terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O chá no inverno...


Sinto o chá ferver...
As minhas narinas dilatam, e sinto o perfume entrar-me no corpo, memórias saltam diante dos meus olhos.
Sinto o calor e consigo ver o vapor, é um abraço invisível nas minhas memórias, é um edredão que me aquece nesta noite tão fria.

A cada golo, sinto a sua temperatura descer-me pela garganta, caindo gentilmente no estômago, que se contorce de reconforto. À minha língua ficam presos os pequeninos cubos de açúcar, que me adocicam o corpo, por breves momentos. Mas assim que engulo, e o sabor adocicado deixa de se fazer sentir, todo aquele momento único desaparece, e sinto-me de novo sozinho, neste canto ao frio, sentindo apenas a caneca que me aquece as mãos. E o espírito, por saber, incondicionalmente, que algo inanimado me consegue aquecer só com a sua presença. Transforma-se assim, num objecto querido, num objecto pessoal. Num objecto... quase como se fosse parte de mim.

Depois da caneca de chá bebida, o meu corpo já quente, aninha-se na cama, pensado para ele próprio:
-- Quero dormir, e descansar o pensamento...
O corpo hiberna, sem darmos por isso, estamos a dormir.

Quero descansar o meu corpo, a minha mente e o meu estado de espírito.
Voltar ao tempo de criança, e poder dormir horas a fio.
Comer um pacote de açúcar e ficar energético que nem uma pilha! ^^

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