domingo, 8 de fevereiro de 2015

O sorriso que me aquece...


O dia foi longo e a noite chegou depressa, como um tiro. Chegaste a casa, cansada, de pés doridos e cabeça a latejar de stress. Descalçaste os sapatos de salto alto e deitaste-te sobre a cama, casada e cansada.
Casada com um homem que se debruçava sobre a loiça por lavar na cozinha, depois de ter deitado os garotos, também conquistados pela cansaço das suas brincadeiras; E cansada de um trabalho que te exige o mesmo tempo e dedicação que gostarias de dar aos teus filhos.
Ouves o som da água bater nos pratos e o teu querido usar as mãos na porcelana que escolheram em conjunto, poucos meses depois de terem comprado uma casa e esperarem pelos gémeos. Uma surpresa para toda a família, em forma de prenda, oferecida num dos natais mais frios daquele ano. Mas os abraços souberam tão bem... Era incrível o calor que um simples e breve abraço te proporcionava.
A torneira parou a água. Ele limpou as mãos a uma toalha e dirigiu-se ao quarto. Estavas deitada de barriga para baixo, com os cobertores a cobrirem-te metade das costas e ouviste-o aproximar. O caminhar que reconhecias através das vibrações que surgiam no soalho e subiam pelas pernas da cama até à tua almofada ou à mesinha de cabeceira, deixaram-te ansiosa, apaixonada, deliciada. Sentou-se á borda da cama, ao teu lado, e beijou-te os cabelos, sussurrando-te:
-- Boa noite meu amor. Queres uma massagem nos pés?
Tu sorriste. E ele era largo e jubilante. O teu marido conhecia-te melhor do que ninguém, e estragava-te de mimos sempre que podia. As pontas dos dedos tocaram a pele tensa das costas e tremeste. As mãos quentes massajaram os ossos do pescoço, das omoplatas e desceram pela coluna arrepiada de prazer. Os lençóis descem pelas curvas cansadas do teu corpo, e param sobre o teu rabo, redondo e coberto por uma fina cueca preta que ele te tira com beijos e beijinhos... roças as pernas, num prazer intenso que te cresce e olhas-o.

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