quarta-feira, 2 de junho de 2010

Entre amigos...


Entre alguém que não me pertence, mas que fazem parte de mim, como os meus pulmões respirarem quando não lhes ligo.
São alguém que dorme, que descansa, cuja vida é levada tédiamente.
Como as suas caminhadas, uma á frente da outra. Mas todas serão únicas, pois hoje, uma pata à frente da outra, não será a mesma coisa amanha, e pelo menos, não terá o mesmo significado, o mesmo sono ou força.

Ela pula no arvoredo, enquanto a outra chafurda na poça.
As alturas dominam-lhes as pernas, mas a mente curiosa faz-las ir mais longe, sem o meu consentimento ou vigia. O amor-ódio, conjuga-se entre as duas, enquanto a gata, despreocupada, de lambe entre aquelas duas matulonas. Lutando com gatos e vizinhos, saltando telhados e roubando ratos...
Tareca; que se deita na janela, vendo o mundo que não compreende, mas que simplesmente aceita como sua casa, como vizinhança e territórios.

Caminham ao meu lado, prontas para mais uma aventura, para mais um passeio neste parque que é a Mealhada. Mais um dia sol e dois de lua. Entre sonhos e ganidos, entre latidos e sonos, as suas vidas caminham devagar, aguardando pelo almoço e o jantar.
Sem coleiras, para que ninguém as condene, para que tudo tenha medo, e ganhe uma segunda opinião.

Uma festa na mais grande, e um olhar desconfiante da mais pequena.
Completando assim as mudanças de humor, canalizando as suas emoções numa corrida pelo parque, como gato e rato. Mais um impulso nas pernas, um sorriso na cara, e uma finta só para distrair.

E eu? Onde me encaixo nesta história?
Bem... nesta familia, serei apenas mais um "dono".
Prefiro pensar que lhes sou um "pai".
Que as ensina a compreender e a ver o mundo com outros olhos, que não os delas.
Alguém que lhes coloca questões, dúvidas, que explica e ensina.
Serei alguém que lhes proporciona algo único de cada vez que saímos de casa. E com aquilo que sabem, ensinar-lhes coisas diferentes. Coisas que podem melhorar, ou criar com o já conhecem.

Quero apenas mostrar-lhes, de como nós humanos vemos o mundo, de como acontece e se resolve um problema. O que podem fazer, como podem sentir e tocar, cheirar. Sentirem emoções diferentes do que aquele parque demonstra ao virar de cada esquina.
Olharem uma flor e perceberem como é bela...
Talvez, ao fim e ao cabo, a elas isto seja desinteressante; mas a inteligência não aparece... aprende-se!


"Entre amigos... entre lambidelas e cócegas, os dias de verão passam que nem um furacão!"

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