quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Vestir-me de novo.


"Do you allow yourself to have friends?"
"Do you allow yourself to be happy?"
Parte de mim, quer ter.
Parte de mim, quer afastar.
Quero, TENHO, de mostrar o meu outro eu... quero a evolução desta... deste ego que cresce aos poucos, e que tem tomado a minha consciência. Mas ao mesmo tempo, não cresce, nem o deixo crescer mais do que posso, pois acho que me faltam as roupas necessárias, para as pessoas poderem olhar para mim e "aceitarem-me". Se parte do problema é esse, o meu modo de me vestir, quero então ser vendido, que depois disso, volto a comprar-me.

Preciso de ser visto?! Não, mas posso mudar a opinião dos outros sobre mim. E preciso de me vestir melhor? Não, mas posso chamar atenção. O problema é que sou demasiado magro, e não há maneira de "engordar" em forma de músculos. Nem tudo me serve, e é aí que estagno. Não me sei vestir, quer dizer, sei-o, mas não há dinheiro. E... também acho que não encontro com facilidade este tipo de roupas. Além disso, o meu cabelo não dá para todo o tipo de roupa.
Bem, eu gosto bastante do estilo da "Hermione Granger" no filme "Harry Potter", porém, não são para mim que eu sou gajo. Mas gosto de ver raparigas assim vestidas.

Sou um gajo magro, muito magro, e muito alto. Aprecio o estilo de roupa apresentado nas fotos do site dela, principalmente as roupas para os rapazes. Gosto dos casacos, mas acho que queria o meu próprio estilo. Mas... continua a ser difícil encontrar roupa para o meu corpo. Não que necessite desesperadamente, mas gosto de me ver com com aquele tipo de roupa, ainda que nunca tenha vestido. É o que leva as pessoas a comprar, não é?. -.-

Quer dizer, a Teresa já me disse uma vez, que devia estar apresentável, e mais do que isso, limpo.
Que a apresentação conta muito para uma rapariga. Só não me lavo mais vezes, por causa do cabelo ser "bastante" comprido. Mas parece que lhe começo a apanhar o gosto.
E como disse antes, caso conseguisse personalizar as minhas roupas, não só mostrar uma cara "bonita" com elas, mas dar-lhes uma certa personalidade, que façam parte da minha personalidade, que sejam uma extensão do meu pensamento, e não uma espécie de saco cama, em que se veste porque está frio.

Gosto sobretudo de roupas simples, nada desmazeladas e demasiado largas. Gosto de ver raparigas com as mãos tapadas pelas mangas. Aprecio penteados, e peles expostas, principalmente ver pernas e umas saias por cima. Gosto de pessoas com pele clara. Com cabelo ondulado ou encaracolado.
Não quero segundas oportunidades. Quero tempo para mim. Quero paz e sossego!
Acho que preciso de reencontrar-me. Acho que preciso de morrer, e voltar. Fazer as coisas de novo.
Anseio a terra sobre o meu caixão, mas... vamos então, pelo menos tentar, fazer alguma coisa com as minhas ideias, com a minha... força, o meu conhecimento, e talvez... dar uso ao meu sentido de humor e de "descontracção". Quer dizer... tenho de ver se ainda os tenho.
Queria fazer outros tipos de esforço, diferentes daqueles que serei obrigado a fazer na escola, mas... não posso deixar nada para trás.
A vida não presta, e se fosse realmente boa, só a "viveríamos" um dia. Ainda assim, sei que todo o meu esforço, é efémero, não no meu sentido, mas no sentido de ser ouvido e compreendido.

Preciso, de me vestir de novo.
Preciso, de me encontrar de novo.
Gostava... de conhecer alguém que valha a pena lutar e... permanecer vivo. Alguém que lute tanto por mim como eu por ela. Eu não sou mau, sou apenas parvo.
"-- Ya! Ya! Eu acredito nisso..."
Sei então, e compreendo então, de que a minha postura, me está a matar. Compreendo agora, de que tudo o que fiz foi necessário, todo o acto cruel que idealizei e concretizei, foi necessário para chegar aqui. E ainda que por muito que me custe, saber que fiz certas coisas. Acho que só precisava e preciso de desabafar. Que "necessito", sem me querer mentir mais, de uma rapariga que me ponha juízo na cabeça, mas que seja louca como eu. Diria que... esse alguém teria de me aceitar, mas... primeiro estranha-se, depois entranha-se.
Como se costuma dizer. Uma rapariga que já idealizei num dos meus posts. Louca, mas simples.

Ya, "este blog é cheio de contradições", porque acho que nunca consegui esquecer completamente o que me atormenta durante 2 anos. Porque tornou-se uma depressão tão profunda e enraizada, que dizer "adeus" a isso, é quase como dizer adeus à minha personalidade. São e foram coisas da vida que me moldaram. Ou... que me quiseram moldar. Mas eu já disse aqui antes: São as coisas pequenas que me moldam.
Não sou diferente, por querer sê-lo à força, sou-o, porque sinto. Sou diferente, porque não consigo, nem sei, nem compreendo o porquê de ser e agir como outra pessoa.
Para ser igual, ou melhor, para deixar de ser diferente e passar a ser igual, bastava-me vestir como o meu irmão e cortar o cabelo. Afinal somos gémeos, e mais igual que eu próprio, só mesmo o Pedro.
Daí, querer ser diferente, não só por me sentir diferente, mas também porque não gosto de ser igual aos outros, ainda que me agrade bastante em ser gémeo e sê-lo com o Pedro. (Ninguém repara, por causa do cabelo).

Sim, preciso de umas roupas novas, acho que continuo a vestir tudo o que tem mais de 2 ou 3 anos cá em casa. Acho que tenho camisas no armário (pequeno) que já nem me servem. Até já devem ter caruncho! xD
-- Caruncho têm as árvores ó cromo!-.-

Novamente, não preciso da roupa para me ajudar a crescer, ainda que o tenha "referido" mais acima, mas mais para mostrar uma imagem "limpa" e aceitável de mim. Para acabar com aquela imagem negativa e depressiva que as pessoas podem vislumbrar quando passam por mim.
Por acaso cheguei a fazer uma experiência. Uma vez, numa 5ª feira, levei uma camisa branca, e uma camisola com gola em bico, preta, e uma rapariga que ia no autocarro, olhou para mim. E mesmo todo vestido de preto, na 2ª feira desta semana, (13-12-2010), uma rapariga sentou-se, no autocarro, enquanto eu ia de pé, em frente à porta, e olhou para mim várias vezes. Logo, parece que nem me visto assim tão mal.

Para mim, sinto que é o próximo passo a tomar, para além de ter de começar a aplicar-me nos estudos! -.-
Vergonha!! Sair mais vezes de casa, com a minha mãe, porque é ela que tem dinheiro :D, e ver se consigo comprar algo que se adequa mais ao meu corpo, magro e alto.
Saboreei a interacção com pessoas, mentalmente saudáveis, e da minha idade. Foi bom, e foi um despertar do meu lado... "muito-pouco-sociável" mas que ainda assim gostou de conversar com outras pessoas.
Desde que sejam "mentalmente" saudáveis!

Acredito que consigo mais que os outros, e não me esforço para o ser.
E por incrível que pareça, quando vejo toda agente a esforçar-se, eu estou a "desistir".
Mas sempre acreditei que levava um bocadinho mais de tempo do que outros, porque sou diferente e vou pelos meus próprios passos, através da minha aprendizagem. É por isso que me sinto mais seguro hoje, do que à 2 ou 3 meses atrás. Não! Eram para a frente queres ver!! -.- Cambada de pitas.

Faltou dizer algo, sobre as raparigas no autocarro.
A 2ª, olhou para mim, e parecia desesperada, não no sentido de querer saltar para cima, nem um desesperada de "aflita" com alguma coisa. Mas... um "desesperada" de saudade, de vergonha e medo.
E foi aquele olhar... que me fez despertar algo... em mim. Ela era nova, mas... senti-lhe nos olhos a vontade de voltar a gostar de alguém. A mesma vontade "desesperada", que existe nos meus olhos, de cada vez que entro no comboio e me deparo com tanta rapariga.

Mas basta-me fazer a barba e lavar o cabelo oleoso, e toda a depressão desaparece! :D
Para voltar no dia a seguir... -.- hahahaha
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"... todos os direitos e os esquerdos reservados..."

2 comentários:

  1. Os passos e as necessidades de mudança devem ser dados por nós quando sentimos que precisamos. E não porque alguém n'algum dia disse que era melhor assim ou não gostava de mim. Esse é o caminho fácil. O difícil é aquele nos leva ao limite desesperante do nosso ser para manter-mo-nos sempre fieís a nós próprios, ás nossas convicções, áquilo que faz de nós o que somos...áquilo que nos faz continuamente permanecer e cuja identidade toda a gente procura só nunca ninguém se apercebeu que essa pessoa não são os outros mas sim nós próprios. Simplesmente porque a vida é nossa e somos nós que a vivemos!

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  2. Com a idade tudo isso passa.

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