domingo, 29 de agosto de 2010

Volta para mim!


Ó pequenino, por onde andas tu?
Para onde foste?
Porque partiste sem mim...
Porquê, quando preciso do teu abraço?
Em que um simples olhar teu, e um agarrar de mão forte, me davam confiança, para passear por entre aquelas ruas tão cheias de sombras sinistras.
Porque não me assombras os dias, e não me encantas as manhãs?
É tão difícil não puder dizer, "bom dia".
Imaginar-te no meio do quarto, empoleirado na cadeira.

A tua respiração, sincronizava a minha.
O meu relógio conhecia as horas em que lanchavas.
Tenho saudades do teu cabelo, desse encaracolado estranho, e tão indomável-mente meu.
Desse sorriso, que me fazia tremer de euforia histérica, por saber que era o suficiente para me fazeres sorrir.
Tenho saudades, de quando me abraçavas, nas minhas noites de dor, de doença...
Das noites simples, em que olhávamos as estrelas, através do telhado do teu quarto.
As noites, enrolados no lençol, de cabeça encostada e os olhos tapados, de terror.

Queria ser tua, por mais um bocadinho.
Queria-te junto de mim outra vez.

Porque partiste?
Porque me fazes chorar?
Quero o teu abraço!
Quero as lágrimas sobre os meus ombros, os cabelos entrelaçados na boca...
Desejo-te aqui! Junto de mim, na floresta.
Desejo-te no meu banco do jardim.
Volta para mim! VOLTA!

Desfaz-me o penteado, e tira do sitio a minha roupa.
Abusa de mim, e dá-me o carinho com aqueles teus dedos tão excitantes.
Quero-te aqui.
Dependente do teu cheiro, do teu perfume... da voz que me fazia sonhar em fábulas.
Tenho medo de te esquecer, de te apagar do meu pensamento.

Quero-te nos meus sonhos.
Entre as almofadas, e as gotículas do chuveiro.
Cobertos pelo mesmo manto de chuva debaixo da árvore.
Do som da tua guitarra, em melodias descontentes, penetrarem-me o corpo, e as tuas letras bonitas, arrepiarem-me a alma.
Faz-me viver! Acreditar em mim, e saber que é possível, deixar de ter medo das alturas.
Eleva-me mais alto, e grita ao mundo, que és finalmente livre, e que tens propósito.
Porque me abandonas-te? Porque não voltas dessa tempestade serrada de fumo.
Desse turbilhão de dor, de ódio...

Desejo-te aqui debaixo dos lençóis, onde sempre foste feliz.
Volta para mim! VOLTA!

Sendo eu Alice, aguardo-te no meu mundo.

2 comentários:

  1. Tudo o que é nosso mais tarde ou mais cedo acaba por voltar. (:

    p.s - Estes teus textos estão a ficar cada vez melhores e mais apaixonantes! Parabéns!

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  2. hãm.. por acaso este texto até começa com a gaja a falar sobre o suicido do namorado dela. xD

    "É tão difícil não puder dizer, "bom dia".
    Imaginar-te no meio do quarto, empoleirado na cadeira."
    E nada irá voltar para ela. :D

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