quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Mudarias alguma coisa no teu passado?


[chess by *ghost28]
Não.

Pois ao mudar, teria a mudar tudo a partir desse momento.
Todos os choros, todas as quedas, todos os risos, gargalhadas, todas as conquistas.
E tudo seria tão diferente, e enveredaria por caminhos que nunca cruzei, que eu seria uma pessoa totalmente diferente da que sou hoje.

E por isso, não, não mudaria nada do que fiz.
Se me arrependo de alguma coisa? Em parte sim.
Mas ajudaram-me a ser quem sou, ajudaram-me a crescer.

Sou assim, porque tive de ser, tive de me tornar. Achem o que quiserem.
Hoje não ouviria a música que ouço, não gosto das coisas que vejo, não veria documentários, não gostaria de informática e de programação se não fossem certas etapas da minha "vida".

Não é medo do diferente, ou de me tornar alguém que não gosto, é mais... dar valor ao que sou hoje, e saber o que poderia estar a perder se fosse diferente.

Cientistas acreditam que em todos os universos paralelos existentes, existe cada um de nós, mas infinitamente diferente de cada um.
Num universo, eu não existo, noutro, posso ser assino, drogado, um grande génio, um sem-abrigo, o melhor namorado, um excelente empregado, um gajo inteligente...

Mas é por saber isto, saber que posso ser, que desejo nunca alterar o meu passado, pois é ele o alicerce de toda a minha aprendizagem, e é ele que me molda e ensina através dos vários erros e vivências.
Mudar o que quer que fosse, teria um impacto tão grande, que eu poderia perder qualidades que tenho, e que ainda ei de descobrir.
Perderia medos ainda por sentir, sustos, zangas, tempos péssimos, dias de chuva, risadas.
Seria tudo tão diferente que... me poderia tornar fútil a um certo ponto.

Pensaria de forma ligeiramente diferente.
E coisas que eu deveria supostamente aperceber-me de... não me aperceberia.
É quase como um paradoxo.

Mudar significa perder e também sacrificar.
E eu não estaria disposto a mudar nada.

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