sábado, 5 de dezembro de 2009
Um passeio sombrio... pelo jardim colorido...
Minha princesa...
Minha dama...
Minha rosa desse jardim por colorir!!
Oh... minha cor, meu encanto...
meu canto de suspiros...
Acorda, doce Julieta...
Jaz aí nesse altar frio... te vejo perder o brilho,
onde o jardim fica cinzento...
onde eu morro num abraço que nos envolve.
Destes mil beijos, na esperança de que cada um te acordo desse sono profundo...
e destes mil beijos, desejo puder provar, o veneno que tanto me pica os lábios, mas que não me tira a vida...
Oh pobre de mim, minha cavaleira, rainha dos meus sonhos, do meu mundo...
Abraça-me, envolve-me... mas não me deixes só no mundo.
Deitado neste altar, onde outrora partilha-mos as almas, junto-me ao teu corpo inerte...
Abraçando...
Fecho os olhos, e choro... e sonho os dias que me fizeram viver... os dias em que me senti vivo, junto de ti...
E choro, num revolto sentimento de te ver partir, revolto em dores que me impedem de viver, de pensar..
Braços, que de dor se cansam, de te abraçar com força...
Porque partes? para onde vais?
O que é isto na tua mão? o que é isto que sinto quente nas tuas mãos gélidas, sem vida... sem pulsar...?
O que te fizeram princesa...
Neste fechar de olhos, neste abraço que não acaba, neste calor que partilho... sinto o jardim envolver-me.
Sinto a cor renascer, sinto... o jardim ganhar vida...
E como um toque de magia, a sua cor, o se brilho, depressa se espalha pelo jardim como o fogo do nosso amor.
Sinto algo aquecer-me a cara, e desejo que sejas tu... e ao abrir a minha alma perante ti, um raio de sol madrugador me bate, me acorda, me rasga os olhos... mas não me seca as lágrimas, lágrimas que não nascem... lágrimas que broto de dor, de fragrância de sentimentos que desejaria partilhar contigo...
Pegando-te ao colo, morta no meus braços, morta...
Morta num silêncio que me atormenta os ouvidos, que abafa o chilrear mudo dos pássaros... não cantam, choram da perda, que as tuas pequenas mãozinhas de carinho lhes dava... choram da beleza da tua voz, do reflexo dos teus olhos, do sorriso e dos cabelos, que faziam brilhar até mesmo a noite mais melancólica, mais tempestuosa... noites, em que me afagavas os cabelos, me beijavas e dizias: "-- Foi só um sonho, estou aqui agora..."
Caminhando pelo jardim, que ganhava vida, e a cor que antes lhes tinhas dado, deito-te por fim no chão, junto ao lago...
Envolta em erva tão verde e molhada, que pintavam de orvalho os teus cabelos...
Minha pequena princesa, volta para mim...
Ou leva-me contigo, para esse mundo que não escolhes-te...
Para esse mundo onde não te poderei proteger, e neste mundo, onde não quero continuar a pertencer.
Beijo-te... e de olhos fechados, sinto vento passar-me pela roupa, pelos cabelos, levar-me a alma...
Sinto o meu corpo ao lado do teu...
Sinto um choque, sinto um toque.
Sinto a tua mão alcançar a minha, e agarra-la com força.
De novo, acordo num mundo que desconheço, onde te procuro...
Estamos numa floresta, e chove...
Vejo relampagos enormes eluminarem-te, e sinto o calor da tua mão, o sorriso do teu ser...
E naquele jardim, reencontrei-te... num mundo que não escolhemos.
Num mundo... onde viveremos as histórias de algo que ainda não vimos, e de que apenas poderemos criar.
E caminhando ao meu lado, entramos no buraco negro, que nos devolve à cor, à vida, ao sorriso de um olhar maroto, e de um beijo que para sempre nos sela as mãos que encantam pássaros e amores...
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"Sinto algo aquecer-me a cara, e desejo que sejas tu... e ao abrir a minha alma perante ti, um raio de sol madrugador me bate, me acorda, me rasga os olhos... mas não me seca as lágrimas, lágrimas que não nascem..."
ResponderEliminarGostei de te ler. Gostei da tua escrita =)