Quero passar a manhã deitada contigo, a ver desenhos animados. A beber sumo e a encher de migalhas a cama do pão quentinho entregue de madrugada, pelo padeiro do fundo da rua. Sentarmos-nos na janela para voar entre as nuvens como a Wendy e o Peter Pan. Observarmos as pessoas com os seus hábitos, a sua pressa e a sua beleza.
Guerrear com almofadas, rebolar-mos pelo chão e saltar por toda a cama, sorridentes, berrantes, energéticos.
Largar umas quantas músicas no player do computador e abanar a cabeça, juntamente com o corpo, no pequeno espaço do nosso quarto que nos aconchega e nos faz chocar delicadamente, com olhares brilhantes e penetrantes, de abraços invisíveis à alma, ou de cócegas cerebrais que tanto adoras provocar-me com os teus pulos de maluco. Pareces-me um criança... tão alegre e contagiante.
Correr pelo corredor de meias esticadas até ao joelho, como tu tanto adoras. Dizes-me vezes sem conta que me ficam sexys, que fico bonita e que sou bonita! Lisonjeada e derretida aos teus encantos verbais, mas também aos esculturais, à tua prosa física, que tanto me delicias com o toque das tuas mãos por todo o meu corpo tenso e carente do teu carinho, do teu calor, do teu aconchego, da tua sensibilidade, da tua confiança.
Sentarmos-nos na cama, de pipocas na mão, absorvidos pelo romance que se desenrola no pequeno ecrã. Fingindo, nos momentos mais cor-de-rosa, de que somos os protagonistas. Mas sempre com cuidado! Não vão as nossas hormonas pedir algo mais do que um simples e demorado beijo, com algumas apalpadelas à mistura. Ai tu!... deixas-me em êxtase sempre que te aproximas com esse teu olhar de provocador. Negas a existência de tal arma nuclear que me faz rebentar de euforia hormonal, obrigando o meu corpo a saltar para cima do teu, agarrar-se a ele como se tivesse visto o pior bicho do mundo. E para piorar o meu descontrolo, as tuas mãos agarram-me as costas com vontade de nos juntarmos num único corpo.
Tu e eu, sozinhos em casa, na mesma cama, desfazemos durante horas o que acreditamos piamente, arrumar em poucos pares de minutos.
Transforma-mo-nos, durante a nossa ida à casa de banho, nos amantes mais carentes que existem no mundo! Bastando perder-mo-nos de vista, para ficar, por breves momentos, na solidão de um quarto vazio, triste e chorão.
Sem fazer planos, fazer-te despentear-te sobre mim. Ansiosa por receber-te todo dentro de mim, dela. Já lhe sinto o cheiro tão característico... dá-me água na boca.
Sentir a esponja macia nos meus lábios e o teu dedo molhado sentir a força dos meus desejos, dos teus estímulos. De provocações que devias ser proibido de fazer. Invejas-me. Eu que sou tão pequenina, tão tímida e desinibida.
Sentir a esponja macia nos meus lábios e o teu dedo molhado sentir a força dos meus desejos, dos teus estímulos. De provocações que devias ser proibido de fazer. Invejas-me. Eu que sou tão pequenina, tão tímida e desinibida.
Vou afastar as cortinas e deixar que o mundo se ilumine através da tua simples presença na minha vida...
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