quarta-feira, 4 de julho de 2012

Eu vi o choro...


Vi o leão chorar,
Morreu o seu filho e as lágrimas secaram-lhe na juba.
Mal consegue levantar o olhar...
Abraçada à sua cria, a mãe de coração perdido ruge em tristeza.

Aquele prado gigante, tornou-se no mais triste dos lugares,
O mais forte dos ventos aparecia para dançar na juba do pai e tentar limpar as lágrimas à mãe.
Tudo parecia confuso...
Não havia chuva e o calor da areia era a única coisa que fazia mover as suas caudas "felizes".
Mas cada lágrima que caia no chão, era um trovão que não caia bem.
Sucumbiram um sobre o outro.

O casal olhou-se... cada um soltou a sua lágrima de amor e recordaram nas suas faces, a vida do seu, para sempre pequeno, rebento.
Não tivessem pêlos na cara e poder-se ia ver a sua palidez, a sua agonia ferver-lhes no estômago... o azedo misturar-se na garganta com o sal das gotas derramadas.
Um rugido sem forças...
A mãe tocou-lhe na pata, mas não reagiu.
Desesperada tentou abaná-lo, mas era um peso literalmente morto.

Dia e noite, o pai e a mãe, ali permaneceram.
Com amor ao seu filho, protegeram-no da chuva, do calor extremo e dos perigos.
Não o abandonaram... pois ainda hoje visitam as suas ossadas.
Rodeadas de flores, os dois deitam-se por minutos, cheirando aquilo que um dia foi... a criatura mais feliz da  savana.

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