domingo, 5 de agosto de 2012

Obrigado Eu...

[354 by ~Anelise0s]

Adoro a tua cara e a tua postura.
Adoro o teu cabelo e o teu corpo.
Adoro-te num todo, porque eu sou absolutamente nada...


Aquilo que és, sou-o com o tempo. És o meu Eu que fica sentado a observar-me, que não diz uma palavra. Esperas simplesmente que me aperceba das coisas sozinho. E por vezes lá me guias. Ouço os outros, e torno-me um bocadinho melhor a cada palavra. Às vezes lá preciso de ajuda e guias-me por uns segundos.


Sim, tens razão, só preciso de dar o meu melhor, de o ser para mim e só para mim. Mas e se eu não quiser ligar ao facto de todos terem as suas dificuldades e eu não ser, afinal de contas, diferente mas igual? Copérnico era igual na sua forma mais básica, tal como eu sou. Einstein, Da Vinci, Galileu, Newton. Eles não foram iguais, foram diferentes o suficiente para deixar uma marca, para verem as coisas de maneira diferente. E eu não quero ser igual há aqueles que vêm tudo de uma forma monótona e modelista, com aceitação em tudo sem nunca perguntarem "Porque é que é assim?". Eu quero ser diferente! Eu sou diferente. Sinto-o, mas por alguma razão, sinto que me falta algo. Será de mim? Psicologicamente? Será da falta de esforço? Sim, talvez seja isso, mas a falta de esforço vem com a minha mentalidade e sentimentos de que não sou nada. E outras vezes sinto que sou tudo, mas falta-me a capacidade técnica. É a falta de criatividade em design? É nisso que tenho dificuldades. É a falta de compreender os cálculos e as regras? É nisso que tenho dificuldades. Porque fora isso, quando escrevo, tento exaustivamente criar algo que transmita uma ideia e ou sentimentos. Quando vejo um filme tento não ver apenas a história, mas enquadrar frases e imagens. Enquadrar ideias e ver algo para lá da própria história e das personagens.
Quando algo me interessa e tenho bons resultados a isso, dedico-me várias vezes a isso. Aquilo a que sou um nabo deixo de lado, mas sempre com interesse para tentar perceber.
Qual é o meu problema então? É mais grave comparativamente às outras pessoas? Eu diria que não. Que tenho os mesmos problemas que toda agente, mas tenho consciência de que os tenho e isso deixa-me triste por não ser capaz de tirar boas notas, ou ser bom em alguma coisa. Por ter dificuldade em fazer alguma coisa. Todos temos, mas eu gostava de não ter! Gostava de ser mediano nas coisas mais difíceis. Informática não é propriamente para todos, e conheço alunos que já lá andam à 6 anos com a cadeira de Assembler por fazer. Uma linguagem de programação que só este ano, (2ª vez) é que a percebi minimamente. Costuma-se falar muito em Semântica de linguagens de programação. Se programar à unha, leitura e escrita de estruturas de dados em ficheiros binários ou de textos, então fazê-lo com POO, dá uma carga de trabalho. Tenho más notas? Tenho, mas nas aulas compreendo as coisas, a questão acaba, não por ser a falta de estudo, mas a quantidade de matéria exigente que tenho de saber, EU, e assimilar e de perceber e de pensar tal como o respirar. Porque se não conseguir perceber ou tiver dificuldades a uma disciplina, as restantes para a frente são impossíveis de fazer. Se não se percebe IP (Introdução à Programação (básica C)), então Programação de nível 2 (C++) é impossível de perceber. E já vi muita boa gente a ter dificuldades na 2ª, mesmo tendo feito a 1ª disciplina com uma nota razoável.
Não é uma desculpa aquilo que estou a dizer, não é a minha desculpa para não conseguir ter boas notas. Há gente que tem mais facilidade em aprender e outras que têm mais dificuldades. Já o disse várias vezes.
Naquilo que tenho mais dificuldades, compenso com outras coisas, porque mais vale tentar ser muito bom em muita coisa, do que mau e burro em tudo. Mais vale tentar querer ser o melhor, do que ser um badinas da vida toda. Mais vale tentar... como diz o Miguel Gonçalves.

Se demoro a aperceber-me ou a perceber as coisas? Sim, é verdade, mas acontece com toda agente. E algo que eu tento fazer no blog, através dos meus textos é iluminar, pelo menos tentar, as vossas mentes, mas principalmente a minha. Deixar gravado através de palavras aquele meu sentimento ou aquela ideia nova. E ainda bem que o faço porque ao reler vários textos meus já me pude recordar e re-aprender algo que tinha esquecido. O fascinante nisto tudo, o fascinante na minha mente, que sinceramente também deve acontecer com vocês, é ir na rua sem pensar em nada ou a pensar em algo, numa ideia, numa imagem, numa frase, num filme, etc e aperceber-me de coisas que já vi, li, ouvi, fiz, percebi. Juntar os pontos. Como eu tanto falo aqui. Óbvio que não sou o único, e espero que a minha namorada também o seja. Então... significa que não sou único e que sou igual a todos? Não. Não propriamente. Se fosse igual a todos não tinha consciência, não era minimamente inteligente, nem interessado pelas coisas que me moldam a personalidade. Às vezes sou imprudente, não penso nas coisas e falo sem pensar. Mas esforço-me para que essas falhas se tornem cada vez menos parte de mim. Pelo menos tento. Desde que me conheço que o tento exaustivamente. Não quero permanecer o mesmo, quero aprender. Posso ter dificuldades nalgumas coisas mas com o tempo e empenho isso vai ao sitio.
Porque é que me repito de texto para texto? Porque é algo que me preocupa a mente. É algo que eu penso e re-penso. Algo que me atinge e me deixa triste, que por eu não ter boas notas, não sou ninguém. Mas digo a mim mesmo que eu mesmo não tendo boas notas, sei fazer muita coisa. Ou será que me estou a enganar? Ou será que estou cego e não quero ver realmente a realidade e os problemas que tenho à minha frente mas que eu faço com que sejam pouco importantes?

O meu problema? É que eu tenho tudo, sim, realmente tenho tudo, não o que realmente quero comprar e ter como bem pessoal, mas tenho tudo o que um pai se "esforça" para dar a um filho, mas falta-me o mais importante. Que os meus pais me reconheçam o valor. Porque o meu pai passa-me a vida inteira a incomodar-me o cérebro a dizer que estou sempre fechado no computador e que qualquer dia desliga a internet por estar sempre em frente ao PC. Pronto... então da próxima vez que ele quiser conversar sobre alguma coisa que ele gosta ou precisar de ajuda com o PC, que vá pedir aos colegas dele! :)
Da próxima vez que ele nos perguntar se podemos arranjar o computador de uma das colegas dele, ele que os arranje! Já que eu não posso estar no computador porque, supostamente na cabeça dele, não estou a fazer nada, também não aprendo coisas novas. Eu faço muito num PC, não tanto na net, mas preciso dela para aceder aos conteúdos informativos que tanto procuro para ler e ver. Seja filmes, seja música, seja escrever, seja ler, seja conversar ou partilhar ideias e opiniões.
-- Se tivesses amigos não precisavas de estar tanto tempo no computador. Bastava-te conversar com eles e aprendias, talvez, mais coisas.
Pois, o problema está aí. Eu prefiro aprender sozinho essas coisas, grande parte das coisas. De juntar os pontos, de pensar, de reflectir, de escrever. Não tenho medo de não ter amigos com quem conversar as coisas que gosto. Tenho-me a mim e ao blog para isso. Conto comigo e não com os outros. Mas eu sei conversar. Não sou nenhum anti-social. O problema que pode haver é eu estar a falar de uma maneira que as pessoas não compreendam, ou de uma forma confusa.

Aquilo que eu mostro no blog, é apenas 25%, 30% daquilo que realmente sou e tenho para dar. E é por perceber que tenho muito mais para dar do que a imagem que vocês desenham de mim, que aos poucos e poucos vou ganhando confiança em mim e nas minhas capacidades. Se não tenho a motivação dos meus pais, tenho a ter sozinho. Obviamente. Às vezes podia ajudar muito ouvir uma palavra que me valoriza-se, muitos problemas podem surgir daí. Nem demasiados elogios, não tão poucos que se tornem raros. Lá está, é difícil agir num 100% correcto nesse meio (50%) instável.
Mostrar-me o melhor a alguém que me grita constantemente ao ouvido que é melhor ainda? Para quê? Perder o meu tempo? Não. Falo o que tenho a falar, e dou a minha opinião. Eu sei aquilo que sei e conheço. Não sei tudo tudo, mas sai usar muito bem aquilo que ouço, vejo e leio.

Obrigado Eu, por seres uma parte de mim que se senta a observar-me e que age só quando é necessário. Não é de loucos dizer o que disse, é até bastante inteligente psicologicamente. É uma dupla personalidade. É um espaço reservado na minha mente, que me permite abstrair de certas coisas. Ser por vezes simples, e outras vezes mais disperso e consciente das coisas que realmente estou a ver e a sentir.
É um texto chato e maçudo? Muito grande não é? E ainda eu só estou a escrever 20% ou 30% daquilo que estou a pensar.

Portante, eu, sim, sou diferente e vou continuar a lutar para me manter assim e tentar ser melhor dentro de mim mesmo. Não sou um especialista "fanático" em 3 ou 4 assuntos, sou um rapaz inteligente num grande numero, vasto por sinal, de áreas. Mas se tivesse de falar sobre aquilo que eu mais gosto de falar, ler ouvir e fazer, será a área em que contacto com a criança. E para quê? Para tentar perceber de que maneira aquilo que eu digo a afecta cognitivamente, no presente e no futuro. Mas não me fico por aí...

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