[Heartbreak by ~xxLostCausexx]
Hoje, a bola passou-me à frente dos olhos, batendo no chão, perdendo velocidade.
As raparigas que jogavam, esperavam que eu a apanha-se, mas algo em mim, neste caso, nada, em mim se moveu ou preocupou em secar tocar-lhe.
Durante a minha caminhada, senti a bola bater no chão, pensei que me fosse bater, mas eis que me deparo com a sua presença no meu campo de visão. Foi estranho, pois apenas a olhei, a saltar para a estrada, sem reacção, continuei no meu passo calmo e lento, acompanhado pelas minhas cadelas.
Não tive nem tenho a obrigação de me dar com alguém, nem sequer de apanhar a bola.
Eu não existo, e se lhes desse esse prazer, de lhes devolver a bola, não iria receber nada a não ser um sorriso.
Não haveria amizades, nem conversas, nem comprimentos futuros. Tinha acabado ali o "nosso" contacto.
Mas, ao pensar nisso, acho que, não é qualquer um que reagiria de uma forma tão nula e calma perante uma bola a passar-lhe à frente dos olhos. Acho que precisariam de algum esforço. E orgulho-me então, de ter sido capaz de ignorar essa preocupação, de me envolver tão em mim e nos meus pensamentos, nas minhas ideias e vontades, na minha despreocupação...
Puderam pensar que sou narcisista, bem... pelo menos não me ando a mostrar a ninguém, nem a falar bem de mim, nem a vestir-me bem, nem a sorrir nem a exibir-me que nem um boi.
Gosto de pensar que sou duro, sim.
Que sou frontal e cruel, que sou verdadeiro e honesto, mas que nunca tem razão em certas coisas que.... "deviam" ser da temática "social".
Porquê ser algo para os outros que não sou?
Que não quero ser, e com o qual não me sinto bem?
Para além de ter ódio por todos.
Tenho inveja e nojo de vocês. Porque são tão "amiguinhos", tão engatatões e convencidos...
No Domingo, enquanto fiquei na carrinha, e os meus pais foram à praia, vi, quando os meus pais vieram, um gajo todo "cheio-de-estilo", com o cabelo espetado, t-shirt sem mangas, branca, e uns calções todos "fofos"... e, perante tal imagem veio-me a raiva e o ódio, o nojo, o intolerável, e disse para os meus pais:
-- Olha, aquele vai engatar sandálias!
-- Porque dizes isso? - perguntou a minha mãe a rir-se.
-- Vai todo papariconço! -- armado ao caralho.
Com uma cor de sujo e estupidez.
Fiquei na carrinha, porque gosto de ter o meu tempo, o meu espaço, os meus momentos e pensamentos sossegados. Quero ter disponibilidade para poder, dar ar ao meu cérebro, e ajuda-lo a compreender e a crescer.
O "rapaz" até podia nem ir fazer nada, e estar a voltar para casa, mas para a maneira de como caminhava, como olhava para as coisas, e de como se mexia, não pensaria noutra coisa, se não naquilo mesmo que me veio à mente. O pior de tudo, é que, são este tipo de gajos, que mulheres inteligentes, se apaixonam.
O meu pai disse-me que lá na escola, ainda que seja putos com a mania, e pitas sem pêlos na cona, que de cada vez que esses garotos "dreds", com um penteado á fanju, cabelo espetado e com roupas da moda, vão jogar futebol, as miuditas vão todas a correr atrás deles. E eu que pensava que elas com a idade cresciam, e ganhavam juízo, eis que o meu pai me deu esse exemplo, como prova de que as pessoas continuam a mesma merda de sempre.
Deparei-me de que, dou mais aos outros, do que a mim mesmo, e até pode nem ser coisas físicas, apenas psicológicas...
Como aquelas 3 raparigas que jogavam voleibol com a bola que me passou rente aos pés. Não precisei de lhes tocar, de lhes esboçar um sorriso, ou devolver a bola, para receberem algo de mim... receberam pura e simplesmente a consistência da minha pessoa, através dos meus passos calmos. Receberam o nulo, a negação de... "uma boa acção".
Eu não sou para ninguém! Não existo para ninguém!
Não faço as coisas para os outros, apenas porque me apetece, mas porque merecem.
Não faço parte da vida de ninguém, e muito menos sou alguém importante.
Não preciso de me rodear de pessoas "amigas" e simpáticas, para ter pessoas amigas e simpáticas à minha volta, elas até têm surgido nestes últimos dias... Simplesmente acontecem, e não forço nada.
Não preciso de me rodear de pessoas bonitas para ser bonito, nem de me rodear de pessoas inteligentes para ser inteligente. Não preciso de me rodear de pessoas cativantes, sorridentes ou depressivas. Não preciso de me rodear de alguém, para ser e tornar-me naquilo que sou.
Não tenho que provar nada, nem mostrar, nem fazer ou dizer.
Não preciso de vos dizer que sou melhor ou bonito, que sou inteligente ou divertido, pois eu sei como sou, e eu isso guardo-o para mim.
Não preciso de me envolver em conversas de ocasião se não o quiser.
Não preciso de ser o "grande amigalhaço", nem o ombro de alguém. Pois tal não me são importantes.
Não preciso de comentários para me alegrarem o espírito!
Não vivo de ninguém. E por tanto!!!... não tenho de agir bem para alguém! se não me apetecer.
Eu sei como sou. Sou consistente.
Eu sou como uma moeda. Posso ser mau, mas também posso ser bom.
Sou como o dado. Posso ser divertido e interessante de descobrir.
Sou como um livro. Quem não gostar da forma como está escrito, pode sempre atirar-me para o lixo, e escolher outro.
Sou como um cão, um gato ou um rato. Mas que não vive das custas de ninguém. Que não vive seguindo ordens de alguém. Não vivo impingido ou ameaçado. Nem acorrentado.
Não seria bom, se todos os casais que estão divorciados, ou que estão para se divorciar, se expusessem tanto como eu me exponho aqui? As minhas ideias, os meus sentimentos, ódios, prazeres, amores, paixões, raiva, tristeza, depressão, terror, gostos...?
Não seria formidável? E pouco me importo com o que vocês possam pensar.
"mas aí estaríamos-nos a revelar demasiado". E eu já não o faço?
E no entanto, ainda que algumas possam gostar da minha personalidade, ou da forma como escrevo, continuo sem conhecer amigos, sem ter namorada, ou conversar com alguém na internet a não ser o meu próprio irmão. E isso tira-me algo? É prejudicial para mim?, revelar-me?
NÃO! pois estou a ser sincero comigo mesmo, estou a aprender comigo mesmo, e além disso, posso desfrutar de um bom texto. Já que não gosto de ler, pelo menos leio o que escrevo.
Se os divorciados fizessem isso, antes de se conhecerem, e partilhassem as suas verdadeiras personalidades, provavelmente hoje não haveria tantos casais separados. Pois já saberiam com o que contar.
E... faço-o, para que as pessoas me possam conhecer: Para que me possam estranhar e entranhar. Para que me possam julgar.
Para que... talvez... possam aprender alguma coisa comigo, nem que seja a corrigir textos e erros ortográficos.
Pois, se conseguir ser útil, para alguém, algum dia, com algum dos meus textos, mudar ou ajudar nalguma ideia ou teoria, nalguma prova cientifica, ou resposta casual, então é com todo o gosto, ainda a mais do que aquele que tenho em escrever aqui, que escrevo e me exprimo.
Eu acredito que haja gente, rapaz e rapariga, tal e qual como eu, com a mesma maneira de pensar, de agir e sentir. Poderão até... estar mais avançados nas suas etapas de aprendizagem, ou talvez a caminhar para o patamar em que me encontro. E é também por eles que eu escrevo, para que se um dia lhes surgir este blog, possam talvez se quiserem, aprender ou ver outra maneira de ver as coisas...
Gosto tanto de um beijo, como de um passeio ao sol, entre a floresta.
Gosto tanto de um abraço, como de um espreitar da inocência, da criança que brinca na água.
Gosto tanto de carinho, como de dá-lo.
Gosto, mas não significa que alguém goste de mim, ou mais de mim por causa disso.
Adoro, mas não significa que tenha de ser bom ou sorridente para todos.
"Ouve-se...", mas não significa que tenho de ter uma namorada, amigos ou amigas à minha volta. Não por "não querer", mas porque não querem. Não que eu não deixe, mas porque não gostam...
Serei assim tão intimidante?
Não serão vocês os medricas? Talvez preconceituosos. Eu sei que o sou, e sou-o bastante, mas não significa que não me possam dissuadir de pensar o contrário de "vocês(tu)".
Não preciso de agir "bem", para ser aceite por vocês.
Funciono à minha maneira, não à vossa, nem com a vossa.
Adorei o texto. Acho que acima de tudo é bom teres a noção de quem és e não te importares com o que os outros pensam.
ResponderEliminarHoje em dia as pessoas são guiadas pelos outros, não têm personalidade nenhuma. É quase como se fosse uma doença que se propaga e que às tantas fica entranhada nas pessoas.
Admiro-te por seres quem és e por não teres medo disso =)
Obrigado. ;)
ResponderEliminarO texto está muito giro, dá para perceber quem realmente és...
ResponderEliminartens razão quando dizes que as pessoas deviam dizer tudo o que sentem só assim nos conseguimos compreender, seria muito mais fácil...aliás, todo o teu texto está coberto de razão, so que são razões tão óbvias que são raras as pessoas que as dizem ou que as admitem...
Parabéns pelo blog (: