terça-feira, 29 de junho de 2010

Mãe...




Mãe... hoje quero ficar aqui contigo, deitado na cama, a descansar.
Mãe... hoje não quero brincar.
Quero ficar abraçado a ti. Quero sentir o teu coração bater devagar... e adormecer.
Quero ficar embrulhado nos lençóis da cama, sossegado na tua almofada, cheirando de longe o aroma da almofada do pai.
Quero que o sol pare na janela, e o tempo ande devagar.
Estou cansado mamã... não quero ir lá fora, e também não quero comer.
Não quero ir passear, ou estar junto da sckuly.
Mamã... tenho medo. Deixa a porta aberta, para que te possa ouvir.
Deixa-me ouvir a água da panela ferver...

Mãe, fica só mais um bocadinho.
Lê-me uma história, beija-me e aconchega-me entre os peluches.
Baloiça-me no teu colo, e fala-me baixinho.
Mãe.. mãe?
Tenho saudades de quando me seguravas, e me fazias sentir frágil.
Tenho saudades dos remendos nos bonecos, e das pantufas de lã que fazias no inverno.

-- Mãe?
-- Diz filho...
-- Eu não quero crescer...

domingo, 27 de junho de 2010

Lago de Infância...


Estou agora no lago...
Tenho o pé na água, e sinto-o gelar.
Os calções molham-se em cada passo, para o interior daquele azul profundo.
Os peixes nadam entre as minhas pernas, sinto as suas caudas baterem-me...
O sol da tarde, trespassa os ramos dos eucaliptos, que enchem de mentol aquela baía pequena.

Depois de um banho, eu e o meu irmão, brincamos à beira do lago, montando com pedras uma barragem.
As ondas pequenas, fazem-nos imaginar tsunamis, e reforçamos as pequenas paredes da "muralha".
A minha mãe chama-nos para colocarmos o creme, e é então que nos transformamos em pequenos índios, pintados de uma só cor. Pegamos nuns ramos já mortos, e lutamos um com o outro, entre as árvores e folhagem morta, que nos pica as pernas, e nos magoa os pés.
As espadas chocam e pode-se ver as faíscas saltar. Saltamos agora nós para dentro de água, e a minha mãe grita para que saiamos dela, pois tínhamos acabado de comer pão com tulicreme.

Só dali a 20/ 30 minutos é que sairíamos da água.
O pai tinha nadado até à outra margem, e nós a brincar com o que podíamos.
As cadelas, descansavam nas nossas toalhas, e a minha mãe vigiava-nos da sombra.

-- Está frio aqui...
-- Faz chichi.

És estúpido...


És estúpido...
Insensível e parvo.
Distante e incompreensível.
Frio, mau.
Ignorante, puto, pirralho, convencido
Feio, deformado, sujo,
Infeliz, burro...
Racista, preconceito,
Crítico, resmungão.

Não és ninguém!
E ainda assim continuas a pensar que o és.
Não és melhor, és até pior.
Que nojo de pessoa.
Falso e anti-social.
Introvertido, e fechado no seu "mundo" de merda.
Onde pensa que é o melhor do mundo, e não vale o esforço de ninguém.
Não tens amigos! Não tens ninguém!
Não te dás com ninguém!
Não és nada.
Vais morrer sozinho e abandonado.
Enjaulado, como vieste ao mundo.

Não aplaudes, nem cumprimentas.
Não dizes "olá", nem sorris.
Não falas, nem convives.
Não partilhas nem experimentas.
Não vives, nem amas.
Não aceitas, e deitas fora.
Não conheces, e nem queres saber.
És indeciso, escreves mal, e achas que tens piada.
Sempre zangado com tudo e todos.

És estúpido... paulo.

sábado, 26 de junho de 2010

No parapeito de um dia de sol...


Sento-me, na janela do meu quarto, com vista para o campo, onde as casas se escondem entre árvores e o sol forte da madrugada.
Os cabelos, correm pela minha cara, enquanto a brisa entra no meu mundo. De luzes apagadas, televisão desligada, e com o relógio-despertador adiantado uma hora.
Lá ao fundo, vejo os postes de electricidade, e por trás deles, as montanhas verdes, que me fazem sonhar.
Que me ajudam a desaparecer desta pequena vila, e que me levam para terras de aventura. Mas hoje quero ficar sossegada... sentada, deslumbrada, pela vida que transborda para lá do parapeito desta janela.
Olho o meu reflexo na janela, e admiro a cor dos meus olhos, o tom de dourado torrado que o sol cria ao tocar nos meus cabelos, os lábios vermelhos, e o nariz pequeno ensardado (cheio de sardas).
Sinto as costas tocarem na janela atrás de mim, e a minha barriga "danone", contorcer-se de fome.
Ouço a música, num volume baixo, vindo do meu computador, criando sensações e emoções em mim, criando e injectando uma dose de adrenalina. É calma, mas acorda-me o espírito e a musa da escrita. Imagino o copo transbordar de água, serpentes em forma de dragões lutarem com os cosmonautas da roma antiga, os portugueses lançarem-se aos mares com as suas caravelas, a água transformar-se em sangue, das batalhas sangrentas dos gladiadores. Ouvir as espadas ,sentir as faíscas arderem num puff...e acalmar o espírito guerreiro com o som do chilrear de uma andorinha.

É sábado, e o dia parece demorar uma eternidade a passar. Os minutos parecem horas...
Encosto a cabeça junto aos joelhos, e fecho os olhos. Sinto a brisa passar dançando, entre os meus lábios já secos. E aqui, semi-nua, com boxers e sutien, com o corpo a dormir na varanda de uma casa escondida no meio da vila, a algumas centenas de metros da padaria, e a cerca de 3 km da escola, onde ouço os carros passar. Ouço as pessoas conversar, os velhos falar sobre futebol, as raparigas do tempo de salazar, cobiçar a vida uma das outras, à janela da rua principal.
A roupa, junto aos pés da cama, aguardam com impaciência o meu corpo. Pulariam de alegria, se fossem reais. Ouço a minha mãe chegar a casa, e a Carolina, a minha irmã gémea, gritar: "-- Andreia! A mãe comprou croissants!" E eu, num pulo, desço as escadas que dão para o primeiro piso da minha casa, e corro desenfreada para a cozinha, tentando lutar com a minha irmã, pelo croissant maior que houver dentro do saco de papel...
Corro para cima, encosto a porta do quarto, e sento-me de novo na varanda criada pela minha mente imaginativa. Espalhando migalhas pelas minhas pernas, ao sabor daquele fiambre e queijo tão característico da minha terra. E depois de tudo comido, sacudo-me, e sento-me ao computador. "navegando" em imagens do deviantart, em músicas e vídeos, em filmes sem legendas...
A escuridão, iluminada pela única entrada do meu mundo, deixa-me envolvida numa sensação de calma.
O meu quarto, cheira ao calor do verão, com a calma do outono, fresca como a primavera, e aconchegante em tempos de muita chuva e neve.
As prateleiras de cima, são sub-carregados com livros.
A cama desfeita, e as gavetas das cuecas e meias, viradas do avesso.
Nem tudo é perfeito não é? :)

Conceito para um Media Player (Concept and Design UI)

Este conceito/ design, foi criado a partir de algumas ideias encontradas na internet e no próprio deviantart.
Este projecto, engloba também a ideia de "colecção e "manutenção" de albuns" deste software, também criado por mim: Metallum Archive - Project

Como criado de software, este conceito passou da imagem para algo físico, com botões e mais do que simples imagens. Ainda não está completo, e muito menos o seu tamanho será pequeno.
Tenciono adicionar a possibilidade de adicionar Artistas e Albuns, a partir do Last.fm.

Para caso, de alguém, com conhecimentos em programação, me perguntar ou ficar a pensar se as músicas ficam guardadas na base de dados... eu respondo: Podem ser guardadas, mas o espaço na BD, ficaria enorme, e o backup demoraria muito tempo. Além disso, o ficheiro de backup ficaria demasiado grande.
Podia-mos optar por encriptar o texto do documento .sql, para que ficasse mais pequeno. Mas teríamos ainda assim , de desencriptar o documento.
A única opção que encontrei, para tornar o processo mais acessível, foi o de pedir a pasta Principal das músicas, pesquisar pelo nome da pasta, através do nome do album, e mostrar uma lista de possibilidades ao utilizador.
O componente que optei para fazer o controlo da música, é um chamado: BASS.DLL, para Delphi e outros.
As imagens são em PNG, com transparência. O restante, é criado em run-time.

Qualquer dúvida sobre programação, perguntem.

Um dia divertido...


O dia do nosso aniversário, é suposto ser divertido.

Quando somos crianças, "desejamos tudo de bom", mas alguns minutos, horas depois, alguém nos magoa.
E pensamos: "--- fogo, acontece sempre algo de mal nos meus anos, e é sempre comigo!"
Quando crescemos e nos tornamos adultos ou "jovens-adultos", as coisas más parecem ser postas de parte.
Dá-se entrada para as piadas, os momentos de risadas e anedotas, para os momentos maus e bons, e para aqueles mais estranhos.

Mas... quando convidamos a namorada, será que aquilo, entre os dois, resulta?
Será que dura? Óh, pelo menos ela veio aos meus anos, mesmo depois de ela me ter posto os palitos, ou ter acabado comigo só porque queria uma vida profissional mais "estável" e descomprometida.
Pareço falar muito no "namoro" e "amor", na "paixão" e "amizade". Talvez porque sei que uma relação pode acabar tão rápido e com o mesmo sentimento de um peido. Foi "bom" enquanto durou, e agora que acabou, parece que sou engolido numa solidão, de incertezas e inconsciências, incluindo o mau cheiro.
Bem, eu não, porque não tenho namorada. Sou demasiado tímido para ter uma nova, e demasiado selectivo para que alguma me agrade. Sei o que funciona, e o que não funciona.
Será que estou disposto a dar tudo o que sou, novamente a outra rapariga? Pelos vistos não.

Eu odeio cantar os parabéns. Ainda que sejamos uns dos poucos países no mundo com uma letra diferente, acho, para mim, demasiado invasiva.
Nunca tive colegas que se lembraram dos meus anos, "colegas de escola!". Nem muito menos isso os preocupou. E para mim, isso não me afecta em nada.
Queria receber um brinquedo, e o caralho das velhas, davam-me um par de meias e uma camisola.
A minha mãe não é pobre nem incapacitada! E além disso, sei escolher roupa mais bonita!!

Como hoje fui ao aniversário, do filho da patroa da minha mãe, surgiu-me esta ideia.
Entrei em casa, e vi 3 raparigas, até que bonitas, mas com uns 6 anos mais velhas do que eu.
E como sempre, todo o meu corpo é controlado pelo meu cérebro, impedindo-me de me magoar.
Nem olhei mais para elas, depois do "boa-tarde".
Sorrir para elas? Sentar-me juntos dos amigos do aniversariante?
NÃO POSSO ESTAR SOZINHO PORRA??
Não me podem parar de chatear, de me perguntarem se está tudo bem comigo?
Não posso estar calado? E sentado no meu canto?
Não estou a perturbar ninguém foda-se! Estou distante. Mas pelo menos não ajo obrigado.
Nem conheço ninguém, nem sou obrigado a conhecer. Não posso ser assim?
E como já sei que vai haver pessoal que vai comentar, a dizer que eu não devia ser assim, que devia dar-me mais com as pessoas, fazer amigos e sorrir, sair de casa e conhecer gente nova e fixe, porque isso é algo bom para o corpo.

Deiam um peido um cheirem-no! Porra!!
Não posso estar sossegado?
Como umas coisitas e pronto! Não sou o bobo, nem o palhaço da festa!... Não fui contratado para fazer as pessoas rir. E depois vem o meu pai dizer-me (não o disse hoje, mas já o disse noutras vezes):
"-- Queres ser aquele gajo mercanbuzio, que não se dá com ninguém não é? Trombudo, e armado em parvo."
E depois vem outro gajo numa conversa do messenger, dizer que eu "devia ser" mais simpático. "DEVIA SER"?? Mas eu sou obrigado a ser alguma coisa? Não posso estar no meu mundo?
Ser negativista e depressivo? Calado e introvertido? Foda-se...
Desde de quando é que eu sou obrigado a agir como tu, ou como outra pessoa qualquer?
Para sermos todos iguais e voar-mos como as borboletas e poisar de flor em flor...?? bahh!!
Chateia outro, porque a mim não me incomodas. Se é que estás a falar comigo, porque ainda não ouvi uma palavra de jeito a sair da tua boca desde que chegas-te ao pé de mim.
Mas eu tenho de me dar com tudo e todos?
Tenho de olhar para as raparigas e sorrir?
Fazer as vontadinhas e ajudar a menina que trás a roupa cá a casa, só para ser um "cavalheiro" e parecer mais um pretendente ao trono de sua majestade?
Entrar na sala, e declarar os meus atributos com poesia? Só para que as raparigas lutem entre si para ficarem... "comigo"?
Para quê? Se elas pedem aquilo que eu não lhes posso dar? E aquilo que eu quero, elas não dão e nem podem? Ya, devovos parecer um machista, que sou melhor que todos. E se for? Não o posso ser?
Só porque tu o dizes? E que é que te deu esse "curso"? Tiras-te numa universidade? À, já sei, aprendeste com a vida...

Mas eu preciso ser o rapaz cobiçado? Vestir-me bem? Cheirar bem, ser limpo e de barba feita, de cabelo semi-encaracolado, e brilhante? Preciso ou tenho a necessidade de chamar a atenção? De fazer rir, sorrir e ser simpático? De me expressar, através da minha presença, positivamente. De contribuir para algo positivo numa conversa ou ambiente? EU já fui assim, quando era inocente, e garoto. Foi desde aí, que me tornei no que sou hoje. Aquela "namorada" do norte, foi um abre-olhos dos grandes, para conseguir atingir esta "maturidade" de personalidade. Será que não me posso achar perfeito?
E porque não? Não diriam: "-- mas tu és muito bonita e perfeita, tens muitas virtudes!" a uma rapariga que pensasse em fazer dietas, ou que fosse bulémica, anoréctica, ou que se tentasse suicidar?
Então porque caralho!!, não posso eu pensar isso para mim? Afinal que tem razão sou eu, e não tu!
A minha opinião é que conta, e não a tua. Porque é que ainda não te calas-te?

Tenho de... parecer feliz, mesmo quando não estou, de ser simpático, quando não o quero, de sorrir, quando não achei piada?

{texto censurado a "pedido" da "Milena"}

Como é óbvio, o título do texto é uma ironia. Assim como a imagem.
"A porta de entrada é a serventia da casa"!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Conheces-me?


Conheces-me?
Sabes como sou?
Compreendes o que sinto e o que digo?

Serei diferente de ti?
Conheces-me realmente?
Consegues fazer-me chorar?
Chorar, chorarei, mas será real?
Pareço-te indiferente?
Não me aceitas?

Porque não me mantens longe?
Fechado, numa capa com folhas, com recordações que odeias.
Dentro de uma caixa de madeira, forrada com papel enflorado (papel com desenhos de flores).
Porque me tocas? Não sabes que não te quero perto de mim?
Esse olhar, que me corta as vestes e a carne... esse olhar que tenta desesperadamente arrancar-me um sorriso.

Porque me cheiras? Se não uso perfume.
Porque me arranjas a camisola, se não me preocupo com a aparência?
Será que me conheces realmente?
Porque tendes em sorrir para mim, se de mim não receberás nada?
Porque coras, se a tua presença, em nada me afecta?
Porque choras, se nunca te liguei?
Porque amas, mas não me conheces?
Porque te apaixonas, por algo que desconheces?
Serei uma aventura?
Serei um sonho?

Uma cobaia, talvez.
Também sinto dor. Mas será real?
Eu também penso em ti. Mas será com a mesma importância?

Conheces-me as horas?
As cores?
Os números, ou os planetas?
Conheces-me o mundo que te coloca de parte?...

Será que me odeias?
Ou será que te intrigo?
Serei mais um desconhecido, mais um "acaso" na tua vida?
Uma personagem passageira nas tuas histórias, que contas nos diários da tua vida.
Serei uma fuga, para a tua personalidade se puder soltar?
Algum som que conheças?
Um peça de roupa que me identifique.
Serei uma foto e um texto no teu blog?
Mereço ser visto? Ou ignorado?

E és tu quem decides?
Porque pensas, se não te dei tal liberdade?
Porque falas comigo, se te comi a fala?
Será que as tuas opiniões contam? E serão quantas?
Sorri um bocadinho. E pensa, será que me conheces?
Que me consegues dominar, ou importunar?

Serei, um doente, evolucionista, um incapaz e incompreendido, miúdo consciente, de uma inconsciência que não interessa a ninguém.

Será que me conheces...?

Raparigas...


Existem raparigas bonitas, que nunca deviam ter nascido.
Pelo simples facto de serem bonitas demais para pertencer a este mundo.

domingo, 20 de junho de 2010

Em viagem...


O que gostas de ver ,quando vais sentado no carro, ou a conduzir?
O que gostas de ver na natureza?
O que te atrai o olhar?

Por vezes, gosto de seguir com os olhos, as vedações que mantém fora das estradas, os animais selvagens.
Gosto de ver as ervas passar com velocidade.
De imaginar carros de lego correrem pela estrada, ou uma motocross, a saltar por cima de carros, ou a desviar-se.
Gosto de ver as meninas passar, de tentar decorar matrículas de carros, ou de ser capaz de os tornar "desfocados", quanto os sigo a toda a velocidade com o olhar.

De imaginar os meus dias de criança, enfiado naquela carrinha baixa, azul, sem fundo no lado direito.
E pensar, que um dia achei que eram as árvores que se moviam, e não eu...


O que será que os caracóis mais gostam de ver?
Devem ter muitas histórias para contar, não?

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Queres ter um corpo... "danone"?


Queres ter um corpo "danone"?
Mas já experimentas-te todas as dietas?
Deixas-te de comer e até fizeste exercício físico?
Talvez seja devido ao teu metabolismo.

"Os desportistas que ouvem música são 15% mais activos que os que suam em silêncio, segundo um estudo realizado pela Universidade de Brunel.
Aumente a sua "playlist" com músicas que tenham até 125 batidas por minuto e comece a apreciar a sua sessão de exercício mais do que nunca!"
Fonte: Nestle - Fitness Fruits (Com Antioxidantes Vitamina E & Selénio) - Programa barriga lisa.
Lote: L0069081900 93  - 08/12/2010
Código de barras: 3387390123524

Pois bem, se repararem, quem ouve trance, hardcore, metal (e não metallica ou evanescence, nem nada desses pousers), tecno, entre outras, cujo o nome desconheço, têm um corpo "muito" mais magro de que aquelas que não ouvem.
Será então por não ouvirmos determinada música, que ficamos um bocadinho mais gordos?
Bem... Os Caçadores de Mitos, testaram um mito de que as plantas sentem, e crescem melhor ao ouvir música.
Testaram então, 3 estufas.
Primeira - Sem música, cresceu muito mais lento que as outras duas.
Segunda - Com música clássica, entre as três, esta está no meio.
Terceira - A ouvir Heavy Metal, cresceu quase 3 vezes mais rápido que a segunda.

Logo, lendo este pequeno texto presente numa caixa de cereais da "Nestle Fitness", posso afirmar de que não existem gordos a ouvir metal.
Mas!! Existe a excepção à regra, e o problema, pode nem estar na música que ouvem, mas na quantidade de calorias/alimentos que ingerem durante 1 dia.

Quando li isto, revi alguns dos muitos vídeos, ao vivo, e até mesmo alguns dos meus colegas que ouvem o "mesmo género" de música que eu, e apercebi-me de que todos eles eram magros.
Todas as pitas gordas, ouvem a música da moda. Não quero ofender ninguém, até porque algumas têm um metabolismo mais fraco.

Uma conhecida minha, que ouvia ocasionalmente, "metal", aindaque ela fosse "forte" de corpo, era "magra".
Após ter começado a ouvir aquela nova música de merda dos "black eye pies - i got a feeling", começou a ficar mais gorda. Logo, pode-se dizer que a música teve influência.

Grande parte das gajas "góticas", são magras, óbvio que algumas fogem à excepção, devido ao seu efeito generativo e matabólico. Pode ser também pela falta de exercício ou de um plano para uma alimentação nutritiva.
Porém, a obesidade não atinge Portugal. E apenas atinge aqueles que comem mal e porcamente, comidas rápidas, várias vezes por semana, sem fazer qualquer exercício físico.
Uma vez o meu pai viu na televisão, de que, em Portugal, 1 em cada 4 crianças era obesa.
Como o meu pai trabalha numa escola, pôde constatar o contrário. Em cada 100 crianças pelo menos 1 era obesa. Logo, se naquela escola, em 400 crianças, 5 +/- eram obesas; Teria de de haver uma escola neste país, com cerca de 100 crianças obesas para as 400 daquela escola que não era. (falando abstractamente).

Experimentem ouvir algo mais "speedado", ou mais pesado, durante 1 mês, e vejam o que acontece. ;)
Podia sugerir muita "música"/bandas. Mas vocês não iriam gostar de nenhuma.

Também vi num documentário, que se correrem durante 30 minutos, as calorias que vocês perderam, enquanto dormem, se não estou em erro, é 4 vezes mais, àquela que perderam quando tiveram a correr.
Pois foi descoberto que, o corpo, continua a gastar, ou a exercitar os músculos, mesmo estando a dormir.
Dura qualquer coisa como 8h a 10h. (o estímulo).
Também vi num documentário, de que existe uma empresa (americana), onde as pessoas pagam um X€ para se sentarem relaxada-mente numa cadeira a ouvir música calma, durante 15 a 20 minutos, depois de almoçarem.
Foi comprovado também, através dessa "experiência" de que as energias são recuperadas depois dessas curta sessão de repouso.
Também vi num outro documentário, de que é durante a noite, no sono, que o nosso cérebro trabalha a todo o vapor. Consumindo energia, e aquecendo. Pois o que ele faz durante o sono é "organizar" todos os acontecimentos sucedidos durante o dia.

domingo, 13 de junho de 2010

Só porque...




E só porque olham, não quer dizer que seja por interesse...
Porque quando falam, não quer dizer que seja mal...
Falam mal, e não têm interesse nenhum, e fazem disso a merda de um fofoquisse.

Por não me aceitarem, como pessoa "anormal", que a cada dia que passa me torno narcisista, e ainda mais que no dia anterior. É por isso que gosto de mim, e odeio os restantes.
Porque odeio conversas de ocasião, ou comprimentos por parecer bem!
Não preciso de agradar a gente mesquinha, nem de cumprimentar quem me conhece.
Não sou obrigado! E não o faço.

Só porque não fale para as pessoas, não significa que me olhes assim! Estúpida de merda!
Só por trazer cães, não significa que possas estar a olhara para eles o tempo todo, ou a acaricia-los ó drogado!
Gente povinho....
Lá por não ter namorada, não significa que ande à procura, ou que olhe para elas.
Lá por não gostarem de mim, não significa que eu não possa gostar mais de mim do que de ti ó fedelha!
De me pôr num pedestal.
Não preciso de outra, para me dizer como ser feliz.
Não preciso de conhecer, para me sentir bem.

Naquela feira, senti inveja, sim, posso ter não posso?
Ou será pecado? Será mau? E eu estou-me a borrifar para o que pensas!!
Sentir inveja pelas cadelas.
Mas também já estou farto de dizer ao meu irmão:
"-- aqui com dois rapazes tão bonitos, e estas gajas só olham para as cadelas".
As raparigas devem ser é lésbicas ou o caralho!!...

E só por o meu irmão, ter arranjado uma namorada, não quer dizer que procure, ou tenha inveja.
Tanta pita ambulante, que nem metade do que sou ou sabem, lhes passa pela cabeça.
E para quê? Arranjar uma só por ter? Quero mais do que uma cachopa com pêlos no pito.
Com mamas grandes, ou um corpo de sonho, uma cara de princesa e uns cabelos encaracolados.!
Quero alguém que odeie tanto o outros como eu. Quero, porque sei que existe, mas por saber que ela pode não gostar de mim, e eu dela, não me posso amar narcisista-mente?

Não sou obrigado a andar de sorriso na cara, não sou obrigado a olhar em frente, nem de fazer espectáculo aos olhos de um monte de gente. Quando saiu de casa, vocês não existem.
Talvez o mundo lá fora me seja mais importante que vocês não? Gente de merda!

A raiva, e repúdio por pitas como tu, que olham, enoja-me. Nunca falas-te para mim, nem nunca me achas-te graça, nunca me deste importância, e é hoje que o fazes?
Só por ir mais... "bonito", ou com as cadelas ou os meus pais, só por ir de pastilha na boca ou talvez mais... "distante" daquela feira... talvez mais... adulto?
Tenho 20 anos, mas sou uma criança, mas sou-o, sendo consciente!
Sou-o, sabendo o que me espera no dia de amanha, e sei do que sou capaz de atingir ou fazer.
Como quando quero saltar de um lado para o outro. Conheço a distância, e sei o quanto consigo saltar.

Não preciso de princesas ou de cachopas que têm a mania do gostar de serem populares, ou sociais!
De frequentar a merda dos cafés e das discotecas, de irem ao cinema só porque sim. De fumarem ou beberem, dizendo que é/ ou que o fazem ocasionalmente.
Merda de roupas! Parecem pintarolas ou o caralho de rebuçados, todos enfeitados com o mesmo tom de cores.

Só porque me vês mais bonito, ou com um sorriso, não significa que te quero ver, cumprimentar ou conversar. Quero-te tão longe, como quando estávamos hoje ao acordar.

Estou nervoso, porque hoje me olharam mais do que o normal, só porque levava duas cadelas, e procurava pelos meus pais. Era morrerem todos envenenados...

Saudades...


Vi-a ao longe, e já trazia o coração aos pulos.
Arrumei o mp3, e abraça-mo-nos num beijo longo.
As saudades da sua cara... e do toque dos seus cabelos na minha cara.
A suavidade das suas mãos passarem-me pelo pescoço, e as unhas deslizarem-me pela palma da mão.

Sentir o seu nariz tocar no meu, e rir-mo-nos, das figuras "tristes" feitas pelos olhos.
Correr-mos pela erva, e cairmos no chão, rebolando numa atmosfera de saudade e carinho, de beijos, carícias, sonhos, desejos, perfumes e cabelos.
Saudades do seu cabelo na minha mão. Saudades de sentir os seus longos caracóis, e a luz incidir nos meus olhos.

A sua beleza original, que me espanta a cada dia, não se perde, nem envelhece. Não se corrói, nem se gasta.
Mantém-se jovem, até ao dia em que os seus olhos entrarem no mundo de preto.
As suas t-shirts, alegram-me a manha, em que a vou buscar ao jardim.
E as suas saias deixam-me tentado em cair...

Ela enfia a sua mão nas minhas calças, apalpando-me o rabo. Apanhado de surpresa, dou-lhe um beijo, e apalpo também o dela. O seu estilo contrastado com o meu, tornas-no estranhamente diferentes dos restantes. A sua altura, quase ultrapassa a minha, deixando-me pequeno, como que encolhido e criança junto dela, abraçado no seu carinho.

As saudades de a apertar contra o peito, senti-la respirar.
Saudades do seu fogoso bater de coração, quando nos beijamos.
Querer agarra-la pela mão, e sentir os dedos entrelaçados.
Saborear o seu bâton, e cheirar o seu perfume, entre os cabelos.

Estar ao lado dela, quando estiver doente, constipada ou das amígdalas.
Quando o cabelo estiver espigado, ou uma unha partida.
E no fim, não preocupar-me com nada disso, pois tudo em si é simples, belo, e incrível.

Ao seu lado, tudo o que sou, acaba por ser uma criança.

sábado, 12 de junho de 2010

Um boneco de lã...





A menina,  irrequieta, que mexia em botões e linhas daquela loja, chegou-se perto, olhou para o topo de uma prateleira invadida pela desarrumação de linhas de cores escuras. E entre aquele amontoado de fios, pôde ver uma perna felpuda de algo.
Seria um boneco? perguntava-se a menina, que não media mais do que o próprio balcão ao seu lado.
Olhou para a mãe, e apontou para cima. Parecia muda, mas tentava falar. Pouco tempo depois, gritou baixinho. "-- BONECO!!".
A mãe olhou a estante, e baixou-se para pegar na pequena menina. Colocou-a em cima do balcão.

Deixou que por si própria, a filha conhecesse os seus limites, enfrentasse as vertigens, e se tornasse confiante em fazer e descobrir as coisas por ela próprio. Seria esse o mundo proporcionado pelos pais de uma menina, que trabalhavam a todo o vapor, como os comboios, para que cada explicação, represália ou recompensa, fosse algo mais do que o olho pudesse ver.

Enfiou então, as mãos no emaranhado de "cobras", até sentir algo mais do que uma simples perna macia.
Puxou, trazendo consigo o ninho do coelho de peluche. Sentou-se no balcão, contemplando o trabalho que teria em retirar aquelas fios de lã. Cada um que colocava de parte, desvendava a verdadeira forma do peluche. Mas tinha medo, que o tempo no fosse suficiente para descobrir as capacidades de tal boneco.
Sabia que o dia da mãe na loja estava a acabar.
À medida que o tempo passava, e o boneco se tornava menos num amontoado de fios de lã, a sua imaginação voava, criando aventuras. Reparou então, no fim, de que aquele coelho de peluche, estava magoado num braço. "-- Dói Dói!" -- disse para a sua mãe, que arrumava uns casacos feitos de algodão. Esta, retorquiu com um sorriso e dizendo: -- "faz-lhe um penso.".

A menina tocou no seu "algodão", e tentou fechar com um pouco de fio. Enrolou-o em volta do braço e deu um nó com laço. O seu pai tinha-a ensinado, quando lhe apertava as sapatilhas.
-- "Olha!" -- disse ela para  a mãe.
-- "Muito bem, curas-te a ferida ao boneco. Amanha já estará corado." -- e sorriu.

Sua mãe, fez-la descer do balcão, ainda com o peluche na mão, e levou-a para casa.
Naquela noite, adormeceu envolta daquele peluche meigo. A mãe, enquanto a pequenina dormia profundamente, levou o boneco para a sala, onde com o seu estojo de linhas e alfinetes, agulhas e dedal, cozeu de novo o braço, enrolou novamente a linha de lã, e colocou-o no sítio.

-- "Tira-lhe o penso, para ver se já está curado." -- pediu a mãe, fingindo estar intrigada com o resultado.
A filha, desenlaçou o nó, e a mãe esboçou um sorriso que ela não podia ver.
Foi então que, admirada, a menina se vira para a mãe e diz: -- "curado!"
A mãe finge-se impressionada. Baixando-se para a altura da filha diz: --"És uma boa enfermeira.", e beijou-a nos cabelos.

O boneco de lã... tinha vida.
Tinha principalmente, uma amiga.


Há peluches nesta cama, que me conhecem o nome...

Quero...


Quero ser deixada em paz...
Com as minhas feridas.
Com a minha inocência...
Ferida dos sentimentos.

Quero ficar no meu canto,
Nua, e longe.
Perseguida pelos meus monstros.

Quero o meu quarto trancado.
Deitada na minha cama ou no chão.
Quero o silêncio das palavras, abafarem o mundo lá fora.
Quero poder pisar a relva e beijar as flores.
Quero ser deixada em paz.

Quero sentir as falhas da madeira no chão, e o frio da parede.
Quero chorar e puder hibernar nesse sentimento.
Beijar o rapaz, e fugir.
Amar alguém e ser feliz...

Ser princesa de um monstro encantado...
E deixar encantar-me por ele.
Voar para o gélido cume da montanha, e esquecer o tempo.

Quero sentar-me a um canto e chorar.
corar de encanto.

Quero morrer na minha solidão, no amor que transformei em ódio.
Entre almofadas e folhas.
Entre sonhos e desejos da criancice desproporcionada.
Entre bonecada e roupa.
Quero apagar-me do mundo, e desligar-me com um botão.

Quero... mas o mundo não deixa.
Tenho algo para lhe dar, e ele nada me dá a mim...

quinta-feira, 10 de junho de 2010

És bonita, por um dia...


Acordas de manhã, tomas banho, penteias o cabelo, vestes umas cuecas e calças os chinelos.
Escolhes as "melhores" roupas, e sentas-te em frente ao espelho.
Arranjas melhor o cabelo, colocas bâton, melhoras as pestanas, e colocas maquilhagem.
Olhas-te ao espelho, e admiras a beleza provocadora.
"-- É hoje que vão olhar para mim."

Saias à rua, "despreocupada" com os olhares. E só de pensares nisso, reconfortas o teu espírito.
Hoje, adoras-te.
Veneras o teu cabelo, o sabor do bâton nos teus lábios, e pensas no que ele sentiria se te beija-se.
A tua pele hoje está macia, e os teus olhos muito mais atraentes e bonitos.
Os puxos que levas no braço, combinam com o teu tom de pele pálido. Tão colorido...
As calças realçam-te o rabo jovem, e a camisola o decote e os contornos, das tua mamas "perfeitas".
Os desenhos da mesma, de uns bonecos maluquinhos empoleirados uns em cima de outros, provocam o olhar.

Enquanto o tempo do teu passeio se acumula, vais reparando nos olhares constantes, feitos pelo rapazes.
Cai a noite, e tens de ir dormir, retirar a maquilhagem, o bâton, a roupa... e toda a tua boneca criada especialmente para este dia, é desfeito em 5 minutos.

De manha, quando acordares, a tua beleza terá desaparecido, o teu cabelo tornou-se indomável, e só com um bom puxão na escova, é que ele se desenlaça.
As pestanas já mal vão ao sítio, e as olheiras, do pouco sono, começam a aparecer.
A camisola nova, já não é tão alegre e "festiva" como a do dia anterior, as calças são elásticas, mas não te beneficiam a beleza das pernas. Notas então que te nasce uma borbulha numa bochecha, e uma das unhas estalou o verniz.

Hoje sentes-te triste.
Hoje queres ficar em casa e esconder a tua natureza.
Esperas que a semana acabe, e que no começo de uma nova, aquele borbulha horrenda tenha desaparecido, para poderes voltar sair à rua e sentires-te de novo confortável na sociedade.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

À noite, na estação...




As luzes iluminavam os bancos de ferro. E podia ver uma estrela no canto do olho.
Podia ver as nuvens, e as estrelas com grande nitidez. E a lua, descansava sobre o telhado de uma casa.
Eram 11:57 pm, e apenas a brisa caminhava na rua.
O painel de informações actualizou-se, enquanto o via. Um comboio iria parar dali por 3 minutos.

O banco era-me familiar, e o seu frio gélido aconchegam-te.
Mais uma noite, a passear entre a calma que a natureza tem para oferecer, e entre os sonos daqueles que sonham.
A linha hipnotiza-me, e viajo para lá do traço amarelo, em pensamentos e sonhos, em desejos e vontades.
Em fantasias. Encontro-me num parque, onde a vejo passear, e daí, viajo novamente, sonhando com ela, beijando tenuemente os lábios, acariciando a cara e os cabelos. Encantando-nos com o perfume.
Volto então a mim, e sinto-me, presente. Este é o presente, isto é o aqui e agora!
Olho as mãos, e toco o mundo, o ar. Estou aqui! Este é o agora.
Terei sonhado? Terei estado a dormir? Terei viajado?

Será este o meu mundo? É aqui que pertenço?
Olho em volta, tentando capturar o tempo. Tentando perceber porque estou aqui, no agora.
Passo a mão pela cara, e volto a sentir-me de novo no agora. Volto a sentir cada parte do meu corpo ganhar consciência... Porque estou aqui? Eu? Porque choro quando imagino o infinito do universo? Quando me sinto pequeno? Porque choro em perguntar-me "porquê eu?... e não outra pessoa?"?
Sinto a mão tocar-me na perna, sinto um cheiro no ar. Vejo as sombras das folhas no chão, e as estrelas no canto do olho.
Sinto o comboio chegar... Ouço-o travar, e as portas abrirem-se em sintonia.
Lá dentro, vejo uma rapariga, olhando-o o mundo lá fora.
Olha-me, enquanto admiro o seu casaco felpudo vermelho, e os seus cabelos morenos, encaracolados, caírem-lhe graciosamente pelos ombros.

É então que me desligo de novo, entrando num transe de probabilidades e sonhos.

Levanto-me, e dirijo-me para o comboio, sentando-me em frente à rapariga...
Olho-a por mais um bocadinho, e ela desvia o olhar. As portas fecham-se e vejo-a partir devagar.

Olho o relógio, e de novo voltam a ser 11:57.
Sinto as mãos e a cara de novo. Sinto o frio e os dedos encolherem-se uns com os outros, numa tentativa de afastar o frio. Estou aqui. Isto é o agora. Terei viajado?

Ouço o comboio aproximar-se, vejo as luzes tornarem-se maiores, e o seu barulho ensurdecedor.
Não desacelera, e sinto um forte vento bater no meu casaco, à medida que aquele pendular fura o espaço-tempo. Recomponho-me, e volto a olhar as mãos.
Estou presente, mas não sou eu, funciono, mas não me controlo.
Serei eu?

O comboio para, e vejo de novo a menina de vermelho. Estarei a sonhar?
Estou confuso. É este o meu mundo?
Volto de novo à "realidade".
Ao olhar para ela, sou capturado pelos seus olhos, que brilham à luz dos candeeiros de rua.
E o momento assombra-me...
Deverei ir com ela, ou ficar no banco?
Deverei entrar? Ou ficar?
Um único momento que me pode mudar para sempre.
Serei eu? Este é o agora, e apenas um sonho me questiona.

Olho o relógio de novo, e vejo o dia: 22/6/2010.
Ouço alguém entrar-me no quarto e acordar-me, por andar à procura de uns CDs para gravar.
Ligo o computador, e a data volta a mudar, o tempo e o local.
Estou de novo na estação, olhando a rapariga chegar.
Vejo a data no computador, enquanto tomo consciência da "realidade". 9/6/2010.
A mente apanhada pelo sono, tenta compreender o que vê. Será isto o agora?

O dia chega, e vejo-a chegar. Estarei a sonhar?
Ela olha-me intrigada, e quando tenta então, sair, já é tarde. As portas fecham-se. E parte de novo.
No dia seguinte, o meu pensamento está naquela noite.
Grito a mim mesmo para acordar! Para entrar no comboio. A minha mente tenta, enquanto sinto a cama debaixo das minhas costas...

Acordo! São 11:57pm, e sinto as mãos. Sinto-me vivo. Mas será este o agora?
O pendular passa, e o vento, de novo me faz tremer.
00:00am, o comboio ilumina-se à medida que se aproxima.
Mas ela, não vai lá dentro... admiro então, em choro, a sua partida.
Levanto-me, para voltar a casa.
Ouço passos e olho para trás. O seu casaco era vermelho, e trazia um sorriso que me despedaçava o coração de tão cativante e caloroso que era.
-- "Ola." -- respondeu ela, um pouco corada.
-- "Ola... "-- respondo com grande alegria. Ela ri-se e chega-se mais perto. -- "Queres... caminhar um bocadinho?"
-- "Sim."
Aproximei o meu braço do dela, e ela entrelaçou o seu no meu. Com um sorriso, olha-mo-nos, e liga-mo-nos então assim, com o coração e a mente, um ao outro.

Mais tarde no parque, beijo tenuemente os seus lábios frágeis, acariciando a sua face, e os seus cabelos que se confundem com os meus. Sonho comigo, naquele comboio, dizendo a mim mesmo para esperar até ás 11:57. Digo a mim mesmo para esperar por ela...

O seu sorriso ilumina-me, e subo no comboio...
O presente por vezes, já foi um "à de ser".

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Inspirado na minha pessoa, através do filme: Mr. Nobody.
Acho que foi, em termos de estruturação da história e ideias, um dos melhores que já fiz.
Agora... pode é não estar bem escrito e ou perceptível.
Mas gostei bastante desta nova experiência, escrito ao "calhas", mas com um certo seguimento.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Não preciso de agir "bem"...





Hoje, a bola passou-me à frente dos olhos, batendo no chão, perdendo velocidade.
As raparigas que jogavam, esperavam que eu a apanha-se, mas algo em mim, neste caso, nada, em mim se moveu ou preocupou em secar tocar-lhe.

Durante a minha caminhada, senti a bola bater no chão, pensei que me fosse bater, mas eis que me deparo com a sua presença no meu campo de visão. Foi estranho, pois apenas a olhei, a saltar para a estrada, sem reacção, continuei no meu passo calmo e lento, acompanhado pelas minhas cadelas.
Não tive nem tenho a obrigação de me dar com alguém, nem sequer de apanhar a bola.
Eu não existo, e se lhes desse esse prazer, de lhes devolver a bola, não iria receber nada a não ser um sorriso.
Não haveria amizades, nem conversas, nem comprimentos futuros. Tinha acabado ali o "nosso" contacto.
Mas, ao pensar nisso, acho que, não é qualquer um que reagiria de uma forma tão nula e calma perante uma bola a passar-lhe à frente dos olhos. Acho que precisariam de algum esforço. E orgulho-me então, de ter sido capaz de ignorar essa preocupação, de me envolver tão em mim e nos meus pensamentos, nas minhas ideias e vontades, na minha despreocupação...
Puderam pensar que sou narcisista, bem... pelo menos não me ando a mostrar a ninguém, nem a falar bem de mim, nem a vestir-me bem, nem a sorrir nem a exibir-me que nem um boi.

Gosto de pensar que sou duro, sim.
Que sou frontal e cruel, que sou verdadeiro e honesto, mas que nunca tem razão em certas coisas que.... "deviam" ser da temática "social".
Porquê ser algo para os outros que não sou?
Que não quero ser, e com o qual não me sinto bem?
Para além de ter ódio por todos.
Tenho inveja e nojo de vocês. Porque são tão "amiguinhos", tão engatatões e convencidos...
No Domingo, enquanto fiquei na carrinha, e os meus pais foram à praia, vi, quando os meus pais vieram, um gajo todo "cheio-de-estilo", com o cabelo espetado, t-shirt sem mangas, branca, e uns calções todos "fofos"... e, perante tal imagem veio-me a raiva e o ódio, o nojo, o intolerável, e disse para os meus pais:
-- Olha, aquele vai engatar sandálias!
-- Porque dizes isso? - perguntou a minha mãe a rir-se.
-- Vai todo papariconço! -- armado ao caralho.

Com uma cor de sujo e estupidez.
Fiquei na carrinha, porque gosto de ter o meu tempo, o meu espaço, os meus momentos e pensamentos sossegados. Quero ter disponibilidade para poder, dar ar ao meu cérebro, e ajuda-lo a compreender e a crescer.

O "rapaz" até podia nem ir fazer nada, e estar a voltar para casa, mas para a maneira de como caminhava, como olhava para as coisas, e de como se mexia, não pensaria noutra coisa, se não naquilo mesmo que me veio à mente. O pior de tudo, é que, são este tipo de gajos, que mulheres inteligentes, se apaixonam.
O meu pai disse-me que lá na escola, ainda que seja putos com a mania, e pitas sem pêlos na cona, que de cada vez que esses garotos "dreds", com um penteado á fanju, cabelo espetado e com roupas da moda, vão jogar futebol, as miuditas vão todas a correr atrás deles. E eu que pensava que elas com a idade cresciam, e ganhavam juízo, eis que o meu pai me deu esse exemplo, como prova de que as pessoas continuam a mesma merda de sempre.


Deparei-me de que, dou mais aos outros, do que a mim mesmo, e até pode nem ser coisas físicas, apenas psicológicas...
Como aquelas 3 raparigas que jogavam voleibol com a bola que me passou rente aos pés. Não precisei de lhes tocar, de lhes esboçar um sorriso, ou devolver a bola, para receberem algo de mim... receberam pura e simplesmente a consistência da minha pessoa, através dos meus passos calmos. Receberam o nulo, a negação de... "uma boa acção".

Eu não sou para ninguém! Não existo para ninguém!
Não faço as coisas para os outros, apenas porque me apetece, mas porque merecem.
Não faço parte da vida de ninguém, e muito menos sou alguém importante.
Não preciso de me rodear de pessoas "amigas" e simpáticas, para ter pessoas amigas e simpáticas à minha volta, elas até têm surgido nestes últimos dias... Simplesmente acontecem, e não forço nada.
Não preciso de me rodear de pessoas bonitas para ser bonito, nem de me rodear de pessoas inteligentes para ser inteligente. Não preciso de me rodear de pessoas cativantes, sorridentes ou depressivas. Não preciso de me rodear de alguém, para ser e tornar-me naquilo que sou.
Não tenho que provar nada, nem mostrar, nem fazer ou dizer.
Não preciso de vos dizer que sou melhor ou bonito, que sou inteligente ou divertido, pois eu sei como sou, e eu isso guardo-o para mim.

Não preciso de me envolver em conversas de ocasião se não o quiser.
Não preciso de ser o "grande amigalhaço", nem o ombro de alguém. Pois tal não me são importantes.
Não preciso de comentários para me alegrarem o espírito!
Não vivo de ninguém. E por tanto!!!... não tenho de agir bem para alguém! se não me apetecer.
Eu sei como sou. Sou consistente.

Eu sou como uma moeda. Posso ser mau, mas também posso ser bom.
Sou como o dado. Posso ser divertido e interessante de descobrir.
Sou como um livro. Quem não gostar da forma como está escrito, pode sempre atirar-me para o lixo, e escolher outro.
Sou como um cão, um gato ou um rato. Mas que não vive das custas de ninguém. Que não vive seguindo ordens de alguém. Não vivo impingido ou ameaçado. Nem acorrentado.
Não seria bom, se todos os casais que estão divorciados, ou que estão para se divorciar, se expusessem tanto como eu me exponho aqui? As minhas ideias, os meus sentimentos, ódios, prazeres, amores, paixões, raiva, tristeza, depressão, terror, gostos...?
Não seria formidável? E pouco me importo com o que vocês possam pensar.
"mas aí estaríamos-nos a revelar demasiado". E eu já não o faço?
E no entanto, ainda que algumas possam gostar da minha personalidade, ou da forma como escrevo, continuo sem conhecer amigos, sem ter namorada, ou conversar com alguém na internet a não ser o meu próprio irmão. E isso tira-me algo? É prejudicial para mim?, revelar-me?
NÃO! pois estou a ser sincero comigo mesmo, estou a aprender comigo mesmo, e além disso, posso desfrutar de um bom texto. Já que não gosto de ler, pelo menos leio o que escrevo.

Se os divorciados fizessem isso, antes de se conhecerem, e partilhassem as suas verdadeiras personalidades, provavelmente hoje não haveria tantos casais separados. Pois já saberiam com o que contar.
E... faço-o, para que as pessoas me possam conhecer: Para que me possam estranhar e entranhar. Para que me possam julgar.
Para que... talvez... possam aprender alguma coisa comigo, nem que seja a corrigir textos e erros ortográficos.
Pois, se conseguir ser útil, para alguém, algum dia, com algum dos meus textos, mudar ou ajudar nalguma ideia ou teoria, nalguma prova cientifica, ou resposta casual, então é com todo o gosto, ainda a mais do que aquele que tenho em escrever aqui, que escrevo e me exprimo.

Eu acredito que haja gente, rapaz e rapariga, tal e qual como eu, com a mesma maneira de pensar, de agir e sentir. Poderão até... estar mais avançados nas suas etapas de aprendizagem, ou talvez a caminhar para o patamar em que me encontro. E é também por eles que eu escrevo, para que se um dia lhes surgir este blog, possam talvez se quiserem, aprender ou ver outra maneira de ver as coisas...

Gosto tanto de um beijo, como de um passeio ao sol, entre a floresta.
Gosto tanto de um abraço, como de um espreitar da inocência, da criança que brinca na água.
Gosto tanto de carinho, como de dá-lo.
Gosto, mas não significa que alguém goste de mim, ou mais de mim por causa disso.
Adoro, mas não significa que tenha de ser bom ou sorridente para todos.
"Ouve-se...", mas não significa que tenho de ter uma namorada, amigos ou amigas à minha volta. Não por "não querer", mas porque não querem. Não que eu não deixe, mas porque não gostam...
Serei assim tão intimidante?

Não serão vocês os medricas? Talvez preconceituosos. Eu sei que o sou, e sou-o bastante, mas não significa que não me possam dissuadir de pensar o contrário de "vocês(tu)".

Não preciso de agir "bem", para ser aceite por vocês.
Funciono à minha maneira, não à vossa, nem com a vossa.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A água fria da praia...


Aqui, junto à beira-mar, onde a água me banha os pés, já engelhados pela velhice do tempo, brinco sozinho,
de calções puxados para cima, fugindo da ondas que nem um tolo, e correndo atrás dela, só para lhe mostrar que não tenho medo.

Atiro pedras e areia, búzios e conchas, chapinho e salto, enquanto as ondas rebentam abaixo do meu joelho, afogando-me por algumas segundos a bravura de à instantes.

Finalmente sento-me e admiro, o ir e vir da ondas, o seu rebentar e o som.
O cansaço, não tarde desaparece, e voltarei a brincar com ela, que me chama... em cada onda que acaba nos meus dedos dos pés.
Enfio os deditos na areia, e sinto o sol quente bater-me no corpo pequeno. Uma brisa leva-me o calor, mas continuo a derreter que nem um gelado.
É então que me levanto.
Fito o mar de frente, e com as minhas pequenas e fracas pernas de corrida, desajeitadas e cambaleantes, corro gritando ao mar, que me deixe entrar.
Que me afogue o sol do peito, que me arrefeça os bracitos e os cabelos.
A onda Monstro, erguesse à minha frente, tentando dissuadir-me, fazer-me correr de novo para a costa, para a terra firme que me acalorenta os pés. Mas ali fico, enquanto sinto a onda engolir-me.

Dou voltas e voltas, sinto a cara bater na areia, as cuequitas encherem-se como um balão, e os pés boiar no borbolhido formado pela onda.
-- Paulo! Anda, vem para a toalha! -- grita a minha mãe lá do fundo, com a mão sobre os olhos, como os índios fazem no deserto...
Levanto-me, ainda abalado, tentando perceber se estava com os pés assentes na terra ou no ar.
Cambaleando pela praia, rumo à toalha, com um ouvido a zunir e o outro cheio de água.
À minha espera, um pão com tulicreme, e uma toalha seca. Se tiver sorte, dali por 20, 30 minutos estarei de novo a brincar com a água.

"-- o meu pai diz que o vento cria as ondas..., eu acredito que "elas", sejam os seus tentáculos."

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Entre amigos...


Entre alguém que não me pertence, mas que fazem parte de mim, como os meus pulmões respirarem quando não lhes ligo.
São alguém que dorme, que descansa, cuja vida é levada tédiamente.
Como as suas caminhadas, uma á frente da outra. Mas todas serão únicas, pois hoje, uma pata à frente da outra, não será a mesma coisa amanha, e pelo menos, não terá o mesmo significado, o mesmo sono ou força.

Ela pula no arvoredo, enquanto a outra chafurda na poça.
As alturas dominam-lhes as pernas, mas a mente curiosa faz-las ir mais longe, sem o meu consentimento ou vigia. O amor-ódio, conjuga-se entre as duas, enquanto a gata, despreocupada, de lambe entre aquelas duas matulonas. Lutando com gatos e vizinhos, saltando telhados e roubando ratos...
Tareca; que se deita na janela, vendo o mundo que não compreende, mas que simplesmente aceita como sua casa, como vizinhança e territórios.

Caminham ao meu lado, prontas para mais uma aventura, para mais um passeio neste parque que é a Mealhada. Mais um dia sol e dois de lua. Entre sonhos e ganidos, entre latidos e sonos, as suas vidas caminham devagar, aguardando pelo almoço e o jantar.
Sem coleiras, para que ninguém as condene, para que tudo tenha medo, e ganhe uma segunda opinião.

Uma festa na mais grande, e um olhar desconfiante da mais pequena.
Completando assim as mudanças de humor, canalizando as suas emoções numa corrida pelo parque, como gato e rato. Mais um impulso nas pernas, um sorriso na cara, e uma finta só para distrair.

E eu? Onde me encaixo nesta história?
Bem... nesta familia, serei apenas mais um "dono".
Prefiro pensar que lhes sou um "pai".
Que as ensina a compreender e a ver o mundo com outros olhos, que não os delas.
Alguém que lhes coloca questões, dúvidas, que explica e ensina.
Serei alguém que lhes proporciona algo único de cada vez que saímos de casa. E com aquilo que sabem, ensinar-lhes coisas diferentes. Coisas que podem melhorar, ou criar com o já conhecem.

Quero apenas mostrar-lhes, de como nós humanos vemos o mundo, de como acontece e se resolve um problema. O que podem fazer, como podem sentir e tocar, cheirar. Sentirem emoções diferentes do que aquele parque demonstra ao virar de cada esquina.
Olharem uma flor e perceberem como é bela...
Talvez, ao fim e ao cabo, a elas isto seja desinteressante; mas a inteligência não aparece... aprende-se!


"Entre amigos... entre lambidelas e cócegas, os dias de verão passam que nem um furacão!"