domingo, 16 de janeiro de 2011

Sorri, pequenina...



Vem comigo,
Dá-me a mão, quero-te levar para longe,
Vou-te mostrar a minha vida, numa aventura que criei.
Dar-te a cheirar o jardim dos meus sonhos,
E fazer-te ouvir a canção do chilrear das andorinhas, e o coro dos mochos.

És o meu mel, a minha coisa doce, a minha menina pálida, que de tanto corar por um beijo, fico com medo de desmaiares de vergonha.
Dá-me a mão, e deixa-me sentir as unhas pintadas ou não, os teus dedos frios ou as luvas, que fazem acalmar esta fera indomável.
Acarinha-me a mente, o estado de espírito.
Leva-me longe, nas nossas bicicletas, engalfonhados nos nosso sapatos...

As tuas palavras sabem-me a baunilha, e a tua pele, suave... arrepia-me a alma de tanta pureza.
Anda, monta comigo, cavalguemos juntos nesta terra só nossa, neste verde florento que não é nosso nem deles, mas que vive a cada respirar.
És o Inverno, que me arrefece o corpo nu, quando não estás comigo.
És o Outono que me despe as críticas e o preconceito, com um gesto suave pela cara, um beijo simples e verdadeiro, na minha face.

Fazes-me mudar a cor das folhas, a cor dos sonhos.
Mulher que anseio, numa seia aqui no leito de um rio.
Mulher nervosa, que com medo chora por mim.
Amor eterno, escrito em francês.

Quero os teus cabelos junto de mim, quero o teu cheiro comigo, penetrante e calmante.
Desejo a paz do teu coração, e esse olhar destemido que chora por me ver.
Saudades por um ser perfeito, que chora por uma deusa pálida, que faz emagrecer este terrível feiticeiro negro dentro de mim.
Chora comigo, ri-te comigo...
Faz-me sonhar e correr por alguém... faz-mo fazer por ti!

És como um lobo.
Protectora, progenitora, mas calma e gentil. Simples e generosa.
Deixa-me ser o que queres. Deixa-me criar uma vida, não um sonho.
Faz-me querer viver, e não desistir...
Quero ver os teus assombros.

Não... deixa-me antes ver os teus sorrisos, a tua calma.
Sentir os teus beijos, os teus braços rodearem-me num sufoque incontrolável de saudades não sentidas.
Quero-te ter, encontrar e amar.
Descobrir-te pelo caminho da minha vida, de mãos dadas.

As tuas mãos frias aquecem-me o coração que nunca sentiu carinho-

Eu vi-te sozinha
magicando sorrisos,
à muito tempo que não via,
uns olhos tão bonitos.

Sorri, pequena, e abraça-me num sufoco.

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