quarta-feira, 5 de maio de 2010

O seu sabor...



-- Foda-se! o que é que estás a fazer? -- responde  ele levando a mão aos lábios. O sangue escorria por entre os dedos, deixando-a ainda mais excitada.
-- Descupa mor. -- responde ela, saboreando a réstia de sangue nos seus lábios.
-- Tás parva? Disse para mordiscar! Não arrancar.
-- Mas sabem tão bem...

O sabor a caramelo, fazia sonhar com o seu sangue.
O sabor da pele dele, da cara, das orelhas... faziam-na ficar louca de cada vez que se aproximava.
O açúcar nos seus dedos, obrigavam-na a chupa-los.
Brincava com os dedos dele na sua boca, só para sentir de novo o seu sabor a chocolate.
As palavras acudiam-a, enchendo a dispensa do seu coração com doces.
Impregnando as veias com migalhas de bolos.
E a sua roupa, perfumada, invocava-lhe a gulosice de mais uma noite a sós, nus, num canto qualquer.
Os corpos despidos, em fricção, criavam novos sabores, novas explosões na sua mente criativa e simples.

Ela, brincava constantemente com o seu cabelo, entrelaçando-o nos seus dedos, saboreando-o.
E ao olhar-se no espelho do seu quarto, brincava consigo mesma, acariciando, comendo-se.
O sabor a  baunilha nos seus dedos, faziam-na voar em sonhos com o seu menino encantado...

Deixa-me lamber o teu gelado...

Sem comentários:

Enviar um comentário