terça-feira, 2 de março de 2010

És como cristal...


Vem para aqui... chega-te mais.
Mais perto... abraça-me e beija-me.
Deita-te ao meu lado, e desmarca tudo o que tens para fazer até à próxima semana.
Quero ficar em casa enrolado nos cobertores junto a ti.
Quero ir passear e caminhar até à montanha!
Voar contigo pelas nuvens, e dançar ao vento...
Falar contigo... ilumina-me o sorriso com o teu.
Faz-me ver o mundo com os teus olhos pequeninos, que comem insaciavelmente o horizonte que ferve na tua mente para ser descoberto.
Dá-me a mão pequenina, gelada e sempre indicadora, com que aprendes-te a contar, a somar, e a subtrair...
Leva-me o coração, mas não me leves o amor.

Viveremos recordações, sonharemos os dias de férias, as viagens de comboio e de carro.
Volta para aqui, e deixa-te ficar sentada.
Devolve-me esse olhar tão doce que fui descobrindo em ti...
Despe esse casaco, quero te aquecer com o meu corpo...
Deixa-me deitar aninhado a ti, na tua barriga suave, deixa-me... fazer-te as cócegas que te despoletam em ti um tremendo riso e energia

Dá-me um beijo de manha, e não precisarei de tomar o pequeno-almoço.
Deixa-me sozinho quando sais de casa para ir estudar, e os minutos serão como anos, enquanto também eu, não vou para aquele caminho longo e sinuoso até à escola.
Ata esse cabelo com um só puxo, e faz aquela cara provocadora, aquela que me deixa louco para te ter de volta aos meus braços, aquela... que me faz querer proteger-te.

És como cristal pequena. Tal beleza, tal inteligência...
Serei feliz por te fazer única.
Deixa-me levar-te a passear até a um sitio mágico, de olhos vendados.
Deixa-me só junto ao piquenique, só para te ver correr atrás das borboletas.
Abraça-me, e vê o arco íris acabar dentro do pote de ouro que jaz atrás de mim.
Surpreende-me, faz-me viver, explora-me...

Sonha, e concretiza o que te vai na escrita, e dentro desse coração que não tem fim.
Corta-me a linha da timidez, e também eu irei inaugurar a "perda" da tua.
Enfrentarei as tempestades e as ninfas, para te puder ver no alto da torre.
Enfrentarei Camões, só para te puder escrever o meu mais belo poema.

Acorda-me, e aquece-me com os teus lábios junto à orelha.
Adoro-te.
Fazes-me ver o mundo com olhos mais meigos, com a mente mais sossegada.
Deixa-me pintar-te, para perpetuar quem foste.
Glorifico-te, e mando erguer uma estátua.

Mas que digo eu? Quero uma coisa simples.
Fala-me do teu dia, ensina-me a cozinhar, mostra-me o que aprendes-te hoje, ontem, e deslumbra-me com o teu amanha.
Mas por agora... deita-te aqui comigo, enquanto observamos as estrelas através daquele telhado de vidro por cima do meu quarto.
Fecha os olhos, e adormece comigo, até que as estrelas não façam sentido, e apenas as carícias de ambas as nossas mãos nos cansem e fadiguem num momento de ternura.

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