quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Violaram-me a alma!


Hoje, guardei um banco do jardim.
Embrulhei-o, e ofereci-te-o.
Com o desenlaçar, o sol maravilhado, e a lua curiosa, transportou-nos para um lugar junto às estrelas.

Choro as lágrimas do teu partir, do teu adeus.
Em cada bater, me sinto mais frágil.
Em cada gota que me escorre pela cara, que me parte em cacos, a pintura esborrata.
O sorriso torna-se em tristeza, e tudo se pinta de preto.
Sinto-me deitado na cama, junto de ti, e com um puxão, o meu braço que te acaricia os cabelos, é arrancado, todo o meu corpo é puxado através de sonhos, de memórias...
Transformando-se num turbilhão de fumo, de cores e imagens distorcidas.
Um vórtice que num único sopro, me arranca a energia.

Ver-te chorar será o sentimento mais profundo, que alguém pode causar.
Um sentimento que me arranca o ar do peito, que me rasga e arranca de mim a pele. Um sofrimento... que nem um choro serei capaz de libertar, por tamanha dor sentida, de uma amada tão despida, do ser que é.

O chão desaparece, e sinto cair-me num poço de preto sem fundo, atado pelo pescoço, à espera que esta estique, ou que me parta todo no fundo deste nada.

Violaram-me a alma!

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