quinta-feira, 27 de maio de 2010

A exaustão do meu não dormir...


O meu corpo acorda repleto de barulhos, de pontapés na porta e murros no vidro.
A voz penetra-me os ouvidos, que tanto apreciariam de volta o silêncio...

Ele grita, bate, ameaça.
Enquanto eu tento dormir...
O meu cérebro ainda a dormir, obriga-me a levantar.
Pouco tempo depois iria tomar banho e lavar a cara.
O meu cérebro exausto, roendo-se por dentro, gritando-me com a força dos musculos...
Gritando que vá para a cama, gritando que tente dormir.

6h da manha, e ainda me mantenho acordado, saiu do quarto e vejo o nascer do sol através da janela da porta da frente. O meu cérebro chora, não consigo compreender porque o torturo.
O chão pingado, torna-se frio, enquanto o tempo passa e me mantenho acordado.
Deito-me na cama, e por fim adormeço.
A falta de descansa provoca-me alucinações, provoca-me alterações profundas na mente.
Recarrego as baterias, e volto a descansar novamente, perdendo a sensação do tempo e da luz.

Como uma garganta inchada, o meu cérebro tenta colapsar os olhos que tendo em manter abertos...
Numa tentativa desesperada de poder ir descansar rodeado das suas almofadas, deixa-se ir pelos comandos que lhe vou obrigando a fazer...

Mas, eis que chega alguém, e começo a pensar que, talvez esteja a ser demasiado parvo...
Mas... afinal, estou a ser apenas eu, verdadeiro, com uma visão abrangente de tudo.
A ser... conciso.
Porquê preocupar-me com o que os outros me dizem?
Porquê falar sobre mim, se não o quero fazer?
Porquê armar-me?
Porquê... ser obrigado a ser amigo de alguém ou a dar-me bem?
Não posso, não ter amigos?
Não posso, ser anti-social?
Não posso?

Fase depressiva, enfia-a no cu!
Que enquanto eu ajo através da minha vontade, já tu ages conforme os outros e a suciedade que te rodeia.
Pelas boas maneiras, pela boa educação.
Pelas normas que tem impõem!
Não posso ser pelo menos, verdadeiro?
Era só o que faltava, agir sobre obrigação.

O meu cérebro, ainda em choro, chama-me à razão, e ainda que eu mude, terei sempre visto as coisas de maneira diferente.
Se eu quero ser "amigo"... quero, mas não sei até que ponto deva ser "bom", para com essas pessoas.
Aprendi desde cedo, que em 20 pessoas, apenas 2 são boas.
O problema, é que, ainda que das 20, 15 o possam ser, tenho-me deparado com 20-0.
Pessoas que têm a mania, e mostram-se para a suciedade, esperando deixar a sua "marca", esperando serem conhecidas e famosas. Prefiro ficar na sombra, debaixo do braço da morte, a mostrar-me ao mundo.

Prefiro morrer desconhecido sobre os seus pés, a morrer reconhecido e famoso.
Odeio, quando só falam bem, quando reconhecem os seus "dons", que nunca teve.
Quando dão importância depois da sua morte.
Odeio quando falam de mim!
Quando falam bem! Quando dizem que sou bom, ou que escrevo bem!
Falarem demasiado bem de uma pessoa num dia, pode ser mau, pois essa pessoa pode desiludir-vos no dia seguinte.
Nunca pedi para ser reconhecido, pela minha PAP!
Nunca pedi para falarem bem de mim.
Nunca pedi que me louvassem o esforço...


3:40 pm
Finalmente tenho o meu descanso.
Finalmente o meu Eu sucumbe à realidade criada na sua mente, e aprende da pior forma.
Mas pergunto-me se conseguirei moldar-me de novo, até ao ponto de ser simpático o suficiente.
Tenho medo. Tenho medo que me usem.
Tenho medo que se aproveitem.
E não tenho medo de me expor aqui, pois será para mim, mais tarde, uma forma de me relembrar, talvez com pouco orgulho, aquilo que fui e alcancei.
A minha busca pelo depressivo, pelo violento e frio, pelo cru e desumano... tornaram-se no que sou hoje, e por enquanto, tenho prazer em ser assim. Tenho prazer em não ser mais uma ovelhinha.
Mas, posso ser extremamente diferente e ainda assim conseguir ser simpático, menos frio e violento, menos respondão...
Valerá apena? Como sempre fui, com dificuldade tentarei atingir esse patamar.
E talvez fique satisfeito comigo próprio.

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