso tempo comigo.

Mulher "ideal" para mim?
Talvez tenha de ser como eu, ligeiramente diferente. Ser o que não sou, e levar-me aos limites de quem sou, e do que não conheço em mim.
Ser aventureira, como eu, mas mais louca ainda.
Ser sincera, inteligente, e inquestionavelmente... que me ensine e que me faça pensar.
Que seja tímida, "independente", que precise do seu espaço e tempo, que goste de ver filmes (pois conheço quem não o faça), que fosse simpática, divertida!, sorridente, que chorasse.
E como o meu pai sempre me disse: "-- escolhe alguém que goste de sexo, tanto como tu".
Não é sexo, SÓ para ter prazer, mas também para dar carinho, dar algo de nós. Eu acho o sexo ou o "fazer amor", algo muito importante. Nunca o estou a fazer, nem sou viciado, nem teria de o fazer caso não lhe apetecesse, porque posso sempre divertir-me sozinho. Como conheço algumas raparigas que não gostam disso, e preferem o romance 24 horas por dia, um romance cansativo, exaustivo. É importante, porque gosto, e não seria feliz se não o tivesse. Vocês mulheres também gostam, mas não querem admitir, pois têm medo que vos chamem de putas, cabras, oferecidas, vendidas, etc etc. Além disso, ela teria de ser mesmo louca, para fazer em certos locais públicos. Para além de ser uma fantasia, dá mais emoção e vontade.

Prefiro ser selectivo, e ficar com alguém que goste, do que foder/ estragar a vida de outra pessoa, para além da minha. Não estou aqui, para estragar a vida a ninguém, não estou aqui para dar falsas esperanças, gosto de pensar que poderia ser o "principie encantado" de alguém, mas vocês poderiam e vão achar-me, demasiado narcisista, convencido.
"-- Já vi rapazes mais bonitos!..."
"-- Já vi rapazes mais perfeitos!..."

No fim ao cabo, se ela tiver algumas destas "características", o resto que me agrada numa mulher, vem com o tempo, assim como aquilo que não sou hoje, poderei vir a ser o que ela deseja que eu seja. No fundo, a "alma" gémea não existe, mas cria-se com o tempo, contudo, à que existir alguém capaz de preencher esse espaço. Não é só pela questão do namorar, mas sim, a questão do viver "para sempre" com aquela pessoa.
Conhece-la, aprender com ela, viver, aventurar-se com ela. Ver ou gostar de ver documentários na TV/ Internet, também é "importante" para mim. Não quero chegar a falar de um assunto do qual é "banal" nesse mundo. Mas acho que... se acontecer também não faz mal, desde de que me faça ver essas coisas de outra maneira. No fundo, sou um garoto que tem um grande desejo por conhecer "coisas" novas, que gostava de se sentir apaixonado e que tivesse o prazer de cuidar de alguém, quando esse chorasse. Que gostava de se aventurar no Buçaco, entre a vegetação, de rasgar as pernas no meio das silvas, de subir encostas, de olhara para as estrelas e perguntar a ela, coisas, ideias, teorias, desenhos, psicologia, origem das "coisas", etc etc etc

Elas não me aceitam... e eu fico então destinado a morrer sozinho, nos meus sonhos de fantasia.


Este texto parece quase uma conversa, pois os pontos não estão todos juntos, porque é assim que uma conversa é na realidade, é como um feijão, que cresce e se divide em ramos, e folhas... tal como a conversa principal. Não estou destinado a ser alguém importante para o mundo, não estou destinado a ser alguém famoso. Serei, como os teus pais, ou aquele casal amigo, que nunca será mais do que isso, mas que é "feliz" à sua maneira. Que se sente no topo do mundo, mas ninguém os consegue ver e ouvir.
Queria alguém que gostasse de viver numa casa, não num apartamento, numa casa com quintal, com quartos grandes, que gostasse de cozinhar, e de ter o prazer de me ensinar a passar a ferro, ou a limpar melhor aqueles sítios difíceis da casa, que me ensinasse os produtos de limpeza... E que, gostasse de ter uma filha.
Parece no fundo, e no fim, que este "ultimo" "pedido" posssaser demasiado "brusco", mas... eu posso ter esse desejo de ensinar o que sei, de lhe mostrar o mundo, as coisas, de sentir, ver, cheirar, pensar, de proporcionar algo mais do que aquilo que tive. No entanto, não me sinto preparado, pois sinto-me demasiado novo e incapaz financeiramente, para além de não conhecer totalmente o mundo que me rodeia.

5 comentários:

  1. Agora assim por momentos fiquei a pensar no meu futuro daqui a alguns anos. Numa casa grande numa dessas terras do fim do mundo com alguém ao meu lado e feliz assim á minha maneira.

    p.s - quanto ao facto das mulheres não que gostam de sexo publicamente deve-se ao facto, no meu ponto de vista, de as pessoas não teram absolutamente nada a ver com isso. Não se torna relevante dizer isso a toda a gente e as todas as pessoas. É algo nosso e como tal só dizemos se quisermos.

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  2. Mas eu não estou a dizer que devem contar a toda agente. Estou a querer dizer que "vocês" gostam, mas não assumem. Que gostavam de fazer mais vezes, não o fazem, para que ele não fique a pensar coisas. Há mulheres que são casadas, e andam com mais homens, pelo simples facto de quererem ter sexo mais do que aquelas vezes com os seus maridos. A mulher sempre gostou de sexo, é por isso que vês em vários contos portugueses, mulheres que são deixadas sozinhas, enquanto os navegadores portugueses vão para o mar. E enquanto isso acontece, elas traem-nos, porque gostam de sexo.
    Mas... a partir do momento, em que as nossas emoções, sentimentos, gentileza, amor, e desejo por serem cuidados, como seres humanos cresceu, vocês enfiaram-se nesse túnel, repleto desses sentimentos. Assim como naquele momento, algures na nossa evolução, em que criámos as portas e janelas. A partir daí, pusemos portas em todo o lado. E quando vês algum quarto sem porta, sentes-te "mal", porque pensas: "deveria estar aqui uma porta".

    Vocês gostam, mas não admitem.
    Vai depois também da educação.
    E nós homens, não gostamos só de sexo, também gostamos que elas sejam carinhosas, simpáticas, que nos faça rir. Simplesmente "agimos" tipo machões ao lado do resto dos nossos amigos ou desconhecidos, porque é o instinto de acasalamento. Vocês são nossas. E não queremos perder-vos. Foi por isso, que vocês se tornaram tão sentimentais. Pois ouve um ponto na nossa evolução como homo-sapiens, em que para além dos sentimentos terem começado a ser mais fortes, o nosso cérebro evoluí-o, e o vosso ainda mais, porque são a fêmea. E nós machos temos de competir por vocês.

    Poderás pensar que é absurdo, mas é assim que as coisas são. Continuamos a ser macacos a viver nas "florestas de betão".

    Eu não tenho qualquer medo ou vergonha em dizer que sou virgem, que não tenho namorada, que choro em certos filmes, que adoro brincar com o lego, que gostava de ser mulher só para experimentar algumas roupas e sentir aquela sensação de bem estar que sentimos quando vestimos alguma coisa espectacular, em que toda agente olha para nós... Não tenho vergonha, porque é quem eu sou. E é algo natural, que as pessoas da sociedade não entendem, nem querem entender. Não tenho vergonha em dizer que gosto de sexo, que gosto de ver as pernas das mulheres, que adoro ver uma mulher de saia comprida (desde que não seja apertada), que gosto de ver alguns filmes pornográficos, ou de ver um decote. E eu sei que mais homens o fazem, mas este sou eu! E se quiserem aceitam, se não quiserem não aceitam. Existem 7 000 000 000 000 biliões de pessoas no planeta terra, se eu não vos sirvo, continuem a procurar.
    E se não existir ninguém para vocês neste mundo, de certeza de que haverá fora do nosso sistema solar.

    Aconselho-te a ver o filme: Timer.
    É de 2009, mas vais gostar. ;)

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  3. comessa sensibilidade toda ainda estas sozinho?

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  4. se eu fosse mulher não me escapavas.

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  5. Pode ser dizer que sim, que ainda estou sósinho.
    Talvez por ser muito selectivo e "negar" muita coisa.

    Só é pena teres comentado em Anónimo.
    Se tu fosses "mulher"?
    Porquê? És gay?

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