quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Magusto




Sinto saudades do magusto e dos dias frios, de comer castanhas, de sentir o calor das gigantes fogueiras, feitas no recinto da escola, construídas com as fagulhas de cada criança, e com uma pequena mão das minhas.

Saudades de ver as fogueiras arder, crepitarem e estalarem, de brincar até à exaustão.

E de todas as castanhas que tinha levado, apenas um cone de papel comia.
Acho que os professores comiam o resto...

Algumas delas, traziam bicho, ou sabiam mal, algumas vinham tão queimadas, que agora pergunto-me se não seria carvão.

Saudades de o frio me cortar as pequenas mãos, e de vestir, nesses tempos tão longínquos, os colãns, que protegiam as minhas pequenas e magricelas pernas do frio.

E hoje, olhando para trás, recordar o meu futuro e ver crescer o passado do presente, penso:
Tive tanto, tive o melhor, tive amor, tive uma infância que faria inveja a qualquer uma de hoje em dia.

Não saía muito de casa, pois em casa das minhas tias tinha os jogos, os puzzles, a RTP2, os ovos mexidos os bifes de peru e o arroz.
Em casa, tinha o meu irmão para brincar, com a carrada de bonecada, e construir o nosso, ainda que pequeno, mundo.

Invejam o passado...

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