quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Se eu te der a mão...



Se eu te der a mão e partilhar um sorriso acanhado, quero que dances comigo. Quero, porque se apenas desejar, tenho a certeza que a confiança foge de vergonha. E como tem mão forte, leva à força as palavras que te preparei em dizer. A minha vergonha é tão medricas, que até a voz me leva para não ficar sozinha.
Se te abraçar, quero que sintas aquilo que o meu corpo é incapaz de dizer. Que os meus olhos sejam, devagarinho, conquistadores dos teus. O nariz, do teu corpo, do cheiro dos cabelos e do odor apaixonado que dança sobre a tua pele arrepiada de ansiedade. Os meus lábios, dos teus, para sentir na ponta da minha língua o sabor do teu batom e tu o calor que te prometo nos dias mais frios ou o reconforto dos conquistados com a malícia que reconheço ao longe nesse rosto tão único.
Se eu te der a mão, a dança que julgas conhecer e capaz de recriar, transformar-se-á num voo, num bater de asas, de murmúrios e gemidos, de cores e sabores. Uma dança de acasalamento que te atrai a mim pelo caminhar que se desloca a ti, confiante. Pelo sorriso que deixo alegrar-me o rosto e os olhos que te penetram a mente.
Se aceitares a dança, dança comigo até ao pôr do nosso sol, até que as memórias de já velhas, se apaguem para podermos um dia, do outro lado, nos re-encontrarmos e vivermos de novo o amor, a paixão, o desejo e a saudade daquilo que foi a nossa dança, o nosso voo, as nossas memórias...

Danças comigo?

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