sábado, 23 de janeiro de 2010

Cântico numa brisa de amor...


[plant by ~Gapkua]

É o amor que procuro nos teus braços.
É a dor que vejo no teu peito, rasgado pelos gritos, pelos choros e pl'a agonia de viver...
É o leito dos teus sonhos, despedaçados e amaldiçoados, que vejo voar em tua volta...
São os olhos pesados de pena, de lágrimas pretas de escuridão, que vejo tremer o teu corpo...

Passos silenciosos, neste chão de madeira velha e rabugenta....
O toque angelical de uma suavidade indomável, e de uma beleza que ultrapassa a imaginação do meu ser...
Poetizando o teu nome, entre rimas e versos, entre encantos e cheiros que me tiram o folgo e me eleva aos céus...

São sementes, são pós mágicos que polpitas em mim...
São risos que me caramelisas com esse aconchego do teu ser...

Ao teu peito, descansa a chave para o meu brilho, o meu fogo e ardor...
Ao teu peito fugaz, me descanso das palavras e pensamentos que me fazem sofrer dos dias sem ti...
De um pescoço beijado, gentil, perdura o meu aroma e toque dos lábios, que te afogam em marés e tempestades de um calmo azul...

Dos cabelos, pintados pelo sol, transformas o vento em brisa, e do horizonte num pôr do sol...
Tão belo, tão calmo... um ar que aquece o peito dos rouxinóis, dos melros e das corujas...
Que cantam baladas enfeitiçadas pelo teu perfume, que em contacto com a pele, se transformam em estrelas reluzentes!
Místico arco-íris de beleza cintilante, de um suspiro de tempo, que salpica o ar...

A erva que te cósega os pés, que te acarinha o mundo que trazes debaixo, te faz levitar, neste mar de verde ondulante, que murmura a tua beleza palmenar (palma-dos-pés), branca e sensível como o nosso amor...

Respirando, me enveneno do teu amor, que me destruirá se não te pudér ver, tocar ou ler...
Poemas que escrevas, adocicados e cheirosos com teus beijos eternos...
De um respirar, de um simples sopro... que me retens os olhos, e me controlas o coração...

Amarrado a ti em laços, em fitas, de dores que não vejo, nem imagino existir...
De um choro berrante, de um negro sombrio que me distância do mundo... da brisa, do toque das nuvens no meu rosto...
Um desejo de me limpares as lágrimas... de te aninhares em mim, e aprisionar-mes em ti...

E com o estouro de um fogo, de um universo, de uma estrela... reina assim o meu trono...
Amaldiçoa-me, borboleta, minha árvore da vida, meu futuro...
Meu aconchego do sofrimento, do medo...

De um beijo, te devolvo o sorriso, te coro, te empolgo...
Com o toque pilpante, nos deitamos sobre este mar verde, ondulante...
Contamos as estrelas, os planetas e as luas...

Contamos os momentos, para sempre perpetuarmos o desejo do nosso amor...
E damos vida...
Abraçados num bailar ritulante, dançando ao som do mundo que nos canta.

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As palavras: polpitas, palmenar, pilpante, ritulante, são da minha autoria e da minha pura imaginação.

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