É humilhante cair em público, pois no nosso instinto animal, sermos "trapalhões" demonstra que somos fracos, que não temos forças para nos defendermos, que não enfrentamos ou sabemos enfrentar os outros.
Mas qual é a razão para nos sentirmos "mal"?
É o ser-se "trapalhão" que influencia tudo à nossa volta, não é algo mau, é normal e aprende-se "muito" de uma queda; Mas pode ser um sinónimo de desatenção, é um animal que não está em alerta, e que por isso põe o resto do grupo em perigo.
É o ser-se "trapalhão" que influencia tudo à nossa volta, não é algo mau, é normal e aprende-se "muito" de uma queda; Mas pode ser um sinónimo de desatenção, é um animal que não está em alerta, e que por isso põe o resto do grupo em perigo.
Se um membro do grupo não está atento põem em risco os restantes do predadores e grupos rivais. Este sentimento "pejorativo" que as pessoas têm por quem cai, e por muito preocupadas que fiquem é algo instintivo; Fazem/sentem o mesmo que um grupo de lobos. Se um lobo fica ferido, tendem em deixá-lo para traz. É um peso morto que ninguém quer ter de carregar. E é isso que se sente instintivamente pela pessoa que cai. É e torna-se, naquele momento, um fardo.
É o instinto animal a dizer-nos:
A nós que caímos, que estamos condenados se não recuperar-mos depressa.
E para nós que vemos cair, a "condenar" e a menosprezar.
No entanto, ajudamos, ou tendemos em ajudar, não é algo único e particular para os humanos, existem outras espécies de animais que se entre ajudam, como é o caso das Suricatas. Pelo que li no fundo deste texto Pesquisas mostram (...), apenas as suricatas cooperam entre si, mas é provável que existam mais alguns mamíferos capazes do mesmo feito. E digo mamíferos, porque insectos e répteis estão num patamar muito diferente da dos mamíferos quando falamos em predadores. Os mamíferos sempre foram perseguidos desde o seu aparecimento no período Jurássico.
Mas este tipo de "humilhação" pública leva-nos a outro ponto: O que é a vergonha?
Quando li o teu texto o primeiro pensamento que tive foi na Fábula de La Fontaine “O Carvalho e o Caniço” ou de Esopo “O Carvalho e o Junco”.
ResponderEliminarA pessoa tem como natureza mostrar-se erguido e ter uma fortaleza como defesa. Quando cai, todas as defesas construidas caiem por terra e o sentimento de fragilidade e fraqueza assola o interior dando lugar a um misto de raiva. Raiva pelo facto de outros verem a sua “falha” e de gozarem.
No fundo, a preocupação não é o cair é sim o que os outros podem pensar com esse “deslize” com essa desatenção.
Toda a gente cai e toda a gente sabe qual a sensação. Mas com isso tudo a pessoa só tem dois tipos de reacção (quando não se magoa a serio, e só é apenas o susto de cair) deixar a raiva sair e agredir verbalmente quem goza ou simplesmente rir.
Se quem cai gritar aos 4 ventos a sua situação vai piorar, vai mostrar ainda mais a sua fragilidade, vai mostrar que realmente as suas defesas são fracas , chamando sobre si mais atenções.
Por outro lado rir vai mesclar um pouco essa sensação. Para além de que, ao rir está a desanubiar está a relaxar-e a si e a quem viu, porque assim todos ficam a pensar que o “tombo” foi um momento menos feliz e que a pessoa que caiu afinal está bem. O riso é contagioso. Ao rir após uma situação embaraçosa todos se riem e não é um riso para humilhar mas um riso colectivo, um riso que afinal tudo está bem.
Quem cai e baixa a cabeça e ergue-se seguindo o seu caminho, deixa no ar a sensação de fragilidade com uma mescla de orgulho ferido e de coragem por continuar. Mas esta reação não deixa a pessoa aliviada, porque sente-se a pessoa mais fragil, mais humilhada, mais fraca, porque pura e simplesmente não sabe como reagir não sabe como encarar a situação.
Sim tens razão. É humilhante, mas vai de cada um dirigir essa humilhação e saber lidar com ela.
Tema interessante este (como todos) :D
BJ
LIA