segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Aproxima-te...



Das profundezas obscuras da minha mente, subiam-me pelas paredes do cérebro, gritos vindos do inferno. Gritos de dor e sofrimento que arranhavam as caras e desmembravam corpos. Espalhando sangue por todo o lado, como uma chacina violenta. Os cadáveres cravavam as foices na garganta rebentada em pus, aliando-se a uma dor de cabeça tão forte que provoca um enjoo doentio. O sorriso era trocado e apedrejado, esfaqueado pela mão assassina de um rosto sem máscara. As costas esfoladas, com a pele arrancada dos ossos, rasgando músculos e tendões.

A mão que acaricia, é a mão que ordena a morte, que te aponta a bala à testa e a faca ao coração. O punho que se fecha sobre a tua cara rosada, a estalada que te rebenta os lábios de batom. Arrancar dos cabelos o brilho, desfazer os caracóis e traçar na cara um grande "não". Aproxima-te da escuridão em que me fecho, deixa-te aprisionar na tortura da minha selva descontrolada, na frieza que te desnuda e no calor que te desconforta. Queres ser só mais uma? Então encosta-te a mim de deixa-te ser seduzida e violada em tudo o que te torna gente. Deixa que a minha pessoa te influencie e te domine. A liberdade que julgas ter é apenas uma ilusão.

Regurgito de mim as memórias violadas, o sangue lambido e o assassino que embelezo em cada morte.

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