quarta-feira, 14 de março de 2012

A genética do Eu...


Genes que transportam informação?
ADN mais do que um simples código genético?
Inteligência adquira através do ambiente ou através de pais para filhos?

Já falei sobre este assunto noutro post, As borboletas que voavam "sem querer", contudo é um assunto que deixa algumas perguntas com respostas um pouco ou muito paradoxais, a não ser que aceitemos as duas...

Podemos assumir, pensemos assim, de que existe informação guardada em qualquer parte do nosso corpo, olhos, braços, coração, pernas, pele, fígado, rim, genes... e como retrata o filme: The Eye. Podemos começar a pensar que de uma certa forma, até já aconteceu com alguém, ou ouviram alguma história do género. Eu lembro-me de ter visto num programa de TV americano, de um senhora a dizer que desde que o marido tinha recebido um transplante de coração, não era o mesmo, punha a hipótese de ser um efeito da operação e dos comprimidos, mas... ela sentia que algo não estava bem, e que... quem falava com ele, se parecia muito com o senhor que lhe tinha doado o coração. Existe realmente informação "escondida" ou espalhada pelo nosso corpo?

Em tempos, e ainda hoje tenho, uma certa teoria de que, os nossos filhos terão as capacidades que eu tiver na hora da concepção. Assim como a da minha mulher. Teorias são só teorias! Exemplo disso é o DragonBall, que pelo que percebi, cada vez que o Songoku tinha um filho, o seu filho nascia com a força que o pai tinha no momento em que o "criou". Se ele estava no nível 10, o filho nascia com 10, independentemente de o pai ter demorado para lá chegar. Se tinha nível 100, o filho nascia com nível 100. Era essa a razão de ficar sempre impressionado. Escusado será dizer que só vencia aos filhos porque tinha técnica.

Os genes transportam então informação? Transportam muita informação, cor dos olhos, cor dos cabelos, doenças generativas, feições do pai e/ou da mãe. Basta olhar para os filhos e para os pais. As pessoas estão "sempre" a dizer que se a criança se parece com o pai ou mais com a mãe, com o avô ou... o vizinho do lado.
Se os genes passam informações, como nomeadamente as feições dos pais, não é de todo descabido acasalar dois atletas de alta competição de atletismo para criarem um feto com capacidades e habilidades muito superiores aos pais. Neste caso, cruzar dois corredores de 100 ou 1000 metros, daria uma criança capaz de correr os 1000 metros sem muito treino, pelo menos é isso que fala o filme: Rios Vermelhos. Onde existe uma selecção de indivíduos para obterem um "supra-individuo" mais apto, mais capaz, mais inteligente. Era essa uma das ideologias de Hitler ao criar ou perpetuar a raça ariana. Vi também um documentário sobre o assunto,  Segredos do Pedigree (ver documentário). Não falavam muito nos humanos, mas mais em experiências com animais. Algo feito em laboratório e através de processos naturais. Tinham conseguido através de uma selecção natural, em lobos, anular o gene que causava a raiva ou "desconfiança", não estou recordado de momento, originando assim lobos meigos e mansos.

Pode-se dizer que existe informação que é passada através do ADN? Sim, isso é mais do que sabido, dá-se na 4ª ou na 5ª classe. Porém a pergunta aqui é outra. É possível passar inteligência, pensamentos e outros tipos de capacidades através do ADN?
Segundo outro documentário, que fala sobre a doação de esperma, onde a mulher escolhe o dador consoante é rico, médico, matemático, físico, bem sucedido, saudável, atleta. Pode realmente ser verdadeiro que tudo passa de pai para filho, mas esquecemos-nos de uma coisa importante. O ambiente em que a criança nasce, é tão ou mais importante que as próprias características de ambos os pais?
Basta um passeio, um filme, uma música, um dia de chuva, um corte num dedo, uma queda, e toda a criança deixa de ser o que era. Como já referi antes em Uma Semente Invisível....


O ambiente é importante, e talvez o mais importante na educação e formação de um bebé/criança. Segundo o livro "A Inteligência aprende-se", um ambiente rico em estímulos permite ao bebé ter mais experiências, que o preparam e que lhe dão a conhecer melhor o mundo que o rodeia. Proporcionam-lhe novos toques, cheiros, texturas, sabores, interacção entre o seu corpo e os objectos que "deseja".
Sabemos que uma criança/pessoa é feita pelos momentos e "decisões" que fez ao longo da sua infância/adolescência. E um bom "adulto", está sempre a aprender e a crescer. Também sabemos que os genes contém informação, e segundo a teoria "A Origem das Espécies" de Charles Darwin, o gene/animal mais forte, capaz e apto é o que sobrevive. Como "gene" e vírus que sou, não quero partir deste mundo sem deixar algo melhor do que eu, e capaz de deixar ainda melhores descendentes. É a lei do mais forte. Se a passagem de genes significa evolução, e o simples facto de os genes passarem de pais para filhos, ser cada vez menos necessário tomar injecções contra vírus ou que ao perder uma mão, um ser humano adapta-se sempre à ocasião, e é então capaz de pintar com o nariz, com a outra mão, com os pés... é uma prova irrefutável da nossa existência como seres humanos. É essa a razão para sermos uma das espécies que explora e vê o mundo como nenhuma outra criatura. Graças à evolução e à selecção natural, conseguimos surgir. E porquê? Porque somos seres que nos começámos a adaptar rapidamente a um mundo em mudanças, somos versáteis, tornámos-nos mais inteligentes, por uma série de razões e factores.

Existe um documentário "As Origens da Linguagem - Do Grito à Fala", que explica a evolução da nossa fala, é uma série, por isso explica muitas outras coisas. O facto de falarmos com nós próprios, e teoriza-se que assim foi, permitiu-nos evoluirmos cerebral mente. Não significa que quem fale sozinho seja um génio, o tema de pensamento é também muito importante para a criação de uma mente capaz e sã. O facto de termos "neurónios espelho" implica aprender com a visão, mais do que com o "fazer para aprender". O que significa que uma criança pode tornar-se quase em "qualquer" coisa apenas e "só" pela visão. Como muitos psicólogos e médicos dizem, o cérebro de um bebé é como uma esponja nos primeiros 3 anos de vida. Tudo o que puder absorver absorve. E é importante referir que, ainda que não se note uma mudança a curto/médio prazo, poderá ter implicações futuras. Como li num revista "Pais e Filhos", o simples facto de o bebé sentir a presença de uma pessoa no mesmo espaço, fornece-lhe emoções, as tais experiências e estímulos. Como também referem, um bebé/criança é capaz de perceber o estado de "humor" do pai e/ou da mãe, quer pela presença, quer pela maneira como olham para ele. Uma das coisas que nós humanos nascemos, e o mais extraordinário, é a facilidade com que conseguimos "ler" caras. Basta olhar-mos para alguém caminhar de cabeça baixa ou ver umas lágrimas na sua cara, que conseguimos perceber se está triste, pensativo, chateado ou feliz. Como também referem e bem na revista "Pais e Filhos" edição de Fevereiro 2012 Nº 253, as mulheres tinham o papel de perceber e tecer o meio social que as rodeava. Mais do que isso, digo-o eu, são seres que preferem manter contacto visual durante uma conversa, e fazem-no sem pensar, enquanto que um homem é capaz de desviar o olhar e estar a ouvir à mesma a explicação. Quando ainda caçávamos nas florestas ou nos campos abertos, precisávamos de nos concentrarmos no animal do que nas feições da pessoa, que é o que todos nós usamos quando falamos para alguém, incluindo os gestos. Resumindo, as expressões faciais são muito utilizadas e os "neurónios espelho" ajudam a perceber melhor o que a outra pessoa está a fazer. Neuromarketing, Citizens Under the Influence?


Relativamente ao ADN, num episódio da série "Ancient Aliens" série 3, onde várias pessoas afirmam que o nosso ADN foi alterado por Extra-Terrestres, para proveito próprio. Criarem uma espécie capaz de se adaptar e aprender depressa. São teorias, mas qualquer teoria tem o seu valor. De uma certa forma explicaria algumas coisas, mas não os esqueletos descobertos dos nossos ancestrais símios, homo-erectos e Homo Sapiens, para não falar dos Neanderthals. Não somos só nós que existimos, apareceram muitas outras espécies que acabaram por se tornar extintas. E a razão, é a passagem do gene mais forte. Basicamente o que aconteceu, foi uma fusão. Foi, ou talvez tenha sido, por isso que na altura em que a Peste Negra apareceu na Europa, muitas pessoas não ficavam infectadas.

Falta falar ainda num ponto interessante. Se eu nascesse noutro ponto do mundo, continuaria a ser como sou hoje? Talvez não fosse bem bem igual... mas permaneceria com algumas características que me identificam como sendo o Paulo?
A resposta é um bem redondo: Não!
Porquê? Porque os pais teriam de ser os mesmos, as condições que fomos criados teriam de ser as mesmas, os amigos, as músicas, o ambiente, os passeios, as conversas, os professores... O simples facto de eu nascer na outra ponta do mundo, e se calhar nem é preciso ir tão longe, basta pensar como seria se em vês de ter nascido/criado na Mealhada, tivesse nascido/criado em Coimbra, eu não estaria aqui agora. Porquê? Porque os pais teriam de ser os mesmos. Independentemente de estarmos a falar de eu ser igual ou parecido ao que sou hoje. Estamos a falar só sobre EU, as minhas feições, o meu corpo, o meu cabelo, o meu nariz, as minhas mãos. Bastaria um sitio diferente e nunca teria nascido. Mas vamos supor que os pais eram os mesmos. Haveria algo que viesse nos genes? Vamos dizer que sim. Cá fora, acontecesse o que acontecesse, eu tornar-me-ia o que sou hoje? Se os genes por um lado são uma "caixa"/uma personalidade do meu Eu já criada, o ambiente à minha volta não iria alterar essa caixa? Bem, podemos dizer que de certa forma seria um caminho, mas não me impediria de saltar para dentro da caixa e seguir o que o "meu instinto" me diz para fazer.

Serei parte genes, parte ambiente. Agora que nos apercebemos melhor, sabemos que cada um é diferente "à sua maneira", contudo, existem modas. Existe "marketing neuronal", como vimos mais a cima. Todos fazemos as mesmas expressões, "todos" somos influenciados pela sociedade que nos rodeia. Os nossos cérebros estão preparados de uma forma misteriosa para agir em conjunto e não isolado. Não prova a existência de deuses, prova sim a pré-existência de uma exigência feita pela natureza aos nossos antepassados. Ou vamos com o grupo ou morremos à fome. E isso ainda hoje se pode ver nos animais. Quando migram, migram em conjunto, excepto excepções. Como podemos ver no documentário: Grandes Migrações.

Continua...

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