A casa espaçosa, vazia do som do meu mundo, iluminava-se pelas estrelas que pintavam o negro manto da solidão. A calma pairava no ar, sentindo-se como um sussurro partilhado entre dois predadores, à espera do momento certo para atacar. Através da ampla janela, via a fúria do vento dobrar as árvores do outro lado do rio. O vento levar com força a água e levantar no ar as folhas mortas. De vermelho, surgia a lua, entre nuvens que rompiam o céu com trovões longínquos, gritando pelo ar o seu rugido tenebroso. Um som arrepiante que nos fez enraizar na espinha, os nervos que nos fazem tremer de medo.
Do outro lado da sala, lá fora, onde a chuva começava a arranhar a porta, ouvi o carro dela chegar, como o ronronar de um gato que não desiste de colo. Como uma prenda de natal que se esconde debaixo da árvore ou numa gaveta antiga, à espera do seu momento. Na minha barriga senti as borboletas. Continuo a ser o homem que vibra cada vez que entras numa sala. Cada vez que sorris para mim, me beijas, abraças, ou agarras na Joana como se fosse um avião. Cada vez que vos vejo brincar, é como se voltasse à casa da criança, sentindo inveja por não ser eu a ter aquele brinquedo ou a brincar com aquela menina.
Entraste em casa, e como todos os dias, penduraste o casaco. Com um puxo apanhaste o cabelo e tiraste os sapatos à miúda reguila.
Percorreste a sala em direcção à cozinha, e num piscar de olhos, o teu corpo parou, tornou-se pálido. Um arrepio desceu-te pela espinha como uma faca afiada. À tua frente, estava eu. Com um grande sorriso na cara e uma lâmina prateada na mão. Da escuridão que te enegrecia a mente, só conseguias ver os meus olhos, por baixo da máscara de carnaval.
-- Boa noite amor... -- recebi-te.
A tua expressão facial era orgásmica! Cada músculo parecia contorcer-se de medo, enquanto o pestanejar desaparecia com o meu aproximar calmo e sereno.
-- Joana! -- gritaste esganiçadamente, correndo pela casa como uma galinha sem cabeça, à procura da tua pintainha. Os teus pés ecoavam pelo soalho, num murmúrio que exteriorizava aflição. Presegui-te então como um fantasma de uma casa assombrada, fazendo sentir a minha presença através das botas pesadas pelas escadas acima. Os teus gritos vibravam nos meus ouvidos, uma melodia harmoniosa que se abraçava ao choro do teu passarinho escondido entre os teus braços tão sexys.
Entraste em casa, e como todos os dias, penduraste o casaco. Com um puxo apanhaste o cabelo e tiraste os sapatos à miúda reguila.
Percorreste a sala em direcção à cozinha, e num piscar de olhos, o teu corpo parou, tornou-se pálido. Um arrepio desceu-te pela espinha como uma faca afiada. À tua frente, estava eu. Com um grande sorriso na cara e uma lâmina prateada na mão. Da escuridão que te enegrecia a mente, só conseguias ver os meus olhos, por baixo da máscara de carnaval.
-- Boa noite amor... -- recebi-te.
A tua expressão facial era orgásmica! Cada músculo parecia contorcer-se de medo, enquanto o pestanejar desaparecia com o meu aproximar calmo e sereno.
-- Joana! -- gritaste esganiçadamente, correndo pela casa como uma galinha sem cabeça, à procura da tua pintainha. Os teus pés ecoavam pelo soalho, num murmúrio que exteriorizava aflição. Presegui-te então como um fantasma de uma casa assombrada, fazendo sentir a minha presença através das botas pesadas pelas escadas acima. Os teus gritos vibravam nos meus ouvidos, uma melodia harmoniosa que se abraçava ao choro do teu passarinho escondido entre os teus braços tão sexys.
A tua aflição acalma-me e a tua filha excita-me...
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