[little deer. by ~mala-lesbia]
A "curiosidade humana", é um instinto humano e não de pessoa, não é algo pessoal, é algo animal, pois "todos" os animais têm curiosidade. As minhas cadelas têm, cada vez que lhes dou a cheirar algo novo, ou vêm algo que desconhecem. A curiosidade não move só humanos, mas também gatos, macacos, cães, elefantes, suricatas, etc. Basicamente mamíferos.
Penso que já bordei num texto, a diferença entre um humano e uma pessoa. São duas coisas diferentes.
Um humano reconhece que é um animal, um mamífero, que tem instintos e que vive no mundo com outros "animais", vive em conjunto e não "isolado" para se tornar e manter-se o melhor do grupo ou do mundo.
Uma pessoa, é um humano cujo o cérebro sofreu várias transformações a nível sociológica. Deixou-se levar pela sociedade, pelo mundo das emoções baratas e preocupações mórbidas. Segue à risca dietas, preocupações, superstições, preocupa-se com as modas, imita famosos, deixa-se levar pelas noticias, embrenha-se nas tecnologias sem nunca perceber muito bem para que é que servem.
São homens e mulheres que seguem à risca e de forma, por vezes, abusiva os segredos para ser atraente, para iniciar uma conversa, arranjar uma namorada, uma noite de sexo. Deixam assim portanto, de serem humanos, para serem poluídos pelo pior que a sua pessoa facilmente vendida e modelizada pelos empreendedores (empresas). E elas vivem assim, num mundo de falsidades e preocupações, de modas e noticias de famosos. Envoltas em coisas que façam a sua vida mais cor-de-rosa, mas um cor-de-rosa que não natural mas industrial, mecânico. Julgam ser humanos, mas são simples pessoas transformadas, cujas emoções foram manipuladas.
Eu vivi com pessoas assim de perto. Bem perto. Pessoas que se achavam diferentes e um ligeiramente maior que os outros, que achavam ser algo mais, mas... no fundo, bem espremidas não tinham nada de nada.
Somos apenas humanos, e continuamos humanos, apenas com um vasto numero de ferramentas, de técnicas, de conhecimentos, de experiências. Não somos pessoas, somos humanos industrializados, especializados. Cada um com uma tarefa "especifica" neste mar de árvores. Só que estas árvores são de betão e cimento, de tijolo e telhas. Da mesma maneira que deixámos de caçar à pedrada para caçar com arco e flecha, também trocámos as casas fracas de pele e estacas de madeira por casas de pedra e argila para aguentar com ventos e chuvas.
É uma evolução animal e não "pessoal".
Existe algo torna os humanos ainda mais interessantes do que as pessoas, a nossa capacidade de crescer psicologicamente, de re-escrever a nossa história, de compreendermos-nos a nós, reconhecermos-nos no mundo, saber o nosso valor apesar de o ego por vezes ficar um pouco mais triste.
E a razão? Porque enfrento a vida como ela é: Real e não irreal. Sem magias e contos de fadas. Sem ambições descabidas e mediáticas. Tudo é pensado e repensado, todo o dinheiro é contado para certificar-me de que o comer não me falta, ou de que posso comprar o que eu mais gosto, dentro do pouco que posso comprar. Um CD de música, um gelado ou uma t-shirt.
É essa a razão de eu entrar em "depressão", de me encurralar ou deixar encurralar no meu estado mais frio e distante, mais tenebroso, sombrio, irreal, metódico, suicida, maníaco... pois vejo tudo como as coisas são, e percebo que é difícil. Não preciso que me digam frases feitas. Aliás, dispenso o que quer que seja sobre o assunto.
Não me sinto mal por entrar na caixa negra do meu ser, da minha mais repugna consciência. É um estado que nem todos sabem apreciar, e eu consigo tirar prazer desse. Adoro aquela frieza, as palavras ríspidas que me saem da boca, da mesma maneira que adoro escrever sobre aqueles sentimentos carinhosos e ternurosos que me vagueiam pela mente, sobre a pele, no coração...
Não é um defeito, é uma qualidade!
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