segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A brisa que me fez sonhar...


Sentado, dentro da sala.
Ouvi o professor a falar mas não estava a toma atenção...
Olhei lá para fora, para sentir o calor na cara, para ver se desanuviava a cabeça de tanta matéria.

Havia uma brisa lá fora. E quando mais olhava, mais forte parecia ficar.
Seria imaginação minha? Ou teria, eu, algum impacto na natureza? Era estranho, acolhedor... parecia que aquele vento forte, voltava de cada vez que via as árvores dançarem nesta quase primavera.
Por momentos, podia descansar a mente, e pensar nela. Imaginar, e sonhar.
Juntos nalgum parque, ao vento, envoltos em caxcois. Em casacos que nos cobriam da cabeça aos pés, contando os beijos, e não as horas, numa disputa de controlo emocional, para ver quem dava mais.

Era diferente desta vez, aquele sentimento, de ver as árvores dançar com a brisa, era diferente dos outros dias que me pareciam todos iguais.
Este era diferente, talvez por ver o sol de maneira diferente, talvez por saber ao que sabe a brisa gélida de manhã, talvez por sentir de uma forma física, o que era compreender a natureza.
Com uma vontade enorme no coração, de a pegar pela mão, e fugir-mos para um parque... para o buçaco?
Numa volta de bicicleta, ou simplesmente a pé. No meio dos montes? Das silvas e entre os arvoredos?
Bem... talvez eu lhe exija de mais. Talvez a leve demasiado longe. Talvez arrisque mais do que arriscou o meu pai, e no entanto ao pensar nisso, acho que nunca na minha vida, conseguiria arriscar tanto como fez o meu pai, comigo e com o meu irmão.
Arriscar a ir mais longe, a subir mais longe, a cortarmo-nos, a arranharmo-nos, a molharmo-nos nas poças, a trepar às árvores, a brincar...

Fugir com ela, mesmo em pensamento, e sentir-me feliz, contente.
Sentir a brisa rodopiar junto de nós. (Também -.- com tanto sitio tinha logo que vir para ao pé de nós!)
De ver os ramos das árvores dançarem ou tremerem de frio... de ver o vento arrastar as folhas velhas e de deslumbrar a erva que cresce, escondida, por baixo.
Quero leva-la comigo, a ver e a descobrir-mos algo feito para nós.
Que só nós compreendemos. E podermos-nos rir dos outros, e perceber como funcionam, como agem...

São sonhos... apenas sonhos de um cabeça no ar, a meio de uma aula importante.
São desejos, desejos de profanar o seu corpo e alma, da melhor maneira que sei, e que irei descobrir.
Talvez então saiba o que é "amor"... talvez então o sinta.
Carente de um par de mãos gélidas na minha cara e um sorriso agradável e quente, junto dos meus lábios...
E uma morte nos meus braços, aos meus braços, dentro da minha mente. Renascer da solidão? Chorar, por saber finalmente, que encontrei a tal, e que a tal é real.
É-o! E sinto-me incompreensivelmente estranho, por sentir algo que nunca senti verdadeiramente.

Não é uma lufada de ar fresco... é uma brisa suave que me despenteai os cabelos, e me deixa pasmado, a admirar tamanha beleza e inteligência.
A simpatia torna-se em andorinhas, o seu cabelo numa gigante almofada, os seus braços, um edredão para qualquer noite que à de vir!
Tímida e corada, um despertar que não me acorda, mas que me faz desejar! Desejar estar a sonhar e poder estar ao lado dela, nesta cama já mal feita (xD), durante horas, ou dias.
Sair à rua e tomar o lanche da manha, num café ali perto.
São sonhos, são aventuras por descobrir... são os seus olhos.

1 comentário:

  1. Sempre foi real, sempre esteve lá à tua espera. Onde menos se espera, na esquina mais insignificante da vida, se tropeça e se encontra o anjo que voa para nos acompanhar.

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