segunda-feira, 12 de maio de 2014

Adoro ouvir-te, ver-te e cheirar-te... [9]


Deixei a pergunta divagar um pouco no ar, enquanto me deixava seduzir pelos teus olhos sobre o meu corpo, carente de mãos grandes e masculinas. Relançaste-os de novo sobre o meu peito, os meus lábios e a falta do anel no meu dedo. Sentia um certo desejo na tua respiração, que tentavas esconder debaixo desse fato que te apresentava dono e rico da tua mente e vida. Exteriorizavas uma confiança que com o tempo aprendi a esquecer, doente e demorada. Adorava sentir de novo a força de um homem controlar a minha voz, a minha boca, os meus cabelos e as minhas saídas.
-- Não. Felizmente não tenho necessidade em fazer exercício. Até porque estas pernas nunca foram feitas para correr longas distâncias. Devo ser daquelas que nasce para ser caçada no momento certo.
-- Está mesmo muito bem, para quem não pratica exercício físico. -- respondeste um pouco surpreso, aproveitando para analisares de novo a curva dos meus seios no vestido, a linha do meu pescoço e a tez da minha pele a descoberto nos braços.
-- Dedico grande parte do meu tempo à minha filha. O que por si só, já é um grande exercício, acredite. -- passei a mão sobre a cabeça deste pequeno grande milagre. Bonita e profundamente simpática. -- Sai à mãe. -- sorriste comigo. Os dentes brancos perfeitos ofereceram-me um pequeno e rápido doce, que não quis largar, mesmo depois de a sensação ter desaparecido. Senti-me atraída e compreendida. A porta de vidro que dava acesso à varanda ampla da parte de fora do shopping, permaneceu aberta durante alguns segundos, deixando passar um ligeira corrente de ar que subiu pelas minhas pernas, tocou nos meus cabelos e me invadiu o nariz com um perfume caracteristicamente masculino. Senti-me protegida e objecto de desejo ao cheirar o teu odor corporal.
Devoraste calmamente outra bata, olhando posteriormente em redor. A tua postura incomodava-me a anca e a maneira como agarravas agora o copo do sumo inspirava a minha mente. Adorava sentir esse ligeiro apertar da tua mão sobre o meu pescoço, apertando-o gentilmente a cada beijo no meu peito, até se tornar num garrote tão forte que o ar me fosse difícil de respirar e o orgasmo surgisse com o medo de perder a vida. Ajeitas-te a gola da camisa e defrontas-te o meu olhar quase conquistado. Eras um estranho, com charme mais do que suficiente para fantasiar ser violada por ti.
-- Deixe-me que lhe diga. -- comecei, tentando construir uma frase incapaz de ser compreendida pela Joana que ainda brincava activamente com o seu peluche. -- Adoro o seu perfume. E tem um... certo charme que é difícil ver nos homens hoje em dia. -- lisonjeei-te. Percebi o ego crescer dentro de ti através do sorriso que me dava confiança. Limpaste a boca.
-- Bem... é a primeira que repara. -- respondeste com uma certa timidez na voz, apesar de sentir uma certa criatura narcisista crescer dentro de ti. Os olhos ganharam uma cor mais clara, misturando-se num verde dourado. -- Mas a senhora não fica nada a traz! Também não pude deixar de sentir o seu perfume. Amor Amor, certo? -- as duas palavras ecoaram erótica-mente através do canal auditivo, arrepiando-me a espinha e humedecendo-me a cona entre as pernas.
-- Como? -- perguntei de novo, fingindo não ter percebido, só para sentir a tua voz bater-me no peito, subir-me pelo pescoço e sussurrar-me ao ouvido. Crescia em mim uma volúpia incontrolável de me tirares dos lábios o leve batom que permanecia depois de cada trincadela no hambúrguer.
-- Sim! -- respondi de olhos bem abertos, fingindo-me admirada pela descoberta óbvia de um homem inteligente como tu. Esqueci-me da presença de Joana e fantasiei ser perseguida até ao carro, onde me tapavas a boca e violavas cada curva provocadora do meu ser feminino. Outro arrepio percorreu-me a espinha, descendo até ao topo do meu rabo. Eu não posso estar bem. Este sumo deve ter qualquer coisa que me está a deixar com os calores.
-- É um perfume muito sedutor. Dá... um certo brilho e toque feminino à mulher. Muito hipnótico e provocador. Torna uma mulher simples em... -- tossiste, olhando para Joana.
-- Já uso a algum tempo. Há vezes parece que o transpiro. Fui bem fumada. -- comentei num riso escondido pela minha mão, contagiando-te. Joana, criança, imitando-nos através dos seus neurónios-espelho, sorriu, demonstrando a sua felicidade numa súbita subida de energia que exteriorizou em pulos altos no seu peluche. Os teus olhos brilharam e a perna roçou na minha. Senti o forte músculo sobre a minha meia de lã fina, largando uma incrível descarga de energia por todas as minhas partes íntimas. Sorri-te sedutora-mente, mordiscando o lábio.

Adoro sentir-te roçar em mim...

Adoro ouvir-te, ver-te e cheirar-te... [10]

2 comentários:

  1. Já várias vezes ouvi dizer "cuidado com o que desejas". Parece-me que as fantasias desta mulher poderão concretizar-se.

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    1. É caso para dizer: "Que dois que se juntaram agora!". :P

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