quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Ainda não sei, mas caminho para lá...



Vi à pouco um novo reclame do Continente, daquela senhora a quem fartam de lhe chamar o nome?
E surge uma cena de ela a falar com algumas peças de lego à frente dela, e o que me apercebi era de que ela era como muitas mães, uma marca, uma imagem de mãe muito comercializada, daquelas mães que oferecia coisas "fixes" e boas aos seus filhos, que era "rica", que tinha dinheiro e boa saúde, que "dava" amor, era atenciosa, "dedicada", preocupada e presente. No entanto, não sabia para que servia ou no que podia ser usado o lego. É uma mulher que não sabe brincar, que vê aquelas coisas pequenas como um brinquedo "complexo" que dá para fazer muita coisa na mão dos seus filhos, mas uma coisa muito morta nas suas. Apenas conhecia metade do objecto. Não se importava nem se preocupava com a sua funcionalidade.
Não tinha consciência da potencialidade do brinquedo. Era lego, ela sabia o nome, mas para ela seria só mais bonecada espalhada pelo chão. Não percebe, portanto, nada sobre o assunto quando se fala em brinquedos. Sabe o que é e para que servem, para entreter as crianças quando está mais ocupada, mas não quer nem se interessa por mais nada.

Não estou a ser mau, estou a ser realista.
Os pais de hoje em dia não sabem brincar, não se interessam por fazer parte desse desenvolvimento nos seus filhos. Somos um país de pais ausentes no que toca a interagir com os seus filhos.
Os pais de hoje, acham que o brincar e os brinquedos da criança, são um mundo à parte da criança, que não compreendem nem querem compreender, para além de não quererem entrar ou interagir.

Reconheço em mim, uma certa falha, um certo buraco que me faz sentir pouco ou nada preparado para ter um filho, educar e fazer crescer. Mas algo que noto cada vez mais, é que nem todos sabem o que é educar ou como educar.

É fácil ler uns livros e usar o "senso" comum como ferramenta, mas de que serve se não se souber ou perceber o que é um bebé, como funciona, o que é e foi ser criança? Não, um bebé não é um objecto, é uma esponja com uma capacidade única e incrível nos seus primeiros 6 anos de vida.
Usar o senso comum e livros técnicos, ou a igreja, é como ensinar uma criança a fazer contas de somar num papel através de um exercicio ficticio e imaginário e não usar de todo um exercício físico, com moedas ou limões, em algo que possam realmente tocar, sentir, compreender e interiorizar. Somos seres visuais, e é verdade que também somos muito imaginativos e incentivos, mas ao usar exercícios tão fictícios como os que vêm em livros, pode ser um problema. Mas também não estou a dizer que não se deve fazer esse tipo de exercícios sem algum exemplo prático, porque deve ser feito, o que é importante retirar desta ideia, é a de que se usarmos várias formas de ensinar e conjugá-las de forma simples, divertida e interactiva, porque o que uma criança na primária o que quer é saltar e brincar, podemos criar crianças com uma mentalidade bem mais forte.

Não, não sou pai, sinto algum receio porque como disse acima, não me acho nem me sinto preparado, mas preocupo-me, como também me "farto" de escrever em vários outros textos. Preocupo-me, informo-me, interesso-me. Digo isto centenas de vezes, porque cada vez mais me apercebo que existem jovens que se acham prontos, que desejam ser pais ou mães, que acham que saberiam cuidar bem de uma criança, que desejam uma nos braços, mas nem se quer têm consciência. Sim, é uma critica! Critico muito no meu blog, mas também digo muita coisa interessante e digna de ser lida. Não gostam? Há quem goste e quem se preocupe. Existe mercado para tudo não é verdade?
Falta-lhes capacidade de compreenderem-se a elas mesmas, mesmo elas achando-se muito inteligentes e capazes de resolver problemas. Que por trabalharem ou terem um curso se acham já maturas o suficiente para educarem um filho. Que por receberem muito dinheiro ou carta de condução, lhes dá o direito, e têm, de dizer que são capazes e estão prontas.
Pois enganam-se! Não estão prontas porque não têm consciência nem se preocupam. Saber que marcas de comida comprar, fraldas, carrinhos, vestidos e camas, não é tudo. Se não se souber o que é ser e como foi ser criança. E de que maneira se pode dar educação mas também inteligência, porque a inteligência aprende-se. Tornam-se na estatística que tanto criticam.
Porque lá por termos instinto animal que nos ajuda através deste grande passo nas nossas vidas, também somos animais inteligentes, com capacidades cognitivas. E convém também usar essa parte do cérebro.

Sim é uma critica, e não falo de muito neste texto porque já falei muito em outros anteriores, como os que deixo no fim deste texto. Mas quem sou eu para criticar não é? Bem, sou um rapaz que sente que está e se preocupa mais do que aqueles que andam à minha volta. Não vou esperar para ter um filho nos braços ou a minha vida se recomponha para me preocupar em ter filhos, ou me preocupar em os educar bem. Não é depois de tudo que me vou pôr a preocupar. É como estudar para um teste, há testes que estudamos no dia anterior ou só no próprio dia, mas neste grande momento? Tem de se preocupar e aprender muitos anos antes.



E lembrem-se, quando acharem que estão preparados, ainda só estão a meio caminho!

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sábado, 25 de agosto de 2012

Quero saber...


Cada vez que te olho de longe, a saudade do meu coração relembra-me a dor que sinto, num choro sem lágrimas de sofrimento invisível, o tempo em que tento não esquecer a tua cara, o teu cheiro, os dedos cruzados nos meus e a tua voz doce junto ao meu ouvido.
Não precisamos de falar naquele momento de reencontro, que acontece apenas entre os nossos olhos. As almas cruzam-se, entrelaçam-se em sentimentos. Separados por alguns metros, mas já nos sentimentos tão próximos um do outro que os nossos cérebros dançam entre si, como animais em época de acasalamento, num hipnotismo enfeitado, ondulante de luzes e cores.
Finalmente aproximamo-nos numa correria de deslumbre, em que cada passo nos faz imaginar os braços um do outro, o toque dos lábios e as caricias das nossas mãos. O tempo parece abrandar...
O teu corpo frágil e pujante de desejo, abraça-me num aperto forte que me faz sentir vivo, reconforto que nunca senti e confiança que me faz ser homem de novo. O teu cheiro penetra-me nas roupas, os teus longos cabelos que te caem pela face de solidão e saudade, enrolam-se nos meus, cheiram ao champô que tanto usas, e no teu pescoço posso sentir um pouco do perfume que tanto adoras. As tuas hormonas femininas saltam diante do meu nariz, e todo o meu eu te protege de qualquer outro macho. És a minha fêmea, a minha querida e delicada flor, és a minha humana, e apenas tu te encontras registada no meu coração. Levantas a cabeça para me olhares nos olhos e lágrimas escorrem-te pelas bochechas, tão triste... tão sozinha...
-- Tive tantas saudades tuas amor!! -- murmuraste-me.
-- E eu tive saudades tuas!
-- Não! -- respondes-te baixando a cabeça -- Eu tive mais!!
-- Tive tantas saudades tuas. -- disse, com um sorriso gentil, enquanto sentia a tua fragilidade. Adoro isso em ti. Pareces cristal... um sensível cristal... que aguarda desesperadamente por um carinho e reconforto.
Os teus olhos secavam lentamente, enquanto todas as recordações nos relembravam a nossa história. Levantei a tua cara, até fitar os teus lábios, com a minha mão e beijámos-nos por breves segundos de olhos abertos. Sentis-te a minha língua tocar-te nos lábios e inspiras-te bem fundo, agarraste-me na cara com vontade e não me largas-te mais. Parecia um beijo ansioso de despedida, um beijo de saudade interminável.
Juntos assim, não precisamos de mais nada para nos fazermos felizes, mas continuas na dúvida, com as tuas perguntas e receios, com a incerteza de saber se estamos a ser precipitados demais. E eu respondo-te que se nos damos tão bem emocionalmente, as nossas conversas duram horas e nunca têm fim, temos ainda uma vida toda pela frente para nos conhecermos, reconhecermos, e ouvirmos um ao outro. Pois como sabes, somos duas pessoas com muita coisa para dizer... e com muito mais ainda para fazer!

Quero-te ouvir, ver chorar, sentir-te frágil e vulnerável, rebentar e encher de raiva. Quero compreender-te, conhecer-te, aprender contigo e deixar que sejas o que nunca te deixaram ser.
Quero saber o que escondes dentro de ti... agarrar-te na mão e puxar-te para cima, como nunca ninguém o soube fazer contigo.
Estou aqui... sempre estive!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

A geração anti-pedagógica...


O desemprego voltou a subir, mas desta vez alcançou quase 2 000 000 (2 milhões) de desempregados! 655 000 estão inscritos no centro de emprego e 50% são licenciados (325 000).

Se já dizem que no século 21 existem mais licenciados de que há registo, também existe maior taxa de desemprego para os mesmos. Têm um curso mas não têm emprego. Em portugal estamos a enfrentar um problema pelo qual a França já passou em 2006, se não me engano. Mas lá está, num país cujos agricultores são pagos para não produzir e assim deixar portugal dependente de produtos externos que podiam muito bem ser colhidos por cá, continuamos o mesmo país em crise à mais de 30 anos que não avança nem deixa avançar.


Li num video do youtube um comentário que fala sobre as gerações. E era algo mais ao menos assim:
Cada vez que surge uma nova geração, ela fica pior que a anterior! Mais burra, mais malandra, mais inculta, mais fria, mais distante, menos amor, menos paciência, menos capacidades.

E ele tem razão! Vi o trailer do "novo" filme sobre a Lagoa Azul, e li alguns comentários, apesar de não ter sido necessário, mas enquanto via o trailer percebi que aquele filme não seguia o mesmo amor e carinho que os 2 primeiros criaram. Apercebi-me então que o amor como o conhecíamos e via-mos nos filmes antigos, como o muito célebre Feiticeiro de Oz, tem os seus dias contados, já Fernando Pessoa dizia o mesmo num dos seus poemas. Sim, o amor começa-se a perder neste ambiente cada vez mais urbano e industrializado, onde tudo envolve tudo, onde tudo se embrenha em tudo. Em que o esforço que se faz numa relação é canalizado única e exclusivamente para os dias de festas ou quando o espírito anda de sorriso.
No mesmo sentido, a propósito do seguimento da falta de amor de uma geração que caminha para o seu colapso e para a destruição do mundo, onde todos têm tudo, ou não têm nada. Onde os ricos gostam de se mostrar mais ricos e os pobres de se fazerem de coitadinhos, e outros pobres de lutar pela sua vida, vem o novo reclame do "Regresso às aulas" do Continente. Quando o ouvi pela primeira vez, colei os olhos no televisor, fiquei a ouvir a pior música que mais irrita ouvir onde quer que passe, uma música de merda, ainda pior, cantada por um garoto de merda.
Que merda é esta meu? Agora os putos lutam através do estilo? Lutam uns com os outros para ver quem tem mais e melhor? Quem vem vestido com as melhores marcas e o melhor material escolar? Para onde caminha esta geração? Para um colapso de mentalidades. Vamos ver daqui por uns 10 ou 15 anos, adultos que não sabem ser adultos, e pior de tudo, que nunca foram crianças. Que, como referi acima, sempre tiveram tudo, pediram tudo, que se acham os melhores por terem estilo, por terem um carro (pago pelos papás), o 12º ano sem nenhuma aptidão nem valor para acrescentar ao mundo. Acabaram de testemunhar, com este video, a geração de merda, os pais de merda que temos, a publicidade de merda que existe, os programas e educação de merda que se espalha por todo o lado, e os futuros pais que irão pisar este país quando os nossos filhos nascerem. É a geração de merda dos morangos com açúcar. A geração de merda dos ipads, iphones, smartphones. Têm tudo mas não têm nada. E a 99% falta-lhes a inteligência. E vamos ser sinceros, sempre lhes irá faltar inteligência e maturidade, para além da consciência, educação e capacidade cognitiva.

Voltámos ao estatuto do "Sr.doutor" só porque um tem e pode ter mais do que os outros? Voltámos ao tempo em que os ricos se voltam a achar superiores? Intensificámos a "preocupação" que os garotos têm por tudo o que é de marca? Em que criticam e falam mal dos que não têm só porque podem ter, comprar e pagar as roupas de marca? Como apareceu uma vez numa reportagem onde crianças se preocupavam mais com as roupas umas das outras do que em brincar.

Estamos a entrar, se bem que eu acho que já entrámos à alguns anos, numa geração Anti-Pedagógica. Uma geração que só se vai preocupar com os filhos e o seu futuro, de forma consciente, se é que serão pessoas conscientes o suficiente para perceber e se preocuparem com isso, quando engravidarem as namoradas ou quando tiverem o filho nos braços. Ai sim, começam a ler alguns livros, a falar com alguém, a interagir com o filho dos outros, vão a psicólogos e a consultas de aconselhamento e planeamento familiar porque na verdade, não sabem ser pais. Eu não sei ser pai, mas pelo menos preocupo-me à muito mais tempo. Uau, estou-me mesmo a armar em bom e importante não estou? Bem... não, mas também depende da perspectiva. Pode ser que com este texto consiga abrir os olhos a alguém e ela passe para o lado dos bons.

Uma coisa que devia existir, e digo isto porque eu não sei se existe, era um psicólogo de família. Tal como existe um médico de família, devia existir um psicólogo de família. Porque pagar para tentar resolver ou conversar um problema familiar é algo absurdo. Ainda assim, acho que seria um caso perdido porque muitas pessoas nem sequer percebem o que se lhes está a dizer.
Esta geração não precisa de psicólogos que os acompanhem, não precisam de dinheiro, iphones, modas e cursos universitários, precisam é de aprender a ter humildade. Aprender a respeitar os outros. Aprender a dar valor ao dinheiro. E os pais precisam de aprender a dar valor aos filhos. Os pais precisam de aprender a ser pais. Porque esta geração Anti-Pedagógica, que não quer nem se preocupa em educar, e em ser educada da maneira correcta, vai trazer muitos problemas para o futuro de portugal. Porque se estas gerações em que vivemos e estamos a criar, já são um problema, onde alunos batem em professores, agridem outros alunos no meio da rua, em que o número de agressões cresce de ano para ano, entre alunos e alunos e entre alunos e professores, a próxima geração que vier será das piores de que há memória, e aí sim, vão todos pedir para que Salazar volte. Para que bater nos alunos seja uma lei ou uma regra e um direito dos professores. Já o era à dezenas de anos. E não falo em agressão pura e dura, mas umas palmadas nas mãos nunca fizeram mal a ninguém. Eu levei a minha dose, fui chamado de ignorante por professores e já falaram mal para mim, porém, não é por isso que deixo de ser quem sou, com interesse por documentários, filmes, livros, artigos de revista, estatísticas e estudos científicos. Não deixei de ser quem sou, nem me tornei mais agressivo por os meus pais me baterem na altura correcta, os professores me ralharem, me darem uns "carlassos", por sofrer de bullying na escola. Não deixei de ser quem sou, aliás, sou quem sou por tudo o que me aconteceu. E ainda que me aconteceu grande parte das coisas, para ser um testemunho para os meus filhos e eu próprio não me ficar a perguntar para o resto da vida, como seria se eu fosse vitima de bullying? Violência escolar. Assim já sei.

Adoro o meu país! E o futuro dele? Ui! Até choro de tanta alegria.... Vocês não?
Os meios de comunicação criam cópias, modas, mentes espelho, personalidades falsas e sem valor. É esta a nova geração. Uma geração de repetidores e não de criadores.

domingo, 19 de agosto de 2012

A agressividade...


A "agressividade" de uma criança é condicionada pela maneira como os pais lidam com a mesma. A maneira como fala, como se expõem, como comunica física ou verbalmente, para ela ou perante ela moldará a sua estabilidade ou instabilidade psicológica, emocional e até mesmo o da aprendizagem, socialização e capacidade de responder a estimulas da maneira "correcta" (sem agressividade), e dificuldade em ser carinhoso, bondoso, educado.
A falta de afecto dará origem uma criança incapaz de saber e de dar amor aos outros. Será muito distante emocionalmente. Terá dificuldade em ser afectuoso de forma física e verbal, e na incapacidade de o ser nesse aspecto, com abraços, palavras de apoio, "comprará" as pessoas que ama ou que o amam, com objectos ou acções como por exemplo jantar fora, dar uma volta de carro mais do que um convívio em família.

Tal como pôde ser ouvido, numa pequena "noticia" sobre cães perigosos e cães no geral, na SIC, em que as atitudes dos cães são influenciadas única e exclusivamente pelos seus donos. Se um rapaz é violento para outras pessoas, quer na forma física ou verbal, o seu cão, sendo como um "filho" fácil de absorver o seu carácter, irá agir da mesma maneira mais tarde ou mais cedo. É então aí que se destinge um bom dono de um mau dono.
As minhas cadelas, não são cães perigoso, mas são cães e como tal gostam de correr. Mas existe uma diferença entre as minhas cadelas e o restos dos cães na zona onde vivo, pois onde vivo, os cães das outras pessoas não sabem estar com o dono. Não sabem respeitar os outros cães pelo que se põem logo a ladrar sem razão nenhuma enquanto as minhas olham e não ligam. É difícil educar um cão, demora o seu tempo, é verdade, mas as minhas aprenderam a atravessar a estrada/passadeira só quando eu me meto à estrada ou à passadeira. Por vezes atiram-se à estrada mas volto a relembrá-las de que só devem passar quando eu passar. Não mordem a ninguém, apenas ladram. Não fogem de casa, nem vão para muito longe quando estou com elas onde quer que seja. Nem sempre me corre bem, e sei que também não sou o único a andar com as minhas cadelas soltas, pelo que fico um pouco mais feliz por existirem donos conscientes. E como é óbvio, que os meus cães se meterem à bulha com outro, por muita educação que lhes tenha incutido, o instinto animal é e sempre será mais forte nessas ocasiões, mas é para isso que ensinamos os nossos filhos a comportarem-se e a não serem violentos, pois se conseguirmos com que se contenham nos seus impulsos de agressividade, os ensinarmos a controlarem-se, poderemos prevenir alguns acidentes. Não todos, mas alguns.

Uma criança sem amor poderá desenvolver mais facilmente depressões, stress, fúrias descontroladas, impulsos violentos e nervosos.
Segundo as primeiras 40 páginas do livro "Vida em Família - Agressividade" de Edwige Antier (Link FNAC - Livro), a atenção e o carinho que não se dá ao bebé nos primeiros meses e anos de vida, poderá ter implicações profundas que originará agressividade. Mas a agressividade não é de todo física, é verbal, psicológica, gestual. Criam-se birras, gestos, expressões faciais, palavras, destroem emoções e sentimentos.
Na página 31 em "As atitudes correctas" (3-9 meses), retrata exactamente aquilo que muitos pais têm medo de fazer e de dar e aquilo que tenho vindo a escrever ao longo dos tempos. O dar carinho a mais pode torná-lo molengão, dar mimos físicos e verbais pode torná-lo mole e pouco "macho" ou pouco "mulher". De uma certa perspectiva, estaríamos a criar uma criança demasiado frágil.

"Não tenha medo de tornar o seu filo «caprichoso». Brinque com ele, atenda aos seus pedidos e responda-lhe, fale com ele, pegue-lhe muitas vezes. Nesta idade, não existem más intenções nem tendências para caprichos. Só o desejo de despertar, que será tanto maior quanto lhe tiver mostrado  uma imagem positiva do primeiro interveniente que para ele conta: a sua mãe." 
"Se se lhe ralha, proibindo-o de atirar objectos, dá-se um sinal de mal-entendido total, pois não havia má intenção da parte dela. (da criança) Pelo contrário, aprende que atirar objectos pode conter uma intenção agressiva para com o outro e, então, a pouco e pouco, renová-lo-á deliberadamente. Desse modo, ter-se-á ensinado a agressividade através da repreensão."

O que este pequeno texto quer dizer é que uma criança na sua fase de descobrir o universo que o rodeia, através de objectos e cores, tem a necessidade atirar objectos para longe ou para perto para compreender as distâncias. Tal como fala no livro algumas linhas anteriores, nós atiramos uma pedra para o posso, para perceber quão fundo é. O bebé através da repreensão, irá associar uma acção violenta. E quando mais velho, atirar um objecto é sinónimo de violência e agressividade. Como todos sabem, os impulsos instintivos que todos os animais possuem é algo fácil de rebentar. A primeira coisa que ele fará em atirar objectos. Ora, mas eu não estou a dizer, e ninguém disse para não se avisar ou chamar à atenção de uma criança já com o seu cérebro mais desenvolvido, é a partir do 1º ou 2º ano, que a criança começa a tomar consciência de que é um ser humano, que caminha e pode falar e é aí que se deve ensinar que atirar objectos a pessoas é mau. Deve haver consciência educativa.
Da mesma maneira que associamos perfumes, cores ou nomes a uma emoção, um sentimento, uma memória, os bebés fazem e farão o mesmo. A razão de associarmos memórias e sentimentos e emoções é pelo simples facto de serem fortes, de causarem grandes repercussões no nosso sub-consciente. É a forma, que nós humanos, desenvolvemos para aprender depressa.

"A segurança afectiva que o bebé sente com os pais é indispensável à sua construção psíquica."
A não fazer - pág. 33

Na pág. 31 em "Braços Estendidos: pegar-lhe?", aborda a situação que falei acima. Um bebé que "pede" colo, não pede apenas colo, pede atenção, pede carinho, e o "gritar" e agitar os bracitos no ar, é uma maneira de o bebé dizer: "Quero carinhos! Quero atenção!". Se os pais berrarem com ele ou lhe negarem a atenção que tanto pede ficará a pensar que pedir atenção é algo mau, negativo. Começa a perder a confiança nos pais, a sentir-se frustrado. Quando deve ser o contrário. Tal como abordo noutros textos, devemos dar atenção aos nossos filhos, fazê-los sentir amados, valorizados. Se nos disponibilizarmos em responder aos seus pedidos de amor, nos interessarmos em responder às suas perguntas ou ajudarmo-los nos seus momentos de descoberta, mesmo quando bebés, estaremos a incentivar as suas mentes a agirem, mais tarde, sozinhas.

Algo que este livro "Vida em Família - Agressividade" de Edwige Antier, tenta mostrar é que o amor "em excesso" não existe, apenas sim e só, falta dele! Pelo que consegui auto-consciencializar pelas poucas páginas que já li, é a de que "temos" a mania de que dar demasiado carinho ou atender-lhe a todos as vontades quando crianças, que os vai tornar mais moles, mais sensíveis, menos activos, mais dependentes. Quando o grande problema não é no inicio da vida mas depois de a própria criança compreender o que é e onde está. O verdadeiro perigo para a educação cívica de uma criança começa aí.
Nós humanos, quando bebés, exigimos atenção física diferente de outros animais. Não é exclusiva pois até macacos bebés esticam os braços para as suas mães e nunca se viu nenhuma mãe, eu pelo menos nunca vi, negar o colo ao seu filho ou atenção. Onde eu quero chegar é que, os gatos e os cães que andam demasiado ao colo ficam moles, porque não estão habituados. Mas não é o facto de estarem ou não "habituados", mas sim o bater do coração. Todos os bebés e crianças ao colo dos seus pais, acabam por adormecer. Mas ainda existe outra coisa, é que nenhum gato ou cão é levado ao colo durante tanto tempo nos seus primeiros anos de vida. Daí a não se habituarem. A ficarem moles porque não é esse tipo de atenção física que exigem dos seus pais.

Quando se trata de um bebé, não se deve tratá-lo de uma perspectiva de pessoa, mas de humano. Tal como os pais animais tratam os seus filhos. Os seus filhos não acabam por ser menos que os outros por terem mais atenção, mimos, carinhos e abraços. É preciso ajudá-los a tactear o novo mundo que desconhecem. É preciso ajudá-los, acima de tudo, a reconhecer amor, a sentir amor, a fazem-nos sentir protegidos e correspondidos. Pois uma criança que comunica, que é incentivada a exprimir-se, que é valorizada pelas suas conquistas e acarinhada sempre que o deseja, será uma criança feliz capaz de ser simpática e amável para toda agente.
Algo interessante que li há uns dias, foi a necessidade de educar as crianças para respeitarem a natureza, as plantas e os animais.

Algo que vi num documentário, foi a mãe deixar o seu filho chorar durante a noite, porque queria sempre colo. E a mãe era incapaz de o deixar sozinho. Até que pediu ajuda e a senhora lhe disse para o deixar chorar, e isso é algo que me faz confusão. Qual era a razão de o bebé chorar tanto? O que é preciso entender antes de mais, é que o bebé, neste documentário, era filho de uma mãe insegura. Extremamente insegura que ao menor choro e esbracejar, a mãe estava colada de volta do bebé. Não a censuro. O que aconteceu foi que passou essa sua maneira de estar e de agir, de olhar, de comunicar, através de expressões faciais e emoções exteriorizadas, para o seu filho. Em "A Inteligencia aprende-se", refere que o bebé mesmo estando numa divisão da casa diferente da de onde se encontram os pais, que sentem a sua presença, a sua maneira de estar e de falar. E li à uns dias, que mesmo não estando fisicamente presente junto do seu filho, que a comunicação verbal também ajuda bastante a desenvolver a sua própria capacidade oral de se expressar e a sua inteligência cognitiva.

Muitos pais não sabem ser pais, eu não o sei nem nunca o saberei, mas o aspecto principal e importante nesta afirmação é de que os pais não se preocupam em serem "bons" pais. Não se preocupam em se conhecerem a eles primeiro, antes de deitar no mundo o seu rebento. Não se informam, atiram-se de cabeça muitas das vezes, vão a reuniões quando percebem que não estão a fazer grande coisa, ou que os seus filhos não estão a agir como esperavam. Eu preocupo-me "bastante", e ainda que eu ache que seja insuficiente, tenho consciência de que já é mais que muita gente da minha idade, mais nova ou mais velha. Tento comprar livros que me ensinem, que me façam ver as coisas de maneira diferente. Não compro tantos como gostaria, é verdade. Mas antes de poder ler um livro, preciso de me conhecer a mim, de dicecar a minha maneira de ser, de agir, de aprender, de falar, de comunicar, de me expressar. Preciso de me conhecer antes mesmo de conhecer e namorar com uma rapariga. É preciso haver comunicação, troca de palavras, compreendermo-nos um ao outro, antes sequer de interagir com o nosso bebé. Mas como é óbvio, vão pensar que penso demais, que sou exigente ou muito maçudo, que penso em tudo e me preocupo demasiado ou com demasiadas coisas. Mas aquilo que eu não quero ser é como os outros pais.
Esse é a minha visão, a minha vontade, e a minha maneira de ver as coisas.

Deve-se ter consciência da maneira como se educa, se fala, comunica, expressa para um filho, caso contrário poderemos estar a fazer pior do que pensamos.
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Cuidado com os rótulos nas crianças

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

És parte de mim...



Esqueci a pessoa que eras, o rapaz por quem senti desejo, uma atracção e uma forte vontade de abraçar. Ouvir-te falar era o melhor que uma rapariga como eu poderia receber de um rapaz com tanto para dizer. As tuas conversas não me incomodavam, não eras chato e adorava a tua ideia diferente de veres e colocares as coisas. Parecia que bastava mudá-las de sitio ou sentarmos-nos numa pedra diferente deste Buçaco, e tudo ganhava um novo sentido. Mas era tão difícil eu perceber isso... que só via quando estavas por perto. Mas... quando realmente estavas perto de mim, com o teu ombro encostado ao meu e me olhavas nos olhos, eu sentia-me vulnerável, irrequieta, frágil e muito, mas muito, pequenina. Os teus olhos penetravam-me a alma, o corpo, a minha mente. Sentia por ti um desejo tão físico de te ter! Um desejo de sentir os teus braços em volta do meu corpo carente de carinho e amor. Sentia-me estranha, com um desejo emocional tão forte por ti que todos os meus namoros pareciam uma piada comparados com aquilo que sentia por ti quando me olhavas. A tua presença assustava-me. Arrepiava-me a alma e fazia-me sentir viva! Estar ao teu lado, sentir-te ali a ouvir-te falar ou mesmo quando te calavas para me ouvir ou escutarmos o som da natureza, o meu corpo gritava para nunca fosses embora.

Ver-te pela primeira vez depois de tantos anos, sim, para mim pareceram anos, décadas! Tiveste demasiado tempo longe de mim meu doce amor, meu sonho de infância... Despertas-te em mim algo que nunca senti por ninguém. A minha visão afunilou e olhei-te ao longe. Uma explosão de emoções percorreram-me o corpo, senti-me envolver em sentimentos tão fortes por ti que não sabia bem o que dizer a não ser desejar abraçar-te, beijar-te, sentir o teu corpo, os teus cabelos, deixar-me hipnotizar pelo teu cheiro, despir-mo-nos na cama e beijar-te o corpo com ternurosos beijos, acariciar-te a alma e segredar-te ao ouvido:
-- És a rapariga mais bela que eu tanto amo e desejo...
Ainda me lembro de te ver ao longe, de capa e cabelo arranjado. O olhar que me lanças-te foi tão mágico e senti-te tão perto de mim, que andar parecia não fazer sentido. Conversámos a noite toda sem nunca me incomodares com o que quer que fosse. Sinceros um com o outro. Partilhámos os nossos medos e os nossos pensamentos, e ainda que muita gente os tivesse, eras tu a única que me fazia sentir compreendido.
Já perto de te ires embora, encostei-me ao teu ombro por breves segundos, e pude sentir o teu corpo recolher-me nesse teu canto, no teu encanto. Tocaste-me a alma e fizeste-a vibrar em sintonia com a tua. Nesse momento único... deu-me vontade de chorar. Havia esquecido a pessoa que eras... e até a ultima conversa má e fria que tive contigo, para que alguns meses depois te enviasse uma mensagem a convidar-te para apareceres na feira. Mal eu sabia que o reencontro me faria apaixonar por ti novamente... mal eu imaginava que aquilo que sentia por ti e tinha esquecido, ainda fazia o meu coração fervilhar, tudo aquilo que sou, sentia-se protegido ao lado de uma rapariga tão mágica como tu!

Se nunca ficarmos juntos, quero pelo menos vir a sentir por outra rapariga, aquilo que sinto por ti cada vez que trocamos olhares... és parte de mim.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

O gato saltitão...


Uma colherada de iogurte, num dia fresco de verão, e o Tubias nunca mais foi o mesmo...
Aquilo gatito branco e alaranjado, era o mais saltitão que havia passado naquela casa. Atirava-se a tudo o que mexia e parecia comestível. Era um traquinas que fazia asneiras e fugia quase sem deixar rasto. Quando saia de casa para o quintal relvado, abaixava-se e punha-se a olhar para os passaritos, de repente, lá saltava ele, meio atabalhoado e sem jeito. Corria em pulos e com as garras no ar, não tinha jeito para a caça... Não precisava, a sua comida aparecia sempre a horas numa tigela vermelha de plástico, e a água era sempre fresca.
Não usava a cama que lhe compraram, pois qualquer parte da casa era o seu local de descanso. Ora dormia no meio do sofá, entre as pernas de Mariana, a dona e amiga de Tubias, ou até mesmo de barriga para o ar na mesa do quintal. Era um molengão... preguiçoso até dizer chega. Foi preciso aparecer a Francisca, uma gata muito independente, para que ele começa-se a crescer. Demorou algum tempo até que a Francisca o deixa-se aproximar-se, mas ao fim de uns meses, os dois já passavam juntos. Saiam de casa com o pequeno almoço na barriga e saltavam de muro em muro, miando um para o outro. Comunicavam. Finalmente comunicavam! Comunicavam? Ou partilhavam? Será que cresciam e ensinavam coisas um ao outro? Seriam realmente amigos? Não estaria Francisca a miar, tanta vez, para o Tubias ir embora?
O que diziam um ao outro? Francisca intrigava-se. Queria saber porque miavam tanto quando estavam juntos, e pareciam chorar quando se perdiam um do outro. O miar era diferente, e isso percebia-se facilmente.
Tubias e Francisca, rapidamente se envolveram numa relação mais séria, e ao longo de penosos meses, a barriga de Francisca tornava-se cada vez maior. Estaria grávida de 4 gatitos. Quatro pequenos gatitos malhados muito quietos. Ah!! Como o tempo passa, hoje Mariana já mal os vê. Desaparecem durante 3 dias e só voltam quando a fome aperta.

Todos os animais mudam. Mudam em consciência. Mudam por amor, por atracção. Tubias podia nem falar para Francisca, mas aconteceu Francisca não ser assim tão fria como Tubias pensava. Não tinham nada que os fizesse separar. Nem a música, nem filmes, nem canais de tv favoritos, roupas, piercings, tatuagens... apenas ciumes.
Será que vivem mais felizes? Que sentem muito mais amor? É fácil de perceber que, de uma certa perspectiva, namoram com mais gatos e gatas com maior facilidade, mas são realmente tão humanos como nós gostamos de pensar? Seriam um casal de gatos que teve sorte no "amor"? O que aconteceu para se darem tão bem? Não existem almas gémeas, mas existem pessoas que nunca se tendo beijado, abraçado ou conversado, para que a sua presença física provoque gigantescas explosões nas emoções. Não é um amor, desejo ou paixão apenas e só pelo sexo, por instinto, por atracção de macho e fêmea. É uma atracção de amor, de emoções, de vontade de se sentirem fisicamente, de se abraçarem, de se tocarem de uma forma tão profunda que um beijo, um simples beijo é o culminar, será um orgasmo emocional, psicológico e físico.

Uma colherada de iogurte, e aqueles gatos não voltam a comer whiscas tão cedo!

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Um presente diferente...


Hoje ela faz anos, a Inês, menina com cabelos cacheados muito loiros e uma cara sempre com ar traquina. O pai ajoelhou-se perante a sua filha enquanto a acariciava nos cabelos e nos ombros, disse com um pequeno sorriso.
-- Hoje o Papá e a Mamã não te vão dar uma festa de anos.
A pequenina olho para o pai e depois para a mãe há espera de algo que indicasse que o seu pai estivesse a mentir. Muito inocente, sem perceber bem porque é não merecia uma festa de anos, nem amigos, nem prendas, nem bolos, ficou-se a olhar para os pais, um pouco confusa.
-- Hoje vamos a um sitio especial. -- falou a mãe desta vês, que afagou a cara da sua filha.
-- Hoje somos só nós os três. Sozinhos numa aventura. -- finalizou o pai com um sorriso.

Saíram de casa, e o papá colocou música clássica. Algum tempo mais tarde, o carro parou e qual não foi o espanto de Inês, quando percebeu que estava perto de um castelo, e que o único caminho para o conquistar com as suas mãos, os seus pés e os seus olhos, era ter de atravessar uma floresta por um caminho sinuoso, escadas em pedra e por vezes sem onde se segurar.
A mãe na frente e o pai atrás, rapidamente a pequena já corria e subia pelas pedras e caminhos que inventava. Não podia ter imaginado uma prenda e uma festa de anos melhor.

"O importante não é chegar ao destino, é como caminhamos e aprendemos até ele." Porque a menina não saltava e subia em vão. Não parava de correr por desobediência, mas porque queria ir mais longe, queria ser ela a descobrir, a aprender. Aquela... aventura não era só mais um passeio, nem só mais um dia diferente. Os pais de Inês faziam questão de lhe ensinar pelo menos uma coisa por dia, e que ela cresce-se sozinha. Que fosse consciente de quem era, das suas capacidades. Queriam que se sentisse livre, amada e valorizada. Podia não ter toda a bonecada que pedia, mas nada do que fazia com os seus pais era em vão. Tudo tinha valor, nada era "nada". Até mesmo o entornar do leite na mesa, a faria perceber que se tivesse mais sossegada não virava o copo sem querer e que as toalhas eram a melhor coisa para absorver. Havia coisas más, mas os pais não as viam única e exclusivamente como coisas más, coisas parvas; Davam educação, mas também consciencializavam e ensinavam. Sentava-se com o seu mais querido rebento e faziam uma introspecção. Não eram lições de moral nem valores sociais, eram valores de dois pais, com o desejo de ver a sua filha tornar-se e ir mais além daquilo que tinham sido.

Inês irá perceber um dia, que o maior presente que os pais lhe puderam dar, não foram só as viagens e os passeios "diferentes". Foi tudo aquilo que viu e esqueceu. Tudo aquilo que caiu e aprendeu. Hoje... seria um dia diferente para um futuro mais consciente.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Deixa-me!


Eu acredito que quando vires o meu caixão no buraco, lhe vais cuspir em cima!! E não me irás cuspir na cara porque não podes. Mas era essa a tua vontade, não era? Olhares para mim lá do alto, e sentires a raiva ferver-te nas mãos, na tua garganta, no peito, e quereres bater-me mas não poderes. Magoares-me como sempre fizeste mas eu já cá não estar para chorar.
Saudades? Que saudades? Quais lágrimas? Choras-te por mim? Em morri por causa de ti, mas nunca parei.
Eu acredito que vivo ou morto não te farei diferença. Sou só mais um sem nada para dar. Que se tornou insuportável de conviver e de valorizar.
Deixa-me no meu canto! Sonhar e acreditar que um dia, talvez um dia, eu possa ser feliz, talvez alguém me possa realmente amar e tocar como eu nunca senti. Deixa-me estar na "depressão", na tristeza, nas minhas recaídas, nos meus momentos e dias mais negros, na minha vontade de morrer e desaparecer, na minha vontade de me matar e não deixar saudades.

Deixa-me! E por favor nem me toques! Não quero nada teu. Pára! Estás-me a magoar, não vês isso? Já não choro por ti, já não escrevo sobre ti, já não és tu, sou eu e a minha dor, de uma rapariga que nunca tive, e do meu ódio para as que nunca souberam ser. Dei tanto e continuas? Pára por favor! Pára!
Não me abraces! Afasta-te! Pára! Deixa-me! Por favor... procura outro banco, outro rapaz, outra vida.

Foi tão fácil para ti, como foi difícil para mim? Agora deixa-me... e vai-te foder!

Não preciso...


Não preciso da tua compaixão, nem dos teus sorrisos falsos, nem abraços de forçados...
Não preciso das tuas criticas nem das conversas insignificantes...
Não preciso de nada teu...

[editado 07-08-2012]
Nem de prendas ou de saudades fingidas... de troca de olhares, carregados de saudade, ou da tristeza que se estampa no teu rosto cada vez que me ouves falar para alguém que não tu.
Não preciso das conversas nem dos poemas que me escreves-te "com tanto amor e carinho". Não quero o teu anel no meu dedo nem filhos que não posso ver.
Não preciso de ver as tuas lágrimas, de ver a tua cara gritar de solidão, nem de te ouvir dizer o quão arrependida estás. Não preciso de te dar uma segunda oportunidade, porque nunca me deste nenhuma com total amor e confiança. Com consciência e maturidade. Já não preciso de ti.

Ver-te acordar de manhã já não faz parte dos meus desejos. Fazer amor contigo, já não me deixa feliz. Segurar-te nos braços é só uma memória distante, uma pintura antiga de um artista desconhecido. Sê o que tu quiseres, mas não o sejas comigo. Sê o que conseguires, mas não sejas algo aos meus filhos. Nem mãe, nem amiga, nem conhecida. Não preciso dos teus concelhos. Das tuas palavras vazias de cérebro que nunca achas-te oco, mas sempre cheio de razão que não tinhas.
Não precisas de viver assim! Não precisas de tentar ser sempre melhor do que os outros em tudo! Não precisas de falar como se fosses mais, nem ficar sempre por cima. Tu não és mais nem nunca foste mais do que eu. Não é uma competição. Era amor? Serias tu a parasita e eu o animal que te alimentava. Colaste-te a mim até que cresceste e como fizeste com todos os outros, deixaste-me.
Não precisas de chorar para que eu volte, nem de escrever cartas de amor, ou de me esperares à porta. Não precisas... porque eu não preciso.

Se eu for para o inferno por não acreditar num "deus", caminharei até às portas com todo o agrado. Pois prefiro ser dos que lutaram pelo conhecimento e não conseguiram, do que daqueles que simplesmente se sentam à sombra de uma árvore, sem nunca se perguntarem de onde veio a sua semente. Avé moi!
Prefiro ser o humano casmurro que perdeu tudo o que tinha para perder. Prefiro a solidão do amor e a companhia da tristeza, mas no fim ter chegado tão longe quanto eu nunca imaginei. Porque não tendo eu nada para dar ao mundo, o mundo tem muito para me mostrar. Quedas para dar e sorrisos para mostrar.

Não preciso de conviver, preciso de viver! De aprender e escrever aquilo que sou, sinto e imagino um dia ser, para que quem vier um dia por trás de mim, saber o quão diferente ou igual fui.
Não preciso de nada, pois nada eu sou...

domingo, 5 de agosto de 2012

Obrigado Eu...

[354 by ~Anelise0s]

Adoro a tua cara e a tua postura.
Adoro o teu cabelo e o teu corpo.
Adoro-te num todo, porque eu sou absolutamente nada...


Aquilo que és, sou-o com o tempo. És o meu Eu que fica sentado a observar-me, que não diz uma palavra. Esperas simplesmente que me aperceba das coisas sozinho. E por vezes lá me guias. Ouço os outros, e torno-me um bocadinho melhor a cada palavra. Às vezes lá preciso de ajuda e guias-me por uns segundos.


Sim, tens razão, só preciso de dar o meu melhor, de o ser para mim e só para mim. Mas e se eu não quiser ligar ao facto de todos terem as suas dificuldades e eu não ser, afinal de contas, diferente mas igual? Copérnico era igual na sua forma mais básica, tal como eu sou. Einstein, Da Vinci, Galileu, Newton. Eles não foram iguais, foram diferentes o suficiente para deixar uma marca, para verem as coisas de maneira diferente. E eu não quero ser igual há aqueles que vêm tudo de uma forma monótona e modelista, com aceitação em tudo sem nunca perguntarem "Porque é que é assim?". Eu quero ser diferente! Eu sou diferente. Sinto-o, mas por alguma razão, sinto que me falta algo. Será de mim? Psicologicamente? Será da falta de esforço? Sim, talvez seja isso, mas a falta de esforço vem com a minha mentalidade e sentimentos de que não sou nada. E outras vezes sinto que sou tudo, mas falta-me a capacidade técnica. É a falta de criatividade em design? É nisso que tenho dificuldades. É a falta de compreender os cálculos e as regras? É nisso que tenho dificuldades. Porque fora isso, quando escrevo, tento exaustivamente criar algo que transmita uma ideia e ou sentimentos. Quando vejo um filme tento não ver apenas a história, mas enquadrar frases e imagens. Enquadrar ideias e ver algo para lá da própria história e das personagens.
Quando algo me interessa e tenho bons resultados a isso, dedico-me várias vezes a isso. Aquilo a que sou um nabo deixo de lado, mas sempre com interesse para tentar perceber.
Qual é o meu problema então? É mais grave comparativamente às outras pessoas? Eu diria que não. Que tenho os mesmos problemas que toda agente, mas tenho consciência de que os tenho e isso deixa-me triste por não ser capaz de tirar boas notas, ou ser bom em alguma coisa. Por ter dificuldade em fazer alguma coisa. Todos temos, mas eu gostava de não ter! Gostava de ser mediano nas coisas mais difíceis. Informática não é propriamente para todos, e conheço alunos que já lá andam à 6 anos com a cadeira de Assembler por fazer. Uma linguagem de programação que só este ano, (2ª vez) é que a percebi minimamente. Costuma-se falar muito em Semântica de linguagens de programação. Se programar à unha, leitura e escrita de estruturas de dados em ficheiros binários ou de textos, então fazê-lo com POO, dá uma carga de trabalho. Tenho más notas? Tenho, mas nas aulas compreendo as coisas, a questão acaba, não por ser a falta de estudo, mas a quantidade de matéria exigente que tenho de saber, EU, e assimilar e de perceber e de pensar tal como o respirar. Porque se não conseguir perceber ou tiver dificuldades a uma disciplina, as restantes para a frente são impossíveis de fazer. Se não se percebe IP (Introdução à Programação (básica C)), então Programação de nível 2 (C++) é impossível de perceber. E já vi muita boa gente a ter dificuldades na 2ª, mesmo tendo feito a 1ª disciplina com uma nota razoável.
Não é uma desculpa aquilo que estou a dizer, não é a minha desculpa para não conseguir ter boas notas. Há gente que tem mais facilidade em aprender e outras que têm mais dificuldades. Já o disse várias vezes.
Naquilo que tenho mais dificuldades, compenso com outras coisas, porque mais vale tentar ser muito bom em muita coisa, do que mau e burro em tudo. Mais vale tentar querer ser o melhor, do que ser um badinas da vida toda. Mais vale tentar... como diz o Miguel Gonçalves.

Se demoro a aperceber-me ou a perceber as coisas? Sim, é verdade, mas acontece com toda agente. E algo que eu tento fazer no blog, através dos meus textos é iluminar, pelo menos tentar, as vossas mentes, mas principalmente a minha. Deixar gravado através de palavras aquele meu sentimento ou aquela ideia nova. E ainda bem que o faço porque ao reler vários textos meus já me pude recordar e re-aprender algo que tinha esquecido. O fascinante nisto tudo, o fascinante na minha mente, que sinceramente também deve acontecer com vocês, é ir na rua sem pensar em nada ou a pensar em algo, numa ideia, numa imagem, numa frase, num filme, etc e aperceber-me de coisas que já vi, li, ouvi, fiz, percebi. Juntar os pontos. Como eu tanto falo aqui. Óbvio que não sou o único, e espero que a minha namorada também o seja. Então... significa que não sou único e que sou igual a todos? Não. Não propriamente. Se fosse igual a todos não tinha consciência, não era minimamente inteligente, nem interessado pelas coisas que me moldam a personalidade. Às vezes sou imprudente, não penso nas coisas e falo sem pensar. Mas esforço-me para que essas falhas se tornem cada vez menos parte de mim. Pelo menos tento. Desde que me conheço que o tento exaustivamente. Não quero permanecer o mesmo, quero aprender. Posso ter dificuldades nalgumas coisas mas com o tempo e empenho isso vai ao sitio.
Porque é que me repito de texto para texto? Porque é algo que me preocupa a mente. É algo que eu penso e re-penso. Algo que me atinge e me deixa triste, que por eu não ter boas notas, não sou ninguém. Mas digo a mim mesmo que eu mesmo não tendo boas notas, sei fazer muita coisa. Ou será que me estou a enganar? Ou será que estou cego e não quero ver realmente a realidade e os problemas que tenho à minha frente mas que eu faço com que sejam pouco importantes?

O meu problema? É que eu tenho tudo, sim, realmente tenho tudo, não o que realmente quero comprar e ter como bem pessoal, mas tenho tudo o que um pai se "esforça" para dar a um filho, mas falta-me o mais importante. Que os meus pais me reconheçam o valor. Porque o meu pai passa-me a vida inteira a incomodar-me o cérebro a dizer que estou sempre fechado no computador e que qualquer dia desliga a internet por estar sempre em frente ao PC. Pronto... então da próxima vez que ele quiser conversar sobre alguma coisa que ele gosta ou precisar de ajuda com o PC, que vá pedir aos colegas dele! :)
Da próxima vez que ele nos perguntar se podemos arranjar o computador de uma das colegas dele, ele que os arranje! Já que eu não posso estar no computador porque, supostamente na cabeça dele, não estou a fazer nada, também não aprendo coisas novas. Eu faço muito num PC, não tanto na net, mas preciso dela para aceder aos conteúdos informativos que tanto procuro para ler e ver. Seja filmes, seja música, seja escrever, seja ler, seja conversar ou partilhar ideias e opiniões.
-- Se tivesses amigos não precisavas de estar tanto tempo no computador. Bastava-te conversar com eles e aprendias, talvez, mais coisas.
Pois, o problema está aí. Eu prefiro aprender sozinho essas coisas, grande parte das coisas. De juntar os pontos, de pensar, de reflectir, de escrever. Não tenho medo de não ter amigos com quem conversar as coisas que gosto. Tenho-me a mim e ao blog para isso. Conto comigo e não com os outros. Mas eu sei conversar. Não sou nenhum anti-social. O problema que pode haver é eu estar a falar de uma maneira que as pessoas não compreendam, ou de uma forma confusa.

Aquilo que eu mostro no blog, é apenas 25%, 30% daquilo que realmente sou e tenho para dar. E é por perceber que tenho muito mais para dar do que a imagem que vocês desenham de mim, que aos poucos e poucos vou ganhando confiança em mim e nas minhas capacidades. Se não tenho a motivação dos meus pais, tenho a ter sozinho. Obviamente. Às vezes podia ajudar muito ouvir uma palavra que me valoriza-se, muitos problemas podem surgir daí. Nem demasiados elogios, não tão poucos que se tornem raros. Lá está, é difícil agir num 100% correcto nesse meio (50%) instável.
Mostrar-me o melhor a alguém que me grita constantemente ao ouvido que é melhor ainda? Para quê? Perder o meu tempo? Não. Falo o que tenho a falar, e dou a minha opinião. Eu sei aquilo que sei e conheço. Não sei tudo tudo, mas sai usar muito bem aquilo que ouço, vejo e leio.

Obrigado Eu, por seres uma parte de mim que se senta a observar-me e que age só quando é necessário. Não é de loucos dizer o que disse, é até bastante inteligente psicologicamente. É uma dupla personalidade. É um espaço reservado na minha mente, que me permite abstrair de certas coisas. Ser por vezes simples, e outras vezes mais disperso e consciente das coisas que realmente estou a ver e a sentir.
É um texto chato e maçudo? Muito grande não é? E ainda eu só estou a escrever 20% ou 30% daquilo que estou a pensar.

Portante, eu, sim, sou diferente e vou continuar a lutar para me manter assim e tentar ser melhor dentro de mim mesmo. Não sou um especialista "fanático" em 3 ou 4 assuntos, sou um rapaz inteligente num grande numero, vasto por sinal, de áreas. Mas se tivesse de falar sobre aquilo que eu mais gosto de falar, ler ouvir e fazer, será a área em que contacto com a criança. E para quê? Para tentar perceber de que maneira aquilo que eu digo a afecta cognitivamente, no presente e no futuro. Mas não me fico por aí...

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Mamã, mamã!


-- Mamã, mamã! -- correu a pequena de olhos em lágrimas, com um pequeno dói-dói no joelho e o vestido sujo de terra, para junto da sua mãe.
-- O que foi filha? -- perguntou a mãe de forma calma, com uma pontinha de preocupação.
-- Caí e fiz dói-dói! -- a pequena chorava. A sua cara tornava-se vermelha com a força do choro e o seu corpo tremia com os soluços. Não fungava o pouco ranho que lhe sai pelo nariz... Podia ser uma imagem feia, mas para a sua mãe era uma oportunidade de a ensinar. Pegou num lenço que trazia no bolso e limpou-lhe o nariz e a cara.
-- Já passou meu amor, não é nada, está tudo bem.
-- Mas dói! -- respondeu a menina limpando as lágrimas com as suas pequenas mãos.
-- A dor já vai embora. -- dobrou o lenço e limpou a ferida com cuidado. -- Vamos limpar melhor? -- a sua filha respondeu com um acenar de cabeça.
-- Sim... -- voltou a limpar as lágrimas e olhou a sua ferida.
-- Não tenhas medo, a mãe está aqui. -- deu-lhe a mão e foram as duas até à mangueira. A mamã tirou o sapato, a meia e ligou a água. Devagarinho molhou a ferida e com o lenço limpou-a com cuidado. Pegou-a ao colo, e levou-a para dentro, onde lhe fez um penso e lhe deu muitos beijinhos.

Mais tarde, o pai chega a casa, e a sua irrequieta monstrinha estava inocentemente sentada no sofá a ver bonecos. Colada a olhar para a televisão, mal se apercebera que o seu papá tinha chegado.
-- Alice?
A menina olhou para trás, e viu o pai com um grande ovo-kinder. Saltou do sofá, correu para o pai e abraçou-se a ele.
-- Olha papá, fiz dói-dói! -- disse a Alice, esticando a perna ao seu pai, mostrando gloriosamente o penso que a sua mãe fizera.
-- Doeu? -- perguntou o pai falsamente admirado.
-- Sim, mas a mãe ajudou e ficou melhor.
-- A mãe ajudou?
-- Sim!
-- És tão corajosa! -- abraçou-a e ofereceu-lhe o ovo com um sorriso. Alice beijou a cara do pai.
-- Obrigada papá. -- e correu de volta para o seu sofá, onde se rodeava de almofadas e brinquedos.
A mãe beijou o pai, e ambos ficaram a olhar para a sua pequena.
-- Que penso tão grande que lhe fizes-te. -- partilhou ele à sua mulher.
-- Havias de ver a ferida, mal se nota. -- esboçou um sorriso. -- É difícil...
-- Eu sei... mas és uma excelente mãe! -- respondi, num abraço em que a envolvi, beijá-mo-nos durante uns segundos, até que algo nos tocou as pernas. Era Alice de sorriso rasgado e coberto de chocolate, que nos olhava à espera de um abraço. O pai pegou nela e ambos a beijaram, enquanto os seus braços pequeninos abraçavam os seus pescoços.
-- Adoro-vos!

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Inspirado em: A Francisca no seu melhor...

Sabes o que és?


-- Eu hoje vi a lua sabes?
-- A lua?
-- Sim, a Lua.
-- Aquela coisa lá no alto? Quer dizer... é interessante, mas não é algo por aí além.
-- Sim, aquela coisa lá no alto.
-- O que tem?
-- Nada...
-- Nada?! E olhas-te para ela? Chiça! Onde tu andas a perder o teu tempo...
-- É mais do que um pedaço de pedra suspenso no universo.
-- O que tem de tão especial? Estás bem da cabeça? Agora admiras coisas assim?
-- Eu era cego mas agora vejo. Agora vejo o amor que sinto por ela.
-- Por aquela coisa?! Estás doidinho! Tu mal a conheces e pouco se falam!

As coisas que não sabes sobre mim, prejudicam-me. As coisas que me falas na cara, deixam-me mais infeliz do que sou. Aquilo que me fazes sentir, é uma morte lenta que eu quero que venha depressa. Devia ser de outra forma e não é, gostava de sentir amor e não sinto. Sonho porrada e zangas, e ficas sempre por cima com as tuas atitudes de merda que pensas ser as mais acertadas. Pensas ser alguém que na verdade não és. Julgas ser melhor do que eu e cada vez te tornas pior. Nunca sonhei chegar ao ponto de perceber aquilo que me fazes, e prometo-te que nunca farei o mesmo a outra pessoa. Rasgas-me, violas-me a mente e provocas discussões que desconheces. Fazes pior e nem te apercebes. Não me preparas para nada a não ser para a morte dolorosa emocional. Preparas-te-me para a fraqueza e não para a riqueza. És uma merda e tens sido uma merda. Odeio-te o que tentas ser. Odeio-te de tanta tentativa repugnante e exaustiva a que me submetes só porque achas que é bom, mas não sabes a merda que andas a fazer.
Tentas tudo e de nada te vale, mas um dia vais ver... um dia vais ver a merda que andas a fazer! Pois a merda que andas a fazer, é a pior coisa que se pode fazer e dizer. A porcaria que me tentas injectar na mente, jamais deveriam sair da tua boca, mas és um filho da puta que nunca sabe estar calado quando deve estar calado. És um filho da puta que não sabe ser! Que pensa que é mais do que os outros, e que os outros não são nada. Metes-me raiva e desconheces o ódio que me vai cá dentro, que CRESCE cá dentro cada vez que abres a boca para falar comigo, e eu sempre à espera, do dia em que me fales direito. Que me fales sem pedras na mão! Que olhes para mim com orgulho por me teres ao teu lado, e não do teu lado. Que me ames e me trates como uma pessoa deve ser amada e tratada! Mas eu sou bom e nunca ouço isso de ti. Mas eu sou capaz e nunca ouvi isso de ti. Mas eu existo e pareço ser só mais um na tua vida de merda! Tens tudo? Bela merda! Tens tudo e não sabes ser! E eu?! Sou o resultado da merda que me espetas na cara, daquilo que nunca soubeste ser, dizer ou fazer. Porque eu não sou como tu, não tenho de ser como tu, de pensar como tu, mas nem vês isso. Só está certo o que vês, porque fora deste banco tudo é uma merda. És a pior coisa que me aconteceu na vida, e infelizmente continuas nela da maneira que eu mais odeio e desprezo. Sem valor, sem sentimentos, sem nunca estar calado, sem nunca incomodar, sem nunca deixar que os outros sejam os outros, mas um pouco de ti. Impregnas os outros, mas não a mim. Mudas os outros, mas não a mim. E isto não é uma injecção que me deste, é a consequência de sentir e consciencializar que aquilo que me fazes é a pior coisa que se podia fazer. Já não és aquilo que tanto defendeste! Deixas-te de ser muita coisa "boa" para passar a ser o pior de tudo! És tudo aquilo que nunca quiseste ser, que sempre criticas-te, que sempre mostraste e tentas-te não ser. Mas os anos só te fazem merda à cabeça!! És pior e nem sequer tens a puta da consciência. Nisso, pelo menos sou melhor...a cada mês que passa cresço para o lado positivo, e tu cada vez mais rápido te enfias na merda!
Não, não é para ser bonito ou para ser percebido, é para ouvires e ficarem calados!! Sim, ficarem.
Aquilo que te ouço da boca, é algo com que nunca sonhei. Já vi e ouvi de outros, mas nunca o esperei de ti. Tentas foder-me a mente à força toda, porque achas que lá no fundo até mudo e cresço, mas não sabes nada de nada. A merda que vomitas enerva-me. A merda que tanto dizes e que tu achas que tem tanto açúcar, não vale um peido! Parabéns, conseguis-te o que querias?
Não vou ter uma pessoa como tu, ao meu lado, para o resto da minha vida. Não te quero perto de nenhum. A merda que andas a fazer e nem percebes. A porcaria que tanto trazes debaixo dos teus pés e que acusas ser dos outros. A fraqueza que vês em mim são as putas das conversas que me tentas enfiar pela garganta abaixo e que eu nunca engulo. Pensas que sabes tudo, mas não sabes nada de absolutamente nada.
Não sabem lidar com depressivo-suicidas, psicologicamente instáveis, e atiram-se de cabeça, de berros e gestos que só tornam tudo pior. Não fazes bem a ninguém, só fazes merda!

Não sou um simples badamerdas que não trabalha e tem más notas nos estudos, lá por não ser bom na universidade, não significa que não tenha valor. E é triste, porque devias ser a primeira a ver valor e tornas-te parte da estatística. Cruzas a linha daqueles, que como tu e pior, não me dão valor, não me vêm, não me sentem, não me falam, não valorizam. Não sou "só mais uma pessoa", sou um ser humano. Sou incomum. E sou mais que muitos, mas acham-me arrogante e narcisista. Porque acabaram comigo porque não souberam lidar com aquilo que sou e não por causa de pornografia. Medo? Medo de quê? De me expor assim? E depois? Já vi pior e ninguém critica. Já vi merdas que ninguém liga. É a minha verdade, e por ser minha tem  mais valor.
O que tenho de tão mau? A minha critica? A minha maneira de agir? A minha maneira de falar? Sou mais verdadeiro para comigo do que vocês para vocês mesmos. Sou mais sincero para com os outros, do que vocês para com vocês mesmos. Mas continuo a pensar que sou um merdas. E não tenho medo de ser contraditório, porque pelo menos tenho voz própria e respondo a tudo o que penso e sinto. Não tenho só uma resposta, como vocês oh montes de merda! Julgam ser tanto e não são nada. Têm tudo e não sabem o que é ser-se. Apenas são e isso deixa-os miseravelmente felizes.
Criticam-me por criticar, mas mais razão tenho eu. Pelo menos tenho voz. Pelo menos eu falo, e vocês só lêem. Porque é mais fácil foder tudo do que tentar ser.
Não fui talhado para grandes coisas, mas para amar... isso sim, foi um dom. É o meu dom. É nisso que sou bom, ou talvez não... assim parece não é? Se sou assim tão bom, porque não tenho namorada? Porque nenhuma rapariga quer um rapaz cuja única coisa em que é bom é em amar. Quer machos com muito vivido. Querem bodes que elas julgam ser os melhores pais do mundo, e acabam por se tornar em mais um casal cujo numero aparece em estatísticas. Falo mal? Porque posso. Porque sei do que falo. Talvez me falte um algo para criticar mais e melhor.
-- Deixa de ser um fraco de merda!!!
Aquilo que ganho em ser assim é inestimável, e pelo menos eu sei ver o lado positivo de tudo o que me acontece de mal. Porque eu quando critico tudo e todos, não critico, aprendo uma nova forma de lidar com as coisas. Para conhecer uma maçã, tenho de estudar todos os frutos que não são maçã. Para me conhecer a mim e aos meus filhos, à minha mulher, tenho de me conhecer bem a mim, e para eu me conhecer bem a mim, tenho de saber como são os outros. Saber o que quero ser, como quero ser.
O meu mundo, cá dentro, bem cá dentro, é fechado. Sabes o que és? Nada.

Não temo ser assim. Não temo a depressão nem as "descaídas" de merda que tu, ó linda, me tanto espetas na cara. Orgulho-me por as ter, saber entrar e sair, ter consciência e aprender com isso. Fosse eu como vocês e já me teria matado. Eu tenho tudo, mas não sei fazer nada. Sei pensar, o que é raro hoje em dia. O que é muito raro. Tenho tudo mas não tenho coragem para me matar. Tenho tudo mas sou um badamerdas nos estudos. Tenho tudo mas não sei fazer nada de jeito. Não é assim que me pintam? Não é por não me esforçar. Tenho tudo mas... não tenho o mais importante. Sou extraordinário apesar de ser uma badamerdas que todas as minhas ex-namoras acham e vêem que sou. Sim, porque se me deixaram é porque realmente não valho a ponta de um peido. E se eu sou assim, se entro neste estado, então coitados dos filhos que eu tiver. Coitados?! Aquilo que eles terão a mais do que os outros será indescritível! Mas continuo a passar de um granda filho da puta que só sabe é criticar. Cujos textos são maçudos e sem nada de interessante para ler. Se isto fosse para ser interessante, tudo era bonito e fácil de ler. Tudo era para rir e fácil de perceber. Se os meus textos não tivessem nada de valor, eu não os escrevia. Se eu não sentisse os meus textos, teria medo de os partilhar. Se eu tivesse medo de ser quem sou, nunca diria uma única palavra... Se eu não acredita-se que podia ajudar alguém, nunca expunha os meus problemas. Porque isto, como já disse, não é para vocês, é para mim, para os meus filhos. Porque as coisas más também devem ser ensinadas. As coisas negativas também devem ser explicadas. Porque eu não sou só mais um que escreve, sou um que consciencializa, aprende e ensina. Coitadas das pessoas não gostam de ler textos grandes... eu adoro ler e reler os meus textos. Especialmente porque os sinto. Porque são meus e eu posso "chorá-los" vezes e vezes sem contas. Porque posso ler e redescobrir o que antes tinha esquecido.
Sabes o que sou? Sou alguém que não tem medo de ser quem é! Sou alguém que cresce para um dia ser melhor. Sou alguém que ama algo que ainda não existe. Sou alguém que treme por o segurar e começar uma vida, fazer crescer um alguém, mas como animal que sou, como humano que não tem medo de errar, estou preparado, agora sim, para ser e dar o litro para ser, aquilo que nunca foram para mim e aquilo que eu gostava que eu tivesse sido. Não tenho medo das coisas que me saem da boca... tenho é medo daquilo que não sai!! Daquilo que fica.

Sabes o que és Paulo? Um zé-ninguém que tem muito para dar!
-- [...] tu sabes escrever de tudo sobre tudo o que é óptimo. Eu se não concordar com algo eu digo-te, mas tento ver o teu lado, mesmo nao concordando. Realmente gosto do que escreves, gosto da tua forma de te expressares. Mas admiro mais ainda a tua coragem sabes? Porque expões.
-- A minha coragem?
-- Sim... tu tens coragem. Lês comentarios que são pros e contras mas isso é bom no final, porque expões . Se não o fizesses nunca irias saber quem gosta e quem nao gosta e o porquê de não gostarem. E acima de tudo eu admiro isso, admiro muito essa tua coragem, e o facto de escreveres bem ainda mais admiração tenho, porque de facto escreves bem.

Mas escrever bem não chega.


"[...] Escreves de uma forma, como se conhecesses o mundo que vai dentro da cabeça dos outros, não te conheço pessoalmente, mas pareces-me um jovem meio perdido, ainda que fales de uma maneira, que pareces ser uma pessoas muito experiente na vida. Se calhar até és, mas se és, lá está entras em contradições, atrás de contradições. 
Mas continua, que gosto de vez enquando de ler algumas coisas tuas. Desculpa a minha opinião, mas hoje não resisti a comentar." De Gina em Não vim ao mundo... .


Sim, sou um jovem meio perdido... Que não vale um peido nem o esforço de ninguém. O problema, está em  "gosto de vez enquando de ler algumas coisas tuas". Só algumas? Que desilusão de pessoa. Tens a certeza que não és tu a "jovem perdida"? A jovem que tem a mente perdida em coisas sem interesse? Sim, realmente o meu blog para ti e para todos, porque não és especial nem mais do que ninguém, só gostam de ler coisas fáceis. Coisas que compreendam, porque usar o cérebro está fora de questão. Não é? Porque de facto os meus textos mais técnicos são uma dor de cabeça porque vocês não sabem nem metade daquilo que sei e penso. Porque na realidade vocês sentem-se inferiores quando os lêem e não se querem sentir diminuídas perante um "jovem meio perdido", um zé-ninguém, que não tem nada para dar e que só faz merda. É humilhante serem ultrapassadas nesse sentido não é? Não sou convencido da minha intelectualidade, sou confiante daquilo que me passa pela cabeça. É suposto tudo ser fácil de ler? Mentes que não crescem...

-- "Sabes o que és? Aquela pessoa incrível que ninguém conhece e com o qual todos deviam conversar, pelo menos uma vez."

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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Hoje, na nossa cama...


Aqui estou eu, há espera na nossa cama, por ti, meu amor, meu doce e irresistível pedaço de homem!
Vesti a lingerie que mais gostas, a música mais calma, o cheiro que tanto aprecias e deitei-me na posição mais sensual e provocadora que engendrei. Hoje não te vai valer de nada dizeres-me que estás cansado! Hoje, vou ser eu a mandar! Vou atar-te os braços e provocar-te até que supliques que te satisfaça, que te desfaça em posições extenuantes, que te vão fazer suar e cansar. Hoje vais conhecer a leoa que tens na cama! A mulher a quem te abraças todas as noites e negas uma noite de amor.
Vou-me sentar em cima dele, e saltar até ao orgasmo... vou-te fazer lambê-la até me deixares molhada e sem jeito.
Vou-te torturar com a minha língua, provocar com o meu olhar e os meus lábios... sentir-te forte e pujante! Sentir as tuas mãos nas minhas ancas enquanto me penetras vigorosamente, numa delicia que me desmonta em prazeres fulminantes. A tua língua lambozeia-se no meu pescoço, e sinto a tua barba tocar-me a cara. Algo húmido lambe-me a orelha e eu tremo incontrolávelmente.
Não pares! Abraça-me! Beija-me! Diz-me aquelas coisas bonitas que me costumas dizer ao ouvido. Toca-me como nenhum homem me tocou! Faz de mim tua! Pões-me louca e não me consigo controlar nos pensamentos. Sou invadida pela impotência e tristeza de um dia te perder... de um dia seres só "um amigo" e  não o meu "um", o meu especial.
Quero que me deites e me cheires o corpo, o meu e o teu suor. Que sintas o toque dos meus lábios nos teus e assim te seles num "para sempre".
Quero sentir a garra e a paixão! Quero mimos e miminhos! Que as outras tenham ciumes em fazeres de mim a mulher que te torna um homem. Sentir o teu desejo brilhar nos olhos que me devoram e me deixam inquieta de tão mágicos que são. Porque quando entras neste quarto, a atmosfera muda! Fico a suar por todos os lados, falta-me o ar e o jeito. Que homem me caiu nas mãos! A tua inteligência deixa-me boquiaberta, e o teu sorriso encanta-me, torna-me princesa.
Hoje, na nossa cama mando eu, mas no meu coração vives tu. Toca-me a alma, como me tocas com os teus poemas... Toca-me o corpo como tocas em flores. Sê o meu escultor! Faz de mim a tua obra de arte, a tua musa. Traça-me com os teus dedos as curvas do corpo, que só a ti são bonitas. Beija-a, delicada e dedicada. Despe de mim os medos... mostra-me de novo a inocência e namora-me como uma rapariga deve ser namorada. Ama-me como uma mulher deve ser cuidada. Torna-me delicada, deixa-me frágil e ansiosa! Quero que sejas meu e que faças de mim tua.
E quando as nossas forças fugirem, abraça-me em concha, aconchega-me e delicia a minha mente com histórias dos nossos filhos, a nossa casa de sonho e os dias de verão.
Explora-me, protege-me, invoca-me... Deixa-me ouvir do peito a música que faz o teu coração. Desejo-te ofegante, prendado com a minha beleza, derretido pelo meu glamour. Quero sentir que me amas com todos os poros do teu corpo. Trocar contigo olhares e caricias de dois anjos apaixonados, esculpidos um para o outro, pintados de cumplicidade ternurosa.

Vem e completa-me...