segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Colecciono raparigas mortas...


Eu colecciono raparigas mortas. Raparigas com pele de porcelana, branca como a neve, de cabelos compridos e olhos suaves. Gosto de as vestir, de as enfeitar e fantasiar. Lavo com cuidado os corpos em decomposição, aventurando a minha esponja em todas as curvas do seu corpo, que me sensebilizam e me fazem um admirador envergonhado mas acérrimo da sua beleza feminina. Dou um lanche em familia e sento-as todas juntas para um chá e uma conversa. Fodo-as e às vezes "faço amor", cada uma como se fosse minha namorada, minha mulher, minha amante. Adoro deitar-me com os seus corpos frios, no sofá toda a manhã, cheirar os seus cabelos e penteá-las, cuidar do batom nos lábios e da maquilhagem nos olhos. Cuidá-la e tratá-la. Protegê-la! Durmo então agarrado, abraçado, num carinho em que a envolvo a ela e a mais ninguém, sentindo a temperatura do corpo descer, a palidez da sua pele se tornar cada vez mais branca e os músculos perderem a força.
Adoro quando a vida lhes sai do corpo, dos olhos e o seu grito se torna mudo. O sorriso, doce, esmorece, enquanto o ar se evapora dos pulmões como um murmúrio. Ter as mãos à volta do seu pescoço dá-me tanto prazer...

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Parte da história de:
Adoro ouvir-te, ver-te e cheirar-te...

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Inspiração:
I collect dead flowers by marshmallow-child

2 comentários:

  1. Não sei bem porquê mas estes teus textos "negros" fascinam-me. Fico completamente inebriada por esta faceta.

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    1. Vi num estudo realizado na américo, se não estou enganado, em que um psicólogo afirmava que todos nascemos capazes de matar alguém ou alguma coisa, pelo menos uma vez na vida. Se bem que... acho que a palavra não deveria ser "fascinam-me" mas sim a "assustam-me". Podes estar perante um potencial serial killer e nem o sabes.

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