sábado, 1 de janeiro de 2011

Eles vivem...


Eles vivem no medo, dos seus sonhos mais profundos.
Vivem na sombra, do sorriso que os enfraquece.
Desesperam, sozinhos, na depressão da sua própria alma, da sua própria vida.

Alimentam-se de pensamentos, adaptam-se ao mundo, em modo de defesa.
Adaptam-se e evoluem, em jeito de diferença viciosa.
Acalmam-se no canto, do canto de alguma coisa. No meio de todos, longe do nada que não lhes diz muito.
Cruzados com a insatisfação dos seus desejos e insucesso, com a presença de pessoas, que aceitam só por cortesia.

Sozinhos, num canto, naquele canto, que nem é deles em particular, nem de ninguém em geral. Mas que é mais deles, naquele momento, do que alguma vez será, para todos os outros.
Aquela luz que penetra a ampla janela, aquela luz que brilha nos seus olhos, e que dançam à força na sua alma crua e fria, fazendo-o sonhar com algo que sabe ser irreal. Que sabe ser falso.
Faz-o sonhar com sentimentos, que julgam ser inalcançáveis.

Vivem, num isolamento sonoro, num choro de morte, num grito de arrepiar as espinha, que os torna em túmulos, os seus olhos tão viajantes, neste mundo, onde se acham enclausurados. Em que a música, que lhes rasga ouvidos e tímpanos, quebra risos e "boa disposição", até ao mais alegre dos bobos.
Depressiva... distante, de uma profundidade inalcançável, que os enterra empalados.
A dor domina-os. Numa agonia sufocante, perturbante e tão enraizada... que os cabelos transformam-se em cortinas, que os incuba do mundo que não querem compreender. De um mundo, que apenas querem absorver.

Eles vivem no quarto, mas quarto esse não será igual aos outros.
Vivem numa caixa de preto, onde criam a ideia original, do seu ser perfeito, no imperfeito que odeiam.
As raízes criam fendas, tão profundas como a sua dor, em paredes pintadas de sonhos, de memórias... são os seus ídolos, os seus grandes livros de aprendizagem.
Um quarto tão pequeno, tão abafado e cruel, que os faz desejar viver, em castelos que não podem comprar.

Agem, conforme a sua forma crua e "insincera" de ver aquilo que os rodeia. Um mundo imperfeito, que faz deles senhores. Brincando com os seus sonhos, que tendem é partir, em rasgar nos seus ataques de choro e pânico, na sua demanda de serem, assim, livres e fortes, sozinhos.

São algo, que não deviam existir, respirar ou sequer pensar, mas pura e simplesmente, vieram ao mundo.
São o desprezo, a sinceridade que afugentamos das nossas vidas.
Sentem-se eles, o balanço deste meio corrosivo. Ideolisam-se, os verdadeiros "humanos".
Crescem na sobra, fugindo da luz e dos póneis no arco-íris.
Personalizam-se no sofrimento, que não conseguem deixar de sentir.
São o nojo da família, que sofre com empatia.

Eles vivem do medo, da tristeza, da escuridão.

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