quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

O sorriso que me aquece... [2]


Viraste-te de peito para cima, de bicos altos por trás de uma fina camisa de dormir e recebeste um frio nos pés. Ele olhou-te, brincalhão com os teus pés tensos e cansados nas suas mãos. Beijou, acariciou e massajou. Lambeu um dedo, introduziu-o na boca e usou-lhe a língua. Voltas-te a tremer.
As provocações faziam-te delirar, obrigando o teu corpo a encontrar uma última fonte de energia no teu corpo conquistado pelo trabalho.
Os dedos dele tocavam-te nos ossos, gentilmente, como uma flauta. O stress acumulado dispersava-se pelos tendões, explodindo no cérebro um intenso prazer de derrota de ti própria, que se aconchegava cada vez mais na cama tão prazerosamente bem feito, vincada e limpa. O cheiro ao lavado entranhado nas forras das almofadas e os cobertores quentes e leves, relembravam-te a manjedoura que um dia foi o colo da tua mãe.
Sorriu para ti, com uma expressão chorosa. Leste-lhe no rosto: "Como eu te amo!".
Sorriste de volta: "Também te amo!".

1 comentário:

  1. Não há nada melhor do que chegar a casa do trabalho e ter o amor para nos aconchegar.

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