sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Moralmente incorrecto...


No facebook official do site "Lifes Little Mysteries" anunciaram uma noticia publicada pelo site "Live Science" sobre se seria possível clonar ou recriar um Neanderthal através do seu ADN encontrado.

Como seria de esperar, 99% das pessoas estava contra a clonagem. Pois estavam preocupadas com as experiências malucas que os cientistas o iriam sujeitar. Estavam preocupadas com a vida social que não lhe seria possível de dar por causa dos média. Da vida normal que nunca teria.
Estavam contra experiências em ser humanos, estavam e estão contra cientistas, contra o uso "abusivo" e "imoral" da ciência em seres humanos.
Para piorar os seus fracos argumentos "contra" a clonagem de pessoas, afirmavam sem saber, que por alguma razão os Neanderthal já não existiam.

Por alguma razão se tinham extinguido.
Deus tinha-lhes dado um propósito de existirem, e esse propósito acabou quando os matou ou os deixou morrer.

Que são criaturas estúpidas, sem qualquer tipo de inteligência, caras feias e muito gorilas.
Não podiam estar mais erradas!

Voltamos um pouco ao que eu tanto critico. Para as pessoas, tudo é um dado adquirido. TUDO. Não lhes escapa nada. Lembram-se com certeza de alguém vos dizer ou alguém vos ensinar ou ouvirem nalgum lado, de que os Neanderthal eram criaturas estúpidas, feias, sem destreza e muito, muito atabalhoados.
É algo que se pensava na altura, é verdade. Era uma certeza que se tinha, um "dado adquirido". Como acontecia muito na idade média, em que as pessoas afirmavam que o Diabo existia, que a terra era o centro do universo e que o mundo era plano.
Na realidade, os Neanderthal eram seres tecnologicamente muito mais avançados do que os Cro-Magnons.
Eram mais fortes, eram mais inteligentes, conseguiam criar e aperfeiçoar ferramentas.
Comparando ambas as espécies, os Neanderthal eram, na nossa árvore genealógica, os "humanos" mais perfeitos que existiam. Eram a elite guerreira. E é devido a eles que hoje existem cabelos encaracolados, loiros e ruivos.
O livro "O Clã do Urso das Cavernas", é talvez um dos livros mais conhecidos sobre a temática do cruzamento entre os Cro-Magnons e os Neanderthal.

Usando uma analogia aos descobrimentos portugueses: "Se comparássemos a Caravela Portuguesa enquanto tecnologia da idade média, com tecnologia de ponta do século XXI. Ela seria uma nave espacial, e todos os outros barcos no planeta, seriam barcos a remos."

No documentário "O Mundo do Neandertal", se não estou em erro, os realizadores através de pesquisas cientificas, explicam e mostram como o Neanderthal evoluiu, como era a sua cultura e que impacto tinha a sua aparência física na mente dos Cro-Magnons.
Também foi "descoberto" e "teorizado", de que estas duas espécies coexistiram, dando origem ao Homo-Spiens que hoje conhecemos.
Como é óbvio, não podemos acreditar em tudo o que vemos. E as coisas que aqui estou a afirmar, são fundamentadas, não só com um único documentário ou artigo, mas com vários, de perspectivas diferentes.


Depois de uma breve introdução, a desmistificar as "teorias" que tantos acham estarem correctas e que são tão importantes que entram para a "cultura geral" da sociedade colectiva. Estando estas pessoas mais erradas do que pensam, prossigo para o motivo que me fez escrever. De salientar que acesso a informação, não é o mesmo que ser inteligente.

Quantas pessoas morreram nas primeiras cirurgias ao coração nos primórdios da medicina moderna?
Quantas pessoas morreram até que a técnica utilizada hoje em dia, fosse aperfeiçoada até que mais nenhuma pessoa morresse?
Quantos milhares de anos passaram até que se inventaram as vacinas?
Quantas milhares de pessoas morreram por não terem sido vacinadas?
Quantas pessoas morreram com intoxicação alimentar até que saí-se uma lei que proibisse a venda de produtos com certas substâncias ou quantidades X acima do exigido?
Quantas crianças morreram asfixias com sacos de plástico, até que se escreve-se que os sacos não devem ser colocados na cabeça?
Quantas pessoas "precisaram" de morrer em acidentes de automóveis, de cães, de avião, para que a tecnologia torna-se mais seguro algo que era dado como seguro, porque era na verdade um "dado adquirido". Sempre foi assim, nunca ninguém morreu, então está bem feito.
Não sei se se lembram do acidente que aconteceu com a nave espacial Columbia. A nave ao reentrar na atmosfera explode e todos os astronautas morreram como consequência. As causas do acidentes foram simples. No dia em que a nave descolou da terra rumo à estação espacial internacional, uma telha de uma das asas, caiu. Devido a este acidente, a NASA tomou medidas drásticas  Exigiu em missões posteriores, que a segurança fosse redobrada, falhas que ao principio não se viam, fossem corrigidas e medidas de segurança extra fossem implementadas. Agora, toda a vez que uma nave espacial pretende descer à terra, é obrigada a fazer uma volta de 360º, mostrando, obrigatoriamente, toda a sua fuselagem de cima a baixo.

Foi constituída uma comissão independente de inquérito ao acidente, a Columbia Accident Investigation Board (CAIB), que produziu um relatório oficial de 400 páginas após quase sete meses de investigação, no qual foram apontadas as causas técnicas e organizacionais que estiveram directa ou indirectamente envolvidas na origem da destruição do Columbia. Foram ainda perspectivadas hipotéticas soluções de resgate da tripulação e elaboradas 29 recomendações a implementar, 15 das quais de cumprimento obrigatório, sem o qual não poderia haver um regresso aos voos. -- Wikipedia

E estou a falar disto porquê?
Segundo um série televisiva, a "Built From Disaster", os especialista abordam o tema - desastres - da seguinte maneira.
Mostram a construção de um edifício ou de uma ponte, que para a altura em que foi construída  era das estruturas mais seguras do mundo. Peguem como exemplo o Titanic. Ao longo do documentário, mostram os vários progressos e fracassos que se fizeram até àquele ícone, na altura, se tornar o mais seguro do planeta. Uma estrutura segura, praticamente "indestrutível", é-o até encontrarem uma falha. E é precisamente o que mostram. A falha e as falhas que transformaram o mais seguro das construções em apenas um amontoado de cacos e pó. De seguida, averiguam quais os problemas e métodos que podem ser utilizados para os prevenir ou melhorar...
Resumindo muito simplificada-mente o que a série apresenta:
Uma estrutura é construída com a mais alta tecnologia de segurança. Essa segurança torna-se um dado adquirido até que se dá uma catástrofe, que obriga os construtores a reinventar e redesenhar todo o edifício ou estrutura. Implementam-se novas medidas de segurança, novos mecanismos de aviso, novos sistemas de combate a incêndios, supressão de gazes tóxicos, etc etc.
Todos os desastres são "maus" no ponto de vista social, porque se morrem pessoas. Mas do ponto de vista da tecnologia e dos sistemas de segurança, são uma bênção, porque se pode corrigir as falhas, e criar uma estrutura ainda mais segura.
Aprendemos através dos erros. Somos seres que estão constantemente a melhorar o que já existe, e é por isso acontecer que a ciência e a tecnologia avança.
É preciso aprender, descobrir, experimentar para evoluir. É preciso arriscar como fizeram Galileu Galilei, Copérnico, Charles DarwinIsaac Newton. Arriscaram e como consequência libertaram-nos da ignorância.
Vi também num outro documentário, de que nada é realmente único, no sentido de ser novo no mundo. No sentido de ser uma descoberta sem influências. Afirmam e explicam, que todas as descobertas feitos pelas grandes mentes, eram e são, descobertas com influências em descobertas anteriores, que tiveram também elas influencias de outras mais antigas.
Um exemplo simples, é a criação de um design web. A criação de um interface. Todo e qualquer interface, é  de facto único e criado de raiz  e ninguém pode duvidar disso, mas todos eles foram influenciados por algo anterior. Numa citação muito conhecida de um programador ou designer, ele diz que nenhum design é realmente original. Que tem influencias quer-se queira quer não.
"It's really hard to design products by focus groups. A lot of times, people don't know what they want until you show it to them." — Steve Jobs, 1998
Resumindo então a minha ideia principal, que acho ainda não a ter explicado, acredito que a clonagem de seres humanos, algo imoral e tabu num sociedade de mente fechada, acho correcto. Acho ainda mais correcto, darem poder para que os cientistas possam fazer experiências em humanos, com humanos e criar humanos. Fazem-nos em ratos. Clonam aos ponta-pés, ratos de laboratório, onde experimentam químicos  produtos que vocês mulheres tanto adoram colocar na cara, no corpo e na cabeça.
E estas experiências não são feitas apenas em ratos, mas também em coelhos, macacos, cães. São torturados, é verdade, mas é um "mal necessário". Eu não digo que é um "mal necessário", é sim, importante. Sim, sou CONTRA qualquer tipo de crueldade animal, mas não posso deixar de valorizar as experiências cientificas "horrorosas" que os cientistas de Hitler fizeram aos judeus. Pois foram eles, os cientistas alemães, na segunda guerra mundial, que permitiram aperfeiçoar a medicina e psicologia moderna. Grande parte daquilo que temos hoje em dia na nossa sociedade, foi desenvolvido pelos Alemães durante a segunda guerra mundial, nos campos de concentração, em laboratórios secretos, onde usaram e abusaram de cobaias humanas. Foi importante e relevante.
Por isso sim, aceito que se façam clones partir de ADN do Neandertal.
Uma criança a quem é proibida a re-montagem de um conjunto de peças de lego de maneira diferente da que vem no manual, é uma criança cuja criatividade será reprimida. Proibirmos uma criança de desmontar uma cassete VHS, um carro a pilhas ou montar uma estrutura em lego de maneira diferente, é fechar numa caixa a capacidade de aprender e compreender como funcionam as coisas, o mundo. Dar à criança a total liberdade de explorar e construir algo sem seguir o manual, permite-lhes aprender o que pode ser melhorado, o que pode ser desenvolvido de maneira diferente ou como pode ser implementado. Permite-lhes ver o mundo de uma maneira mais abrangente e não tão fechada.
Não é hoje, mais do que nunca, do interesse dos pais, que os seus filhos tenham nos primeiros 6 anos de vida, o maior número de experiências?
Brinquem, mas não estraguem nada! Vejam, mas não consciencializem!
É preciso dar liberdade. É preciso dar liberdade aos cientistas de explorar técnicas que "desafiam" a mente retrógrada da sociedade.
Como é abordado no documentário "Surviving Progress" (Site Oficial), nem todo o progresso é bom, é verdade, e não posso dizer que apoio cientistas malucos que matam pessoas por puro prazer, como se vê muita vez nos filmes de terror.
O que eu defendo, é permitir que se possa criar algo, neste caso, recriar algo e aprender com isso.
É necessário haver diversidade de talentos e não singularidade social, em que todos são iguais. Todos são médicos, advogados, psicólogos, e no entanto continuamos-nos a queixar desses mesmos médicos, advogados e psicólogos que são maus, agressivos, brutos e sem respeito, sem educação.

Steam Locomotive Valve Gear - 5 tipos de engrenagens, desenvolvidas para criar um motor a vapor.
5 tipos diferentes de inveções, que permitiram abordar e conhecer 5 maneiras de se gerar energia/propulsão a vapor.
Eu não errei 10.000 vezes só descobri 10.000 mil maneiras de não se fazer uma lâmpada.
-- Thomas Edison
É importante perceber que sem riscos, a "sociedade" tecnológica, cientifica e medica, não avança, não evolui, não progride. Sou a favor das descobertas! A favor das teorias sem provas plausíveis. Sou a favor, por elas têm valor psicológico. Têm valor no sentido de serem mais uma maneira diferente de vermos o mesmo problema. Utilizando parte da frase de Thomas Edison:
"Temos apenas 1000 respostas diferentes de como surgiu a vida na terra".
Freud, o "pai" da psicologia moderna, é visto como um génio. Uma pessoa que nos permitiu compreender e estudar o cérebro humano. No entanto, novamente um dado adquirido, as pessoas acreditam no que ouvem. Freud é estudado no curso de Psicologia, permitindo perceber que contribuiu para a psicologia. Não vou dizer que não, ele deu tanto na sua área, como Albert Einstein. Porém, existe algo que as pessoas não sabem. As teorias de Albert Einstein, grande parte delas, foram, anos mais tarde, refutadas. Os cientistas, matemáticos e físicos, perceberam que Albert Einstein estava errado em muita das teorias que desenvolvera. Foi importante que ele tenha tido a coragem de as criar e as colocar em cima da mesa como uma possível hipótese/solução, sem as conseguir provar, pois permitiu que a nossa percepção do mundo, principalmente da física e da ciência, se alargasse.
Einstein criou o pensamento mais positivo que pode existir: "Tudo é possível  até prova em contrário". Com este homem, a nossa sociedade evoluiu a olhos vistos, pois "tudo" podia ser possível  "tudo" podia ser explicado através de uma teoria que não possuía, ainda, bases sólidas que a pudessem provar.
"Anti-Freud" de Michel Onfrayd - Editora: Objectiva


Não querendo engonhar muito no assunto, finalizo com um pensamento geral do texto.
Se não nos autorizarmos a nós próprios a evoluir, a nossa sociedade destina-se para um colapso de cultura e inteligência.
É preciso, como referi acima, que seja possível experimentar e estudar o que é "moralmente incorrecto". Nós somos seres com inteligência, temos de a usar. A tecnologia militar está 4 anos à frente da tecnologia existente na sociedade. É verdade que a guerra é uma coisa má, mas é necessária! Neste caso sim, é um "mal" necessário. É importante que exista evolução.
Nada é pior para uma sociedade, do que o elitismo psicológico. Nada é pior para o ser humano, do que a comercialização de ideias e opiniões.
Ken Robinson, debate e defende a diversificação de talento e não a singularidade de uma única função exercida por todos os indivíduos da sociedade.

Sir Ken Robinson: Do schools kill creativity?
RSA Animate - Changing Education Paradigms


Este texto parece fugir ao tema inicial que foi debatido no inicio, mas não é o que acontece na minha mente. Na realidade, todo este texto é a minha opinião, a minha critica, a minha visão, debatida, explicada, exemplificada e argumentada. É debatível e questionável. Uma maneira diferente de argumentar.
Para que uns sejam salvos (ex: medicina), outros tiveram de morrer, 99% em condições "in-humanas".

Há milhares de anos não existiam vacinas e isso não nos impediu de chegar ao que somos hoje. Não existia higiene e isso não nos fez desaparecer da face da terra.
Porque as pessoas preocupam-se com o que não precisam, e desleixam-se para o que é realmente importante e necessário.

O divórcio em Portugal...
Eu quero, posso e Compro!
É algo que imita, ou algo que é?

Se nos privarmos das experiências e do auto-conhecimento, o que nos resta? No que nos tornamos?

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