sábado, 26 de junho de 2010

Um dia divertido...


O dia do nosso aniversário, é suposto ser divertido.

Quando somos crianças, "desejamos tudo de bom", mas alguns minutos, horas depois, alguém nos magoa.
E pensamos: "--- fogo, acontece sempre algo de mal nos meus anos, e é sempre comigo!"
Quando crescemos e nos tornamos adultos ou "jovens-adultos", as coisas más parecem ser postas de parte.
Dá-se entrada para as piadas, os momentos de risadas e anedotas, para os momentos maus e bons, e para aqueles mais estranhos.

Mas... quando convidamos a namorada, será que aquilo, entre os dois, resulta?
Será que dura? Óh, pelo menos ela veio aos meus anos, mesmo depois de ela me ter posto os palitos, ou ter acabado comigo só porque queria uma vida profissional mais "estável" e descomprometida.
Pareço falar muito no "namoro" e "amor", na "paixão" e "amizade". Talvez porque sei que uma relação pode acabar tão rápido e com o mesmo sentimento de um peido. Foi "bom" enquanto durou, e agora que acabou, parece que sou engolido numa solidão, de incertezas e inconsciências, incluindo o mau cheiro.
Bem, eu não, porque não tenho namorada. Sou demasiado tímido para ter uma nova, e demasiado selectivo para que alguma me agrade. Sei o que funciona, e o que não funciona.
Será que estou disposto a dar tudo o que sou, novamente a outra rapariga? Pelos vistos não.

Eu odeio cantar os parabéns. Ainda que sejamos uns dos poucos países no mundo com uma letra diferente, acho, para mim, demasiado invasiva.
Nunca tive colegas que se lembraram dos meus anos, "colegas de escola!". Nem muito menos isso os preocupou. E para mim, isso não me afecta em nada.
Queria receber um brinquedo, e o caralho das velhas, davam-me um par de meias e uma camisola.
A minha mãe não é pobre nem incapacitada! E além disso, sei escolher roupa mais bonita!!

Como hoje fui ao aniversário, do filho da patroa da minha mãe, surgiu-me esta ideia.
Entrei em casa, e vi 3 raparigas, até que bonitas, mas com uns 6 anos mais velhas do que eu.
E como sempre, todo o meu corpo é controlado pelo meu cérebro, impedindo-me de me magoar.
Nem olhei mais para elas, depois do "boa-tarde".
Sorrir para elas? Sentar-me juntos dos amigos do aniversariante?
NÃO POSSO ESTAR SOZINHO PORRA??
Não me podem parar de chatear, de me perguntarem se está tudo bem comigo?
Não posso estar calado? E sentado no meu canto?
Não estou a perturbar ninguém foda-se! Estou distante. Mas pelo menos não ajo obrigado.
Nem conheço ninguém, nem sou obrigado a conhecer. Não posso ser assim?
E como já sei que vai haver pessoal que vai comentar, a dizer que eu não devia ser assim, que devia dar-me mais com as pessoas, fazer amigos e sorrir, sair de casa e conhecer gente nova e fixe, porque isso é algo bom para o corpo.

Deiam um peido um cheirem-no! Porra!!
Não posso estar sossegado?
Como umas coisitas e pronto! Não sou o bobo, nem o palhaço da festa!... Não fui contratado para fazer as pessoas rir. E depois vem o meu pai dizer-me (não o disse hoje, mas já o disse noutras vezes):
"-- Queres ser aquele gajo mercanbuzio, que não se dá com ninguém não é? Trombudo, e armado em parvo."
E depois vem outro gajo numa conversa do messenger, dizer que eu "devia ser" mais simpático. "DEVIA SER"?? Mas eu sou obrigado a ser alguma coisa? Não posso estar no meu mundo?
Ser negativista e depressivo? Calado e introvertido? Foda-se...
Desde de quando é que eu sou obrigado a agir como tu, ou como outra pessoa qualquer?
Para sermos todos iguais e voar-mos como as borboletas e poisar de flor em flor...?? bahh!!
Chateia outro, porque a mim não me incomodas. Se é que estás a falar comigo, porque ainda não ouvi uma palavra de jeito a sair da tua boca desde que chegas-te ao pé de mim.
Mas eu tenho de me dar com tudo e todos?
Tenho de olhar para as raparigas e sorrir?
Fazer as vontadinhas e ajudar a menina que trás a roupa cá a casa, só para ser um "cavalheiro" e parecer mais um pretendente ao trono de sua majestade?
Entrar na sala, e declarar os meus atributos com poesia? Só para que as raparigas lutem entre si para ficarem... "comigo"?
Para quê? Se elas pedem aquilo que eu não lhes posso dar? E aquilo que eu quero, elas não dão e nem podem? Ya, devovos parecer um machista, que sou melhor que todos. E se for? Não o posso ser?
Só porque tu o dizes? E que é que te deu esse "curso"? Tiras-te numa universidade? À, já sei, aprendeste com a vida...

Mas eu preciso ser o rapaz cobiçado? Vestir-me bem? Cheirar bem, ser limpo e de barba feita, de cabelo semi-encaracolado, e brilhante? Preciso ou tenho a necessidade de chamar a atenção? De fazer rir, sorrir e ser simpático? De me expressar, através da minha presença, positivamente. De contribuir para algo positivo numa conversa ou ambiente? EU já fui assim, quando era inocente, e garoto. Foi desde aí, que me tornei no que sou hoje. Aquela "namorada" do norte, foi um abre-olhos dos grandes, para conseguir atingir esta "maturidade" de personalidade. Será que não me posso achar perfeito?
E porque não? Não diriam: "-- mas tu és muito bonita e perfeita, tens muitas virtudes!" a uma rapariga que pensasse em fazer dietas, ou que fosse bulémica, anoréctica, ou que se tentasse suicidar?
Então porque caralho!!, não posso eu pensar isso para mim? Afinal que tem razão sou eu, e não tu!
A minha opinião é que conta, e não a tua. Porque é que ainda não te calas-te?

Tenho de... parecer feliz, mesmo quando não estou, de ser simpático, quando não o quero, de sorrir, quando não achei piada?

{texto censurado a "pedido" da "Milena"}

Como é óbvio, o título do texto é uma ironia. Assim como a imagem.
"A porta de entrada é a serventia da casa"!

3 comentários:

  1. Sê como és e pronto. Não vale a pena tentares ser o que não és, só para agradar os outros!

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  2. E achas que é bom, andar sempre "negativista"? =/
    Ou não ser mais, alegre?
    Às vezes acho que sou demasiado.
    Que estou a ser parvo.

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  3. Eu sempre fui assim. As pessoas estavam à minha volta e gostavam de mim, apesar das minhas ironias e sarcasmos. E tinha momentos mesmo "down" e essas pessoas nunca me deixaram.

    Mas pensa bem, será melhor um sorriso falso? Como se fosse de plástico? Acredita que já pensei imensas vezes nisso e nunca me rendi a esse conceito, a essa ideia estúpida que as pessoas tanto gostam: a de serem o que não são para agradar os outros.

    Se estás a ser parvo? Hum... Isso é uma pergunta que fazes a ti próprio ou é o que vês nos olhos dos outros? Pensa nisso!

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