sábado, 16 de outubro de 2010

Um sorriso...


Odeio esperar, odeio que me olhem, principalmente pitas...
Mas por ti sofro um bocadinho, e não percebo bem porquê.
Aconchego-me por entre os meus cabelos, expondo-me a quem passa por mim, sendo assim alvo de olhares curiosos que tendo em odiar.
Esboços sorrisos, que pensava ter perdido, e quando olho para o teu... algo em mim fica descontrolado.
Não é um "bonito" como uma paisagem numa foto, é o deslumbrar do mundo no topo da montanha, é o deslumbrar das estrelas que navegam em signos.... é um sorriso que me arrepia a alma, por ser tão único, platónico.

De um momento para o outro, torno-me desleixado. Fico com vergonha e só quero fugir da tua presença.
No beijo, senti a tua cara encostar-se à minha, e quase senti um carinho teu. Fiquei... fiquei calado, tímido, nervoso, e com saudades....
Odeio ver-te partir, por entre aquela multidão, de volta para as aulas. Odeio perder-te de vista e de me apresentar de uma forma muito descuidada... Odeio, poder apenas ver-te, num simples olhar que me mata.

E ainda que te veja ao longe, o meu peito chora, contorcesse de pena, de saudades... quero ficar contigo, e por muito que não fale, sentir que estás ali, no banco do jardim, da escola, ou no chão, sentada ao meu lado.
"os ursos são fofinhos!"

Mudo tanto quando estás presente. Tenho medo de ser desleixado e de não dizer as coisas bem...
Vergonha de dizer o que sinto. Medo que te deixe fugir, como a outras deixei.
Tenho pena.... de não te puder ver mais vezes. E "amo", num sentido diferente da palavra. É um "Gosto de ti", incapaz de satisfazer os meus sentimentos.

Não "receio", tenho medo... de me mostrar demasiado sensível, demasiado preocupado ou emotivo. Tenho medo de mudar por completo apenas e só por estar na tua presença. Por poder sentir a tua voz.... desmarcar por completo o ritmo do meu coração, de sentir a adrenalina correr-me pelas veias, sentir o calor subir-me pelo pescoço, pelo simples facto de te olhar para as mãos e imaginar...
Tenho medo que não me reconheças. Tenho medo que aches estranho e confuso.
Medo de pedir e não dar tempo. Medo de me deixares e ires para longe... ou de perderes a tua vida, com alguém como eu.

E eu não quero, de forma alguma, estragar-te a vida com a minha presença amorosa, de te fazer mudar sonhos e objectivos. Não quero amar por tempo indefinido.... quero "gostar de ti" para sempre! Mas não posso "namorar" por um ano, e saber que vais. De namorar e saber que te perco. De saber que foi apenas... "uma fase" das nossas vidas.

Gosto de ti.
E a cada momento que te vejo partir para a sala... perco uma parte de mim. Deixo para trás, palavras tímidas que não quis deixar sair. Sorrisos escondidos que teimavam em não aparecer entre todo aquele nervosismo.
Mas em cada olhar... mato saudades do ser que descobri, naquela terra tão desconhecida para mim.
É por ti que eu espero pela Diana. É por te querer ver que vou até à escola, e não espero por ela na paragem. É por ti... que espero, à porta da escola, rodeada de todas aquelas pessoas. E és só tu quem eu espero encontrar naquela confusão, que tu tendes em acalmar com o teu caminhar tão tímido de cada vez que desces... para me ver.
Não há nada para esconder, e eu gosto de ti.

Desce, estou aqui à tua espera...
És o carinho que procurava, por entre as nuvens em que saltitava.
Parece cliché e infantil, mas é o que trago para dar, quer aos meus filhos, quer à minha grande princesa.
Prefiro sê-lo assim, sensível e carinhoso, a ser mais um macaco. (sem querer ofender macacos! ^^)

---------------
Não quero comentários foleiros!
Não quero comentários ditos e reditos!
Não quero saber se tenho ou não de avançar, de dizer ou não o que sinto!
Quero que leiam, e que relembrem os momentos em que se calaram por vergonha....
(Aquilo que eu perdi, por não saber o que estava do outro lado do muro de berlim.)

Sem comentários:

Enviar um comentário