sexta-feira, 29 de junho de 2012

Mais do que uma história...


Sentei-me, sobre o cobertor e cruzei as pernas à chinês. Os olhitos dos meus filhos arregalaram-se, empolgados por uma história, não demoraram muito a sentar e a rirem-se entusiasmados. Tapavam os seus sorrisos com alguma vergonha com a ajuda das suas pequeninas mãos, olhando-se entre si a perguntarem-se sem falar, que nova história iriam o papá e a mamã contar desta vez.
A mamã ajeitou a saia do seu vestido e cruzou a perna.
-- Vá mamã! Conta-nos uma história!
-- Sim mamã! Conta!
-- Está bem, tenham calma... -- sorriu ela feliz pelo entusiasmo dos seus filhos. Escolheu um livro fino de capa branca, com dezenas de imagens e pouco texto.

Abriu o livro na primeira página e sobre a perna virou-o para aqueles pares de olhos brilhantes, que pareciam hipnotizar-se pelas imagens simples e coloridas desenhadas subtilmente sobre o branco, enquadrando-se com as letras negras da história.
Começou então a ler, tentando manter o seu cabelo longe daquelas páginas tão gulosas aos dedos dos seus filhos. Leu a primeira página, a segunda e uma terceira, até que fora a vês do papá.

Era uma dupla inseparável, que por vezes assumia a voz de um personagem, deliciando os seus filhos com a história e os vários personagens que ganhavam vida, que saiam do papel para falarem através do seu papá e da sua mamã.
Quando o dia era longo, as histórias pequenas, programavam jogos e actividades, liam todos, quer fosse uma história em inglês, em português ou desfolhassem um simples livro cientifico para crianças. Era assim que cresciam, era assim que os faziam felizes, que seguiam a sua própria estrada e criavam as suas próprias opiniões e talvez... -- quem sabe -- as suas próprias histórias.

Não precisavam de muito para serem felizes... não precisavam de ter muito dinheiro, nem de ter bons carros, uma grande casa, um grande quintal ou um bom curso... a sua vida tinha amor e carinho, felicidade, livros e histórias, puzzles, milhares de perguntas, tinha emoção, tinham sentimentos, viajavam em pequenos passeios até aos montes, aos castelos, a um pequeno parque ou até ao shopping para brincarem com o pai nos corredores compridos quando a mãe não estava a ver.
Eram todos crianças, que se tentavam manter saudáveis, mentalmente bem dispostos, psicologicamente felizes.

Mais do que uma história... era um momento para aprender, sorrir, rir, saltar, jogar e descobrir...

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