sábado, 10 de novembro de 2012

A diferença entre as lojas...


A 16 de Setembro, qualquer coisa como quase dois meses, entrei na loja de roupa "Massimo Dutti", no Forum de Coimbra.
A primeira coisa que uma pessoa "normal" repara, antes mesmo de entrar, é no preço exorbitante das peças de roupa expostas, para além das poucas ou nenhumas pessoas a frequentarem-na.
Entrei, um pouco envergonhado, porque aquela loja não era para mim. Não tinha dinheiro para tais roupas e status social. Como todos sabem, hoje em dia em portugal, quem se veste bem, é porque é rico e tem bons contactos. É uma pessoa com poder para poder comprar o que lhe bem apetecer. Óbvio.
Caminhei um pouco, observando as peças de roupa que mais me chamavam atenção, que eram quase todas. Uma rapariga chegou-se perto de mim e perguntou-me se precisava de ajuda e eu respondi que estava só a ver.
O que me chamou a atenção, não foi o preço, o pouco movimento na loja ou as funcionárias bem vestidas. Foi o ambiente, a música de fundo, que equiparada às lojas de roupa mais famosas, Pull & Bear, Bershka, etc etc, era música decente. Música para gente intelectual. Tenham em atenção que uma pessoa rica, não é sinónimo de ter ou possuir cultura geral e maturidade, ou responsabilidade. São assuntos muito subjectivos dependendo da perspectiva.
Foi a música calma, ambiente, música que era coloca com um volume baixo com serenidade mas também com alguma ... (falta-me a palavra). Com alguma seriedade, para tentar mostrar e manter uma imagem decente e madura.
De certa forma, senti-me recolhido naquele espaço que de maneira alguma poderia alguma vez frequentar  mas saber que estes locais são dignos e intrínsecos  faz-me sentir bem. Significa que não existe só estupidez no mundo social do "individuo".

Chego então ao ponto fulcral desta critica.
Comparando então a Massimo Dutti, com as restantes lojas de roupa no Forum de Coimbra, existe claramente, nas lojas "sociais", uma falta de querencia. Uma falta de respeito e de civismo. As músicas são barulhentas, sem qualquer gosto. Não existe um ambiente calmo e organizado. São uma loja que parece estar sempre em festa sem qualquer ordem, comparada com a seriedade que se consegue manter sem sequer ser preciso chamar a atenção a consciência das pessoas.
Se existe dois tipos de ambientes, e não falo de preços das roupas, falo da música, da temperatura, das cores, da publicidade, do espaço, do marketing, tenho pena que as pessoas da sociedade "individualista" não tenha regras, não haja de forma correcta e ordeira num espaço que é frequentado por pessoas da mesma laia, do mesmo "status" social. Se ninguém tiver ordem, as lojas de roupas tornam-se cada vez numa anarquia de competição.
Roupas espalhadas pelo chão, que ninguém se dá ao trabalho de apanhar. Pensando agora nisso, até me sinto mal das poucas vezes que não apanhei uma peça de roupa que estava meia perdida. Em minha casa, no meu quarto, EU deixar uma peça de roupa no chão porque vai para lavar ou ainda não tive tempo para lhe pegar, ou tenho preguiça  é uma coisa. Numa loja de roupa, não apanhar uma peça de roupa, é para mim, uma falta de tacto, de "respeito" e "educação". De civismo. Para mim, é a mesma coisa que ir comer a um restaurante fast-food e deixar os tabuleiros nas mesas. Macdonalds e os tabuleiros
Não é um problema que existe nas lojas ou com as lojas. É um problema que existe com as pessoas que as frequentam. Pois nota-se perfeitamente que quem frequenta lojas para gente "rica", são pessoas mais calmas, num ambiente que é calmo e confortável. O mesmo não acontece nas lojas para gente "pobre" que invade e esbraceja, que faz aglomerados de gritos e berros, que cria uma barulheira ensurdecedora juntamente com a porcaria de música, alta e sem qualidade, que a própria loja de nojo, oferece.

Eu entro nas lojas que estou aqui a criticar. Entro, porque às vezes, só às vezes, acredito que possam ter roupas para mulheres/raparigas que eu goste de ver, que eu gostasse de comprar para a minha namorada. Às vezes existem, mas 90% do tempo, não. Quando entro então neste tipo de lojas "precárias" de bons gostos, de bons tecidos, de bons designs, cores e "moda", já nem sequer me dou ao trabalho de ver qualquer tipo de roupa de homem/rapaz. Existe uma abundância de roupas tão feias e pouco atraentes, que me ficariam tão mal ou simplesmente não me iriam assentar bem, que me preocupo "seriamente" com: "onde vou arranjar roupa "barata", que me assente bem e eu goste?".
O problema aqui, é que eu não sou parte da sociedade. Não sou um rapaz como os outros, não faço parte de nenhuma estatística psicológico-social. E é por não me encaixar nos padrões ditos "normais" de uma sociedade individualista. Individualista porque é para o indivíduo e não PELO individuo, fico à mercê das ofertas que as lojas têm para vender. Fico de fora, a ver roupas de homem/rapaz, sem qualquer design interessante, sem possuir uma de paleta de cores vivas e bonitas, ser vendida a tudo e todos sem qualquer sentido de "beleza" estética. Não sou um aficionado e muito menos uma pessoa falsa que se influencia pelas aparências  Grande parte de mim é, realmente é verdade, hipocrisia no seu melhor. O que eu quero dizer é que existe uma moda para homem/rapaz tão feia, neste momento, a ser vendida em todas as lojas de roupas "low-cost", de baixo preço, que me mete nojo. Mete-me impressão de que de facto existe gente capaz de se vestir de uma forma tão bovina, de forma tão bruta e desleixada, que me assusta o seu sentido critico, a sua intelectualidade, a sua maturidade, responsabilidade e educação. Porque estatisticamente, uma pessoa é e torna-se naquilo que veste.
Quando surgiu a moda dos Emos, todos os putos e pitas andavam de camisolas às riscas, penteados à fanjo e sapatos de moda. Era uma moda individual, não individualista. Mas era uma moda de geração que parecia estar para ficar. Influenciou o corte de cabelo de muita gente, o estilo de roupa, a maneira de pensar e de agir. A maneira de estar e de fazer. Foi uma moda tão poluente, que ainda hoje existem raparigas que se vestem com roupas contaminados pelos traços de roupas denominadas "emo". Calças apertadas e elásticas. Se calhar já não são calças pretas ou calças demasiado berrantes, mas talvez umas calças "socialmente" aceitáveis.
Algo que sempre reparei nas raparigas que frequentam a universidade onde estudo, é de que 90% delas se veste bem, se preocupa. O cabelo está sempre arranjado. Usam botas ou sapatos bonitos para 100% das pessoas. Aquela biblioteca está a arrebentar de raparigas que se vestem bem. Eu gosto, agrada-me. Os tempos pré-históricos já passara, é verdade, mas hoje posso ver peles com uma formato muito mais interessante, inovador, fresco, colorido ou confortável nas curvas de uma mulher do que outrora.
De certa forma, convém não nos deixarmos afectar pela mentalidade que existe e é colonizada pela mão da sociedade. Mas não existisse a lingerie  e haveria muitos casais divorciados  Muita gente que nunca teria nascido ou jovens casais unidos. E existe algo interessante nesta ideia. Tornámos nos "deuses" a partir do momento em que alterámos a maneira como "acasalamos"? Tornámos-nos seres poluentes a partir do momento em que alterámos as regras instintivas pelo qual evoluímos?
Não se terá tornado a roupa, o tipo de roupa, o estilo de roupa, o tipo de cabelo, a cor do cabelo, o penteado, o cheiro, os perfumes, os aromas e a falsa imagem que hoje em dia usamos fora de casa, a imagem de uma geração sem qualquer tipo de consciência animal? Pessoas não são humanos. Pessoas não são animais.


A culpa de existir uma geração parva, não é das lojas de roupa, é das próprias pessoas, da educação que receberam e ainda recebem, dos pais. É uma culpa exclusivamente da própria geração de indivíduos que a formam, porque a sua capacidade mental permite a lojas, a publicidade, empresas e promoções, usar e abusar da incapacidade cognitiva que os afecta.
Por terem uma mentalidade tão fraca, permitem a que lojas de roupa como as que existem no Forum de Coimbra, crie e re-crie a sua "personalidade". Os seus gostos, a sua maneira de pensar e de ver.
No filme "Branded", o protagonista explica de forma muita inteligente, como as empresas funcionam, como funciona o mercado. Como funcionam os produtos, as estatísticas do neuro-marketing, e até mesmo o neuro-marketing. As pessoas são manipuladas e nem sequer dão conta. Não é uma conspiração, é uma realidade.
É por isso que as lojas de roupas mais frequentadas passam músicas conhecidas, das rádios favoritas. Fazem um estudo de mercado tão intensivo só para agradar aos seus clientes. Todas as lojas fazem isso, é verdade, mas umas gastam milhões só para conseguir ler e escrever na mente das pessoas que hoje em dia ainda acreditam em liberdade e democracia.
É por isso que alguns centros comerciais têm as frutas e os vegetais logo à porta, como é o caso do Intermarchê, porque depois de se comprar algo saudável, a mente automaticamente fica aliviada e pronta para comprar coisas sem necessidade ou coisas calóricas, porque já comprou coisas saudáveis logo à partida. Porque colocou no carrinho, comida saudável e por essa razão, de uma maneira muito instintiva e tássita, compram o que realmente não precisam.

A diferença entre as lojas, Massimo Dutti e as restantes, é a maneira como se apresentam ao público. Não ao público alvo, mas ao público em geral. À sociedade. É a maneira como interagem. Os preços são demasiado elevados, mesmo tendo os produtos qualidade. Se os mesmos produtos nas lojas "comuns" não tivessem qualidade, nunca sairiam para o mercado, no entanto, não é o preço que influencia a maneira como as pessoas agem dentro da loja, mas o tipo de música, a cordialidade, a calma e tranquilidade que os funcionários mantém. Existe um grau muito mais elevado de auto-consciência, de respeito e maturidade em lojas inacessíveis ao público em geral, porque é esse mesmo respeito que pessoas inteligentes e maduras têm sem grande esforço. Porque até os meus pais nem têm dinheiro para me comprar roupas da Massimo Dutti, e falo dela porque foi a única em que entrei naquele dia e da qual tenho uma experiência, continuam a ter respeito pelo espaço, pelo local e para as pessoas que lá trabalham. Coisa que eu não vejo de todo com os pais dos outros jovens.
Pode-se ver nas lojas da Zara, a maneira como os funcionários e funcionárias se vestem. Vestem-se de preto mas com postura e seriedade. Representam uma marca elegante e "cara" para pessoas que vêm da classe baixa, mas não da classe média-alta. E ainda assim, a Zara é frequentada por muita gente, de todos os traços sociais. Será mesmo? Acredito que seja mais provável encontrar-mos uma família com mais posses, do que aquelas que frequentam a Pull & Bear ou a Bershka. Mas é a minha opinião e em nada entendo de roupas, de moda ou de lojas. Existe uma discrepância grande entre a moda vendida na Zara e  a moda vendida nas lojas existentes para o público jovem em geral. E é essa diferença que separa as pessoas individuais das individualistas.
Existem excepções, obviamente, mas é interessante ver estas estatísticas sócio-psicológicas formarem-se através de uma simples moda. Uma moda que é implementada na sociedade e não "exigida" ou procurada.
É uma moda que não é escolhida, mas sim absorvida pela mente incapaz das pessoas. Uma moda que é imposta na sociedade e que aos poucos se começa a vender. Não são modas. Não existem modas. Elas criam-se. Vendem-se. São impingidas de uma forma tão invisível que as pessoas acham simplesmente que se está à venda, é porque é bom. Se está exposto, é porque existe uma onda, e as pessoas adoram ondas. Adoram pertencer a bandos, a grupos, a alcateias. Como no filme Die Welle.
Se existe diferença entre lojas, diferentes, existem mentalidades/maturidades diferentes que em nada tem haver com o estilo de roupa que se veste, mas com a maneira em como se usa o público. Existem maneiras de estar na sociedade, numa sociedade que possui vários tipos de outras sociedades.
Não significa que uma pessoa possui um QI igual às lojas que frequenta, mas... as pessoas inteligentes só se dão com outras pessoas inteligentes. Como é o caso do homem mais inteligente do mundo, que vive na américa, e que só aceita dar-se com pessoas com um QI superior à media e não abaixo dela.
"Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és."

Diz-me quem és, dir-te-ei o teu penteado!

Existe uma ciência psicológica que as pessoas ainda não se aperceberam que molda a maneira como elas interagem, vivem e decidem. No que me toca a mim, não estou preocupado com elas, de certa forma, até estou bastante confiante e confortável comigo mesmo, por conseguir perceber o que as outras e vocês não percebem.
Se as modas são uma influencia, tu és influenciável?

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