terça-feira, 21 de agosto de 2012

A geração anti-pedagógica...


O desemprego voltou a subir, mas desta vez alcançou quase 2 000 000 (2 milhões) de desempregados! 655 000 estão inscritos no centro de emprego e 50% são licenciados (325 000).

Se já dizem que no século 21 existem mais licenciados de que há registo, também existe maior taxa de desemprego para os mesmos. Têm um curso mas não têm emprego. Em portugal estamos a enfrentar um problema pelo qual a França já passou em 2006, se não me engano. Mas lá está, num país cujos agricultores são pagos para não produzir e assim deixar portugal dependente de produtos externos que podiam muito bem ser colhidos por cá, continuamos o mesmo país em crise à mais de 30 anos que não avança nem deixa avançar.


Li num video do youtube um comentário que fala sobre as gerações. E era algo mais ao menos assim:
Cada vez que surge uma nova geração, ela fica pior que a anterior! Mais burra, mais malandra, mais inculta, mais fria, mais distante, menos amor, menos paciência, menos capacidades.

E ele tem razão! Vi o trailer do "novo" filme sobre a Lagoa Azul, e li alguns comentários, apesar de não ter sido necessário, mas enquanto via o trailer percebi que aquele filme não seguia o mesmo amor e carinho que os 2 primeiros criaram. Apercebi-me então que o amor como o conhecíamos e via-mos nos filmes antigos, como o muito célebre Feiticeiro de Oz, tem os seus dias contados, já Fernando Pessoa dizia o mesmo num dos seus poemas. Sim, o amor começa-se a perder neste ambiente cada vez mais urbano e industrializado, onde tudo envolve tudo, onde tudo se embrenha em tudo. Em que o esforço que se faz numa relação é canalizado única e exclusivamente para os dias de festas ou quando o espírito anda de sorriso.
No mesmo sentido, a propósito do seguimento da falta de amor de uma geração que caminha para o seu colapso e para a destruição do mundo, onde todos têm tudo, ou não têm nada. Onde os ricos gostam de se mostrar mais ricos e os pobres de se fazerem de coitadinhos, e outros pobres de lutar pela sua vida, vem o novo reclame do "Regresso às aulas" do Continente. Quando o ouvi pela primeira vez, colei os olhos no televisor, fiquei a ouvir a pior música que mais irrita ouvir onde quer que passe, uma música de merda, ainda pior, cantada por um garoto de merda.
Que merda é esta meu? Agora os putos lutam através do estilo? Lutam uns com os outros para ver quem tem mais e melhor? Quem vem vestido com as melhores marcas e o melhor material escolar? Para onde caminha esta geração? Para um colapso de mentalidades. Vamos ver daqui por uns 10 ou 15 anos, adultos que não sabem ser adultos, e pior de tudo, que nunca foram crianças. Que, como referi acima, sempre tiveram tudo, pediram tudo, que se acham os melhores por terem estilo, por terem um carro (pago pelos papás), o 12º ano sem nenhuma aptidão nem valor para acrescentar ao mundo. Acabaram de testemunhar, com este video, a geração de merda, os pais de merda que temos, a publicidade de merda que existe, os programas e educação de merda que se espalha por todo o lado, e os futuros pais que irão pisar este país quando os nossos filhos nascerem. É a geração de merda dos morangos com açúcar. A geração de merda dos ipads, iphones, smartphones. Têm tudo mas não têm nada. E a 99% falta-lhes a inteligência. E vamos ser sinceros, sempre lhes irá faltar inteligência e maturidade, para além da consciência, educação e capacidade cognitiva.

Voltámos ao estatuto do "Sr.doutor" só porque um tem e pode ter mais do que os outros? Voltámos ao tempo em que os ricos se voltam a achar superiores? Intensificámos a "preocupação" que os garotos têm por tudo o que é de marca? Em que criticam e falam mal dos que não têm só porque podem ter, comprar e pagar as roupas de marca? Como apareceu uma vez numa reportagem onde crianças se preocupavam mais com as roupas umas das outras do que em brincar.

Estamos a entrar, se bem que eu acho que já entrámos à alguns anos, numa geração Anti-Pedagógica. Uma geração que só se vai preocupar com os filhos e o seu futuro, de forma consciente, se é que serão pessoas conscientes o suficiente para perceber e se preocuparem com isso, quando engravidarem as namoradas ou quando tiverem o filho nos braços. Ai sim, começam a ler alguns livros, a falar com alguém, a interagir com o filho dos outros, vão a psicólogos e a consultas de aconselhamento e planeamento familiar porque na verdade, não sabem ser pais. Eu não sei ser pai, mas pelo menos preocupo-me à muito mais tempo. Uau, estou-me mesmo a armar em bom e importante não estou? Bem... não, mas também depende da perspectiva. Pode ser que com este texto consiga abrir os olhos a alguém e ela passe para o lado dos bons.

Uma coisa que devia existir, e digo isto porque eu não sei se existe, era um psicólogo de família. Tal como existe um médico de família, devia existir um psicólogo de família. Porque pagar para tentar resolver ou conversar um problema familiar é algo absurdo. Ainda assim, acho que seria um caso perdido porque muitas pessoas nem sequer percebem o que se lhes está a dizer.
Esta geração não precisa de psicólogos que os acompanhem, não precisam de dinheiro, iphones, modas e cursos universitários, precisam é de aprender a ter humildade. Aprender a respeitar os outros. Aprender a dar valor ao dinheiro. E os pais precisam de aprender a dar valor aos filhos. Os pais precisam de aprender a ser pais. Porque esta geração Anti-Pedagógica, que não quer nem se preocupa em educar, e em ser educada da maneira correcta, vai trazer muitos problemas para o futuro de portugal. Porque se estas gerações em que vivemos e estamos a criar, já são um problema, onde alunos batem em professores, agridem outros alunos no meio da rua, em que o número de agressões cresce de ano para ano, entre alunos e alunos e entre alunos e professores, a próxima geração que vier será das piores de que há memória, e aí sim, vão todos pedir para que Salazar volte. Para que bater nos alunos seja uma lei ou uma regra e um direito dos professores. Já o era à dezenas de anos. E não falo em agressão pura e dura, mas umas palmadas nas mãos nunca fizeram mal a ninguém. Eu levei a minha dose, fui chamado de ignorante por professores e já falaram mal para mim, porém, não é por isso que deixo de ser quem sou, com interesse por documentários, filmes, livros, artigos de revista, estatísticas e estudos científicos. Não deixei de ser quem sou, nem me tornei mais agressivo por os meus pais me baterem na altura correcta, os professores me ralharem, me darem uns "carlassos", por sofrer de bullying na escola. Não deixei de ser quem sou, aliás, sou quem sou por tudo o que me aconteceu. E ainda que me aconteceu grande parte das coisas, para ser um testemunho para os meus filhos e eu próprio não me ficar a perguntar para o resto da vida, como seria se eu fosse vitima de bullying? Violência escolar. Assim já sei.

Adoro o meu país! E o futuro dele? Ui! Até choro de tanta alegria.... Vocês não?
Os meios de comunicação criam cópias, modas, mentes espelho, personalidades falsas e sem valor. É esta a nova geração. Uma geração de repetidores e não de criadores.

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